HIGIENE E SAÚDE NA PRIMEIRA REPÚBLICA

HIGIENE E SAÚDE NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Questões sobre o processo de urbanização e higienização do início do século XX que culminaram com a Revolta da Vacina.

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O governo Rodrigues Alves (1902-1906) foi responsável pelos processos de modernização e urbanização da Capital Federal - Rio de Janeiro. Coube ao prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e ao Dr. Oswaldo Cruz o saneamento, visando a combater principalmente a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Essa política de urbanização e saneamento público, apesar de necessária e modernizante, encontrou forte oposição junto à população pobre da cidade e à opinião pública porque:

provocava o surgimento de novos bairros que receberiam, desde o início, energia elétrica e saneamento básico.
desabrigava milhares de famílias, em virtude da desapropriação de suas residências, e obrigava a vacinação antivariólica
implantava uma política habitacional e de saúde para as novas áreas de expansão urbana, em harmonia com o programa de ampliação dos transportes coletivos.
mudava o perfil da cidade e acabava com os altos índices de mortalidade infantil entre a população pobre.
transformava o centro da cidade em área exclusivamente comercial e financeira e acabava com os infectos quiosques.
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Oswaldo Cruz, médico sanitarista e especialista em micro-organismos, foi um dos principais defensores e articuladores da campanha pela vacinação obrigatória no governo Rodrigues Alves. Quais ideias científicas guiavam o pensamento do Cruz?

positivismo, cujo criador foi August Comte.
sociologismo, defendido por Émile Durkheim.
fascismo, criado por Benito Mussolini.
higienismo, cujo principal propagador foi Louis Pasteur.
pragmatismo, desenvolvido nos Estados Unidos por William James.
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Uma das medidas aplicadas à cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1903, que auxiliou as práticas de higienismo que culminariam na Revolta da Vacina, em 1904, foi:

a deportação de imigrantes.
a criação de campos de concentração para doentes de varíola.
a reforma urbana de Pereira Passos.
a construção da ponte Rio-Niterói.
a criação do aterro do Flamengo.
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No governo Rodrigues Alves (1902-1906), ocorreu a revolta da vacina, que estava contextualizada:

no combate às doenças epidêmicas promovido pela ONU.
na modernização e no saneamento do Brasil como um todo.
na oposição entre os setores rural e urbano.
na recepção aos imigrantes.
na modernização e no saneamento do Rio de Janeiro.
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Antes mesmo do indianismo e do regionalismo, a ficção brasileira, desde os anos de 1840, se orientou para outra vertente de identificação nacional através da literatura: a descrição da vida nas cidades grandes, sobretudo o Rio de Janeiro e áreas de influência, o que sobrepunha à diversidade do pitoresco regional uma visão unificadora. Se por um lado isto favoreceu a imitação mecânica da Europa, e portanto uma certa alienação, de outro contribuiu para dissolver as forças centrífugas, estendendo sobre o País uma espécie de linguagem culta comum a todos e a todos dirigida (...), que contrabalança o particular de cada zona. (Antonio Candido. A educação pela noite. São Paulo: Ática, 1987. p. 203) No início do século XX, a imitação mecânica da Europa a que o texto se refere ainda se fazia notar no Rio de Janeiro, norteando, por exemplo, uma ampla reforma urbana inspirada na capital francesa. No âmbito das medidas ligadas à reforma implementada pelo prefeito Pereira Passos, ocorreu

a eleição do cacete: grande tumulto ocorrido na eleição para prefeito, findo o mandato de Pereira Passos, uma vez que este tentava se reeleger por meio de fraude eleitoral, provocando a revolta de seus concorrentes e a destruição das urnas.
o “ponha-se na rua”: lema pelo qual ficou conhecida a desapropriação de moradias insalubres, supostamente infectadas pela febre amarela e previamente identificadas, pelos sanitaristas, com as letras “P.R.” na entrada.
o “bota abaixo”: a expulsão de milhares de moradores de cortiços para a derrubada dos mesmos, viabilizando a abertura de avenidas e boulevares, ao passo que essa população se transferia para os subúrbios da cidade.
a Revolta dos Malês: reação violenta da população negra, especialmente de marinheiros e estivadores capoeiristas, vítimas de maus-tratos e da ação da polícia, que os perseguia para impedir sua circulação nas áreas revitalizadas da cidade.
o “afrancesamento” da cidade: a inauguração de espaços para o lazer e a cultura como o Jardim Botânico e o Teatro Municipal, além do estímulo ao intercâmbio cultural com Paris, do qual resultou a Missão Artística Francesa.
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À margem da pretensa civilização, essa camada da população era submetida a condições de trabalho subumanas, mergulhada no analfabetismo e morrendo por causa de doenças como febre amarela, peste bubônica, varíola […]. O projeto de reforma urbana do Rio de Janeiro, conhecido como “Bota Abaixo” e implantado pelo prefeito Pereira Passos, e a política sanitarista do dr. Osvaldo Cruz desencadearam um movimento popular na capital da República. Trata-se da

Guerra do Contestado
Revolta da Vacina.
Guerra de Canudos.
Revolta da Chibata.
Revolta de Juazeiro.
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O Rio de Janeiro, capital da República antes de Brasília, na passagem do século XIX para o XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola e tuberculose. Ao assumir a presidência do Brasil, Rodrigues Alves instituiu como meta governamental a reurbanização da cidade do Rio de Janeiro. Com isso, a cidade passou por uma série de mudanças, como a derrubada de casarões e cortiços, e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou esse movimento de “bota-abaixo”, que tinha como objetivo a abertura de grandes bulevares e largas e modernas avenidas, com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater as doenças, criaram-se brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, removendo o lixo e os focos de mosquitos transmissores da febre amarela. Nesse contexto, a vacinação obrigatória contra a febre amarela foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e com a política vigente (que posteriormente passou a ser chamada de República Velha) se revoltasse. Disponível em: <http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/revolta.htm>. Acesso em: 15 set. 17. (Adaptado.) Sobre o contexto da República Velha, é correto afirmar que

a Coluna Prestes e o Tenentismo se uniram aos revoltosos da vacina no Rio de Janeiro visando a melhorias na qualidade de vida, o que resultou na ascensão da classe média urbana pela primeira vez na história brasileira.
o sistema político estava assentado nas fraudes eleitorais, visto que o voto não era secreto, e os "coronéis", grandes latifundiários que controlavam o poder político local, exerciam o controle através do voto de cabresto.
a obrigatoriedade e a truculência da campanha de vacinação são representativas do período que ficou conhecido como “República da Espada”.
as revoltas populares que a marcaram, como a revolta da Chibata e a da Vacina, tinham como principal objetivo a derrubada do governo e a volta da monarquia.
esse período da história é caracterizado pela defesa dos interesses das oligarquias industriais, sobretudo no Rio de Janeiro.
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Chamando o repórter de “cidadão”, em 1904, o preto acapoeirado justificava a revolta: era para “não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era importante — embora não admitisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”. CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado). A referida Revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no início da República, caracterizou-se por ser uma

Ação de insurgência dos comerciantes.
Tática de sobrevivência dos imigrantes.
Estratégia elaborada pelos operários.
Agitação incentivada pelos médicos.
Atitude de resistência dos populares.
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“Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo, com os principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm ganhando força no País grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. Esses movimentos estão sendo apontados como um dos principais fatores responsáveis por um recente surto de sarampo na Europa, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. No Brasil, os grupos são impulsionados por meio de páginas temáticas no Facebook que divulgam, sem base científica, supostos efeitos colaterais das vacinas” (O ESTADO DE SÃO PAULO. “Grupos contrários à vacinação avançam no País e preocupam Ministério da Saúde” 21/05/2017). Durante a primeira república, podemos asseverar sobre a revolta da vacina que:

Durante a Primeira República, a revolta da vacina foi o único movimento popular deflagrado no Rio de Janeiro.
A revolta da vacina não tem qualquer relação com as reformas urbanas.
Houve uma ampla campanha de conscientização sobre a importância da vacinação e, mesmo chamada a optar sobre o processo, parte da população se recusou à vacinação espontânea.
A campanha de vacinação foi pensada e articulada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz e tinha como alvo o Cólera disseminado entre a população das cidades, sobretudo São Paulo.
O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal A Notícia, em 9 de janeiro de 1904 de autoria de Oswaldo Cruz então diretor geral da Saúde Pública.
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No início do século XX, focos de varíola e febre amarela fizeram milhares de vítimas na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo período, a atuação das Brigadas Mata-Mosquitos, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola e a remodelação da região portuária e do centro da cidade geraram insatisfações entre as camadas populares e entre alguns políticos. Rui Barbosa, escritor, jurista e político, assim opinou sobre a vacina contra a varíola: “...Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura (...) com a introdução, no meu sangue, de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte.” Considerando esse contexto histórico e as formas de transmissão e prevenção dessas doenças, é correto afirmar que:

A imposição da vacina somou-se a insatisfações populares geradas pela remodelação das áreas portuária e central da cidade, contribuindo para a eclosão da Revolta da Vacina.
A febre amarela é transmitida pelo ar e as ruas alargadas pela remodelação da área portuária e central da cidade permitiriam a convivência mais salubre entre os pedestres.
A remodelação da área portuária e central da cidade, além de alargar as ruas, reformou as moradias populares e os cortiços para eliminar os focos de transmissão das doenças.
O princípio de ação da vacina foi compreendido por Rui Barbosa, que alertou sobre seus efeitos e liderou a Revolta da Vacina no Congresso Nacional.
A varíola é transmitida por mosquitos e o alargamento das ruas, promovido pela remodelação urbana, eliminou as larvas que se acumulavam nas antigas vielas e becos.
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