ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA
O consumo de álcool está começando cada vez mais cedo no Brasil. É o que mostra a última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, 63,3% dos estudantes entre 13 e 17 anos já experimentaram alguma bebida alcoólica. Além disso, 47% dos alunos nessa faixa etária afirmaram que já ficaram embriagados pelo menos uma vez. Segundo a psicóloga e doutora em Psicologia Social pela PUC-SP, Juliane Manzini, que atua no Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD), fatores como curiosidade, influência dos amigos, busca pelo prazer imediato, e/ou o alívio da tensão no dia a dia explicam esse cenário. Além disso, questões sociais, como desemprego, falta de perspectivas e até mesmo a pressão por uma alta performance nos estudos também colaboram para o consumo precoce. Para Juliane, a ingestão de uma droga legalizada como o álcool revela algumas questões ligadas à saúde mental. “Muitos adolescentes experimentam o álcool por dificuldade em lidar com as próprias emoções, aliada aos sintomas de ansiedade, medo, frustração e incertezas, pelos conflitos familiares e interpessoais e pela passagem prematura à vida adulta”, explica. A psicóloga ressalta que o consumo de álcool por adolescentes repercute em vários aspectos da vida, sendo considerado até mesmo um grave problema de saúde pública. “Os estudantes apresentam mudanças de comportamento, passam a ter mais conflitos familiares e têm prejuízo na aprendizagem, o que reflete na queda do rendimento escolar”, apontou. Segundo a psiquiatra Fernanda Baldo, que também atende no CAAD, esses quadros ocorrem porque o uso de álcool interfere na formação do cérebro e, consequentemente, na transmissão de impulsos nervosos entre neurônios. “Muitos estudos mostram que o cérebro permanece em formação até os 18, 20 anos, em média. É por isso que esse momento significa a passagem para a vida adulta. Quando o indivíduo usa uma droga como o álcool nessa fase da vida, esse processo é impactado. Há uma desorganização na comunicação entre os neurônios e muitas informações são transmitidas de uma maneira irregular e até mesmo desnecessária. É por isso que o adolescente fica mais impulsivo”, explica a médica.
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1. Qual foi a porcentagem de estudantes entre 13 e 17 anos que já experimentaram alguma bebida alcoólica, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019?
63,3%
50%
75%
82%
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Segundo a psicóloga Juliane Manzini, quais são alguns dos fatores que explicam o consumo precoce de álcool entre adolescentes?
Influência dos amigos, busca pelo prazer imediato, alívio da tensão no dia dia, questões socials.
Curiosidade, influência dos pais busca pela saude mental, pressão por Alta performance
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De acordo com a psicóloga Juliane Manzini, quais são algumas das repercussões do consumo de álcool por adolescentes em suas vidas?
Mudanças de comportamento, conflitos familiares, prejuízo na aprendizagem, queda no rendimento escolar.
Melhora no rendimento escolar, aumento da aprendizagem, maior harmonia familiar.
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Por que o consumo de álcool por adolescentes pode interferir no desenvolvimento do cérebro, de acordo com a psiquiatra Fernanda Baldo?
Porque o álcool estimula a formação de conexões saudáveis entre neurônios.
Porque o cérebro continua em formação até os 18-20 anos, e o álcool desorganiza a comunicação entre neurônios.
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Qual a principal preocupação em relação ao consumo de álcool por adolescentes, de acordo com o texto?
A busca pelo prazer imediato.
A dificuldade em lidar com emoções e a saúde mental dos jovens.