Damas e Ladinos: Livro 1

Damas e Ladinos: Livro 1

Em uma pequena e remansada cidade no sul da Inglaterra, jovens mulheres — e irmãs — têm a grande necessidade de satisfazer as cismas da mãe de não se apaixonarem devido à crenças estúpidas. Certamente que um ser qualquer não alteraria a natureza humana de sentir os prazeres da paixão e do amor, que muitas vezes são espontâneas. Contudo, uma mãe é capaz de fazer qualquer coisa por seus filhos, ainda mais tratando-se de amantes envolvidos por enganações.

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Sorria amargamente. Como alguém poderia ser tão insuportável quanto ela? Angelique Bontemps, a pior tia avó que alguém pode ter: não tem paciência e nem tolerância, é excepcionalmente vaidosa e isso acaba me importunando demasiadamente, corre atrás de seus sonhos e os torna meus sem que eu saiba, — e sabem o que estou tentando dizer, não sabem? — conseguindo conquistar sempre aquilo que deseja, sendo persistente no pior. Contudo, ela também possui qualidades, mas isso não é tão relevante. Costumo ser bem crítica.

Sorria amargamente. Como alguém poderia ser tão insuportável quanto ela? Angelique Bontemps, a pior tia avó que alguém pode ter: não tem paciência e nem tolerância, é excepcionalmente vaidosa e isso acaba me importunando demasiadamente, corre atrás de seus sonhos e os torna meus sem que eu saiba, — e sabem o que estou tentando dizer, não sabem? — conseguindo conquistar sempre aquilo que deseja, sendo persistente no pior. Contudo, ela também possui qualidades, mas isso não é tão relevante. Costumo ser bem crítica.

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Sou Clarice Petry Bontemps, tenho dezessete anos e sou uma garota comum, vivendo em uma casa comum, em uma cidade comum, tenho uma vida comum. Às vezes, passo muitas horas devaneando e imaginando uma vida que não possuo, como outro eu, mas, graças à Angelique, temo que meus pés continuem fincados no chão, assim como são os dela.

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Bem, como dizia, sorria amargamente. Ela não parava de falar um segundo sobre sua grande aventura à cidade vizinha na busca de compra de sapatos e vestidos. Estava sendo a festa mais enfastiosa que já presenciei. Homens e mulheres riam de seus próprios rostos mal expressivos e sem graças, crianças corriam de lá e cá com petiscos furtados das mesas da festa e bem, eu... eu apenas observava e criticava mentalmente o que acontecia ao meu redor.

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Estava distraída em meus pensamentos, até que fui obrigada a deixar de pensar consecutivamente quando algo me atingiu. Bebidas servidas na festa ensoparam todo o meu vestido quanto um dos garçons vinha até mim, com uma bandeja em uma de suas mãos, onde estavam as bebidas. - Me desculpe, eu sinto muito! - disse ele num tom muito sincero. Eu simplesmente sai de todo aquele meio de pessoas me assistindo e dirigi-me direto ao toalete. Tentei tudo o que consegui para tentar tirar a mancha que havia ficado, mas de fato era mais complicado do que parecia ser. E enquanto ainda estava presa na tentativa de desaparecer com toda aquela mancha, avistei uma senhora entrando no toalete. Seu cabelo era quase completamente branco, sua estatura era um pouco mais baixa que a minha, seus pés mal subiam do chão ao caminhar, o que consequentemente a tornava fazer barulhos estranhamente engraçados e possuia um olhar aparentemente brando. Ela, de pouco em pouco, aproximava-se de mim, como se quisesse dizer alguma coisa. - Boa noite, senhora - desejei, demonstrando ser mais franca possível. Ela sorriu minuciosamente, mas parecia ter gostado. - Nunca gostei de festas também - relatou a senhora - Acreditava ser muito desnecessário! - Ora, não disse que não gosto de festas. - disse e virei-me para ela. - Mas sei que não gosta! - insistiu aquela senhora. - Ah... Bem, a senhora não está errada. - estava pensando em me retirar daquele local, mas ela me impediu dizendo algo mais. - Muito desastrado aquele rapaz, não? - questionou ela deixando-me confusa. - O que disse? - indaguei a ela. - O rapaz que derramou isso em você - explicou a senhora - Imagino que tenha sido um acidente. - Ah, sim. Bem, foi um acidente! - afirmei. - Como pode ter certeza disso se você estava tão absorta e distraída, possivelmente pensando. Não sei se é tão provável que alguém na situação em que se encontrava julgaria tão rápido que verdadeiramente foi um acidente. Bem, não vamos nos precipitar, é bom que esteja vendo o lado bom disso. - Riu ela um pouco - Contudo, pensemos... Da mesma maneira julgar-me-ia velha apenas porque aparento ser? Mas sabe que sou, é somente um exemplo. - Ela riu outra vez. Talvez tivesse a intenção de dizer algo, mas só iria deixar mais explícito a mim que eu não entendia a situação. Mas ainda sim, que velhinha maluca! É claro que foi um acidente.

Óbvio né, menina!
Sei não, hein! Tamo junto, velha!
5

Logo, a senhora se retirou do toalete. Apressadamente, minha tia avó, Angelique, introduziu-se no toalete onde me encontrava, com uma feição aflita. Bem, de certa forma ela me repreendeu por ser tão desatenta e disse-me que fui imprudente demais, contudo sei que ela estava se preocupando comigo. Sei que ela ficou enraivecida pelo que aconteceu com meu vestido, mesmo que ela não gostasse dele.

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