Perguntas sobre Angústia de Graciliano Ramos
Perguntas referentes a obra Angústia e Graciliano Ramos.
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01. (PUC) Graciliano Ramos, cujos livros chegaram à publicação a partir de 1933, distingue-se no quadro amplo da literatura que a partir do Modernismo foi produzida. É marca de sua modernidade, que se constitui de maneira peculiar e distinta:
A procura rousseauniana do ideal na simplicidade campestre, na vida rústica, mas gratificante do sertanejo.
A via do despojamento, que o faz recusar o pitoresco, isentando-o de fraquezas populistas.
A exaltação da cultura popular baiana.
A reconstituição saudosista do passado, sufocados o espírito crítico e o impulso para a reavaliação.
A elevação da caatinga a espaço mítico de transcendência e superação do real.
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02. (UCMG) Graciliano Ramos é autor que, no Modernismo, faz parte da:
Década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.
Fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
Geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no caos anterior.
Fase destruidora, que procura romper com o passado.
Segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
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3. Os seguintes livros estão entre as principais obras de Graciliano Ramos:
Fogo morto, Riacho doce e Menino de engenho.
São Bernardo, Angústia e Vidas secas.
O tempo e o vento, O resto é silêncio e Incidente em Antares.
O Quinze, Caminho de pedras e As três Marias.
Grande Sertão: Veredas, Sagarana e Primeiras estórias.
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4. Sobre Graciliano Ramos estão corretas as proposições, exceto:
Mais conhecido por seus romances, Graciliano Ramos não foi apenas romancista: escreveu contos (Histórias incompletas, Insônia, Alexandre e outros heróis), crônicas (Linhas tortas, Viventes das Alagoas) e impressões de viagens (Viagem).
O autor de Vidas secas sobressai-se sobre os demais de sua época pelas suas qualidades universalistas e, sobretudo, pela linguagem enxuta, rigorosa e conscientemente trabalhada.
Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social; passou por diferentes fases até chegar à fase em que se voltou para a crônica de costumes.
Graciliano Ramos alcançou raro equilíbrio ao reunir análise sociológica e psicológica, mostrando-se como o legítimo continuador de Machado de Assis na trajetória do romance brasileiro.
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5. (Enem 2007) Texto I "Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo." (Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.) Texto II Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes. (Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.) No texto II, verifica-se que o autor utiliza:
Linguagem predominantemente formal para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.
Linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa para analisar determinado momento da literatura brasileira.
Linguagem coloquial para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca.
Linguagem regionalista para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo para facilitar o entendimento do texto.
Linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
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6. (FUVEST-SP) Costuma-se reconhecer que a obtenção de verossimilhança (capacidade de tornar a ficção semelhante à verdade) é a principal dificuldade artística inerente à composição de São Bernardo. Essa dificuldade decorre principalmente:
Do caráter inverossímil da acumulação de capital na zona árida do Nordeste.
Da mistura de narrativa psicológica, individual, com intenções doutrinárias, políticas e sociais.
Da incompatibilidade de base entre o narrador-personagem e Madalena, que torna difícil crer em seu casamento.
Da distância que há entre a brutalidade do narrador-personagem e a sofisticação da narrativa.
Da junção do estilo seco, econômico, com o caráter épico, eloquente, dos fatos narrados.