Úrsula e sua aparição nos vestibulares
Questões de vestibulares sobre o romance Úrsula.
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UFRGS 2019 - Considere as seguintes afirmações sobre Maria Firmina dos Reis e seu romance Úrsula. I - O romance Úrsula foi publicado no Maranhão, em 1859, sob o pseudônimo de "Uma Maranhense", e quase não se tem notícia de sua circulação à época da publicação. Recuperado na segunda metade do século XX, só então o livro passa a ser reeditado e minimamente debatido no meio literário. II - Nas primeiras páginas do romance, uma voz que pode ser lida como a da autora apresenta, a modo de prólogo, seu livro ao leitor, consciente das limitações que seriam impostas a ele por ter sido escrito por uma mulher brasileira de educação acanhada. III- A circulação limitada de Úrsula dá mostras de que, associados ao valor estético, fatores como classe social, gênero e raça do escritor também participam da definição do cânone literário. Quais estão corretas?
(B) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(A) I, II e III.
(E) Apenas I.
(C) Apenas I e II.
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UFRGS 2019 - Sobre Úrsula, romance de Maria Firmina dos Reis, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. ( ) O romance é narrado em primeira pessoa por Úrsula, jovem negra escravizada e depois alforriada por Tancredo, senhor com quem a protagonista se casa. ( ) A linguagem apresenta variedade de registro: personagens negras comunicam-se de forma coloquial, personagens brancas adotam a norma culta da língua. ( ) O enredo está centrado no amor fracassado entre Úrsula e Tancredo, embora personagens como Túlio e mãe Susana sejam cruciais para o romance, especialmente na definição de seu caráter antiescravista. ( ) O escravocrata comendador Fernando P., antagonista de Tancredo na disputa por Úrsula, arrepende-se de seus crimes no final da vida e, recolhido em um convento, transforma-se no frei Luís de Santa Úrsula. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
(B) V - V - F - F
(C) V - F - V - F.
(E) V - V - F - V.
(D) F - V - F - V.
(A) F - F - V - V.
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São Leopoldo MED 2023 - Leia um trecho do romance Úrsula de Maria Firmina dos Reis para responder à questão. Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos as praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão fomos amarrados em pé para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como animais ferozes das nossas matas que se levam para recreio dos potentados da Europa. Fonte: REIS, 1988, p. 117. Do ponto de vista estrutural, pode-se afirmar que no romance de Maria Firmina dos Reis
E) o final feliz do romance garante a proximidade com a literatura da época e sua característica inovadora.
D) os muitos recursos de flashbacks presentes na obra são um dos exemplos de inovação formal da obra.
C) as personagens apresentam complexidade psicológica tornando-o hermético.
B) não há linearidade narrativa expressando ousada inovação escrita.
A) a escritora usou técnicas do romance conhecido popularmente empregando-as como instrumento de aproximação com o público.
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SPRINT ESA 2022 - Leia o trecho abaixo e responda ao que se pede. “Vou contar-te o meu cativeiro. (...) Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos às praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez, a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura asfixiados e famintos!” REIS, Maria Firmina de. Úrsula. Porto Alegre, RS: Zouk, 2018 (p. 180-181). O trecho acima se aproxima de uma tendência romântica, que é
D) indianismo.
A) condoreirismo.
B) pastoralismo.
C) feudalismo.
E) determinismo.
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UEMS 2023 - A leitura de Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, e o conhecimento de seu contexto de produção já nos permitem identificar, na obra, uma crítica à escravidão. Desse tema, deveriam alguns subtemas que perpassam o romance, dentre os quais, o aparente silenciamento de algumas de algumas vozes: alguns personagens parecem não deter o poder ou "capacidade plena" de falar sobre as injustiças que sofre(ra)m (FANINI; PASSOS, 2020). O recurso narrativo que favorece a produção desse efeito no romance é:
A) a opção pela narração em 3ª pessoa, por um narrador onisciente.
B) a uniformização das falas das personagens.
C) o jogo temporal entre passado e presente.
D) a aproximação ideológica entre o narrador e a personagem branco Tancredo.
E) a opção por personagens planas, conotando uma visão maniqueísta das relações humanas.
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ENEM 2022 - Trecho do conto "A escrava": – Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me: — Para que se deu em sacrifício, o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade… Não vedes o abutre que a corrói constantemente!… Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói? Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. REIS, M. F. Úrsula outras obras. Brasília: Câmara dos Deputados, 2018 Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao
C) sugerir práticas de violência física e moral em nome do progresso material.
B) revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escravizadas.
E) ironizar o comportamento dos proprietários de terra na exploração do trabalho.
D) relacionar o declínio da produção agrícola e comercial a questões raciais.
A) apontar a hipocrisia do discurso conservador na defesa da escravidão.
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SIMULADO ENEM 2010 - Leia o texto com atenção: A pouca divulgação também impediu que a maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) viesse a constar dos manuais clássicos de nossa historiografia literária. A escritora, num fato inédito naquela época para uma mulher humilde, mulata e bastarda, conseguiu, em 1847, ser aprovada em concurso público para a cadeira de Instrução Primária, tendo exercido o magistério ao longo de boa parte dos seus noventa e dois anos de vida. De acordo com Zahidé Lupinacci Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina publica Úrsula, em 1859, sendo este o “primeiro romance abolicionista e um dos primeiros escritos por mulher brasileira”, tendo ainda colaborado em diversos jornais, inclusive com o romance-folhetim Gupeva, de 1861, e o conto A escrava, em 1887. Muzart apoia-se na biografia elaborada por José Nascimento Morais Filho e em outros estudos, como de Luiza Lobo e Maria Lúcia de Barros Mott, para asseverar que “pela primeira vez o escravo negro tem voz e, pela memória, vai trazendo para o leitor uma África outra, um país de liberdade”. E destaca a personagem Mãe Susana, cuja inserção vai dar o tom de inovação e ousadia de Úrsula frente às demais narrativas abolicionistas: Mãe Susana vai contar como era sua vida na África, entre sua gente, de como se deu a prisão pelos caçadores de escravos e de como sobreviveu à terrível viagem nos porões do navio. É mãe Susana quem vai explicar a Túlio, alforriado pelo Cavaleiro, o sentido da verdadeira liberdade, que essa não seria nunca a de um alforriado num país racista (2000 : 266).DUARTE, Eduardo de Assis. Notas sobre a literatura brasileira afrodescendente. In: SCARPELLI, Marli Fantini e DUARTE, Eduardo de Assis (org). Poéticas da diversidade. UFMG, Belo Horizonte, 2002. De acordo com o texto e realizando uma correspondência histórica com o período nele assinalado, podemos afirmar que:
A) a historiografia literária ignorou a obra de uma escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o defendeu de forma distinta dos outros A) abolicionistas, em uma época em que crescia a crítica ao regime escravocrata brasileiro.
D) Maria Firmina dos Reis produziu o primeiro romance abolicionista D) brasileiro, que foi fruto da falta de participação dos negros e mestiços no movimento contrário ao regime escravocrata.
C) Mãe Suzana expressa o descontentamento com a política de alforrias que constituiu o caminho mais conhecido de emancipação do escravo no Brasil do Segundo Reinado, opondo-se ao caminho da quebra da ordem escravista.
B) houve um silêncio a respeito de uma literatura produzida no século XIX por afrodescendentes que atuaram de forma contrária ao movimento abolicionista que teve curso por meio de leis antiescravistas.
E) a obra Úrsula afirmou um protesto em defesa da liberdade do escravo negro no continente africano, a exemplo do que ocorria no Brasil na primeira metade do século XIX por meio de alforrias.
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UESPI 2010 - Úrsula, romance que aborda a questão feminina e do negro cativo, foi publicado em 1859 por Maria Firmina dos Reis. A obra se destaca por colocar na ordem do dia questões atuais do Brasil de então. Ainda sobre esta obra é correto afirmar que:
B) toda a obra se desenvolve a partir de um narrador na segunda pessoa.
D) no “Prólogo” ao seu romance, a autora tece elogios à sua obra e se compara aos grandes escritores do seu tempo.
A) a autora se vale do pseudônimo “Uma Maranhense” para assinar seu romance.
E) a autora não só assina seu nome completo, como evoca sua condição de mulher instruída e educada na Europa.
C) o romance versa sobre a história de amor de Úrsula e o estudante de medicina Valfredo.