Quiz Literatura - Cap 8

Quiz Literatura - Cap 8

Criado por: Murilo :P

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Murilo Matias
1

(UNICAMP) […] eu sou um pobre relojoeiro que, cansado de ver que os relógios deste mundo não marcam a mesma hora, descri do ofício. […] Um exemplo. O Partido Liberal, segundo li, estava encasacado e pronto para sair, com o relógio na mão, porque a hora pingava. Faltava-lhe só o chapéu, que seria o chapéu Dantas, ou o chapéu Saraiva (ambos da chapelaria Aristocrata); era só pô-lo na cabeça, e sair. Nisto passa o carro do paço com outra pessoa, e ele descobre que ou o seu relógio está adiantado, ou o de Sua Alteza é que se atrasara. Quem os porá de acordo? Com relação ao excerto da crônica de Machado de Assis, publicada em 05 de abril de 1888 na Gazeta de Notícias, é correto afirmar que a metáfora mecânica faz referência à passagem do tempo, aludindo à expectativa de mudança de

mentalidade escravagista
século
regime
legislação
2
(FCMSCSP – Adaptada) Leia a crônica Caso de secretária, de Carlos Drummond de Andrade.

As características do gênero crônica presentes nesse texto são:

(FCMSCSP – Adaptada) Leia a crônica Caso de secretária, de Carlos Drummond de Andrade. As características do gênero crônica presentes nesse texto são:

humor e acontecimentos impossíveis na realidade.
narrativa curta e abordagem de um fato cotidiano.
linguagem coloquial e diversidade de personagens.
linguagem formal e vinculação ao jornalismo.
caráter narrativo e exposição da opinião do cronista.
3

Estojo escolar Rio de Janeiro – Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial. […] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil. No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. [...] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância. Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros. [...] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. [...] O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida. No texto, há marcas da função da linguagem que nele predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco o(a)

código
mensagem
enunciador
interlocutor
contexto
4

(UFRGS) Leia os segmentos abaixo do ensaio A nova narrativa, de Antonio Candido, sobre a ficção brasileira a partir da década de 1960. O esforço do escritor atual é inverso. Ele deseja apagar as distâncias sociais, identificando-se com a matéria popular. Por isso usa a primeira pessoa como recurso para confundir autor e personagem, adotando uma espécie de discurso direto permanente e desconvencionalizado, que permite fusão maior que a do indireto livre. Esta abdicação estilística é um traço da maior importância na atual ficção brasileira. […] Este ânimo de experimentar e renovar talvez enfraqueça a ambição criadora, porque se concentra no pequeno fazer de cada texto. Daí o abandono dos grandes projetos de antanho. [...] O ímpeto narrativo se atomiza e a unidade ideal acaba sendo o conto, a crônica, o sketch, que permitem manter a tensão difícil da violência, do insólito ou da visão fulgurante. Considere as seguintes afirmações. I. O autor procura justificar a tendência crescente de romances brasileiros narrados em primeira pessoa, que se verifica até hoje. II. Os “grandes projetos” podem ser exemplificados em obras como o Ciclo da cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, como os Romances da Bahia, de Jorge Amado, como O tempo e o vento, de Erico Verissimo. III. O autor procura justificar a emergência de narrativas curtas no Brasil, como o conto e a crônica. Quais estão corretas?

Apenas I e II.
Apenas II e III.
I, II e III.
Apenas I.
Apenas III.
5

A varíola Oswaldo Cruz achava que era vergonhoso uma pessoa apresentar marcas de bexigas. Pensando como ele, o Congresso tornou obrigatória a vacina. E muita gente se descontentou. Estávamos ou não estávamos em uma terra de liberdade? Tínhamos ou não tínhamos o direito de adoecer e transmitir nossas doenças aos outros? A 14 de novembro de 1904 houve um motim: sublevou-se a Escola Militar, o general Travassos morreu, Lauro Sodré, senador, e Alfredo Varela, deputado, foram presos. Assim, além das vítimas que ordinariamente causa, a varíola produziu essas. RAMOS, Graciliano. A varíola. In: RAMOS, Graciliano. Pequena história da República. Rio de Janeiro: Record, 2020. p. 80-81. Graciliano Ramos, um dos maiores nomes da literatura brasileira, escreveu sobre a realidade nacional sem perder o estilo literário que tanto marcou sua obra. O texto em tela deve ser considerado

uma crônica
um conto
uma reportagem
um editorial
uma resenha
6

Ed Mort só vai Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.

segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos da personagem.
estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.
ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.
seleção lexical na qual predominam informações redundantes.
sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.
7

Menino de cidade — Papai, você deixa eu ter um cachorro no meu sítio? — Deixo. — E um porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca? E rinoceronte? — Rinoceronte não pode. — Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais. Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido,

opondo a cidade sem animais a um sítio habitado por várias espécies diferentes.
revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que poderia ter em seu sítio.
demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o menino criado na cidade.
pondo em foco os animais como temática central da história narrada nessa prosa ficcional.
indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores perspectivas futuras em relação ao terreno.
8

O texto faz parte da obra Crônicas para jovens, de Marina Colasanti. Analise as proposições sobre o gênero textual crônica, e assinale (V) para verdadeira e (F) para a falsa. ( ) Pertence somente ao jornalismo opinativo e tem sempre como motivo as notícias do cotidiano ou mesmo um tema muito comentado ou polêmico nos jornais. ( ) Caracteriza-se pela sucessividade dos episódios e a simultaneidade de conflitos. ( ) É a representação de um fato com o objetivo de sensibilizar o espectador e provocar a emoção, o riso e a piedade. ( ) É o relato de fatos do cotidiano, pois está diretamente ligada ao radical grego crono, que significa tempo. ( ) Consiste em uma atividade literária em prosa e tem, entre outros, o objetivo de entretenimento do leitor. Registra os fatos em uma linguagem despretensiosa, que se aproxima da vida cotidiana. Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.

F – F – V – V – F
V – F – V – V – F
F – F – F – V – V
V – F – F – V – V
V – F – F – F – V
9

(UNESP) Como é característico da crônica jornalística, João Ubaldo Ribeiro focaliza assuntos do cotidiano com muito bom humor, mesclando a seu discurso palavras e expressões coloquiais. Um exemplo é asnáticas, que aparece em “assertivas tão asnáticas quanto”, e outro, o substantivo freguês, empregado em “o freguês entra em pânico”. Caso o objetivo do autor nessas passagens deixasse de ser jocoso e se tornasse mais formal, as palavras adequadas para substituir, respectivamente, asnáticas e freguês seriam:

Estúpidas, panaca.
Intrigantes, sujeito.
Disparatadas, indivíduo.
Estranhas, cara.
Asininas, bestalhão.
10

(UNESP) “Então, ao repetir solenemente que não há razão para pânico, os noticiários e notas de esclarecimento (e nós também) estão dizendo uma novidade semelhante a ‘água é um líquido‘ ou ‘a comida vai para o estômago‘.“ Neste período, no tom bem humorado que o autor imprime à crônica, a palavra novidade assume um sentido contrário ao que apresenta normalmente. Essa alteração de sentido, em função de um contexto habilmente construído pelo cronista, caracteriza o recurso estilístico denominado:

Eufemismo.
Reticência.
Ironia.
Antítese.
Hipérbole.
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