Viva um dia de cachorro e eu te direi qual cachorro da Juju você é

Acordo todos da casa, já estou com fome e quero minha ração fresca imediatamente.

Vou tomar um solzinho da manhã de barriguinha para cima.

Já estou pronto para um cafezinho e meus remédios.

Se meu humano não está acordado, não faz sentido eu acordar. Continuo dormindo

Ração.

Lixo, bosta, qualquer coisa.

Iogurte natural para o intestino.

Pão com manteiga.

Escondo debaixo da cama para fazer charme, mas assim que ela abre a porta eu saio para não perder o rolê.

Você disse... PASSEAR? Pulo, rolo, deito, corro de um lado pro outro: é a melhor hora do dia!

Vou caminhando lentamente para a coluna não doer, estou animado mesmo não parecendo.

Vou latir para que não seja alarme falso,

Tirando os pobres mal vestidos e feios, maravilhoso. Também acho que deviam parar de levar cachorros para as ruas, eu hein, tão achando que virou baderna?

Não entendo nada mas sigo sorrindo.

Como esses humanos conseguem andar tão rápido? No primeiro quarteirão eu já tô exausto.

Faço minhas necessidades, marco meu território, socializo um pouco, finjo pros outros humanos que não recebo carinho em casa pra receber cafuné. De tudo um pouco.

Não sei o que significa, mas grito para dar um ar dramático a situação.

Que os jogos comecem. Ela não vai conseguir me pegar.

Ah, vou recusar pra que? Vai rolar cafuné e aguinha quente.

Um drama básico pra entrar e um enorme pra sair.

Um solzinho pra secar e estou mais que pronto.

Uns lacinhos bem másculos, talvez uma gravatinha, uma bandana. Maria chiquinha de macho alfa, uma escova bem feita. Só o básico.

Eu vou dormir enquanto me secam, meu banho foi exaustivo o suficiente.

Um perfuminho pra ver se fedo menos.

Vou para debaixo da cama, no chão frio e gelado, sozinho com meus pensamentos.

Chego antes do humano e tomo posse da cama e da coberta.

Rodízio de lugares para dormir. Não consigo me decidir. Tem muitos lugares pra dormir, a noite é longa.

Vou para minha caminha, gosto do meu espaço pessoal (as vezes).