[RPG] amor e drama_ep38

[RPG] amor e drama_ep38

FINALMENTEEEEEEEEEE Espero que vocês gostem, não garanto que está bom, mas acho que dá pro gasto. Boa leitura.

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Amor e drama

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_-SEXTA-FEIRA-_ •12:30• Trista e cinco horas. Já tem mais de vinte e quatro horas que ninguém sabe da localização do Nick. O tio Tony está desesperado atrás dele, a cada segundo que passa ele liga para o Nick, mas ele nunca atende. Ninguém sabe se ele tá bem, ou se ele está machucado, o pai dele já procurou ele na casa de uns amigos dele e nada. Resumindo: todo mundo está atrás do Nick. Os meus pais também estão preocupados, eles estão a todo momento com o pai do Nick tentando achar alguma pista, mas eles nunca acham nada. Os meus amigos também estão preocupados, eles tentam parecer durões na minha frente, mas sei que eles também estão com medo. O último que falou com o Nick depois de mim, foi o Ramires, ele se sente culpado por não ter ido buscar o Nick. E eu?. Bom, eu não sei o que fazer exatamente, o Nick nunca foi de sumir assim. Por mais que a gente não esteja bem ultimamente e apesar de termos discutimos ontem, eu estou com um pouco de medo. Medo de ter acontecido algo com ele. Tento fazer coisas que ocupam minha mente, que me faça esquecer do "desaparecimento" do Nick, da fani, do desconhecido e de tudo que vem acontecendo. Posso está sendo egoísta em relação ao Nick, tenho certeza que ele estaria louco atrás de mim se eu tivesse sumido. Mas eu não tenho um psicológico tão forte quanto o dele, ele consegue passar por várias coisas e mesmo assim, mantém seu psicológico "intacto". Já eu não, acabo tendo uma recaída e as minhas crises começam a atacar. Suspiro. Olho para o meu pescoço através do espelho, e passo mais um pouco de pomada. O meu pescoço acabou ficando roxo, acho que não medir minhas forças na hora da raiva para puxar o colar. Saio do banheiro e vou para a penteadeira, me sento e pego a base para passar no pescoço onde está roxo. Assim que termino tudo, pego a faixa que deixei separada e coloco na cabeça, ajustando-a em seguida. Não fui à escola hoje pela amanhã, então estou me organizando para ir para o treino. Já estava arrumada na verdade, só faltava eu comer alguma coisa e calçar a chuteira. Eu estava usando uma camiseta grande, e um short. Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, e eu usava uma faixa na cabeça. Me sentei na beira da cama e coloquei a meia que ia até o joelho, me levantei e fui em direção a porta do quarto. Assim que sai, fui correndo para o andar de baixo e quase escorrego por conta da meia.

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Me sento na cadeira ao lado da Jade e beijo o topo da cabeça dela, do outro lado da mesa estava o Endrew e a mamãe, e na ponta o papai. Pego o prato da Jade e começo a servi-la. Pai: como está indo os treinos?_(ele pergunta enquanto se serve) Vc: tirando a parte que é bem cansativo. É bem legal participar dos treinos, os meninos são muitos engraçados, eles ficaram o tempo todo zuando um com o outro_(sorrio ao lembrar) Mãe: e você está conseguindo se sair bem?_(ela pergunta me olhando) Vc: felizmente sim, as vezes os treinos acaba sendo um pouco puxados até porque os jogos já está praticamente em cima e temos que treinar muito. Mas eu sempre consigo cumprir tudo_(sorrio orgulhosa de mim mesma) Pai: queria tanto poder ir ver meu bebê jogando_(ele faz uma carinha triste) Vc: não se preocupe, eu faço questão de obrigar alguém a gravar_(sorrio para ele) Mãe: mas não vai ser a mesma coisa_(ela suspira) Vc: bom, se vocês estão preocupados em não poder ir, não fiquem mais, vai ser apenas entre as escolas mesmo_(falei para tranquiliza-los) Endrew: vocês vão poder me ver_(ele sorrir) Vc: é verdade, e eu vou junto_( falo) é... Alguma novidade sobre o Nick?_(pergunto como quem não quer nada) Pai: infelizmente não filha. Onde que esse garoto se meteu em?_(ele se pergunta) Suspirei. É, eu também queria saber onde ele se meteu. Deixei o assunto de lado e comecei a comer o meu almoço, para que desse tempo de descansar antes de ir para o treino. [...] •14:45• Olho para o garoto alto e moreno que acabou de levar uma bolada na cara do próprio amigo e começo a rir, ele em um ato rápido tira a chuteira do pé e joga na direção do amigo, que desvia à tempo de ser atingido. O treino já avia começado, mas o treinador avia ido na coordenação e nos deixou sozinhos aqui, o que resultou em todo mundo do time brincando um com o outro. Olho para o Juliano que vem na minha direção com uma garrafa d'água e começo a dar passos para trás. Vc: nem pense nisso, nana nina não_( estendo os braços na frente do meu corpo) Não dá nem tempo de correr, outro garoto do time me segura e logo depois o Juliano derrama o líquido GELADO em minha cabeça. Vc: Seus cornos, isso está gelado pra caramba_(dou um soco deles) Xxx: EI! DEIXEM NOSSA MASCOTE_(ele grita e joga a bola na cabeça do Juliano) Esse é o meu apelido por aqui, por eu ser a única menina e basicamente a mais baixinha do grupo, eles me nomearam de mascote. Ainda não decorei o nome de todos, mas reconheço todos fisicamente. Sorrio e quando eu ia fazer um sinal para ele, sou surpreendida com o Ramires me tirando do chão e me colando nas costas dele como um saco de batata. Solto um grito assutada e bato nas costas dele que continua correndo. Vc: AI MEU DEUS! ME COLOCA NO CHÃO_( grito rindo e ele gargalha ) RAMIRES SEU IDIOTAAA_( estapeia suas coisas) Ele para e me coloca no chão rindo, quando penso que não, ele segura o meu braço e me dá uma rasteira, fazendo com que eu caia no chão. Ele sai correndo e eu xingo ele por ter feito isso, mas quando ele chega mais na frente, outro menino do time coloca o pé na frente dele e ele sai rolando pelo chão, começo a gargalha ali deitada no chão. Xxx²: JÁ VEM O TREINADOR_( ele grita e todo mundo corre rindo para voltar a fazer o que o professor mandou) Aproveito que estou deitada no chão, e volto a fazer o abdominal junto com o Juliano, o Ruan, O Ramires e mais cinco garotos do time.

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[...] Desço do carro do papai assim que ele estaciona na garagem de casa, pego as sacolas de lanches no banco de trás do carro e fecho a porta logo em seguida. Espero o papai tirar o Endrew da cadeirinha e entramos em casa pela porta que tem na garagem. Vc: aí você vai começar a treinar também?_(pergunto para o Endrew) Endrew: sim, vai ser de tarde igual a você_( ele responde animado) Vc: que legal_(sorrio) Hoje o Endrew me contou que o papai escreveu ele em uma escolinha de futebol, ele já tinha pedido isso há um tempo e por isso estava todo animado, os treinos dele vai começar na segunda-feira, o papai disse que os treinos dele vai ser todas segundas e quartas-feiras. Entramos na cozinha onde a mamãe estava com a Jade e a Lorena. Deixei as coisas no balcão e dei um beijo na mamãe e na Lorena, logo depois na jade. Vc: e você? Vai fazer alguma coisa também?_(pergunto para Jade) Jade: sim!_(ela diz animada) eu vou aprender a dançar!_( ela sorrir) eu vou dançar igual a menina do vídeo_(ela exclama feliz) Sorrio com a animação dela e a abraço forte. Vc: e se brincar. Você vai ser a melhor dançarina do mundo!_( digo sorrindo e ela arregala os olhos) Jade: do mundo? Tipo, do planeta Terra?_(ela pergunta) Vc: sim, do planeta Terra_(afirmo) Jade: QUE LEGAL_( ela grita me assustando) Sorrio e dou um beijo estalado na bochecha dela, me levanto e paro do lado da Lorena. Vc: cadê o vagabundo do meu irmão?_(pergunto) Lore: ele foi na casa do Tony, para ver como ele está_(ela diz me olhando) Vc: ah... Depois eu passo lá também, para ver como o tio tá_(sorrio cansada) bom, eu vou tomar um banho, depois eu volto aqui. Dou um tchauzinho e saio da cozinha, subo as escadas correndo e vou para o meu quarto. Vc: Vou ter que lavar o cabelo por causa daquele idiota do Ruan que tacou terra em mim_(resmungo sozinha) Vou até o closet e pego uma roupa qualquer, depois sigo para o banheiro e deixo a roupa pendurada atrás da porta, e após tirar as roupas que estava vestindo, entro no box. ••• Toco a campainha da casa do tio Tony e espero uns minutos até toca-la novamente, a porta se abre e o tio Tony aparece no meu campo de visão, ele vestia uma roupa folgada e tinha um semblante cansado, seus cabelos estavam um pouco bagunçados e ele segurava um celular na mão. Suspiro pesadamente e os meus olhos se enchem de lágrimas por ver o tio assim, a última vez que o vi desse jeito, foi quando a tia Nicole faleceu. Me aproximo dele e abraço-o apertado. Vc: eu vou bater nele quando ele aparecer, só porque ele deixou o senhor preocupado_(digo ainda abraçando ele e ele rir fraco) como o senhor está?_(pergunto me afastando dele) Tony: só estou um pouco cansado e preocupado_(ele responde) Vc: o senhor já comeu? Dormiu?_(perguntei lhe olhando preocupada e ele não respondeu) senhor Stark_( arqueei sobrancelha) Tony: senhor Stark?_(ele rir) Quando pequena, eu sempre chamava ele de tio Stark ou Sr. Stark. Porque eu sempre gostei do homem de ferro, e como o nome dele era Tony Stark, eu nomeei o tio Tony com o "sobrenome Stark" e ele sempre achou engraçado. Mas na verdade, o nome dele é Tony Walker Vincente. Vc: vem, eu vou fazer algo para o senhor comer_(entro puxando a mão dele) Tony: não precisa Sam_(ele diz) Vc: o senhor 'ta parecendo uma criança, sério_(resmungo) Digamos que, eu basicamente obriguei ele a comer alguma coisa, eu posso não ligar para a minha alimentação, mas quando se trata da alimentação de alguém que eu amo, eu faço ela comer até pelos buracos do nariz. Agora estamos na sala de visitas. Aqui existe duas salas, a principal e a de visitas. O tio Tony estava sentado deitado no sofá (talvez ele tenha sido obrigado) e eu estava sentada do chão, ele tinha tomado uma xícara de chá que eu avia preparado e agora estava deitado. Tony: posso fazer uma pergunta?_(ele pergunta depois de uns minutos de silêncio) Vc: claro_(sorrio) Tony: por quê?_(ele pergunta e eu o olho confusa ) por que vocês brigaram?_(ele refaz a pergunta) Suspiro e me encosto na mesa de centro, olho ao redor e me recordo da briga que tive aqui com a fani antes de ir para mim casa ontem. Vc: eu não entendi muito bem, mas ele chegou lá em casa com muita raiva_(começo me lembrando do dia) ele começou a me acusar de uma coisa que eu não fiz_( ocultei o motivo dele está me acusando para o tio Tony não ficar chateado) eu acabei ficando com muita raiva por ele ter acreditado em uma amiga que ele conheceu basicamente agora, do que em mim_(disse aflita) nos dois ficamos exaltados e descontamos o velho e o novo_(resumi o máximo) e depois, ele foi embora_(disse pensativa) Um silêncio se instalou ali, eu olhava para o chão relembrando daquela noite, mas sentia os olhos do tio sobre mim. Tio Tony: sabe, eu fico triste quando vocês brigam, o Nick nem se fala, ele se tranca no quarto e não sai para fazer nada, mas dessa vez, ele não está no quarto_(ele diz com os pensamentos longe) Vc: mesmo estando muito chateada com ele, eu estou preocupada de que tenha acontecido alguma coisa com ele_( suspirei ) o Nick as vezes é muito sem noção, não sei o que está acontecendo com ele, ele não era assim. Ele mudou, as vezes ele faz coisas que me machucam pra caramba, e ele sabe que isso vai doer em mim_(disse triste) Tio Tony: isso é tudo culpa minha_(ele diz desviando o olhar para outro canto) se eu não estivesse todo tempo viajando a trabalho, ele talvez não agisse assim_(ele diz se sentindo culpado) Suspiro sem saber o que dizer. O tio Tony é um ótimo pai, mas quando a tia Nicole faleceu, ele mudou, talvez ele não soube lidar com a morte dela e por isso decidiu focar apenas no trabalho, mas ele acabou esquecendo que tinha um filho adolescente em casa. Muita das vezes eu peguei o Nick chorando por não ter um pai presente por perto, mas ele sempre falava que entendia o pai dele, e que sabia que a "melhor" forma que o pai dele encontrou de "superar" o luto foi trabalhando. Vc: não se culpe senhor Stark, cada um tem seu jeito de lidar com o luto, o Nick entende o senhor. Mas eu acho que vocês dois deveriam conversar sabe? Vocês estão precisando disso, tanto o Nick como o senhor_(tentei amenizar) Tio Tony: é, eu sei disso, mas ambos sempre fogem quando se trata disso_( ele suspira ) eu amo o meu filho, você não tem noção do quanto eu o amo_(ele diz com a voz embargada) e eu não quero perder mais uma pessoa importante na minha vida_(ele continua) Quase entrei em desespero quando ele começa a chorar, nunca soube lidar com um adulto chorando. Me levantei do chão e o puxei para um abraço bem apertado. Afinal, um abraço é melhor que mil palavras. Depois que o abracei, ele voltou a deitar no sofá e agradeceu pelo abraço, eu apenas sorri para ele e levei as coisas para a cozinha. Depois de ter lavado as coisas, voltei para sala, mas quando cheguei lá, ele estava dormindo, então eu fui para casa.

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Assim que passo pela porta, o interfone começa a tocar, parecia mais que ele estava me esperando. Vc: agente Samisami na escuta, manda as ordens, câmbio_(brinquei ao atender e ele gargalhou) Porteiro: agente mexicano barrigudo na linha. Agente Samisami, aqui na portaria tem uma caixa para você, aparentemente uma encomenda, câmbio_(ele diz do outro lado da linha) Vc: para mim? Mas eu nem comprei nada, câmbio_(digo confusa) Porteiro: você disse isso das outras três mil vezes, câmbio_(ele diz rindo) Vc: ok ok, pode mandar o americano falsificado trazer, câmbio_(respondo rindo) Porteiro: ok, o americano falsificado vai levar até a casa da senhorita, câmbio_(ele diz) Vc: estarei a espera, câmbio_(digo antes de desligar) Quando o Pepe chego aqui para trabalhar como porteiro, eu tinha apenas cinco anos e ele tinha por volta dos seus 29 anos, ele falava engraçado e era um pouco barrigudo, peguei amizade com ele fácil fácil, ele era muito legal e sempre brincava comigo e com o Nick. Já o Jeferson começou a trabalhar aqui muito cedo, eu ainda não era nascida. Quando ele começou a trabalhar aqui, ele tinha 19 anos e eu estava na barriga da minha mãe, minha mãe tinha acabado de descobrir que estava grávida. Ele trabalha de entregador do condomínio, sempre que chega alguma encomenda, ele leva nas casas. Os apelidos surgiram do nada, nomeei o Pepe de "mexicano barrigudo" porque ele realmente é o mexicano, mas a parte do barrigudo foi ele mesmo, eu apenas chamava ele de mexicano, ele disse que o nome era sem graça e por isso deveria ter o "barrigudo". Já o Jeferson parece ser americano, mas ele não é americano. Ele é bem alto, loiro e tem os olhos azuis, e por isso chamamos ele de "americano falsificado", ele tinha tudo para ser americano, mas nasceu no Brasil. Não demorou muito e a campainha tocou, peguei a encomenda e conversei com ele por uns minutinhos, depois eu entrei e fui para o meu quarto. Chegado no quarto, me sentei na cama e comecei a abrir a caixa, era uma caixa normal que tinha o meu endereço e meu nome nela. Dentro da caixa tinha uma outra caixa, mas era uma caixa de presente vermelha com um laço amarelo. Desmanchei o laço e abrir a caixa, estranhei ao ver um ursinho de pelúcia dentro, mas não era um ursinho qualquer, era o ursinho que o Nick queria me dá uma vez que fomos ao parque, mas ele não conseguiu a pontuação necessária para pega-lo. Segurei o urso na minha frente e o analisei, era igualzinho ao do parque: um panda do tamanho médio, que segurava um coração, e no coração tinha escrito "você é minha pessoa preferida, amo você". Mas como que ele me enviou isso? Não faz sentido. Peguei o envelope vermelho que veio junto e abrir. " Era como se eu dissesse, sem dizer, “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”. Procurei algum nome, mas só tinha escrito "seu admirador secreto". Olhei para o urso novamente e fechei a cara, rasguei o envelope e joguei o urso do outro lado do quarto. Vc: esse idiota, todo mundo aqui preocupado com ele, e ele enviando porcaria pelos correios_(disse com raiva) o que foi!? É verdade, todo mundo aqui preocupado porque ele sumiu, aí do nada chega um ursinho que ele queria me dá de presente?_(falei olhando para o ursinho que estava no chão, como se estivesse me olhando) Me levantei da cama, peguei as caixas e amassei o máximo que pude, depois fui até o lixeiro e coloquei lá, voltei para perto da cama e peguei o telefone, sem pensar duas vezes, disquei o número de telefone do Nick e liguei. Chamou, chamou e ninguém atendeu, revirei os olhos e desliguei bufando logo em seguida. Vc: onde foi que esse garoto se meteu em?_(me perguntei) Balancei a cabeça suspirando logo depois, fui até a minha mochila que estava jogada no canto da cama e peguei a mesma. Me sentei na cama e abri a mochila pegando os cadernos. Vc: é melhor eu ir fazer essas atividades logo_(falei para mim mesma) E ali eu passei o finalzinho da tarde fazendo as atividades que já estavam se acumulando.

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[...] •20:13• Olhei para a Lorena com cara de tédio que apenas levantou as mãos para o ar e riu, olhei para o Gui e bati com a colher de pau no braço dele. Gui: ai ai ai_(ele resmungou alisando o braço) oh mãe!_(ele reclama) Vc: oh mãe_(imitei ele) Tony: eles só tem idade né?_(ele diz para o papai que concordar) Mãe: dá para vocês dois pararem de brigar?_(ela pergunta com as mãos na cintura) Vc: oh Lorena, se você quiser sair dessa casa com namorado, eu lhe aconselho a tirar ele de perto de mim_(avisei para ela que riu) Jade: eu quero comer_( ela diz ) Endrew: eu também_( diz ele logo em seguida) Pai: tô com vocês baixinhos_( o papai fala se levantando) Acontece que decidimos vir para casa do tio Tony jantar aqui, sem o convite dele é claro. Mas digamos que imprevistos acontecem e eu sem querer derrubei água no Gui que fez questão de me derrubar no chão. Tony: essa cozinha vai pegar fogo com vocês dois juntos_(ele diz sorrindo, mas dá para perceber que ele está triste pelo filho dele que não está aqui) Vc: que nada senhor Stark_(sorri para ele) sou um cozinheira de mão cheia_( seguro a colher de pau na minha frente) Gui: é tão cozinheira que uma vez colocou açúcar no arroz ao invés do sal_(ele debocha) Vc: aí cala a boca garoto, você colou sal no suco, me poupe_( joguei os cabelos nele e fui me sentar) pelo menos ele virou arroz doce e o seu?. Lorena: essa família só tem doido_(ela diz rindo) E ali seguiu o jantar, que nem estava feito ainda, foi uma bagunça só. Claro que todo mundo estava com um pé atrás por causa do Nick, todo mundo estava alí na intenção de distrair o tio Tony. Depois do janta, ou melhor: um quase jantar. Voltamos para casa, o Gui e a Lorena ficaram de dormir aqui em casa por conta do horário, e eu vim para o meu quarto me organizar para dormir. Retirei os livros e os cadernos de cima da cama e coloquei tudo em seu devido lugar. Troquei a roupa que eu estava por um pijama confortável e desliguei tudo antes de me deitar na cama. Fechei os olhos por uns minutos ou talvez horas, mas nada do sono vim, virei para o lado e mesmo no escuro consigo ver o porta retrato em cima do criado-mudo, era um foto minha e do Nick. Suspirei e levantei um pouco a cabeça para olhar o urso que ainda está no chão do outro lado do quarto. Vc: esquece isso_(digo para mim mesma) vamos pensar em outra coisa, ele está bem_( falo me virando para cima) Comecei a fitar o teto pensando em várias coisas que não envolva o ninguém, nem o desconhecido e nem nada que me deixe mal. Vc: como que aqueles índios conseguem fazer aquelas casas no meio do mato apenas com uma pá que nem de ferro é?_(me pergunto) isso é uma mentira, o barro é duro demais, para fazer um buraco na areia é difícil, imagine no barro?_(falo comigo mesmo) Viro para o lado e olho para o relógio, 2:39 da madruga. Vc: é melhor tu ir dormi doida, amanhã tem aula_( resmungo) que nada, eu vou é beber água_(respondo sozinha) Desci da cama e com muito cuidado para não fazer barulho, abro a porta do quarto e saio. Desço as escadas nas pontas dos pés e quando estou preste a entrar na cozinha, quase dou um grito quando vejo meu irmão sentado no balcão com uma tijela na mão. Vc: que susto poxa!_(coloquei a mão no peito) não estou acostumada a ver coisas feias na minha cozinha_(disse indo até a geladeira) Gui: hehehe que engraçadinha_(ele diz sorrindo falso) Vc: você está comendo meus Sucrilhos? Eu vou te bater_(disse indignada e ele nem ligou) Gui: na caixa tem escrito "Sucrilhos O original" e não "Pertence a Samantha"_(ele diz debochado) Vc: não precisa ter o meu nome 'pra ser meu_(resmunguei) o que é que foi?_(perguntei ao ver ele estranho) Gui: nada ué_(ele dá de ombro) Vc: nada?_(perguntei e ele assentiu sem me olhar) nada mesmo?_( me aproximei dele) Gui: olha... Eu sei que talvez você não esteja lingando para o sumiço do Nick, e sei que vocês estão brigados e que eu queria bater nele, na verdade, a vontade ainda não passou_(ele começa) mas eu realmente estou com medo de ter acontecido algo com ele_(completa) o Nick não é de sumir assim e você sabe disso. Suspiro, sei que todo mundo está pensando que eu não estou nem aí para o Nick. Mas não, eu estou preocupada com ele sim, só tento não demostrar, hoje faz dois dias que ele sumiu como que eu não vou ficar preocupada? Vc: parece que eu sou um péssima amiga né?_(rir sem humor) eu tô com muita raiva dele, de verdade. Mas eu estou preocupada com aquele idiota_(suspirei novamente) Ele me olhou por uns minutos e depois me abraçou, o nó queria se forma em minha garganta, mas eu tratei de respirar bem fundo para não chorar. Gui: o que você tá fazendo acordada essa hora?_(ele pergunta me soltando) Vc: não estou conseguindo dormir, e você?_(pergunto) Gui: a Lorena me expulsou do quarto porque eu coloquei uma aranha em cima dela, aí os gêmeos estão dormindo com ela_(ele diz rindo) e nossos pais disse para ela me colocar pra dormir no quintal_(continua) Vc: você é um atentado_(falei rindo) Gui: venha, o maninho vai por você na cama_(ele diz se levantando e vindo na minha direção) Vc: nem vem, são quase três horas da manhã e eu não posso gritar_(disse dando passos para trás) Arregalei os olhos quando ele me pegou de supetão nos braços e foi subindo as escadas comigo deixando as luzes ligadas. Tentei não rir ou gritar para não fazer barulho, mas nada me impediu de bater nele. Acabou que nem água eu bebi. Assim que ele entrar no meu quarto e fecha a porta, ele vai até a cama e me joga em cima dela, logo depois se deita sobre mim. Vc: meu Deus! Eu vou morrer esmagada_(falei desesperada) Gui: aí, confesso que eu estava com saudades disse_(ele diz me abraçando) Vc: Guilherme, você vai me matar!_(exclamei sufocada) Gui: deixa de ser chata_(ele resmunga ainda em cima de mim) Vc: você está literalmente me fazendo de colchão!_(reclamo tentando empurrar ele) Ele finalmente me larga e se deita ao meu lado, me ajeito na cama e nos dois ficamos olhando para o teto, nem eu, e nem ele fala nada. Gui: como você tá?_(ele pergunta quebrando o silêncio) digo, em relação a tudo, a escola; aqui em casa; com o Nick; com a vida_(ele explica) Fico uns minutos em silêncio, tentando acho uma resposta coerente. Venho fugindo de perguntas como essas há tanto tempo, mas sempre tem alguém para faze-las. Vc: vai indo tudo bem. Menos a minha relação com o Nick né, você sabe_(dou de ombros tentando fugir e ouço ele suspirar) Gui: sabe... Eu... Deixa para lá_(ele começa mas logo desiste) vamos dormir_( ele diz se ajeitando na cama para dormir) Vc: Gui..._(tento dizer algo, mas ele me interrompe) Gui: vamos dormir que é melhor. Boa noite, te amo pequena_(ele beija minha testa) Já faz um tempinho que ele está assim comigo, não sei o que aconteceu, mas ele sempre tenta me contar algo e logo desiste. Suspirei cansada e deixei isso para lá, não quero pressiona-lo nem nada. Vou deixar tudo no tempo dele. Vc: boa noite, te amo chato_(respondo depois de uns minutos) Me cubro com o lençol e viro para o lado da varanda, fico olhando as cortinas até o sono bater.

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•9:00.a.m• Olho para o caderno do Dylan e confiro se ele escreveu a palavra que ele estava em dúvida certa. Vc: pneumáticos se escreve com "u" e não com "l", ok?_(falei e ele assentiu) Estávamos fazendo uma atividade de biologia em dupla e já estávamos na décima questão. Ao todo são vinte e cinco questões, mas não iria dá para terminar tudo, pois faltavam dez minutos para o intervalo. Dylan: ok. A resposta do décimo primeiro é essa aqui né?_(ele pergunta apontando para o livro) Vc: sim, aí depois que você escrever isso aqui, você completa com essas três palavras no final beleza?_(expliquei para ele que concordou) Ramires: ei pow, qual é a resposta do oitavo?_(ele pergunta) Vc: sei não_(respondo tentando me concentrar para achar a resposta do resto) Ruan: vai pow, diz aí_(ele diz cutucando meu braço com o lápis) Vc: se tu me cutucar de novo, eu vou fazer tu engolir esse lápis_(falo olhando para ele que sorri me mandando beijo) Ramires: vai, me diz só essa_( ele balança meu braço) eu pago o que você quiser no lanche_(ele diz e eu sorrio) Vc: a resposta está bem no começo da página cento e vinte_(respondo) Ruan: cara, a resposta bem na nossa cara e nós não vimos_( fala ele olhando para o Ramires) Ignorei os dois e voltei a fazer a atividade com o Dylan, mas não demorou muito e o sinal tocou. Prof. Cláudio: pessoal, vamos deixar para terminar tudo na próxima aula, guardem os livros com cuidado por favor_(ele avisa e sai da sala) Juntamos tudo e saímos para o pátio. Quando chegamos lá, cada um comprou o que quis, e como prometido, o Ramires pagou o meu lanche. Nos sentamos em uma mesa que fica perto de uma árvore e ficamos conversando coisas aleatórias, até que o Juliano toca no nome do Nick. Juliano: vocês tiveram alguma notícia sobre o Nick?_(ele pergunta bebendo um pouco de refrigerante logo em seguida) Vc: por enquanto nada_(suspiro cansada) eu até tentei ligar para ele ontem, mas só chamou_(continuei) Tevo: eu acho isso muito estranho_(ele comenta) Ramires: né isso, talvez ele apenas esteja em algum hotel não sei_(ele diz) Vc: não, ele não está em um hotel. O pai do Nick rastreou a localização dele e o lugar que ele está, não dá para rastrear_( respondo) mas o engraçado é que tem sinal. Ruan: isso tá muito estranho Vey, será que ele está fazendo isso de propósito?_(ele pergunta) Vc: ele não é nem louco, se ele tiver fazendo isso, eu juro que vou bater nele_( falei e Dylan me olhou) Dylan: afinal, qual foi o motivo da bri..._(ele é interrompido quando alguém chega) Fani: você tem alguma notícia do Nick?_(ela pergunta e eu a ignoro) eu tô falando com você_(ela diz e olho para frente ignorando-a) garota você tá surda?_(ela pergunta segurando o meu braço com força) Vc: te dou três segundos para você tirar essa mão asquerosa de mim_(digo de olhos fechados, tentando não me irritar) Acontece que venho ignorando ela desde o dia da nossa discussão na casa do Nick, e depois das coisas que ela fez, eu venho tentando o máximo não trombar com ela. Fani: eu fiz uma pergunta_(ela fala) Vc: e eu não estou nem ai_(respondo) Fani: mas eu quero que você né responda_(ela diz autoritária) Vc: problema é seu!_(me virei para ela) você é tão ridícula_( digo com raiva) se você realmente se preocupasse com ele, você não teria feito aquilo. Você sabe muito bem que o ponto fraco é a mãe dele e fez isso_( me levantei ficando frente a frente com ela) você foi baixa em um nível que se eu fosse você, eu teria vergonha por ter inventado essa mentira. Criar conversas falsas no whatsapp? Sério? Isso é coisa de criança!_(exclamei me aproximando cada vez mais dela) Minha respiração estava ficando acelerada, eu estava com tanta raiva que estou sentindo o meu corpo quente. Vc: você mecheu na ferida dele de propósito, você é podre!_(falei apontando o dedo na cara dela) se o seu problema é comigo, resolva comigo ao invés de inventar mentira para ferir os outros sua covarde_( disse séria olhando nos olhos dela) vai fazer três dias hoje a noite que ele sumiu por sua culpa. Se você não tivesse feito tudo isso, ele estaria aqui_( digo com a voz falha no final) você sabe como o pai dele está? Em?_(perguntei) Dei mas uns passos na direção dela que andou para trás assutada e vi pelo canto dos olhos os meninos que até agora estavam observando tudo se levantando. Vc: EM?_( aumentei o tom de voz) você sabe como o pai dele está? Faz três dias que ele não come e bem, e nem dorme direito! Três dias!_(exclamei com raiva) Fani: foi você que brigou com ele, não eu. A culpa é sua!_(ela diz raivosa) Vc: se você não tivesse armando tudo, a gente não teria brigado e ele não estaria desaparecido agora_(falei me aproximando mais) Sinto alguém segurando minha cintura e me puxando para trás devagar. Ramires: vem, vamos sair daqui. Não gaste seu tempo com ela_(ele diz tentando me acalmar) Por um milésimo, eu a vi sorrindo de lado, mas logo depois ela ficou séria novamente. Ela me olhou com ar de deboche e eu quis ir em cima dela, mas não podia. O Ramires me leva para trás da escola junto com os garotos que estavam calados. Vc: eu não vou chorar, eu não vou chorar_(repeti para mim mesma com um nó na garganta enquanto olhava para cima) Dylan: Sam..._(ele me chama) Vc: como que ela conseguiu bagunçar minha vida em tão pouco tempo?_(pergunto com as mãos na cabeça) como? Eu vou ficar maluca, e-eu vou ficar maluca_(falei com a voz falha tentando segurar o choro) Tevo: não prenda o choro Sam, isso faz mal_(ele diz tirando minhas mãos do meu cabelo) Ramires: pare com isso. Venha cá_(ele diz me puxando para um abraço) Vc: eu tô ficando maluca_(disse contra o peito dele) Ramires: não, você não está_(ele diz ainda me abraçando) Juliano: ah se eu fosse mulher..._(escuto ele dizer) Ruan: você tem que descansar a mente um pouco_(ele diz do meu lado) O Ramires faz um carinho e depois beija meu cabelo, ele me solta e os garotos me abraçam em grupo. Segurei o choro até o final, mas uma lágrima teimosa caiu no canto do meu olhos. Eu sabia que independe de tudo, eu poderia contar com esses garotos. Eles sempre me protegem e sempre tentam me ajudar, mas eu tenho medo do que possa acontecer com eles por minha causa.

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Entramos na sala e cada um foi para o seu assento, esperamos por uns minutos o professor de educação física entrar na sala, mas somos pego de surpresa quando quem entra na sala é o professor de geografia. Teles: bom dia pessoal_(ele diz parando na frente do quadro) hoje o professor Márcio teve um imprevisto e não pode chegar aqui na escola, mas ele pediu que vocês do time de futebol, treinasse em casa ou corressem em alguma praça_( ele avisa) Ruan: iae? Nos encontramos naquela praça que tem um pé de tamarindo no meio?_(ele pergunta virando-se para nós) Vc: por mim, tudo bem_(dou de ombros) Ramires: de boa_(ele diz) Juliano: já que moramos perto, a gente vai junto beleza?_(ele diz para o Ramires que concordou) Dylan: cara, não vai dá. Tenho que resolver algumas coisas e ligar para minha família, para ver como eles estão_( ele fala parecendo cansado) Tevo: olha, eu topo, mas talvez eu chegue mais tarde_(ele avisa ) Marcamos as coisas direitinho enquanto o professor fala sobre uma coisa que não tinha nada a ver com a aula dele. Meia hora depois, o sino toca e ele sai da sala de aula. Depois de uns meninos, a professora de matemática entrar em sala de aula, fazendo a metade da sala suspirar de tédio. Prof. Simone: bom dia turma, vocês já sabem que estou substituindo a aula do professor Márcio que não pode comparecer hoje na escola_(ela começa colocando as coisas em cima do birô) então, sem mais delongas, peguem o livro de matemática e abram na página duzentos e e trinta e dois_(ela manda) Os alunos reclamam e tudo mais, mas com essa professora é impossível ficar sem fazer nada. Pegamos nossos livros e abrimos na página indicada. Prof. Simone: façam as questões vinte e sete até a questão trinta e dois_( ela ordena e todo mundo começa a reclamar) Emerson: poxa professora, só a questão trinta vale por mil questões. A bixa vai da letra "a" até a letra "h"_(ele reclama) Marcos: né isso professora, a senhora só tem uma aula. Pense bem_( ele diz) Ramires: vai 'fessora, anula essa aí vai_( ele pede ) Prof. Simone: nem uma questão vai ser anulada. E quem reclamar de novo, eu vou aumentar mais cinco questões_( ela ameaça) Todo mundo começa a reclamar de uma vez só, mas depois começamos a fazer as questões na força do ódio. [...] Olho para o papai que se mantém sério e concentrado na estrada, levo meu olhar de volta para a Jade e o Endrew que estão no banco de trás dormir, e suspiro frustada. Vc: e ninguém falou nada?_(perguntei meio nervosa) Acontece que finalmente o Nick atendeu o telefone. Mas o problema é que ele não falou nada, absolutamente nada. Pai: não. O Tony disse que só dava para ouvir a respiração do outro lado da linha_( ele repete o que avia falado) Aparentemente o tio Tony ligou para o telefone do Nick um pouco antes das onze horas, e depois de tanto chamar, alguém finalmente atendeu a chamada, não se sabe exatamente se foi o Nick que atendeu. O papai disse que o tio Tony falou que ninguém respondia nada, só dava para escutar uma respiração profunda do outro lado do telefone. A chamada só durou um minuto porque depois, a outra pessoa desligou. Vc: que merda_( suspirei passando as mãos nos cabelos) Pai: o Tony até ligou para a polícia tentar rastrear, mas ele só vai poder ir na delegacia as três horas_(ele diz parecendo está irritado) Vc: o que!? As três horas?_(perguntei de olhos arregalados) pai, não são nem meio dia e meia ainda_( exclamei) Pai: foi isso que falamos, mas infelizmente não vamos poder fazer nada_( ele disse irritado) a polícia disse que iria analisar tudo e só ia poder dá a resposta depois_( ele aperta o volante do carro) Vc: e o tio Tony não pode ir em outra delegacia?_(perguntei ) Pai: não, se não ia demorar mais ainda. O trabalho está todo nas mãos dessa delegacia. Passei as mãos no rosto e suspirei fundo. Não demorou muito e logo chegamos em casa, quando o papai deixou o carro na garagem, eu peguei a Jade no braço, e ele pegou o Endrew, e logo depois entrando em casa.

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Na hora do almoço, eu não consegui comer muita coisa porque fiquei pensando no que o meu pai tinha falado. E se o Nick estivesse perdido? Ou precisando de ajuda? E se ele estiver machucado ou algo do tipo?. Deixei a preocupação de lado e voltei minha atenção para o meu reflexo no espelho, arrumei o rabo de cavalo que eu avia feito nos cabelos e suspiro logo em seguida. ________ _sub_ você anda suspirando de mais. _claro, se eu não respirar, eu morro né! _sub_ ah, é mesmo ________ Me abaixo e dou um laço no cadarço do sapato. Me levanto e vou até a penteadeira para passar um pouco de protetor solar, e assim que termino de passar, pego os fones sem fio e saio do quarto. Chego na cozinha e vou até a geladeira para pegar a garrafa de água que eu avia colocado lá. Vou até a sala e me despeço do papai e das crianças que estavam assistindo "os Minions". A mamãe não estava em casa porque foi até a agência para resolver alguma coisa. Saio de casa e me certifico que fechei tudo direitinho. Após sair totalmente do condomínio, ponho os fones e coloco a playlist no aleatório, a primeira música que começa a tocar é "Run" do BTS. A minha playlist é bem aleatória, tem música de todo tipo: BTS, Taylor Swift, Coldplay, Now United, Bruno Mars, Blackpink, One direction, ferrugem, Harry Styles, Ruth B. E por aí vai. Como a praça que eu combinei de me encontrar com os meninos não ficava tão longe, eu decidi já ir correndo. Eu estava tentando distrair minha mente, então correr e escutar música pode me ajudar muito. A medida que eu chegava mais perto da praça, o meu corpo relaxava e eu me sentia aliviada pois sabia que não ia acontecer nada comigo. Enquanto vinha para praça, me sentir observada e vi um homem de moto me seguindo. Não consegui reconhece-lo pois ele estava todo de preto e de capacete. Ramires: você parece assutada_(ele diz me observando assim que chego perto dele) Vc: aquela moto estava me seguindo_(disse apontando) Ruan: mas não tem nem uma moto ali_(ele diz confuso) Olho ao redor a procura da moto que estava me seguindo e não vejo nada além de pessoas e carros. Vc: mas tinha uma moto bem ali, ela estava ali_( exclamei apontando para o local) Juliano: ok. Agora respira, se tinha uma moto te seguindo, nos não vamos deixar quem quer que seja mexer com você_( ele fala tocando no meu braço) Balancei a cabeça e respirei fundo. O Juliano me abraça de lado e depois bagunça meu cabelo. Vc: o Tevo ainda não chegou?_(perguntei) Ruan: chegou, mas ele foi comprar água para ele_( ele me respondeu) Ruan: você está bem para começarmos?_(ele pergunta parecendo preocupado) Vc: estou bem sim, só fiquei um pouco assutada_( forcei um sorriso) A verdade era que eu estava morrendo de medo. E se fosse a pessoa que está me atormentando? E se ele fazer alguma coisa com os garotos só porque eu ainda não me afastei deles como ele pediu?. Juliano: fique sempre perto de um de nós_(ele diz sério e eu concordo) Tevo: iae? Vamos?_( ele diz chegando com uma garrafa na mão) Ramires: vamos_( ele fala estalando os dedos) O Ruan e o tevo foram os primeiros a sair em disparada pela praça, logo atrás deles estava eu e o Juliano, e pelo último, o Ramires. ••• Já havia feito uns 30 minutos que estávamos correndo, a posição continuava a mesma, a diferença era que agora, o Ruan estava um pouco mais a frente do tevo. Sinto uma coisa passando por mim na velocidade da luz, quase me levando junto e fico confusa. Quando olho direitinho, paro de correr e começa rir com a mão na barriga do Ramires que corre feito louco de um cachorro. Ele literalmente, nos ultrapassou em segundos. O Juliano gargalhava alto ao meu lado, enquanto os meninos faziam o mesmo na nossa frente. Um homem que suponho ser o dono do cachorro, aparece correndo em direção do cachorro e tenta pegá-lo, mas a missão é falha. Arregalei os olhos quando percebi que o Ramires vinha correndo em nossa direção e o cachorro vinha logo atrás dele. Não tive muito tempo de reagir porque ainda estava em download, mas acabo despertando quando o Juliano com apenas UM BRAÇO, me pega pela cintura e me tira da frente do Ramires e do cachorro. Juliano: você quer virar batata amassa doida?_(ele pergunta rindo) Vc: eu não conseguir reagir_(respondi ainda me recuperando do susto) Quando finalmente o dono do cachorro consegue alcança-lo, o Ramires vem na nossa direção com os olhos esbugalhados, mas dessa vez ele vinha andando e não correndo. Ramires: nunca mais... Eu venho... Para essa praça_(ele diz tentando recuperar o fôlego) Tevo: cara, você correu tanto, que eu pensei que você estava numa maratona_(ele diz rindo) Juliano: você quase que levava a Sam junto com você_( ele fala rindo da cara do Ramires) Ruan: vamos correr mais um pouco?_(ele pergunta debochado para o Ramires que o responde com o dedo do meio) que feio rapaz_(ele diz irônico) Vc: vamos sentar um pouquinho, o bixinho 'tá cansado_( falei por fim e eles concordaram) Fomos ao banco de concreto mais próximo, e nos sentamos para descansar por um tempo.

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[...] °°16:58°° Me despeço dos garotos que fizeram questão de me fazer até o condomínio onde moro, e entro no mesmo depois de comprimento o "mexicano barrigudo" e alguns moradores metidos que estavam na portaria reclamando de alguma coisa como sempre. Assim que entro em casa e vou em direção a sala, dou de cara com a Lorena e com a mamãe bem na entrada. Vc: alguma novidade?_(pergunto esperançosa) Mãe: por enquanto nada, o seu pai e o sei irmão decidiram ir com o Tony para a delegacia e até agora não voltaram_(ela suspira) Lorena: eu tô nervosa_(ela diz estalando os dedos) Vc: mesmo estando com raiva dele, eu estou começando a me preocupar de verdade_( confesso um pouco nervosa) eu espero que esteja tudo bem com aquele idiota. Mãe: não podemos ficar nervosa nem nada, isso no momento não vai ajudar_(ela fala tentando nos tranquilizar) Vc: eu vou tomar um banho rápido, daqui a pouco eu volto_(aviso e vou de encontro a escadas) Subo as escadas correndo e entre no quarto assim que chego na frente do mesmo. Tiro os sapatos e as meias, deixando-as no canto da porta e solto os cabelos. Coloco os fones em cima da cama junto ao celular e retiro a faixa que estava usando na cabeça. Pego o celular e olho se tem alguma chamada ou mensagem do Nick, mas nada e por incrível que pareça, não tem nem uma mensagem do desconhecido além das dos grupos da escola, envio a foto que tirei com os meninos para o grupo que tem no whatsapp do time de futebol e desligo o celular logo em seguida, colando ele de volta na cama. Fui para o closet e peguei uma roupa que fosse confortável, peguem um conjunto de peças íntimas e segui para o banheiro em seguida. Me despi e entrei no box do banheiro para tomar o meu banho e aproveitei para lavar o cabelo. Depois de um tempo, saio do banheiro já vestida e com os cabelos secos. Olho no relógio da cabeceira e vejo que são 17:40, arregalo os olhos surpresa pela quantidade de tempo que passei no banheiro e bom, acho que acabei de acabar com a água do planeta Terra. Coloco o celular para carregar e ligo o ar-condicionado, checo se as janelas estão fechadas e saio do quarto indo para o andar de baixo. Chego na sala e automaticamente o meu corpo fica rígido ao ver todos sentados no sofá com as expressões sérias. Os gêmeos não estavam aqui, então eles estavam provavelmente dormindo. Vc: aconteceu alguma coisa?_(pergunto preocupada me aproximando) Vejo o tio Tony e meu pai suspirando ao mesmo tempo e engolir seco. Gui: acharam uma gravação de uma câmera de segurança que ficava perto de um local que supostamente o Nick estava_(ele começa) na gravação um garoto aparece andado de skate na rua e cai logo em seguida no chão_(ele fala) depois mostra ele se lavando e indo embora como se nada tivesse acontecido. Pai: e eles pegaram outra gravação de uma casa um pouco mais distante e viram o garoto passando pela rua com uma garrafa na mão e dobrando a esquina, onde não tem câmeras por sinal. Ai depois de uns minutos, um carro preto passa em alta velocidade_( ele suspira) Vc: e esse garoto era o Nick?_(pergunto com medo) Tony: as imagens estavam bem embaçadas, mas tudo indica que é o Nick sim_(ele me responde aflito) Sinto um arrepio percorrer por todo o meu corpo e suspiro tentando pensar positivo. Vc: vamos torcer para não ser ele_(tentei motiva-los) eu vou voltar para o meu quarto_(disse depois de uns minutos em silêncio) Subo em silêncio para o meu quarto e quando chego no mesmo, fecho a porta e me deito na cama.

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Não sei exatamente há quanto tempo eu estou aqui deitada na cama olhando para o tento. Vários pensamentos passaram pela minha cabeça nesse curto, ou talvez longo tempo. Só percebo que já é tarde quando o Gui entra no meu quarto avisando que a janta já está pronta e que a mamãe estava me chamando para comer. Vc: que horas são?_(pergunto confusa) Gui: já são quase oito horas_(ele responde ) Vc: já!?_(pergunto de olhos arregalados ) enfim, diz a mamãe que eu não estou com fome_( peço) Gui: a janta é pizza, o tio Tony também vai comer aqui em casa_(ele fala na tentativa de me convencer) Vc: mas eu não estou com fome. Aliás, que janta saudável_( disse debochada no final) Eu estava preocupada com o Nick e isso acabou tirando o meu apetite, sei que brigamos feio antes dele sumir, mas eu ainda me preocupo com ele, e sei que se ele estivesse no meu lugar estaria da mesma forma e talvez estivesse por aí tentando me achar. Gui: eu sei que você está preocupada, mas ficar sem comer não vai ajudar_(ele diz sério) Vc: eu sei disso, mas eu não quero comer agora, depois eu como algo_( reviro os olhos) Ele me olhou e respirou fundo antes de fechar a porta e sair. Me virei para o outro lado e me estiquei na cama para pegar o controle da tv. Ligo a tv e procuro por algum programa legal, e depois de tanto procurar, decido deixar em um programa de culinária que estava passando. [...] Levanto da cama com o celular na mão e vou até a varanda do quarto. Já era tarde da noite e eu não estava conseguindo dormi, o tio Tony, o Gui e a Lorena já foram para casa faz tempo, meus pais e os gêmeos já estão dormindo, e eu aqui sozinha no meu quarto sem conseguir pregar o olho. Me sento na cadeira suspense que tem aqui e fecho os olhos por uns minutos. O que eu não queria que acontecesse acabou acontecendo: deixei a preocupação me consumir. Esse era uns dos meus medos. Vc: Nicolas seu corno, faz alguma coisa pelo amor de Deus, manda uma mensagem, atende o celular ou sei lá_(pedi olhando para o celular como se ele fosse me escutar) Apertei o celular em minhas mãos e pela trigésima vez, disquei o número do Nick para ligar. Chamou, chamou e nada como sempre. Suspirei sentindo o nó se formando em minha garganta e engoli a seco. Olho a hora e vejo que já era quase quatro horas da manhã. Vc: já fazem quatro dias_( falo com a voz embargada) Deus por favor faz o Nick aparece, por favor_(peço olhando para cima com os olhos meio embaçados) Pisco várias vezes seguidas para não chorar e mordo os lábios com certa força. Tento ligar mais uma vez e sou surpreendida quando o telefone é atendido depois de quatro toques. Vc: aí meu Deus! Nick?_(chamo desesperada por ele) Nicolas? Fala alguma coisa merda!_( exclamei e não obtenho resposta) você está bem?_(pergunto quando começo a ouvir uma respiração acelerada) Nicolas pelo amor de Deus volta pra casa agora! Eu não sei onde você está ou onde se meteu, mas todo mundo está preocupado aqui, principalmente o seu pai!_( falei rápido) onde você tá? Em? Me responde... Por favor_( suplico por alguma resposta) Mas tudo que escuto é uma respiração acelerada, como se estivesse desesperado para falar alguma coisa e não conseguia. Quando eu estava preste a falar novamente, ouço um pequeno gemido de dor e a ligação cai. Fico paralisada tentando raciocinar o que tinha acabado de acontecer. Sinto o meu coração pulando dentro do meu peito e o medo percorrer pelo meu corpo. Será que ele estava bem? Será que aconteceu alguma coisa grave com ele? Me levanto e começo a andar de um lado para o outro sem saber o que fazer. Sei que eu deveria acorda os meus pais para avisar o que acabou de acontecer, mas eu simplesmente não conseguia sair daquele pequeno retângulo que chamamos de varanda. Passo as mãos nos meus cabelos nervosa e paro de andar. Respiro e inspiro tentando me acalmar, faço esse exercício por uns cinco minutos. E quando fico mais calma, pego o celular e saio da varanda, voltando para o quarto. Quando chego perto na cama, me assusto com o toque do celular, olho para tela e arregalei os olhos ao ver o nome do Nick brilhando na tela e sem pensar duas vezes, atendo.

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-_-_ - alô?_ uma voz desconhecida por mim diz assim que atendo o telefone. _ Quem é você?_ pergunto confusa e nervosa ao mesmo tempo. - o meu nome é Arthur. Eu encontrei um garoto aqui jogado no meio da praça. Seu número e o número de uma outra pessoa estava em ligação para caso de emergência, o outro número não atendeu, então eu liguei para você_ ele explica. _ Aí meu Deus! Ele está machucado? Onde você está?_ perguntei desesperada. - ele está machucado e desacordo, você precisa vim logo. Um carro literalmente largou ele aqui e foi embora. Eu não sei o que fazer, eu só liguei para você_ ele fala meio desesperado. _ Droga! Onde você tá?_ pergunto. - na praça ******* que fica em *******_ ele diz o endereço e eu arregalo os olhos levante. Essa praça não é tão perto daqui. - beleza, o pai dele vai ir buscar ele, por favor, cuida dele_ pedi com a voz embargada e desliguei. -_-_ Saio correndo do quarto e vou até o quarto dos meus pais. Bato na porta desesperadamente e quem atende é o meu pai. Vc: pai! Você e o tio Tony precisam ir agora para praça do *******_(falo desesperada e ele me olha sem entender) Pai: o que!? Por que!?_(ele pergunta confuso) Vc: o Nick está lá, ele está machucado e desacordado, tem um garoto com ele lá, o nome dele é Arthur. Vocês precisam ir logo_( falo quase chorando) Ele arregala os olhos e entra no quarto novamente para dizer alguma coisa a minha mãe, depois ele sai do quarto nas carreiras e vai para o andar de baixo. Minha mãe aparece na porta do quarto e me olha confusa, mas quando ele vai falar algo, o meu telefone começar a tocar e eu atendo quando vejo o nome do Nick. Era o Arthur, ele disse que o Nick estav começando a dar sinais de que iria acordar e mandou nos apressar logo, pedi para que ele não desligasse para que ele pudesse falar com o tio Tony direto. Sai correndo pelo corredor e desci as escadas pulando os degraus, quando cheguei no lado de fora, o papai já estava com o carro do lado de fora e o tio Tony estava fechando a porta. Vc: tio, leve o meu celular, o Arthur está na linha, ele vai explicar melhor como o senhor pode chegar lá e como está o estado do Nick_(falei estendendo o celular para ele que pegou) Tio: obrigado filha_(ele diz e beija minha testa) Ele entra no carro e eu fico parada olhando o carro ir embora, minha mãe me chama para entrar e assim eu faço. Fecho as portas e fico sentada na escadas que fica quase de frente para o porta. Mãe: o Guilherme disse que estava vindo para cá_(ela diz me olhando) Vc: sério? A senhora ligou para ele?_(perguntei e ela assentiu) Mãe: como que aconteceu tudo?_(ela pergunta) Começo a explicar a ela como as coisas aconteceu e ela fica atenta escutando tudo. Quando termino de explicar, ela ela atende o telefone e diz que vai preparar as coisas para quando o Nick chegar e eu apenas balanço a cabeça, eu só iria sair dali quando visse o Nick entrando pela aquela porta. Eu já estava ficando aflita, o tempo passa e ninguém chegava, na verdade, o Gui chegou a pouco tempo, mas ele foi na casa do tio Tony para pegar roupas limpas para o Nick. Fico de pé quando ouço a porta sendo aberta, e a medida que eu vou vendo o Nick entrando sendo carregado pelo meu pai e o tio Tony, o meu corpo congela. Levo minhas mãos a boca e sinto os meus olhos encherem de água ao ver o estado que o Nick estava. Ele estava com o nariz sangrando e com o canto da boca cortado, seu olho esquerdo estava roxo e a sombrancelha direta cortada. ele parecia estar molhado, o moletom dele que antes era branco, estava todo sujo e rasgado. Ele estava descalço e com as penas sujas. Ele estava acordado, mas não conseguia ficar em pé sem ajuda. Não tive reação alguma, eu estava totalmente paralisada com as mãos na boca na ponta da escada. Quando os seus olhos se cruzam com o meu, eu sinto uma lágrima cair dos meus olhos.

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Quando ele desvia seu olhar dos meus, sinto uma mão pegando no meu braço e me puxando de leve. Pai: leve ela para o quarto dela_(ele diz para o Gui que estava ao meu lado) Ele chegou e eu acabei não vendo, ele segura o meu braço e para na minha frente, me impedindo de ver o Nick. Gui: vem, vamos. Não vai é bom para você ver ele assim_(ele diz me puxando para subir as escadas) Ainda em choque, permaneço em silêncio enquanto sou levada para o meu quarto. O Gui me coloca sentada na cama e balança as mãos na minha frente. Gui: Sam!_(ele estala dos dedos) olha para mim, encontramos ele com vida e isso é o que importa. Ele só está machucado, e isso nos vamos dá um jeito_(ele diz me olhando) Vc: ele está cheio de sangue_( disse baixinho, ainda em choque) ele está todo machucado_( falei com a voz falha) Gui: eu vou pegar algo para você beber, não saia daqui_(ele diz sério no final e sai do quarto) A vontade que eu estou é de ir lá e ajudar ele, mas eu não posso, ver ele daquele jeito me deixou sem reação alguma. Sou tirada dos meus pensamentos quando ouço o barulho da notificação do celular. Pego o mesmo que estava ao meu lado na cama, o Gui tinha acabado de colocar ele aqui e ligo para ver o que era. Mas aí, sou surpreendida com uma mensagem do desconhecido. "Isso não foi nada de mais, só um pequeno aviso besta. Fique esperta" Fiquei olhando para tela do celular por uns minutos, tentando raciocinar o que tinha acontecido, mas aí me vem uma lembrança. ""Se afaste dos seus amiguinhos, ou quem sofrerá as consequências vai ser eles, e a culpa vai ser toda sua por não ter me obedecido"" Recebi essa "ameaça" através de um bilhete que recebi, e junto com ele, veio um monte de fotos minhas com os garotos. Me sentei novamente na ponta da cama e fiquei alí por uns cinco minutos olhando para o chão, tentando processar tudo que tinha acabado de acontecer, no começo eu não conseguia sentir nada. Só que do nada, a vontade de chorar veio com tudo, e com ela, o sentimento de culpa, como se tudo que tivesse acontecido fosse por minha causa. A culpa foi minha. Se eu tivesse feito o que esse desconhecido pediu há semanas atrás, não teria acontecido isso com o Nick, ele não estaria machucado, o pai dele não estaria preocupado com ele, ele estaria bem! Eu já não tinha controle sobre minha lágrimas, elas rolavam compulsivamente pelas minhas bochechas. Eu estava sentindo minhas mãos tremerem sobre meu colo, os soluços já estavam começando a sair de minha boca e minha respiração não está lá das melhores. Vc: é tudo minha culpa_( sussurrei entre soluços) Ouço a porta do quarto se abrindo e logo depois passos apressados vindo em minha direção. Sei que é o Gui quando ele segura minhas mãos com certa força. Gui: Sam? Olha para mim_(ele pede) Vc: a culpa é minha_( olhei para ele com a vista embaçada) a culpa é minha, só minha, só minha_( disse entre choros) Gui: Sam! Me escuta, para com isso!_(ele pede) Vc: não não não_(balanço a cabeça por várias vezes seguidas) a culpa é minha_(repeti a mesma frase por várias e várias vezes) Eu queria gritar bem alto, mas eu não conseguia de jeito nem um. O Gui me abraça forte com a intenção de me fazer parar de balançar o corpo para frente e para trás rapidamente. Gui: eu tô aqui, eu tô aqui com você, eu não sou sair daqui, xiiii..._(ele diz me abraçando e balançando o corpo devagar junto comigo) Vc: é minha...culpa_(falei já quase sem forças para me balançar, mas ele continua) Gui: xiiii_(ele beija minha testa e passa a mão nos meus cabelos) Ele fica alisando meu cabelo na tentativa de me acalmar, e ainda abraçado a mim, ele balança o corpo para frente e para trás devagar.

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~•NARRAÇÃO GUILHERME ON•~ Uma coisa que sempre vai me doer nada vida, é ver a Sam tendo uma crise. Nunca me acostumei e nunca irei me acostumar com isso. Eu sempre tento passar segurança para ela, mas na verdade, a minha vontade é de chorar junto com ela. Ter aquele corpo tremolo em meus braços me dói no peito. Ver minha irmã assim só me faz querer guardar ela em um pote e protegê-la até o meu último suspiro. Sei que pisei na bola várias vezes com ela, mas nunca é tarde para se arrepender, e eu já me arrependi por tudo que eu fiz a ela. Continuei abraçado a ela enquanto balançava os nossos corpos para frente e para trás. Ela continuava a repetir que algo era culpa dela e as lágrimas não pararam de cair dos seus olhos. Gui: olha só, o sol já está nascendo. Lembra quando passávamos a noite escondido dos nossos pais para ver o sol nascer?_(pergunto e ela balança a cabeça) vamos lá ver? Como nos velhos tempos?_(pergunta e ela para por uns segundos) Ela ia dizer algo, mas para e apenas balança a cabeça confirmando. Ajudo ela a levar da cama e fui caminhando devagar com ela até a varanda. Nos sentamos em um pufe grande e ela passa os braços pelo meu tronco, a abraço forte e deixo um beijo no topo da cabeça dela. Quando percebo que ela ainda está chorando, começo a cantarolar baixinho uma música que sempre cantávamos quando éramos pequenos e faço carinho nos cabelos dela. Com um tempo depois, percebi que a respiração dela estava ficando mas leve, tombei a cabeça um pouco para o lado e vi que ela estava dormindo, respirei fundo e relaxei o corpo, finalmente consegui acalma-la. Fiquei ali por mais uns segundos, depois dei um jeito e me levantai com ela em meus braços, com cuidado fui até a cama e a coloquei deitada no meio, depois puxei os lençóis e a cobri. Beijei a testa dela e sai do quarto fechando a porta logo em seguida indo para o andar de baixo. Cheguei na cozinha e vi o Nick sentado em um banco, ele já estava tomado banho e com roupas limpas. O tio Tony estava em sua frente examinando o seu rosto e o meu pai estava segurando o Nick, já mamãe estava preparando algo para ele comer. Mãe: como ela está?_( ela pergunta quando me ver) Eu: Quando cheguei lá, ela estava tendo uma crise_(respondi quando cheguei perto dela e ela vira me olhando) Mãe: o que!? Por que você não me chamou?_(ela pergunta preocupada) Eu: não tinha como eu deixar ela sozinha lá mãe, e eu não subi com o celular para ligar pra senhora_( respondo) ela está calma agora, e eu deixei ela dormindo no quarto_( falei e ela suspirou) Mãe: obrigado por cuidar da sua irmã_(ela sorri triste) vou lá dá uma olhadinha nela, olha as coisas no fogo_(ela diz e sai da cozinha) Vou até o fogão e abaixo o fogo, depois me aproximo do Nick e olho para seu rosto que estava com alguns cortes nem tão grande e nem tão pequeno. Ele me olha por segundos, mas não consegue manter os olhos abertos por muito tempo. Seu rosto estava pálido, seu semblante cansado e os seus lábios estavam um pouco ressecados. Ainda não sabemos o que ouve, primeiro vamos cuidar dele e deixar ele descansar para depois descobrir o que aconteceu. Pai: por que sua blusa está toda molhada?_(ele pergunta confuso) Eu: bom, a Sam teve uma... Você sabe_(respondo e na mesma hora o Nick abre os olhos para me olhar) Pai: sua mãe foi ver ela?_(ele pergunta e eu confirmo) vou lá ver como ela está_( ele diz e me coloca para ficar no logar que ele estava antes) Nick: como...como ela está?_(ele pergunta ainda me olhando) Ele parecia preocupado e o seu olhar transmitia urgência por uma resposta. O pai dele me lança um olha preocupado, também esperando uma resposta. Eu: ela está mais calma, deixei ela dormindo lá no quarto dela_(respondo) Nick: você deu o remédio a ela?_(ele pergunta) Eu: não_(respondi meio confuso) Nick: era para ter dado, se não ela vai acordar no meio do sono e não vai conseguir dormi de novo_(ele diz baixo) provavelmente daqui a pouco ela vai acordar, e é bom ter alguém por perto, ela sempre acorda assustada quando tem uma crise_(ele termina de falar) Olho para o pai dele impressionado que também me olhava da mesma forma. Por um momento eu me senti inútil por não saber disso, o Nick que é o melhor amigo dela, sabe mais coisas que eu que sou o irmão. Mas é como diz o ditado, " tem amigo que é mais chegado que um irmão". Olho para o Nick que agora estava de olhos fechados e respondo um "ok" para ele. Depois eu fui até o fogão para desligar o fogo antes que queime a comida.

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Depois que a comida esfriou, ajudamos o Nick a comer e depois ajudamos ele a ir para o quarto. Como ele estava cansado, resolvemos colocar ele em um quarto que tem no andar de baixo aqui de casa, para evitar dele subir escadas. Me sento no sofá e respiro fundo ao sentir o meu corpo relaxa, olho para o pai do Nick que está sentado na poltrona de olhos fechados e com o semblante relaxo por saber que o filho dele está "bem". O meu pai está sentado na outra poltrona e minha mãe está no quarto da Sam. Como o Nick disse, não demorou muito tempo para Sam acordar, estávamos lá em cima com ela nesse instante, mas minha mãe ficou e deu o remédio para ela, provavelmente agora ela deve está preste a dormir, pois o remédio deve está fazendo efeito. Olho para o relógio e vejo que já são quase sete horas da manhã, fecho meus olhos por uns minutos e ouço o meu pai falar. Pai: essa noite foi cansativa, hoje já é sábado e a tarde tenho uma reunião marcada_(ele suspira cansado) mas vou ver se consigo adia. Tony: obrigado por ter me ajudado, de verdade. Se não fosse vocês, eu estaria perdido. Obrigado também por ceder a casa de vocês, mesmo nos morando do outro lado_(ele rir no final) Pai: que nada, você sabe que sempre é bem vindo por aqui, e sempre que precisar de ajuda, nos vamos ajudar, aliás, o Nick é como um filho para mim também_(o papai fala) Eu: é tio, o senhor não precisa agradecer_(sorrio cansado para ele) Pai: bom, já que tudo se revolveu, eu vou me retirar para tirar um cochilo antes que a dupla elétrica acorde_(ele diz se levantando) se você quiser, pode dormir com o Nick, lá tem duas camas, se quiser também, tem um quarto vago no andar de cima_(ele diz) Tony: eu vou ficar com o Nick caso ele precise de ajuda_(ele responde) Eu: e eu vou para minha casa, a Lorena deve está preocupada também_(me levanto do sofá) Pai: você não quer ficar?_(ele pergunta) Eu: não precisa pai, eu vim de carro_(respondo) Pego a chave do bolso, depois me despeço de todo mundo e vou embora para o meu apartamento. ~•NARRAÇÃO GUILHERME OFF•~ (agora é a Sam narrando) • SÁBADO • ||•15:02•|| Essa noite não foi uma das melhores para mim. Depois da crise que eu tive, lembro-me que o Gui me levou para ver o nascer do sol na varanda do meu quarto, mas depois acabei dormindo. Porém, eu acabei acordando como sempre, mas a minha mãe e meu pai dormiram comigo hoje pela manhã. Mas agora, a mamãe, o papai, o tio Tony, o Gui e eu estamos sentados na sala para ouvir o que o Nick tinha a dizer sobre o "sumiço" dele. Não queríamos que o Nick contasse agora para ele poder descansar em paz, mas ele disse que não precisaav e que quer contar logo para não esquecer o que já foi difícil de lembrar. Eles também não queriam que eu ouvisse, mas eu insistir já que eu sabia que a culpa era minha, eu só queria entender como aconteceu. A Lorena saiu com os gêmeos, o Logan e o Henry para o cinema, por isso estávamos mais despreocupados. Nick: o que eu não entendi, foi eles terem deixado o meu celular sempre ligado e carregado_(ele diz complementado a fala do Gui) Tony: mas você lembra do que aconteceu?_(ele pergunta) Nick: não de muita coisa, digamos que eu não estava sóbrio no primeiro dia, e mesmo assim, eles me deixaram dois dias sozinho trancado em uma sala sem comer e sem beber nada_(ele fala) Pai: mas se você conseguir, nos conte como foi esse dias por favor_(meu pai pede) Estávamos apreensivos, pois o Nick tinha acabado de voltar de um quase sequestro e já está aqui contando o que aconteceu ao invés de está descansando. Na verdade, cedo ou tarde ele teria que ter essa conversa com o meu pai e o tio Tony, pois eles iram na delegacia fazer um boletim de ocorrência. Nick: ok..._(ele diz e se endireita na poltrona) Para visão que ele chegou ontem pela madrugada, ele estava bem melhor, seu rosto estava limpo e com alguns cortes digamos que pequenos, seu semblante já não era de uma pessoa exausta, ele praticamente acordou a dez minutos atrás, ele só fez tomar banho e comer para nós conta o que aconteceu.

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•NARRAÇÃO NICOLAS ON• ° FLASHBACK ON ° Acordei desnorteado sem sabe exatamente onde estava, minha cabeça dói, minhas mãos estavam formigando, o meu corpo dói, tudo em mim dói. Tento meche os braços e as pernas mas não consigo. Minha visão está um pouco turva e por isso não estou enxergando praticamente nada, o cheiro do local que estou não é muito agradável, será que eu bebi muito e vim parar em algum lugar errado? Depois de uns minutos, minha visão vai ficando mais nítida e eu percebo que estou em um pequeno quarto. O quarto estava todo desarrumado e sujo, tinha apenas um colchão velho no canto, uma pia e uma mesa de plástico. A iluminação do ambiente é péssima, a luz amarela faz com que eu sinta dor dos olhos e o cheiro do local faz meu nariz arder. E nesses minutos que passou, percebi que eu estava com os pés e as mãos amarrados em uma cadeira, onde eu estava sentado, já tentei me soltar, mas está muito apertado. Não tinha como gritar ou chamar por alguém, minha boca estava sendo tampada por um pano. Olho ao redor com um pouco de dificuldade, não tem nada além de uma porta de ferro, que estava fechada por sinal, não tinha nem uma janela ou túbulo de ventilação. Ouço um barulho e me desespero quando um homem vestido de preto entra na sala um pouco apresado, ele estava usando luvas e máscara, então não tinha como ver o rosto dele. Xxx: não tenho permissão para está aqui, então é o seguinte, se você não quiser sair daqui sem alguma parte do corpo, é melhor você ficar quieto e sem fazer barulho_(ele diz olhando nos meus olhos, seu tom de voz era séria) o chefe só vai chegar na sexta-feira, então até lá, permaneça do mesmo jeito que você está agora_(ele diz olhando para porta) Ele olha dentro dos meus olhos por uns segundos e depois sai apresado da sala, fechando a porta logo em segunda. Ainda sem reação, fico tentando raciocinar o que acabou de acontecer. Ele estava tentando me ajudar ou ele só me deu um aviso para ficar esperto?. Mas o que eu fiz para está aqui?. Percebo que a sala não tem câmeras, então foi por isso que ele entrou aqui mesmo sem permissão. Tento não entrar em Pânico, mas é inevitável quando você não sabe onde se meteu.

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[...] Ouço minha barriga roncar pela trigésima vez, não sei exatamente quanto tempo faz que estou aqui, mas já faz muito tempo que aquele homem veio me dizer aquelas coisas. Eu já estava nervoso, com medo do que iria acontecer, estou em um lugar totalmente desconhecido e ao siquer sei o motivo de está aqui. O meu corpo está todo dolorido, minha cabeça está doendo, eu estou com fome e com sede. Tento me soltar novamente e nada. Mordo o pano que está em minha boca com raiva e grito, mas sai abafado. Ouço a porta abrir novamente e sinto o meu coração acelerar, sinto meu corpo todo gelar quando um homem do tamanho de um poste para na minha frente. Diferente do outro, ele estava de luvas vermelhas e com um sapato cinza, sua máscara tambem era diferente, ela não só mostrava os olhos como também o nariz e a boca. Ele me olha por alguns segundos, depois se aproxima de mim, e simplesmente me dá um soco no rosto, assim, sem mais nem menos. Tombo minha cabeça para trás com o impacto, e quando penso que não, ele me dá outro soco, só que dessa vez, na barriga. Tento me curva para frente por conta da dor, mas não consigo já que estou preso na cadeira. Começo a tossir sentido todo meu ar ir embora, e com dificuldade, puxo o ar pelo nariz. O homem que está em minha frente rir alto e sai da sala me deixando sozinho. Depois de um tempo tentando recuperar o fôlego, eu finalmente consigo respirar com menos dificuldade, mas o minha barriga ainda dói e o meu rosto também. [...] Não sei que horas são. Não sei que data é. Não sei que dia é hoje, só sei que lá fora está muito barulhento. Já escutei muitos passos na frente do quarto, já escutei gritos de reclamações ou de ordem do lado de fora. Não sei o que está acontecendo, mas o medo toma conta do meu corpo cada vez mais. Depois que levei aquele dois socos, ninguém veio aqui mais. Na verdade, aquele homem que veio aqui pela primeira vez, veio e me trouxe comida escondido. Ele me fez prometer ficar de boca fechada quando ele tirasse o pano da minha boca para eu poder comer e assim eu fiz. Perguntei o nome dele e ele não me respondeu, perguntei também o porquê de está aqui e o porquê dele está me ajudando. Ele apenas disse que eu e nem ninguém tinha culpa de nada, e que ele estava me ajudando porque eu não merecia está aqui. Depois ele colocou o pano na minha boca novamente e foi embora. Eu já não estava sentindo os meus braços direito, minhas pernas estavam doendo, minhas costas nem se fala! A dor que eu estava na barriga por conta do soco já passou, mas o do rosto ainda doía um pouco. Escuto a porta sendo aberta e travo com medo do que iria acontecer. Dois homens mascarados e de roupas pretas entram carregando uma cadeira e o outro com uma pequena caixa. O que estava segurando a cadeira para na minha frente, e deixa a cadeira à poucos metros de mim, já o outro, tira um celular da caixa e deixa em cima da cadeira. Olho para o celular e percebo que era o meu, ele estava em perfeito estado e aparentemente carregado. Os dois homens me olhando rindo e depois saem do quarto sem dizer nada. ••• Fecho os olhos com força sentindo as lágrimas rolando pelas minhas bochechas enquanto ouço o meu celular tocar pela trigésima vez. O papai, a tia Sofia, o Ramires, o Gui, a Lorena e o Ruan me ligaram e eu sequer, pude mover um dedo para atender. Tentei me soltar, mas em troca recebi machucados nos pulsos, o meu coração estava acelerado, eu queria poder atender o celular, mas infelizmente eu não podia. O meu celular começa a tocar novamente e vejo que é o meu pai. O meu coração aperta e as lágrimas começam a descer novamente. Ouço a porta sendo aberta e logo depois um homem para em minha frente. Ele pega o celular e atende a chamada, entro em desespero quando ele aproxima o celular de mim. Me debato na cadeira tentando me soltar mas não consigo, tento falar alguma coisa, mas também não consigo, é impossível quando se tem um pano tampando sua boca. Ele desliga a chamada e rir do meu desespero, o olho com raiva e ele se aproxima de mim, ele segura o meu rosto com força em olha nos olhos. Xxx: se dependesse de mim, você não sairia vivo daqui moleque_(ele diz com raiva) você não sabe o que está por vim, se prepare para viver o inferno_(ele fala e solta o meu rosto) Ele me olha pela última vez e sai do quando batendo a porta. Com raiva começo a me debater na cadeira tentando me soltar, mas a tentativa é inútil.

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••• "O chefe chegou", ouço alguém dizer do lado de fora, e isso foi o suficiente para sentir um arrepio passar pela minha espinha. Depois de uns cinco minutos, a porta é aberta. Passos ecoam pelo quarto e logo depois um grupo de homens mascarados e de roupas pretas param ao meu redor. O que parecia ser o "chefe", para na minha frente e puxa a cadeira para trás, ele pega o celular e coloca no bolso da calça que ele estava usando. Olho para os olhos dele e fico confuso, aqueles olhos não me eram estranhos. Ele faz um sinal com a cabeça e dois homens se aproximou de mim, um ficou a minha direita e o outro ficou a minha esquerda. Chefe: levante-o_(ele ordena) Os dois homens desamarram minhas pernas da cadeira e tiram a algema que estava presa na corda e na cadeira. Logo depois, eles me puxam para cima com uma certa brutalidade e eu quase caio quando sinto minhas pernas fraquejar. Chefe: segurem ele_(ele diz num tom debochado) Os dois homens que estavam ao meu lado seguraram firme nos meus braços para que eu não caia. Sinto o medo tomar conta do meu corpo a cada minuto que se passava, mas eu tentava não demostrar isso. Chefe: creio eu que você deve está querendo saber o motivo de estar aqui, né?_( ele pergunta irônico) mas como querer não é poder, você talvez só vá saber o verdadeiro motivo daqui a alguns dias ou quem sabe meses?_(ele debocha) Ele se aproxima mais um pouco de mim, e continua a sua fala. Chefe: as coisas vão acontecer de forma rápida. Não quero prolongar mais do que já prolonguei, tenho coisas mais importantes para fazer_( ele diz de forma breve) mas isso é só para ela não me desobedecer mais, para ela aprender a fazer o que eu mando. E agora ela vai ver que eu não estou para brincadeira_(ele fala me deixando confuso) Ele dá um passos para trás e vai até a mesa. Ainda hoje na hora da muvuca, uns homens entraram aqui e colocaram unas coisas em cima da mesa, não vi o que foi, mas talvez não seja nada de mais. Chefe: sabe... Eu esperei tanto por esse momento. Há tempos que eu venho planejando isso. Quando eu te vi pela primeira vez, esse desejo me veio a cabeça. Mas infelizmente ou felizmente... Eu não vou poder satisfazer o meu desejo de te dá um tiro bem no meio da sua testa_(ele diz ainda virando de costa para mim) Quando ele disse isso, o meu corpo paralisou na hora. Senti como se o meu sangue tivesse se predeificado. Um arrepio percorreu por todo o meu corpo e o medo tomou conta de mim. Arregalei os olhos quando ele virou para frente com uma arma na mão. Ele sorria de um jeito psicopata, o sorriso que ele tinha no rosto não era muito amigável (obs: a máscara/toca que ele esta usando, mostra apenas os olhos e a boca). Senti minha respiração acelerando e tentei me soltar dos dois homens que estava me segurando, mas foi em vão. O pessoal ria achando graça do meu desespero, mas eu não estava achando nada engraçado. O tal chefe se aproxima mais e aponta a arma em minha direção. Chefe: seria preciso só um tiro_(ele diz mirando a arma em mim) POU_(ele grita imitando o barulho de um tiro e logo depois começa a gargalha do nada) mas hoje não é o seu dia. Se prepare para a próxima, porque caso ela não me obedeça... Você já sabe né? Vai ser só um tiro no meio da testa, depois você vai está a sete palmos debaixo da terra_( ele diz rindo) Ao mesmo tempo que eu estava com medo, eu estava confuso. Como assim ela? Quem é ela? De quem ele estava falando?. Talvez ele estava me confundindo com outra pessoa. Balanço a cabeça várias vezes negando qualquer coisa. Eu não sabia o motivo de está aqui, eu não sabia quem era "ela", eu não tinha feito nada de errado e agora ele literalmente quer meter uma bala no meio da minha testa? Como assim? Ele era maluco?. Chefe: sabe..._(ele começa mais logo é interrompido pelo toque do meu celular. Ele rir e pega o celular do bolso) hora hora... Veja só, só basta falar_(ele diz irônico e vira a tela no celular para mim) Naquele momento, eu senti o meu coração bater mais rápido do que já estava batendo, minha respiração acelerou dez vezes mais. "Pequena grande estrelinha" era o nome que brilhava na tela do celular junto com a foto da Sam. Eu avia mudado o nome dela a pouco tempo, e sim, era grande, mais eu não me importava com isso. Me debati na tentativa de me soltar e pegar o celular para atender, mas falhei miseravelmente igual as outras vezes, os homens que me seguravam era literalmente o triplo do meu tamanho. O tal chefe gargalhou mais uma vez, mas de repente, ele ficou sério. Ele olhou para alguém que estava por atrás de mim e fez um sinal com a cabeça. Não demorou nem um segundo para eu sentir uma forte pancada nas minhas pernas. Quando cai de joelhos no chão, os homens continuarmos me segurando. O tal chefe se aproxima de mim, e puxa os meus cabelos, fazendo com que minha cabeça fosse para trás.

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Ele coloca o celular na frente do meus rosto e arrasta o botão verde para cima atendendo a ligação. Eu queria poder falar, eu queria gritar e pedir ajuda, mas isso era meio que impossível. •Sam: Aí meu Deus! Nick?_ escuto a voz dela do outro lado da linha e tento me levantar, mas não deixam. _ Nicolas? Fala alguma coisa merda!._ ela diz como se estivesse desesperada. •Sam: você está bem?_ ela pergunta e sinto um nó se formando em minha garganta. Olho para o "chefe" e percebo que ele está me olhando com deboche, ele sorri achando graça da situação e puxa mais ainda o meu cabelo. •Sam: Nicolas pelo amor de Deus volta pra casa agora! Eu não sei onde você está ou onde se meteu, mas todo mundo está preocupado aqui, principalmente o seu pai!._ ela dispara rápido e os meus olhos se enchem de lágrimas. Tento pelo menos soltar um "hum", mas um dois homens coloca a mão por cima do pano que estava na minha boca. •Sam: onde você tá? Em? Me responde... Por favor_ ela implora aflita por uma responda minha. As lágrimas já caiam dos meus olhos e eu estava desesperando para respondê-la, mas tudo que consigo fazer é gemer de dor quando o homens aperta minha boca. O "chefe" desliga a chamada na cara da Sam e se afasta rindo enquanto bate palmas. Chefe: isso foi Ilário_(ele rir) "onde você tá em? Me responde por favor"_(ele tenta imitar a voz da Sam fazendo com que os outros riem) Olhei para ele com ódio e tentei me soltar mais uma vez, eu estava com muita raiva. Ele estava me prendendo aqui a não sei quanto tempo e ainda fica tirando sarro com a Sam?. Não sei de onde eu tirei forças, mas eu consegui me soltar das duas muralhas que estavam me segurando. Me levantei rapidamente e tentei ir na direção dele, mas sou puxando novamente com brutalidade para trás. Chefe: oh, tá querendo cresce é?_(ele pergunta irônico e faz um sinal com a cabeça para alguém) Fecho os olhos com o impacto do chute que levei nas costas e quase caio para frente. Chefe: só não esqueça que quem manda aqui sou eu_( ele fala ) bom..._(ele olho para o relógio em seu pulso) você está com sorte, tenho que fazer uma viagem daqui a pouco. Mas não pensei que vai voltar ileso para casa não, eu queria só asusta-los e já consegui. Mas o melhor sempre fica para o final, e o final vai ser você caído no chão com uma bala no meio da testa_(ele diz me olhando sério) Ele pega a cadeira e se senta de forma desleixada, o mesmo faz um sinal com a mão e sorri para mim. Logo depois um soco é depositado no meu rosto, e depois mais outro e mais outro. Me sinto um pouco tonto e caio no chão quando os dois homens me soltam. E quando penso que acabou, três homens se aproximam de mim e começam a me chutar. Não tinha a mínima chance de eu né defender já que estava com as mãos atadas para trás. Escuto um "você vai matar ele desse jeito" e mesmo quase inconsciente, consegui reconhecer a voz, era a voz do mesmo homem que me ajudou no começo. •FLASHBACK OFF• ~•NARRAÇÃO NICOLAS OFF•~

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(narrado pela Sam) A sala fica num silêncio ensurdecedor quando ele termina de falar. O pai dele e a mamãe estavam chorando, o papai estava com raiva e o Gui parecia que estava em outro mundo. E eu... Bom, eu estava me sentindo horrível. A culpa era minha, ele foi parar lá por minha causa, se eu tivesse ao menos escutado o que esse desconhecido me falou o Nick não teria passado por isso. Com receio, levanto o olhar pela primeira vez e olho para o Nick. Ele estava pensativo olhando fixamente para o chão. Diferente de ontem, hoje ele estava limpo, sem sangue ou sujeira. Seus ferimentos estavam limpos e com curativos, seus lábios não estava mais pálido como antes, ele estava "bem". Mas o seu olhar estava diferente. Gui: e ele não disse quem era "ela"?_(ele perguntou quebrando o silêncio) Naquele momento eu me senti uma traíra, eu senti vontade de levantar e dizer tudo que estava acontecendo. Mas aí, a mensagem que recebi hoje pela manhã do desconhecido aponta na minha cabeça. "Se você abrir o bico para dizer alguma coisa, eu não vou sequestrar apenas uma pessoa e sim a sua família toda, e ainda faço questão de mata-los na sua frente, boneca". Nick: não, ele não disse nada_( ele responde ainda olhando para o chão) Vc: eu..._(comecei, eu iria falar que era eu. Mas o medo foi maior) eu... Sinto muito por tudo que você passou Nick, de verdade. Ninguém merece passar por isso. Me desculpa_(me levanto de onde eu estava) Me aproximei dele, sorri de lado e deixei um beijo na testa dele antes de sair apressada da sala. Eu estava me sentindo desconfortável, eu queria muito poder contar a verdade, mas eu não podia. Subo para o meu quarto e me deito na cama. Eu estava confusa, o desconhecido sabe muito mais sobre mim do que eu imaginava. Ele sabe quem é próximo de mim, ele sabe quem são minha família, quem são meu amigos, e sabe também que fazendo isso com o Nick, de alguma forma iria me afeta. Mas ele também sabia que não iria afetar só a mim. Eu tinha que fazer alguma, mas eu não sabia o que exatamente. Me levantei da cama e fiquei sentada por uns minutos enquanto tentava descobrir quem poderia ser o "desconhecido", mas nada me veio a cabeça. Minha cabeça estava tão cheia ultimamente que nem capacidade para pensar, eu tinha. Eu estava meio que vivendo no automático, então eu não estou sabendo o que fazer em relação a isso tudo que vem acontecendo ultimamente e por isso na maioria das vezes eu choro. Choro por não saber o que fazer. Choro por não ter ideia do rumo que minha vida está tomando. Choro por não sabe como reagir diante de tal coisa. Enfim. Choro por tudo. E isso é o que me da mais raiva, eu não sei fazer outra coisa que não seja chorar. Literalmente. Passo as mãos no rosto e bufo estressada. Eu não sabia o que fazer. Eu não tinha com quem conversar. O meu irmão tem a vida dele, não quero preocupar os meus pais, não tenho mais aquela ralação de "irmãs" com a Sarah, não tenho mais um amigo acolhedor como o Mayck e... Não tenho um amigo que me entenderia perfeitamente como o Nick. Não posso me aproximar dos meninos se não quem vai sofrer as conveniências são eles, infelizmente não tenho minha avó aqui comigo, não tenho primas ou primos próximos, basicamente eu estou sozinha nessa. Como foi que minha vida ficou assim? Tudo era tão legal antigamente, e agora tudo mudou? O que aconteceu exatamente que nem eu sei?. Grr! São tantas perguntas, tantas dúvidas e nem uma resposta. Me levanto da cama e fico de pé no meio do quarto. Eu precisava distrair minhas mente. Mas já faz um tempo que eu não danço e nem desenho. Na verdade, já faz um tempo que eu não faço nada que me deixe realmente feliz. Ouço um barulho no corredor e olho para porta do meu quarto, logo depois três batidas fracas ecoam pelo quarto e eu respondo mandando entrar. Vc: o que você tá fazendo aqui seu idiota?_(pergunto de olhos arregalados) Corro até o Nick e o ajudo a se sentar na cama. O mesmo parecia que tinha acabado de corre uma maratona. Vc: meu Deus! Você é maluco, você deveria está descansando e lá em baixo! Não era nem para você ter subido essa escada_(exclamei nervosa) Ele realmente não deveria está fazendo tanto esforço assim, ele acabou de voltar de um sequestro onde passou três dias sem comer e ainda por cima foi espancado. Nick: eu estou bem_(ele diz respirando fundo) Vc: meu ovo que você tá bem!_( falo e ele rir) olha o seu estado, você parece mais que acabou de correr uma maratona Nicolas! Você se esforçou de mais_( digo preocupada) Nick: eu estou bem Sam, não se preocupe e tenha calma_(ele diz) Por que raios os homens tem costume de nos mandar ficar calma sendo que estamos com os nervos a flor da pele? Isso é um pedido de levar um soco da parte deles por acaso? Por que se for, não é nem preciso pedir. Vc: não me pede pra ficar calma_( digo e ele revira os olhos) eu vou terminar de quebrar tudo cara mano. Seu pai sabe que você está aqui?_(pergunto e ele me olha ) Nick: Não, ele nem está aqui na verdade, nem seus pais e nem o seu irmão. Por isso que eu subi_( ele diz simples) Vc: como é que é?_(perguntei incrédula) Nick: meu pai e o seu pai foram na delegacia, e o seu irmão foi junto também. Sua mãe foi buscar a Lorena e as crianças, parece que aconteceu alguma coisa com o carro dela_(ele explica) Vc: e por que você subiu até aqui sabendo que você não pode fazer tanto esforço?_(perguntei) Nick: porque..._( ele suspira) porque eu queria pedi desculpas_( ele diz me olhando) de verdade. Eu errei muito. Eu agi de forma errada, eu tinha que ter conversado com você, mas ao invés disso, eu deixei a raiva tomar conta de mim e já cheguei acusando você. Eu estava com tanta raiva, tanta raiva que quando eu vi, a merda já estava feita_( ele fala me olhando nos olhos) Por uns minutos, eu fiquei em silêncio, o encarando sem expressar nada. Não seria nada fácil perdoar ele assim. Ele me magoou de verdade, e as coisas não vai ser tão fácil assim. Vc: eu te desculpo_( digo e ele me olha esperançoso) mas não te perdôo_(completos e ele me olha triste) você me magoou de verdade. Você não confiou em mim_( sorri triste para ele) isso foi o que mais me doeu_( falei sentindo o nó se formando) se você realmente quiser o meu perdão. Você vai ter que conquista-lo_( falo e ele sorri tristonho) Sei que Deus nos manda perdoar setenta vezes sete por dia. Mas dessa fez eu não iria perdoar o Nick de primeira, dessa vez, ele teria que conquistar o meu perdão.

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Ele me olha e baixa a cabeça por um tempo, depois ele levanta a cabeça de novo e sorri de lado. Nick: você está certa. Eu errei e admito isso. Fico feliz que você ainda vai me dá uma chance, e eu lhe garanto que não vou joga-la fora. Eu vou fazer de tudo para conquistar o seu perdão_( ele responde) Vc: e você sabe que temos que ter uma conversa séria. Temos que colocar tudo na mesa. Mas infelizmente essa conversa vai ter que ser deixada para outra hora. Você precisa descansar_( digo me sentado ao seu lado na cama) Nick: é eu sei. Estava pensando nisso ontem antes de dormi. O remédio que o papai me deu realmente fez efeito. Dormi num instante_(ele sorri de lado) Parai para analisa-lo por um momento, ele estava olhando para o chão e seu semblante era de alguém que estava cansado e ele parecia lutar para manter os olhos abertos. Parecendo sentir o meu olhar sobre ele, ele vira a cabeça para o lado e sorri de lado para mim. Nick: eu... Eu posso te abraçar?_(ele pergunta com a voz embarcada, suas bochechas estavam vermelhas e os seu olhos marejando) Por um momento eu fiquei confusa, mas eu apenas abri os braços e ele praticamente pulou em cima de mim me abraçando, ele colocou seu rosto na curva do meu pescoço e não demorou muito para perceber que ele estava chorando. Ele não se importou com os machucados dele e me apertou contra o seu corpo. O abracei mais forte e alisei as costas dele com carinho. Logo os meus olhos começaram a encher de lágrimas e não demorou para que eu começasse a chorar também. Cara. Somos só dois meros adolescentes chorando cheios de problemas que não conseguimos compartilhar com ninguém, nem com os mais próximos. Mas fazer o que né?. Segundo os adultos, nos adolescentes não temos problemas. Nick: eu fiquei com tanto medo_(ele sussurra me apertando mais) foi horrível!_( ele diz baixinho) Vc: eu estava tão preocupada_( sussurro de volta) E ali éramos apenas dois melhores amigos cujo a amizade estava um fiasco. Ambos com o coração pesado. Ambos escondemos os problemas para não preocupar os pais. Ambos cansados precisando de um abraço. Ambos com o psicológico ferrado e ambos precisando de ajuda, mas não SE ajudadam. Ficamos ali abraçados por um bom tempo. Ninguém falava nada, apenas chorava como duas crianças indefesas. Depois de um tempo, percebi que o Nick acabou dormindo, talvez fosse efeito do remédio, então eu o deitei na cama com cuidado para não machuca-lo mais ainda e depois o ajeitei direto na cama. Depois de ter ajeitado ele, coloquei o ar-condicionado no mais forte, beijei a testa dele e sai do quarto, indo para a varanda. Deixei as portas um pouco abeta e me deitei no pufe grande que estava no chão. O sol ainda estava ali, mas ele não era o sol de meio-dia, e sim aquele fresquinho do meio da tarde. E ali, olhando para o céu enquanto as lágrimas rolavam pelas minhas bochechas silenciosamente, eu acabei adormecendo sem perceber.

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Finalmente eu criei vergonha na cara e postei um EP depois de anos. Espero que vocês tenham gostado, demorei muito para escrever por vários motivos. Mas quem sabe agora que tô de férias eu tenha mais tenho para escrever? Mas aprece que quanto mais eu tenho fugir de problemas, mas problemas aparecem para mim. Acabei descobrindo uma coisa grave, e se tudo piorar, vou ter que me ausentar por aqui. Não envolve minha saúde nem nada, graças a Deus estou bem. Mas infelizmente envolve minha família. Por um erro de uma pessoa, quendo ou não todos estão pagando. Mas enfim. Se vocês tiverem alguma ideia ou crítica, estarei respondendo no perfil do RPG como sempre, e para quem não sabe o Instagram é esse: @rpg1amor_drama Qualquer coisa é só me achar, não sei se o EP ficou legal, mas tentei me esforçar, e saiu isso. Espero que tenham gostado. Até aproxima.

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