Descoberta das atitudes espontâneas

Descoberta das atitudes espontâneas

Você encontrará 10 fragmentos de entrevista. A cada fragmento correspondem, nas páginas seguintes, seis respostas diferentes. Leia atentamente o que diz o protagonista do primeiro fragmento, imaginando o personagem e a situação que ele descreve como sendo a dele. A seguir, suponhamos que você conheça essa pessoa, em grau suficiente para que ela possa dizer as coisas que disse, do modo que disse... e que você tenha de responder-lhe. Leia então todas as seis respostas propostas para o fragmento considerado. Deixe-se levar por sua espontaneidade (isto é, não procure encontrar uma resposta “certa”) e marque aquela que se aproxima mais (ou que se afasta menos) do que você teria tido vontade de responder a essa pessoa, nessas circunstâncias. Faça o mesmo para os 10 fragmentos, sucessivamente.

Imagem de perfil user: André Koloszwa
1

Caso nº 1 – Mulher de 37 anos (voz cansada) Não sei mesmo o que fazer. Ah! Não sei mesmo se devo voltar ao meu cargo de telefonista... aquilo me abala os nervos, eu mal suporto... mas tenho estabilidade e um bom salário; ou então largar tudo e fazer o que me interessa realmente, em todo caso um trabalho mais variado, mas isso me obrigaria a recomeçar por baixo, com um salário muito pequeno... não sei se eu poderia fazer uma coisa dessas ou não...

A senhora pode me falar um pouco mais sobre as coisas que a estão interessando agora? É muito importante que possamos refletir bem sobre isso.
Cuidado, antes de lançar-se em qualquer coisa nova, seria necessário que a senhora estivesse certa de que isso lhe traria reais vantagens e de que a senhora não estaria trocando o certo pelo duvidoso.
Pois bem! Vejamos, não é caso para desespero, trata-se de saber para qual serviço a senhora poderia ser transferida; eu posso arranjar-lhe uma entrevista com o chefe do pessoal.
Seu transtorno tem uma dupla explicação: por um lado, a senhora hesita em abandonar seu cargo atual, mas sobretudo a senhora não sabe qual outro emprego lhe seria conveniente
É mesmo uma decisão difícil, não é? Ou bem correr os riscos de iniciar-se num novo setor, ou bem limitar-se à segurança de um trabalho que a desagrada.
A senhora se preocupa demasiadamente. Não será tratando seus nervos dessa forma que a senhora vai resolver suas dificuldades. Não é o caso de ficar nesse estado. Tudo acabará por arranjar-se.
2

Caso nº 2 – Homem de 30 anos (voz bizarra, ingênua, áspera) Eu tenho um sentimento dos mais estranhos: quando alguma coisa boa me acontece, não consigo acreditar nela, me comporto como se a coisa não tivesse acontecido nunca, isso me atormenta! Eu queria um encontro com a Laura, rodei em volta dela durante semanas antes de ter coragem suficiente para convidá-la... e ela disse “sim”. Eu não podia acreditar naquilo. Tanto eu não conseguia acreditar, que não fui ao encontro.

É preciso viver de acordo com a idade que você tem, meu rapaz, fazer uma idéia um pouco mais realista das mulheres. Elas também são seres humanos, você sabe, e desejam ter encontros tanto quanto você.
Parece sempre irreal para você, quando lhe acontece alguma coisa boa.
Você sem dúvida tem dito a si mesmo, com tanta força, que nada de bom lhe podia acontecer que, quando acontece, você tem a impressão de que não é verdade.
Eu me pergunto se esse sentimento de irrealidade não estaria associado a um momento especial de sua vida. Você não quiser falar mais sobre o que você queria dizer com “Quando alguma coisa boa me acontece”?
Será mesmo o caso de você se atormentar a propósito desse assunto? Nós todos temos tido de vencer sentimentos ou desejos estranhos. Eu creio que você conseguirá superar isso.
Penso que essa experiência lhe servirá de lição. Da próxima vez, você deve fazer um esforço para aceitar a boa sorte.
3

Caso nº 3 – Homem de 35 anos (voz forte, agressiva, destacando as palavras) Estou decidido a fazer alguma coisa, não tenho medo de trabalhar duro, não tenho medo de receber alguns golpes duros, contanto que eu saiba para onde vou! E não tenho escrúpulos de pisar sobre outros, quando estiverem no meu caminho, porque quero tudo para mim! Não posso me contentar com um emprego medíocre! Eu quero ser alguém!

Em suma, você se conduz como um ambicioso porque tem necessidade de provar a si mesmo o seu valor
Você considera necessário estar na frente, quaisquer que sejam os esforços e os meios para chegar lá.
Em sua opinião, que coisa o impulsiona a essa grande resolução de chegar a alguma coisa?
Você se interessaria em fazer alguns testes para determinar em que ramo você pode ter mais sucesso? Isso pode ser-lhe muito útil, se bem que com sua disposição seja possível obter êxito em muitas situações.
Uma grande ambição pode ser um verdadeiro trunfo para alguém. Mas você está certo de que pensa mesmo isso, quando diz que não tem escrúpulos de pisar sobre aqueles que estiverem no seu caminho? Isso não poderia fazer mais mal do que bem a você?
Seus sentimentos são muito fortes. Você deve estar sob o efeito de uma decepção recente. Precisa acalmar-se, refletir, e verá que vai reencontrar seu sangue frio sem perder seu entusiasmo.
4

Caso nº 4 – Mulher de 30 anos (voz desencorajada) Já faz dez anos que eu moro nesta cidade e sete anos que estou no mesmo apartamento, mas não conheço ninguém. No escritório, parece que não consigo fazer amigos, é como se eu estivesse paralisada. Tento ser gentil com os outros funcionários, mas no fundo me sinto tensa e sem jeito, e então digo para mim mesma que pouco me importa. Não se pode contar com as pessoas. Cada um por si. Eu não quero amigos, e às vezes acabo mesmo convencida disso.

Você é pessimista demais. Essa situação não vai durar eternamente. Verá que as pessoas se aproximarão de você naturalmente.
Eu conheço outras pessoas na mesma situação; no entanto, elas conseguiram fazer relações agradáveis, entrando numa Associação de “Lazer e Férias”. O importante é não imaginar que se tem que ficar sozinho.
Talvez, se me contasse mais sobre o modo pelo qual você tem procurado fazer amigos, poderíamos ter uma ideia mais clara sobre o que não vai bem.
Isso dura já há tanto tempo, que você acabou quase por se convencer; é isso que você quer dizer?
Talvez você não queira amigos unicamente para se proteger de alguma outra coisa?
É uma situação bastante lamentável, a de não ter amigos, e é preciso cuidar disso. Há várias coisas que você poderia fazer para aprender a fazer amizades, e quanto mais cedo você começar, melhor será.
5

Caso nº 5 – Homem de 30 anos, desmobilizado do exército (furor e amargura ao mesmo tempo) Para que? Ninguém joga jogo limpo comigo. Os caras que ficaram em casa, ficaram com todas as vantagens, todos eles se aproveitaram de nós enquanto lutávamos na frente de batalha, malditos sejam todos eles. Eles jogam para enganar. Quanto à minha mulher... (silêncio) “pois sim”!...

O senhor tinha começado a dizer alguma coisa sobre sua mulher...
O senhor considera ter sido explorado e isso o enche de raiva?
Passaram à sua frente, e isso o revolta, uma vez que, mais do que outros, o senhor julga merecer consideração.
Compreendo seus sentimentos em relação a isso, mas se não tentar desembaraçar-se deles, tais sentimentos vão impedir que o senhor vá para a frente.
O senhor não é o único que está furioso. Há muita razão para isso. Mas, com o tempo, o senhor esquecerá, voltará à vida normal.
O senhor vai acabar querendo vingar-se, o que sempre complica as coisas, não acha?
6

Caso nº 6 – Homem de 35 anos (voz clara e decidida) Eu sei que poderia ter êxito nesse negócio; o que é necessário é: ter uma boa visão de conjunto, bom senso e a coragem de tentar. Eu tenho tudo isso. Assim, se eu pudesse conseguir somente uma ajuda quanto ao dinheiro, não hesitaria em me lançar.

Você precisa talvez da indicação de um consultor financeiro; num caso desse tipo, é necessário estar informado antes de levantar empréstimos.
Muito bem. Deve-se estar seguro de si mesmo para poder chegar a alguma coisa. Começar com hesitações pode de fato prejudicar tudo; você está no caminho certo, e eu lhe desejo sucesso.
Se você pudesse obter o capital para começar, você se sente seguro de saber aproveitá-lo.
Você se sente seguro de poder obter êxito porque você se dá conta, efetivamente, de tudo quanto é necessário para que o negócio vá em frente. Quando se enxerga as coisas com clareza, a segurança vem por si mesma.
Você já examinou quais são os riscos a correr?
Você se coloca muitos problemas sobre o dinheiro, a maneira de consegui-lo e a arte de usá-lo.
7

Caso nº 7 – Homem de 46 anos (voz amarga e tensa) Pois bem! É um novato na Companhia, mas é um espertalhão, tem resposta para tudo e está certo de que descobriu a pólvora. Mas, meu Deus!... Ele não sabe com quem está se metendo. Eu faria melhor que ele, se eu quisesse!

O senhor julga que deveria ser o primeiro. É de fato importante para o senhor ser sempre o melhor.
Tomando desde o início uma tal atitude para com esse homem novato na Companhia, o senhor não está usando uma boa tática.
E para isso o senhor precisará agir sem dúvida com muito método e reflexão. Será necessário ter muito cuidado.
Esse recém-chegado, que lhe parece tão pretensioso, faz com que o senhor tenha vontade de superá-lo!
Vejamos! Isso não é ser um bom perdedor! Por que o senhor faz tanta questão de passar à frente desse homem?
O senhor já se informou exatamente sobre os antecedentes e sobre as funções atuais desse homem na Companhia? O que sabe sobre isso?
8

Caso nº 8 – Moça de 28 anos (voz tensa, raivosa, contida) Quando eu olho para ela!... Ela não é tão atraente quanto eu, não é tão inteligente, mas tem charme e eu me pergunto como é que tantas pessoas podem iludir-se com ela, como ninguém vê claro através de todos os modos dela? Ela sempre consegue fazer alguma coisa, e todo mundo admira sua maneira de fazer. Eu não posso suportá-la! Isso me deixa doente! Ela tem tudo o que quer! Ela obteve meu lugar, conquistou Geraldo, literalmente arrancou-o de mim, e depois negou; quando eu a coloquei diante do fato, e lhe disse o que eu pensava, ela disse: “Mas eu sinto muito”! Mas... pois bem! Ela vai ver comigo.

Ela se parece com alguma outra moça com a qual você já tenha tido relacionamento?
Você considera que ela consegue as coisas que, na realidade, deveriam ser suas.
Pode-se dizer que você toma uma atitude um pouco violenta em relação a ela. Todos nós temos preconceitos contra pessoas, mas é raro que se tire disso qualquer coisa de bom.
É um caso típico de ciúmes, bem conhecido, provocado pela presença de uma pessoa que talvez seja um pouco mais capaz ou mais hábil que você.
Por que você não tenta observar as coisas que ela faz e combatê-la assim em seu próprio terreno? Se ela estiver blefando, a última palavra será sua.
Na sua idade, as pessoas são naturalmente muito sensíveis a todas as decepções, mas têm a vantagem de serem mais sensatas e de terem mais experiência da vida.
9

Caso nº 9 – (Diálogo entre o médico da empresa e Martins, empregado novo) – Então, Martins, como é que vai indo com seus colegas de escritório? Martins: – Ah! Eles que vão para o diabo, pois eu tentei fazer tudo da melhor forma possível, mas quando o chefe e o assistente dele ficaram contra mim, zangados porque eu tinha me enganado numa fatura difícil, isso me... eu faço o melhor que posso... eu faço mesmo o melhor que posso, mas quando eles chegam ao ponto de me dizer que não é suficiente... isso me mostra cada vez mais claro que eu não presto para nada.

Ora, Martins, tente examinar a situação objetivamente. Essa história é tão grave assim? Basta não dramatizar!
Em outras palavras, quando criticado você tem a tendência de sentir-se culpado?
Você fez o melhor que pôde, mas foi encontrado um erro e, imediatamente, você se põe a pensar que não serve para nada.
Veja, meu velho, se você deixa que uma coisa como essa o desmonte, aí é que você por certo não prestará para nada.
Diga-me, Martins, é apenas por causa desse aborrecimento pessoal que você passou a duvidar de si mesmo?
Você deve levar em consideração, de agora em diante, tudo quanto você já conseguiu, e não mais deixar que suas imperfeições tornem tudo escuro para você. Faça o balanço de seus sucessos.
10

Caso nº 10 – (Fragmento de diálogo entre um estudante e o Orientador de Estudos) – Entre!... Em que é que eu posso ajudá-lo? Estudante: – Professor, eu queria que o senhor me ajudasse sobre meu programa para o próximo trimestre. Falei com diversas pessoas sobre o que eu devo escolher, mas cada uma me diz coisas diferentes e está bem difícil para eu saber o que devo fazer. O senhor sabe, estou só no primeiro ano, e não sei realmente o que vale mais a pena...

Se eu compreendi bem, você considera que se trata de alguma coisa que precisa de uma ajuda exterior, alguma coisa que você não pode decidir por si mesmo.
Você quer falar da seção para a qual você quer entrar e do que você vai escolher como matéria optativa?
Olhe, se você levar em conta um pouco mais a si mesmo, quanto ao que você pode fazer e quer fazer, em lugar de dar tanta importância ao que dizem os outros... talvez você assim se sentisse um pouco melhor.
Aí eu me pergunto se a solução para suas dificuldades não estaria num desenvolvimento maior de sua autoconfiança mais do que fazer escolhas entre os cursos.
Certamente, vamos refletir sobre o problema. Às vezes é um pouco difícil encontrar seu lugar na estrutura do Colégio
Você já fez o balanço das matérias que terá de cursar e o balanço das horas de trabalho de que você poderá dispor?
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