13 livros para entender Max Weber

13 livros para entender Max Weber

Nessa lista você vai encontrar os treze livros, autorais e de comentadores, para entender o básico da sociologia de Max Weber. Todos em português, para facilitar e disseminar o pensamento weberiano nas veias nacionais.

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Caio Pedron

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Ciência e Política duas Vocações

1. Ciência e Política duas Vocações
As duas célebres conferências permitem-nos acessar aquilo que é substancial na sua concepção de ciência e, também, da política.

Weber queria ser político, sentia em suas veias pulsar a verve do vocacionado à dominação; contudo, sempre foi, por suas próprias atitudes, mais cientista do que homem público.

Podemos perceber nas duas conferências um ar de complementaridade, mas também de tensão, pois o autor somente se colocava na esfera política como cidadão e não cientista. Enquanto pesquisador, dever-se-ia cultivar uma ética da convicção firmemente estabelecida no secular valor da verdade; já como homo politicus, deveria combinar na correta proporção a convicção em um ideal junto com a responsabilidade pelos resultados concretos da ações praticadas.

Enfim, talvez a obra mais importante para aqueles que querem entender o posicionamento valorativo de Max Weber.
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Crítica e Resignação: fundamentos da sociologia de Max Weber.

O grande clássico da interpretação weberiana nacional, redigido por Gabriel Cohn, permite-nos uma verdadeira viagem pela vida e obra do autor. Mas também, é um especulação concisa sobre os seus principais temas, tensões e diagnósticos de época.

É leitura obrigatória para todo pesquisador que queira compreender o pensamento do pai da sociologia compreensiva. Também é marcado na história da recepção da obra de Weber no Brasil como o livro que trouxe a versão mais próxima de um Weber crítico da modernidade, alinhado a escola de Frankfurt, para o debate nacional.
2. Crítica e Resignação: fundamentos da sociologia de Max Weber.
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As Anticríticas

Na nova edição da Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo da Editora Vozes podemos encontrar entre os adicionais as famosas "Anticríticas" até então inacessíveis ao português.

Nelas encontramos um resumo das preocupações de Weber e do problema de pesquisa da "Ética Protestante".

Além dessa visão concisa da problemática presente na mais famosa obra de Max Weber, também encontramos as respostas do autor aos seus críticos, a verdadeira pérola desses escritos. Quanta tinta teria sido poupada se esses textos tivessem sido traduzidos antes...

Leitura obrigatória para todos que queiram compreender um pouco mais sobre a história da obra, sua recepção pela crítica especializada alemã e para aqueles que se dedicam a sociologia da religião de matiz weberiana.
3. As Anticríticas
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O desencantamento do mundo : seis estudos sobre Max Weber

Coletânea de ensaios e artigos redigidos pelo grande "weberólogo" Wolfgang Schluchter que conta com ótimos textos sobre: o Desencantamento do Mundo; o Capitalismo como fenômeno universal; uma abordagem institucional da sociologia weberiana e, por fim, um ensaio fundamental par aqueles que queiram entender, de fato, política como vocação (ou profissão).

O mais interessante é que são textos curtos, especialmente didáticos, e bastante polissêmicos, tratando de temas ainda pouco explorados (ou entendidos) da obra do sociólogo alemão.
4. O desencantamento do mundo : seis estudos sobre Max Weber
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A Fascinação Weberiana: as origens da obra de Max Weber.

Talvez seja o melhor trabalho de historia das ideias aplicado ao pensamento de Weber. Sérgio da Mata tem uma tese ousada: Weber seria, antes de tudo, um historiador da cultura que se utiliza do método sociológico por suas possibilidades de generalização.

O que mais chama a atenção é a heterodoxia do seu pensamento, sempre disposto a encontrar relações que ainda não foram escrutinadas ou tratadas com a "densidade descritiva" necessária ao empreendimento interpretativo. É o caso das relações entre a obra do historiador Carlyle e o pensamento weberiano ou, ainda, a tese de que entre o ensaio da "Objetividade" e o da "Neutralidade axiológica" haveria uma radicalização sem precedentes e, por isso, fadado ao recrudescimento da denegação dos juízos de valor.
5. A Fascinação Weberiana: as origens da obra de Max Weber.
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História Geral da Economia

Um compilado das aulas de economia ministradas por Weber em Viena, no ano de 1918. Traduzido para o inglês por Frank Knight, é um exercício de circunscrição histórica que dialoga determinantemente com Economia e Sociedade. Isto, porque, segundo consta na história da obra, esse curso foi pensado para tornar os tipos ideais abstratos do Opus Magnum weberiano em algo mais palatável para os alunos.

Foi tema de uma interessante controvérsia proposta por Randall Collins, para ele a "última" teoria do capitalismo de Weber - proposta nesse curso - "tira o pé" dos elementos ideais, como da ética profissional ascética, e coloca mais ênfase no caráter material das relações que foram determinantes para a emergência do capitalismo. Contra essa posição, o exegeta Wolfgang Schluchter afirma que a visão de Weber sobre o capitalismo sempre conjugou causas materiais e ideais e que, portanto, não haveria mudança de ênfase, só uma exposição completa do conjunto de causalidades que permitiu a emergência histórica do capitalismo.
6. História Geral da Economia
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Paradoxos da modernidade : cultura e conduta na teoria de Max Weber

Mais um livro de Wolfgang Schluchter, um verdadeiro primor na forma da exposição e na profundidade da abordagem selecionada. A tradução dessa obra colocou para o público brasileiro os principais desenvolvimentos na interpretação do pensamento weberiano, pós Max Weber Gesamtausgabe (obras completas de Max Weber).

Nesse maciço calhamaço conseguimos encontrar um perfil político filosófico de Max Weber e, também, um perfil histórico sociológico, dentro de uma tradição de perfis intelectuais iniciadas pela obra de Bendix. Essa, sem dúvida, é a mais importante e, até agora, a definitiva resolução dos conflitos internos entre visão de mundo e cientificidade; entre uma proposição ética e a descentralização dos valores culturais e entre os problemas metodológicos e a filosofia do pensamento implícita na obra de Max Weber.

Também possui a virtude de nos explicar, da melhor maneira possível, como se articula a sociologia histórico empírica de Weber ao problema do Islã - tema que não pôde ser finalizado na obra de Weber - e, também, do cristianismo ocidental, outra releitura possível através dos fragmentos deixados da grande obra inconclusa Ética Econômica das Religiões Mundiais.
7. Paradoxos da modernidade : cultura e conduta na teoria de Max Weber
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Max Weber e a racionalização da vida

Outra obra que entra para o pequeno conjunto de textos de comentadores brasileiros fundamentais para a interpretação do pensamento weberiano. Mais alinhado a ortodoxia das novas interpretações da obra do alemão, Sell consegue resolver a difícil tarefa de explicar de maneira didática, coesa e coerente, as diferentes funções heurísticas e teóricas da razão no pensamento de Weber. Racionalização do Mundo; Racionalidades (formal, teórica, prática e substantiva); Racionalismo; Racionalizações específicas; Ação Racional, sãos as principais atribuições conceituais do vocábulo racional que perpassa toda a obra tardia de Max Weber.

Tudo explicadinho, de maneira sintética e bastante exemplar. Carlos Eduardo Sell consegue tratar, inclusive, da famigerada "Consideração Intermediária" e, em especial, do problema da chave de ouro "pierucciana", fazendo uma reverência ao grande nome da sociologia da religião de matiz weberiana brasileira, sem abrir mão da crítica construtiva.
8. Max Weber e a racionalização da vida
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Ética Econômica das Religiões Mundiais

Junto com Economia e Sociedade pode ser considerada a grande obra tardia do pensamento de Weber. Um conjunto que reúne os estudos histórico-empíricos de sociologia aplicada a religião, com algumas de suas principais teorias, como a da colisão dos valores presentes na "Consideração Intermediária" ou a famosa Introdução que reúne as contribuições metodológicas do autor para o estudo da religião.

Nos três volumes, dois dos quais já estão traduzidos para o português, podemos encontrar o esforço hermenêutico de Weber aplicado a investigação do curso de desenvolvimento das religiões mundiais para, depois, compará-las ao desenvolvimento do cristianismo como forma de detectar a singularidade ocidental que contribuiu para a emergência do capitalismo moderno.

Leitura de cabeceira de todo aquele que quer de fato entender como se pratica sociologia weberiana.
9. Ética Econômica das Religiões Mundiais
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O Desencantamento do Mundo: todos os passos do conceito

É o livro mais encantador de todos aqueles que foram produzidos no Brasil para comentar a obra do grande sociólogo alemão. A língua ferina de Antônio Flávio Pierucci não perdoa os seus colegas de profissão e nem mesmo o leitores, com provocações certeiras e com um humor bastante peculiar.

A obra é magnifica, o autor selecionou todas as passagens nas quais Max Weber comenta o conceito de Desencantamento do Mundo, explicando cada uma delas em seu contexto original. Pierucci faz a leitura, até aqui, mais didática do processo de desencantamento do mundo que, como um vinil, tem lado a - desmagificação do mundo perpetrada pela religiosidade de salvação; e lado b - desencantamento do mundo religioso pela ciência.

Na obra também aprendemos que pode haver magia ética e até mesmo racional e, além disso, que existe uma dose considerável de irracionalidade tanto no fenômeno religioso quanto no moderno mundo secular.

Ao final do percurso, nos presenteia com um insight extremamente singular: chamou-o de chave de ouro e atribuiu a essa designação a possibilidade de, por meio do erotismo, reencantar intramundana e secularmente a vida rotinizada pelo cosmos natural moderno.

Desb
10. O Desencantamento do Mundo: todos os passos do conceito
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Economia e Sociedade

O grande compêndio de tipos ideais - na acepção agora clássica de Tenbruck - é considerada a grande obra do autor, sendo composta por um conjunto de ferramentas tipológico ideais abstratas que foram constituídas para o uso na sociologia histórico-empírica de Weber.

Desta feita, recebemos sua sociologia geral com os tipos de ação, relação e dominação, além da ideia bastante presente de diferentes níveis (ação, ordem e cultura); a esquecida sociologia econômica acompanhada, depois, dos "textos velhos" que foram colocados na parte dois do primeiro volume. Lembrando que essa obra foi editada postumamente por Marianne Weber que, em um trabalho hercúleo, em menos de dez anos conseguiu publicar tudo aquilo que Max Weber havia tentando nos seus cinquenta e seis anos de vida.

Temos, também, a famosa sociologia da religião, a sociologia do direito e um pequeno capítulo da sociologia de classes que fomentou inúmeros debates sobre o conceito de status e a relação entre classe, estamento e casta. Um clássico que precisa ser lido sempre!
11. Economia e Sociedade
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Max Weber: uma biografia

A primeira e basilar biografia do autor, que foi seguida por uma verdadeira indústria cultural de produção de perfis intelectuais, psicológicos e sociais de Max Weber.

Marianne Weber retrata todos os dilemas, conflitos, crises e soluções operadas por um homem atormentado por seus demônios. Weber conseguiu produzir inúmeros textos - ainda que tenha publicado em vida apenas dois livros - entre janelas criativas diante de uma crise psicológica com a qual conviveu de 1897 até a seu falecimento em 1920.

Ainda que seja criticada pela visão romântica e idealista que tinha do marido, a obra de Marianne é detalhista e delicada demais para não ser tratada como referência final no entendimento do entrelaçamento entre vida e obra da divindade sociológica "dos bosques teutônicos".
12. Max Weber: uma biografia
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Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

Se não é o Opus Magnum, pelo menos pode ser considerada a mais famosa contribuição do autor para o debate acadêmico e cultural sobre a emergência do capitalismo. A maioria da população formada em nosso país já ouviu falar deste livro, mesmo que não tenha se quer chegado perto de estudá-lo.

Todo sociólogo que se preze precisar ler pelo menos umas 10 vezes esse livrinho durante a sua vida. Mas precisa colocar bastante esforço no exercício de ler as notas de rodapé, elas compõem quase a metade da obra toda e são basilares, pois é ali que Weber se defende - tal qual um advogado - das críticas feitas por aquelas personalidades que ele reconhecia como referência no campo de estudo.

Em um gigantesco livro, Francisco Gil Villegas discute os 100 anos da polêmica levantada pela tese da Ética Protestante. O autor faz um levantamento a cada dez anos e demonstra como é possível ainda hoje que o tema seja motor de debates dentro do campo das humanidades.

Enfim, o clássico dos clássicos, o grande selo literário quando se fala da obra de Max Weber não poderia ficar em nenhum lugar que não fosse o primeiro de uma lista de referências fundamentais para o entendimento do autor.
13. Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
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