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Os dois textos, com enfoques diferentes, abordam um mesmo problema, que se refere, simultaneamente, ao campo literário e ao social. Considerando-se a relação entre os dois textos, verifica-se que eles têm em comum o fato de que
são utilizadas linguagens diferentes nos dois textos, que apresentam um mesmo ponto de vista: a literatura deixa ver o que se pretende esconder.
tratam do mesmo tema, embora com opiniões divergentes, expressas no primeiro texto por meio da ficção e, no segundo, por meio de uma análise sociológica.
a linguagem figurada é predominante em ambos, embora o primeiro seja uma fábula e o segundo um texto científico.
foi usada, em ambos, linguagem de caráter moralista em defesa de uma mesma tese: a literatura, muitas vezes, é nociva à formação do jovem estudante.
o tom humorístico caracteriza a linguagem de ambos os textos, em que se defende o caráter pedagógico da literatura.
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Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada – que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial. Como é que sei tudo o que vai se seguir e que ainda o desconheço, já que nunca o vivi? É que numa rua do Rio de Janeiro peguei no ar de relance o sentimento de perdição no rosto de uma moça nordestina. Sem falar que eu em menino me criei no Nordeste. Também sei das coisas por estar vivendo. Quem vive sabe, mesmo sem saber que sabe. Assim é que os senhores sabem mais do que imaginam e estão fingindo de sonsos. Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentarei contra os meus hábitos uma história com começo, meio e gran finale seguido de silêncio e de chuva caindo. Voltando a mim: o que escreverei não pode ser absorvido por mentes que muito exijam e ávidas de requintes. Pois o que estarei dizendo será apenas nu. Embora tenha como pano de fundo – e agora mesmo – a penumbra atormentada que sempre há nos meus sonhos quando de noite atormentado durmo. Que não se esperem, então, estrelas no que se segue: nada cintilará, trata-se de matéria opaca e por sua própria natureza desprezível por todos. É que a esta história falta melodia cantabile. O seu ritmo é às vezes descompassado. E tem fatos. Apaixonei-me subitamente por fatos sem literatura – fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar, de fatos não há como fugir. O texto em destaque evidencia um narrador
ciente de sua identidade nordestina, evocando uma imagem de sofrimento solidário.
desejoso de manter-se distanciado emocionalmente do drama da personagem.
crítico, que vê a literatura como uma arte desgastada e inconsequente.
com uma certa pobreza na sua vida diária, contrastando com a riqueza de seu mundo interior.
isento de crítica social, embora cheio de compaixão pelos menos favorecidos.
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(UNESP-Adaptada) A questão toma por base um trecho do romance Mad Maria, do ficcionista contemporâneo Márcio Souza (1946). Mad Maria Collier estava enfrentando os piores momentos de um trabalho tecnicamente simples. Mas são trinta milhas de pântanos e terrenos alagadiços. Os homens estão passando por condições de trabalho jamais imaginadas. Muitos morrerão, porque o trabalho é duro, porque nunca estão suficientemente adaptados para enfrentar terreno tão adverso. Collier gostaria de estar longe de tudo aquilo, não precisava mais se expor daquela maneira. Ele sabia que poderia adoecer, e quem caísse doente no Abunã estaria condenado. As condições de trabalho não eram o forte daquele projeto maluco. Collier pode ver um grupo de nove barbadianos carregando um trilho. O dia começa agora a clarear e logo o sol estará forte e o céu sem nuvens. Os barbadianos já estão bastante suados, as peles negras brilham e eles vão chapinhando na água que lhes atinge os joelhos. Collier tem ali sob as suas ordens cento e cinquenta homens. O objetivo é atravessar os pantanais do rio Abunã com uma ferrovia, o que não parece difícil. Os barbadianos estão carregando o trilho na direção do sítio onde outros trabalhadores estão abrindo valas com picaretas e pás. Collier sente sede e seus braços estão cheios de calombos. Quando ele passa a mão sobre a pele do braço, é como se experimentasse a pele grossa de algum sáurio. Os braços do engenheiro Collier foram cruelmente mordidos pelos mosquitos. Tudo porque esqueceu de vestir uma camisa de mangas compridas. Ele tinha sido obrigado a entrar vinte metros na mata virgem e foi imediatamente sugado e ferrado pelos insetos. Seu cotovelo direito virou uma maçã mole e sangrenta, o seu cotovelo esquerdo virou uma cereja madura. […] Collier está com sede e tem uma ponta de dor de cabeça, seu maior temor é de ficar doente no Abunã, mas ninguém sabe que ele tem medo, é um homem seco, fechado, quase sempre ríspido. Dentre as suas atribuições, ele chefia os cento e cinquenta trabalhadores, quarenta alemães turbulentos, vinte espanhóis cretinos, quarenta barbadianos idiotas, trinta chineses imbecis, além de portugueses, italianos e outras nacionalidades exóticas, mais alguns poucos brasileiros, todos estúpidos. Os mais graduados, embora minoritários, são norte-americanos. Os mandachuvas são norte-americanos e aquele é um projeto norte-americano. Mas Collier é cidadão inglês, um velho e obstinado engenheiro inglês. Mad Maria, Márcio Souza. Em Mad Maria, os verbos estão flexionados, em boa parte, no presente do indicativo, como forma de significar que os fatos estão ocorrendo no momento em que o enunciador os apresenta, simulando maior proximidade e envolvimento. Tendo em vista essa ideia, que advérbio confirma linguisticamente essa tentativa de simulação de tempo presente?
Bastante, em “Os barbadianos já estão bastante suados”.
Sempre, em “é um homem seco, fechado, quase sempre ríspido.”
Cruelmente, em “Os braços do engenheiro Collier foram cruelmente mordidos”.
Jamais, em “condições de trabalho jamais imaginadas”.
Agora, em “O dia começa agora a clarear”.
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Questão 4 (UFPA) O romance Primeira manhã, de Dalcídio Jurandir, é o sexto volume da série do Extremo-Norte. Alfredo, personagem central da trama romanesca, protagoniza acontecimentos que lhe ferem profundamente a adolescência como aluno do primeiro ano do Liceu. Leia, a seguir, um fragmento da obra. […] Agora a aula de desenho. Alfredo imagina-se sobre cubos, paisagens, as rosadas meninas do Cícero Câmara; lembrou-se: o professor Chiquinho, à sombra das ginjeiras carregadas, desenhando caligrafia, a abrir majestosas letras góticas. Ia, de sua parte, desenhar agora aquelas três árvores doutro lado do rio, ao pé da armação da draga, com um esbraseante tapuru sobre a ferrugem? Riscar um peixe uéua, um jandiá, oito horas da noite mordendo a isca? Ou a pixuneira lilás, e o rosto de Andreza, só uns traços, boiando do fundo, a gritar: passou por baixo de minha perna um sucuriju, foi, um deste tamanho, mas sou curada de cobra. E Alfredo toma um susto: invadindo a sala, um galego gorducho, bigodudinho, com uma pressa irritada, o bagulho amarelo, a bater a régua na mesa contra trinta e dois inimigos. — Menino! Menino! Silêncio na cocheira! A aula toda acuava-se, como se esvaziassem as carteiras, logo avançando, muda, a flechá-lo de ofensa e ódio. E o buldogue desceu para saber, com ferocidade e triunfo, quem não trazia papel de desenho, os materiais, os materiais. Quem não tivesse, fora quanto antes, fora quanto antes. Não tinha mas mas. Rua. Alfredo levantou-se, quis explicar. — Rua! Rua! Desentulhe a pocilga. JURANDIR, Dalcídio. Primeira manhã. Belém: Eduepa, 2009. p. 199-200. ginjeiras: variedade de cerejeira (Nota do autor). A discussão promovida pela obra de Dalcídio Jurandir, evidenciada no fragmento transcrito, está resumida corretamente em
critica-se a dura realidade da escola brasileira representada no enredo (contextualizado nos meados de 1920), no momento em que a ficção denuncia o clima de ofensas e hostilidade a que os alunos são submetidos quando convocados, pelo professor de desenho, a fazer silêncio e a se retirar da sala de aula.
agrupam-se acontecimentos que demonstram a concretização dos sonhos de Alfredo, narrador-personagem, evidenciando-se as vantagens que o Ginásio pode acrescentar ao seu conhecimento do mundo.
descreve-se a primeira manhã de Alfredo, narrador-personagem, exatamente no momento em que o professor de desenho entra na sala de aula do Ginásio, visivelmente irritado. Ao assustar-se com as atitudes do professor, Alfredo mergulha nas lembranças do rosto de Andreza, contornado pelas referências do mundo marajoara.
narram-se as mudanças que ocorrem na vida do menino Alfredo, que, no contexto do romance, passa a ser visto, pela mãe, pelos parentes e conhecidos, já como rapaz que estuda na cidade grande.
privilegiam-se o foco narrativo e a ação dos personagens, o que permite o entrelaçamento entre o espaço da cidade grande, o ambiente do Ginásio e o tempo das lembranças de Alfredo.
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(ENEM) Miguilim De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo. — Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome? — Miguilim. Eu sou irmão do Dito. — E o seu irmão Dito é o dono daqui? — Não, meu senhor. O Ditinho está em glória. O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. Redizia: — Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há, Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava. — Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa? — É Mãe, e os meninos... Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: — Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora? ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em:
“O homem trouxe o cavalo cá bem junto.”
“Ele era de óculos, corado, alto [...]”
“O homem esbarrava o avanço do cavalo, [...]”
“Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos.”
“Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, [...]”
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Questão 6 (UERJ-Adaptada) E foi descobrir, por si, que, umedecendo as ventas com um tico de cuspe, aquela aflição um pouco aliviava. Daí, pedia ao Tio Terêz que molhasse para ele o lenço; e Tio Terêz, quando davam com um riacho, um minadouro ou um poço de grota, sem se apear do cavalo abaixava o copo de chifre, na ponta de uma correntinha, e subia um punhado d’água. Mas quase sempre eram secos os caminhos, nas chapadas, então Tio Terêz tinha uma cabacinha que vinha cheia, essa dava para quatro sedes; uma cabacinha entrelaçada com cipós, que era tão formosa. ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. Que recursos linguísticos foram empregados pelo narrador, no fragmento acima, para aproximar-se do universo infantil?
Palavras no diminutivo e uso da palavra “tio” antes do nome próprio Terêz.
Ausência de elementos coesivos entre as ideias, caracterizando a fala desordenada.
Palavras próprias do universo infantil, como “tico” e “tio”.
Fala simples para que crianças de qualquer idade compreendam a narrativa.
Verbos inventados, como “apear”, e uso de termos próprios da oralidade, como “daí”.
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(CEFET-CE) Fui devidamente matriculado no ginásio episcopal por minha mãe, que pagou a matrícula com o seu dinheiro. Andei macambúzio naqueles meses de princípios de 1920. Doía-me a ideia de ter de passar nove meses inteiros longe de minha gente e de minha casa. Um novo capítulo na minha vida estava por começar. Nunca minha terra natal me pareceu mais suave e bela que naquele verão do primeiro ano da década de 20. Eu saía em passeios de despedida pelas ruas da cidade, em casa olhava com uma ternura particular para a ameixeira-do-japão, que tanta coisa parecia dizer-me em seu silêncio. O meu “drama” era consideravelmente agravado por um fato sentimental da maior relevância. Eu estava então seriamente enamorado duma menina pouco mais moça que eu e que correspondia ao meu afeto. Chamava-se Vânia, tinha nas veias sangue italiano, um rosto redondo e corado e uma vivacidade que frequentemente embaraçava o Tibicuera de D. Bega. Chegou o dia da partida. Despedi-me de Vânia na véspera, com um simples aperto de mão. Combinamos a melhor maneira de manteruma correspondência secreta durante minha ausência. Juramo-nos amor eterno. VERISSIMO, Erico. Solo de clarineta. 5. ed. Porto Alegre: Globo, 1974. p. 122-3. A partir da leitura do texto, é correto afirmar que
o texto é narrado em terceira pessoa.
o texto mostra um emissor centrado em si mesmo, daí a predominância da primeira pessoa.
o texto mostra um emissor centrado em pronomes de terceira pessoa.
a predominância do tempo verbal marca a terceira pessoa.
o narrador não exterioriza suas opiniões ou sentimentos, mas apenas relembra fatos antigos.
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História estranha Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental! Comédias para se ler na escola, Luis Fernando Verissimo. A estranheza dessa história deve-se, basicamente, ao fato de que nela
o tempo é representado como irreversível.
tempos distintos convergem e tornam-se simultâneos.
o tempo é representado como irreversível.
a memória afetiva faz um quarentão se lembrar de uma cena da infância.
há superposição de espaços sem que haja superposição de tempos.
9
Olhos de ressaca Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas. As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto, nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã. Dom Casmurro, Machado de Assis. No texto, a descrição dos fatos não é objetiva, pois temos acesso aos traços e às ações dos demais personagens apenas por meio do olhar comprometido do narrador-personagem. A alternativa que indica uma estratégia utilizada pelo narrador-personagem para expressar um ponto de vista individual dos fatos e a passagem que a exemplifica é:
enumeração de ações – “Consolava a outra, queria arrancá-la dali.”.
seleção de adjetivos e advérbios – “tão fixa, tão apaixonadamente fixa”.
imprecisão cronológica – “Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto”.
narração em 1º pessoa – “As minhas cessaram logo.”.
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(MACKENZIE-SP) Mas Luísa, a Luisinha, saiu muito boa dona de casa; tinha cuidados muito simpáticos nos seus arranjos; era asseada, alegre como um passarinho, como um passarinho amiga do ninho e das carícias do macho; e aquele serzinho louro e meigo veio dar à sua casa um encanto sério. […] Estavam casados havia três anos. Que bom que tinha sido! Ele próprio melhorara; achava-se mais inteligente, mais alegre… E recordando aquela existência fácil e doce, soprava o fumo do charuto, a perna traçada, a alma dilatada, sentindo-se tão bem na vida como no seu jaquetão de flanela! O primo Basílio, Eça de Queirós. No texto encontra-se
um narrador-personagem que descreve a mulher como uma dona de casa cuidadosa e inteligente, atributos incomuns na época.
um narrador de 3º pessoa que, do ponto de vista da figura feminina, narra as aventuras de um casal apaixonado.
um narrador onisciente que, por meio do discurso indireto livre, desvenda os pensamentos do marido de Luísa.
um narrador-personagem, identificado como o marido de Luísa, que enaltece os prazeres do amor.
um narrador de 1º pessoa que se utiliza do discurso direto para dar voz ao marido de Luísa.