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A terceira geração do romantismo possui características marcantes que se relacionam com o momento histórico, político e social. Assinale a alternativa que melhor descreve essa fase da literatura brasileira:
é conhecida também como condoreira. Possui como marca poética a denúncia das desigualdades sociais e a defesa da liberdade.
é conhecida também como nacionalista ou indianista. O foco poético está na natureza tropical, no patriotismo, nos eventos históricos e no indígena brasileiro.
é conhecida também com byroniana ou ultrarromântica por possuir uma visão pessimista e decadente da vida e da sociedade. Possui como características o sofrimento amoroso, a valorização da morte, a tristeza, a melancolia e o misticismo.
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Leia um trecho do poema de Castro Alves “O Navio Negreiro”, poeta da terceira geração do romantismo, e julgue as alternativas em verdadeiras ou falsas: O navio negreiro V Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!... São os filhos do deserto, Onde a terra esposa a luz. Onde vive em campo aberto A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão. Ontem simples, fortes, bravos. Hoje míseros escravos, Sem luz, sem ar, sem razão. . . São mulheres desgraçadas, Como Agar o foi também. Que sedentas, alquebradas, De longe... bem longe vêm... Trazendo com tíbios passos, Filhos e algemas nos braços, N'alma — lágrimas e fel... Como Agar sofrendo tanto, Que nem o leite de pranto Têm que dar para Ismael.
O eu lírico expressa um sentimento de revolta à escravidão e ao tráfico de seres humanos.
o sentimento nacionalista está presente no poema ao apresentar uma idealização do Brasil por alguém que está exilado.
O poema épico “O Navio Negreiro” é marcado pelo pessimismo, a revolta e o valor da morte, algumas características da terceira geração do Romantismo.
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No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos … “
“Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, …”
… o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas …”
b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça …”
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A natureza, nessa estrofe: “Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala.” Gonçalves Dias Obs.: tamarindo = árvore frutífera; o fruto dessa mesma planta bogari = arbusto de flores brancas
é recriada objetivamente, com base em elementos da fauna e da flora nacionais.
é concebida como uma força indomável que submete o eu lírico a uma experiência erótica instintiva.
expressa sentimentos amorosos.
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O sertão e o sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando surda na touceira, queda a vida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados éticas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida.O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a:
expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação