
História - ENEM
Questões de hitória que já caíram no ENEM de anos anteriores
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(Enem 2013) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza. Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de:
acomodação política.
supressão simbólica.
imposição religiosa.
exclusão social.
ressignificação cultural.
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(Enem 2013) O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
estabelecer uma postura proativa da sociedade.
provocar a reflexão sobre essa realidade.
propor alternativas para solucionar esse problema.
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(Enem 2013) TEXTO I Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outra na sua aula de francês ou de dança. Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z.Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi — Revista dos Estudos Literários, Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998. TEXTO II As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grande gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas. MACEDO, J.M. “Memória da Rua do Ouvidor [1878]”. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado). A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a)
acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
proteção da honra, medida pela disputa masculina em relação às damas da corte.
submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.
ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança.
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(Enem 2013) Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música popular brasileira. A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de comunicação e na indústria do lazer uma nova era musical. TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 (adaptado). A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:
Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os beijinhos que eu darei / Na sua boca.
(Chega de saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém está perdido / Procurando se encontrar.
(Ovelha negra, Rita Lee)
No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo / Onde a dor e a saudade / Contam coisas da cidade.
(No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo)
A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta / Com tamanho esplendor.
(As pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro)
Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do meu bem.
(A noite do meu bem, Dolores Duran)
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(Enem 2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual
incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
optava pela via legalista de libertação.
copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
antecipava a libertação paternalista dos cativos.
priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
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(Enem 2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles. PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado). Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.
liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
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(Enem 2013) No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que "a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades". A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando a preservação da sua paisagem cultural. Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado). O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
relação sociedade-natureza de caráter singular.
presença do corpo artístico local.
diversidade de culturas presentes na cidade
herança de prédios da ex-capital do país.
imagem internacional da metrópole.
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(Enem 2013) Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correções, viremos agora a página – não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo aprisionar-nos para sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova sociedade sul-africana, em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito criadas à imagem de Deus. Desmond Tutu, no encerramento da Comissão da Verdade na África do Sul. Disponível em: http:// td.camara.leg.br. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado). No texto, relaciona-se a consolidação da democracia na África do Sul à superação de um legado
populista, que favorecia a cooptação de dissidentes políticos.
segregacionista, que impedia a universalização da cidadania.
totalitarista, que bloqueava o diálogo com os movimentos sociais.
fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos.
estagnacionista, que disseminava a pauperização social.
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(Enem 2012) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos. SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n.º 12, dez./jan./ fev. 1991-92 (adaptado). Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a
formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.
resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.
manutenção das características culturais específicas de cada etnia.
reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
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(Enem 2012) Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio. VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado). O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e
o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
o papel dos senhores na administração dos engenhos.
o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
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. (Enem 2012) O que o projeto governamental tem em vista é poupar à Nação o prejuízo irreparável do perecimento e da evasão do que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte das obras de arte até mais valiosas e dos bens de maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremediavelmente. As obras de arte típicas e as relíquias da história de cada país não constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum de todos os povos. ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30 out. 1936. In: ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado). A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada por ideias como as descritas no texto, que visavam
definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela sociede.
determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio nacional, de acordo com a legislação brasileira.
resguardar da destruição as obras representativas da cultura nacional, por meio de políticas públicas preservacionistas.
transferir para a iniciativa privada a
responsabilidade de preservação do patrimônio nacional, por meio de leis de incentivo fiscal.
submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos órgãos públicos, de acordo com a tendência autoritária do Estado Novo.
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(Enem 2012) Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado.
a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal.
o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretencioso e distante do poder político.
o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte.
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(Enem 2012) Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963. Disponível em: www.palmares.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2011 (adaptado). O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social. Nessa época, surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam
a supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista.
a incorporação dos negros no mercado de trabalho.
a conquista de direitos civis para a população negra.
o apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano.
a aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano.
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(Enem 2012) Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça esperamos a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e de outros que porventura vierem a ser levantados. Em nome da verdade. In: O Estado de S. Paulo, 3 fev. 1976. Apud. FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999. A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a medidas como o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a
certeza de cumprimento das leis.
violência dos terroristas de esquerda.
expectativa da investigação dos culpados.
superação do governo de exceção.
punição dos torturadores da polícia.
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(Enem 2011) A análise da tabela permite identificar um intervalo de tempo no qual uma alteração na proporção de eleitores inscritos resultou de uma luta histórica de setores da sociedade brasileira. O intervalo de tempo e a conquista estão associados, respectivamente, em
1980-1996 – direito de voto para os analfabetos.
1940-1950 – direito de voto para os ex-escravos.
1970-1980 – fim do voto obrigatório.
1960-1970 – direito de voto para as mulheres.
1950-1960 – fim do voto secreto.
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(Enem 2011) Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional, o motivo da obediência é a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe. BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado). O texto apresenta três tipos de poder que podem ser identificados em momentos históricos distintos. Identifique o período em que a obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático:
República Federalista Norte-Americana.
Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.
Monarquia Absoluta Francesa no século XVII.
República Fascista Italiana no século XX.
Monarquia Teocrática do Egito Antigo.
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(Enem 2011) O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã”. THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado). A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao
hinduísmo.
ateísmo.
protestantismo.
judaísmo.
islamismo.
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(Enem 2011) Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado a partir da análise do vestuário do casal retratado acima?
O uso de sapatos é um importante elemento de
diferenciação social entre negros libertos ou em melhores condições na ordem escravocrata.
O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do trabalho urbano.
A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de elementos culturais de origem africana.
A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como finalidade demarcar a fronteiras da exclusão social naquele contexto.
A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros.
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(Enem 2011) Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da
relação de integração entre Estado e Igreja.
influência das religiões de origem africana.
incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.
permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.
incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.
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(Enem 2010) Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista. AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Historia. Ano 1, n.o 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado). A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a
possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai português.
impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social.
troca de favores entre um representante negro e a elite agrária escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.
extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.