dubet justoça e escola

23 de maio de 1946

ciências sociais na universidade Bordéus

investigador social no cadis

Para a escola ser justa, ela deve responder a todas essas concepções de justiça? ●Cada uma das concepções de justiça entra em contradição com as outras. ●Não existe perfeição, apenas uma combinação de escolhas e respostas necessariamente limitadas.

●Ser puramente meritocrática, com uma competição escolar justa entre alunos social e individualmente desiguais? ●Compensar as desigualdades sociais, dando mais aos que têm menos, rompendo assim com o que seria uma rígida igualdade? ●Permitir que cada um desenvolva seus talentos específicos, independentemente de seu desempenho escolar?

Mérito como um princípio essencial de justiça. ●A escola é justa porque cada um pode obter sucesso nela em função de seu trabalho e de suas qualidades. ●Nas sociedades mais desenvolvidas, o nascimento continuava a pesar na orientação escolar dos alunos. ●Cada categoria social estava vinculada a um determinado tipo de público escolar.

igualdade Meritocrática de oportu ●Igualdade de acesso. ●O princípio da igualdade de oportunidades foi sendo implantado com o alongamento da escolaridade obrigatória e considerável abertura do ensino secundário e superior. ●Permite que todos os alunos entrem na mesma competição.

●A abertura de um espaço de competição escolar objetiva não elimina as desigualdades. ●As desigualdades entre os sexos e entre os grupos sociais persistem. ●Pressupõe uma oferta escolar perfeitamente igual, ignorando as desigualdades sociais dos alunos. ●Os alunos que fracassam, não são mais vistos como vítimas de uma injustiça social e sim como responsáveis por seu fracasso.

A escola deve levar em conta as desigualdades reais e procurar compensá-las. Esse é o princípio da discriminação positiva. ●Evitar a concentração excessiva de alunos idênticos. ●Introdução de mecanismos compensatórios eficazes. ●A justiça não consiste apenas em aliviar o trabalho dos professores nas áreas mais difíceis, e sim em tornar esse trabalho mais eficaz. .

A justiça consiste em ultrapassar a "igualdade pura". ●A justiça distributiva sempre é criticada por parte daqueles que se beneficiam pelo modelo meritocrático. ●A experiência nos ensina que esses dispositivos não conseguem alterar o jogo da produção das desigualdades escolares. ●Os grupos sociais mais mal posicionados em relação à escola, não são os mais aptos a tomar a palavra e defendê-la.

●A escola de massas visa a oferecer diplomas a todos os alunos. ●Determinados diplomas têm grande utilidade, ao passo que outros não têm nenhuma. ●Diversos cursos secundários e superiores funcionam como verdadeiras "armadilhas" quando desvinculados do emprego. ●Os estudantes são encaminhados para esses cursos por falta de opção e não chegam ao fim do percurso.

É injusto em deixar os alunos envolverem-se em formações desprovidas de utilidade social. ●A preocupação com a utilidade dos estudos secundários e superiores faz parte de uma dimensão da justiça escolar. ●Quantas pessoas defendem o livre acesso a certos cursos de massa e ao mesmo tempo colocam seus filhos nos estabelecimentos seletivos e rentáveis?

Igualdade é diferente de justiça. ●A escola, muitas vezes, serve como reprodutora de desigualdade social. ●Dubet mostra, de forma clara, diversos problemas no atual sistema de educação. ●- Reflexão: O que nós, como privilegiados, podemos fazer para tornar nosso sistema escolar mais justo?