Sermão de Santo Antônio aos Peixes

Sermão de Santo Antônio aos Peixes

"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra".

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Leila Brito

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1. Leia um trecho do Sermão de Santo Antônio, de Padre Antônio Vieira, e responda à questão. "Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar ao pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente. Por esta causa mão falarei hoje em Céu nem Inferno; e assim será menos triste este sermão, do que os meus parecem aos homens, pelos encaminhar sempre à lembrança destes dois fins." A quem se referem, como alegoria, os peixes?

Os peixes representam os homens, com vantagem, segundo Vieira, de que os peixes ouvem, mas não falam.
Os peixes representam os habitantes do mar, que ficam no seu habitat e não incomodam ninguém.
Os peixes representam os homens, pois são corruptos e uns "comem" os outros.
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2. (FUVEST-SP) A respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:

Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais. Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.
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3. Leia o seguinte fragmento, extraído do “Sermão de Santo Antônio”, de Pe. Vieira. “(…) o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuamente se come: isto é o que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem (…)” No trecho, observa-se que Vieira I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que constitui um traço característico da prosa vieiriana. II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ênfase à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos. III. afirma, ao estabelecer uma comparação entre os humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana. Está(ão) correta(s):

apenas II e III.
apenas III.
apenas I.
apenas I e II.
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4.(Ufrgs) Leia as seguintes afirmações sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes, de Padre Antônio Vieira. I. O Sermão apresenta a estratégia de se dirigir aos peixes, e não aos homens, estendendo o alcance crítico à conduta dos colonos maranhenses. II. O Sermão apresenta elogios aos grandes pregadores, através de passagens do Novo Testamento. III. A sardinha é eleita o símbolo do verdadeiro cristão, por ter sido o peixe multiplicado por Jesus. Quais estão corretas?

Apenas II e III.
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e III.
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5. (Ufsm ) Padre Antônio Vieira, em seu Sermão de Santo Antônio aos Peixes, vale-se da fauna aquática, especialmente a da costa brasileira, para dar força e vida às suas palavras, como se vê no fragmento a seguir: "Outra coisa muito geral, que não tanto me desedifica, quanto me lastima, em muitos de vós, é aquela tão notável ignorância e cegueira que em todas as viagens experimentam os que navegam para estas partes. Tome um homem do mar um anzol, ata-lhe um pedaço de pano cortado e aberto em duas ou três pontas, lança-o por um cabo delgado até tocar na água, e em o vendo o peixe, arremete cego a ele e fica preso e boqueando até que, assim suspenso no ar, ou lançado no convés, acaba de morrer. Pode haver maior ignorância e mais rematada cegueira que esta? Enganados por um retalho de pano, perder a vida? Dir-me-eis que o mesmo fazem os homens. Não vô-lo nego. Dá um exército batalha contra outro exército, metem-se os homens pelas pontas dos piques, dos chuços e das espadas, e por quê? Porque houve quem os engodou e lhes fez isca com dois retalhos de pano. A vaidade entre os vícios é o pescador mais astuto e que mais facilmente engana os homens. E que faz a vaidade? Põe por isca nas pontas desses piques, desses chuços e dessas espadas dois retalhos de pano, ou branco, que se chama hábito de Malta; ou verde, que se chama de Avis; ou vermelho, que se chama de Crista e de Santiago; e os homens por chegarem a passar esse retalho de pano ao peito, não reparam em tragar e engolir o ferro. A partir da leitura do fragmento, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir. ( ) A referência aos peixes, no fragmento e no sermão como um todo, deve-se ao “milagre da multiplicação dos peixes’, realizado por Jesus Cristo, o que serve de ponto de partida para o texto de Vieira. ( ) Por meio da analogia, Vieira compara como os peixes são pescados e como os homens perdem-se, ambos vítimas de um engano. ( ) Os fatos narrados no fragmento apresentam semelhanças com o enredo de uma fábula, no sentido de que seu conteúdo é utilizado para ilustrar um princípio moral. A sequência correta é:

V – F – F.
F – F – V.
F – V – F.
F – V – V.
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6. O sermão de Santo Antônio aos Peixes é um dois mais significativos da arte oratória do Padre Antônio Vieira. O pregador em São Luís do Maranhão, no ano de 1654. Com relação a esse sermão, analise as afirmativas abaixo: I. O pregador o fez com o objetivo de encontrar solução para o problema dos índios, barbaramente escravizados pelos colonos; II. O jesuíta finge dirigir-se aos peixes e não aos homens para recriminar a má vida dos espectadores, que se recusavam ao seguir os ensinamentos cristãos; III. O orador critica os pregadores que distorcem a palavra de Deus, utilizando-a com o simples propósito de agradar aos ouvintes do sermão. É correto o que se afirma em:

Todas
I e II
I e III
II e III
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7. (Enem) Sermão de Santo Antônio aos peixes "Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal! […]" Padre Antônio Vieira (1608-1697). Assinale a alternativa que melhor resume a estratégia argumentativa utilizada pelo autor do sermão para convencer os ouvintes.

Os ouvintes não seguem o exemplo dos pregadores, mas a verdadeira doutrina, cujo ensinamento é impedir a corrupção na terra.
Vieira utiliza uma metáfora, segundo a qual os pregadores são o sal da terra, cuja função é coibir a corrupção. No entanto, há muitos pregadores e muita corrupção, logo alguém está falhando: os pregadores ou os ouvintes.
O autor compara os pregadores à terra e os ouvintes ao sal. Entretanto, há muita corrupção, por conseguinte pregadores e ouvintes não estão seguindo a verdadeira doutrina.
Segundo Vieira, há diferença entre palavras e ações, no que se refere aos pregadores, que são corruptos apesar de pregarem a Cristo a verdadeira doutrina. Assim, a causa da corrupção são os ouvintes, que não querem servir a Cristo, mas a si mesmos.
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8. (UFRS) Assinale a alternativa incorreta sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes.

Vieira recrimina que os peixes devorem-se mutuamente, mas assinala que entre os homens dá-se o mesmo, piorado: “…vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair, sem quietação, nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer“.
Dizendo que a função do sermão é análoga à do sal, isto é, evitar a corrupção, Vieira assim identifica as duas possíveis causas de existência de tanta corrupção na terra: “ou porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar“.
Dirigindo-se aos peixes do mar, Vieira, na verdade, fala aos homens, mostrando-lhes os próprios vícios. Vieira louva nos peixes sua afeição natural pelos humanos, dizendo que o preço desse convívio é a perda da liberdade.
Explicitando as metáforas contidas na citação da alternativa anterior, Vieira levanta as seguintes hipóteses sobre a corrupção que se verifica na terra: “ou o sal salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber“.
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