❝O Meu Amor Te Machuca?❞ - ↑Capítulo 3↑ - RolePlay Game
➸ — O que é RPG? RPG significa RolePlay Game, que é, basicamente, a forma interativa e colaborativa de se contar histórias. ➸ — O que é História Interativa? Uma história onde você escolhe o que o personagem faz, come, veste, entre outros. ➸ — Contém: Apologia às drogas; Sexo explícito; Romance abusivo; Pressão psicológica; Exposição corporal; Abusos físicos e mentais; Incentivo ao suícidio. - Caso seja sensível a um desses temas, sugiro que procure outro RPG para jogar. ➸ — Idade indicada para fazer está História Interativa: 13 anos - 17 anos. ➸ — Se for se inspirar, deixe os créditos e me avise. Lembre-se: Plágio é crime! Se inspire, não copie! ➸ — Todas as novidades, interações, curiosidades e datas serão decididas e comunicadas no meu perfil do Instagram exclusivamente dedicado para isso, @gatinha_do_mj. ➸ — Comentários são bem-vindos. Elogios e críticas, desde elas que sejam respeitosas. ➸ — Caso você seja uma escritora/criadora de quizzes, e queira fazer parceria, basta chamar-me no direct. ➸ — Por fim, espero que gostem, faço cada parte com amor e carinho.
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➻ Sinopse: As lágrimas salgadas e finas desenhavam pacientemente minha bochecha, mesclando-se com o sangue seco que minutos atrás escorria de meus lábios. Meu vestido, antes num branco sedoso, se encontrava amassado e encharcado do líquido vermelho crepitante, culpa dos milhares de cortes sem fim que compunham meus braços e pernas. Minhas pernas tremiam violentamente,meu coração batendo num tom descompassado, causado pelo medo que me dominava. Eu corria forçadamente sem rumo pela densa floresta, repleta de árvores vazias e folhas secas pelo chão. Meu pé machucava-se ao pisar em galhos podres e pedras pontiagudas, mas o que poderia fazer, uma ora que meu lindo par de sandálias estavam perdidas por entre essa escuridão infindavel. O som de seus passos pesados e sua respiração controlada se aproximavam rapidamente, fazendo-me correr cada vez mais rápido. Deus, nem ao menos eu sabia do que estava correndo, eu não me lembrava de nada, apenas... apenas de estar fugindo. De repente, como num segundo, a figura enorme parou a minha frente. — Meu amor lhe machucas, Hellen?
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Faziam-se alguns dias desde aquela "premonição" que Hellen sentira. Após visualizar os olhos do homem estranho, a menina desmaiou novamente, acordando apenas em seu quarto, tendo como resposta de sua avó que a mesma havia desfalecido enquanto estava no corredor da escola. Por algum motivo, Hell sentia que não fora um sonho, embora tudo indicasse que sim. Aquilo a atormentava cada minuto de seu dia, a ponto de fazê-la distrair-se até de seus estudos. Arashi sentia que algo estava a ocorrer com sua neta, preocupada com a mesma. Logo a senhora decidiu ligar para Ivone, a irmã mais velha de Hellen, a qual morava em Osaka, algumas horas de Tóquio. Naquele dia, Arashi decidiu permitir a falta de sua neta, mesmo que Hellen quisesse ir pro colégio. Ivone chegaria mais tarde, e precisava observar o comportamento estranho de Hell. A mesma fazia faculdade de medicina, na área de psicologia exatamente, mas nunca teve uma real cobaia para testar seus métodos, e digo-lhes com firmeza que eles eram únicos.
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Hellen e Ivone não eram tão próximas. Desde a morte de seus pais, as meninas haviam se distanciado consideravelmente após uma enorme discussão. Hell não se importava de ver Ivone, mas também não se empolgava. A garota só queria voltar ao normal, mas algo parecia dominar-lhe... algo ruim. — Querida? — Arashi aproximou-se da acastanhada, tocando no ombro da mesma. — Tua irmã chegou. Suspirando profundamente, Hell levantou-se da cama, passando suas mãos pelos próprios cabelos, assentindo em afirmação silenciosa. Ainda receosa, caminhou junto a senhora de cabelos grisalhos, acompanhando-a pelo tatame de palha. Um dos motivos da discussão que ela tivera com Ivone, era o fato da mais velha não aceitar morar naquela pequenina casa, tal qual fora onde o pai das mesmas cresceu e conheceu a mãe delas. — Seja gentil com Ivone, está bem, meu amor? — Arashi questionou, tocando a maçaneta dourada. ⇆ O que Hell respondeu? ⇆
— Ser gentil? Não se preocupe, vovó. Só vou me defender.
— Eu não me importo com ela. Pra mim ela não existe.
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Arashi finalmente abriu a porta, deixando como aviso uma baixa rosnada. A frente de ambas, um casal sorria largamente. Noriko e Ivone carregavam malas, cachecóis invernais aquecendo-os. Por um lado, Ivone parecia uma mulher renovada, Hell pode perceber. Antes sua irmã vivia a pintar os cabelos de cores extravagantes, usar colares de formas consideradas demoníacas, sibilar rituais durante a mesa do jantar... no entanto, vendo seus cabelos grandes no tom natural deles, roupas casuais como qualquer pessoa comum... talvez Hellen havia se precipitado ao achar que Ivi estaria da mesma forma que antes. — Que saudade, irmãzinha — a mulher sorriu, abraçando Hell com certo apresso, não sendo correspondida. Ivone mandou um olhar criminal para Hell, que percebeu quase de imediato, logo se direcionando para Arashi. — Oh, minha menina! Como cresceu! — Arashi disse, passando a mão pelos fios negros de Ivone, aparentando estar extremamente feliz. — Bom dia, senhora Hirano — Noriko, o namorado de Ivone, disse, curvando-se em um cumprimento. — Olá, Hellen — todas as espinhas de Hell se arrepiaram ao ouvir o homem de cabelos pretos sibilar seu nome. — O-olá — respondeu apenas, desviando o olhar para qualquer lugar que fosse. Noriko e Hellen tinham uma história... uma história perturbadora e cheia de traumas. Outro motivo da briga fora também o fato de Hell ter contado tudo que Noriko fez com a mesma, mas Ivi não ter acreditado. Isso deu um ponto final na não tão bela relação das irmãs Martin, um ódio desumano tomando Ivone sempre que a mesma via tua irmã. — Bem, vamos entrar? Preparei um completo café da manhã para nós — Arashi convidou, puxando Hellen pelo braço. Todos seguiram a senhora Hirano pela casa, passeando pelo piso que soava curtos e agudos sons. Os sapatos, que agora não estava mais nos pés dos convidados, encontravam-se em um pequeno armário perto da porta. A senhora Hirano tinha um enorme cuidado com a casa, até porque, além de ser velha, a mesma continha memórias irrecuperáveis.
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↭Três anos atrás: Noriko segurava os cabelos de Hellen, um sorriso demoníaco fazendo parte de seu semblante. O mesmo empurrava a cabeça da garota, a qual sentia as lágrimas como cascata escorregarem por seus olhos. Desde a mudança de Ivi, a mesma nunca fora visitar a irmã, mas enviava seu namorado com presentes como forma de desculpa. Bem, Arashi sempre convidava o homem para passar a noite na casa, e quem sofria com isso era Hell, que constantemente era abusada pelo mais velho. Após o homem se encontrar satisfeito, largou o corpo de Hellen sobre o tatame, subindo as calças e fechando o zíper. Seu sorriso sádico de sempre, juntamente com seu olhar impiedoso. Ele era maluco, Hellen sabia, mas era fraca demais para defender-se... quer dizer, ela tinha apenas 14 anos e o homem, 22. — Não terminamos ainda, anjinha. Espere até senhora Arashi sair de casa, e venha ao meu quarto. Será nossa despedida — Noriko completou, apertando o queixo da acastanhada com força, estralando um beijo molhado e forçado sobre os lábios finos da mesma. Hellen se sentia suja, sentia-se violada. Após os toques violentos do homem ela tinha de permanecer no banheiro horas tomando banho para tentar, falhamente, retirar as dores que o mesmo a causava. Na semana tinha de passar base para esconder as marcas deixadas, vestir roupas longas e pesadas para que ninguém fosse ver seu estado. Ela poderia ir normalmente pra escola, ser perguntada e por fim denunciar o homem... mas ela sabia que não era tão fácil. Se o fizesse, Hellen seria eternamente julgada, humilhada e dada como coitada. Ela não queria ser motivo de nojo alheio, portanto escondeu tal segredo por anos. — Si-sim — ela respondeu devagar, recebendo como resposta um tapa no rosto. — Vadia.
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↭Presente: Todos se alimentaram adequadamente, um frio na barriga incomodando a menina. Ela queria sair dali, isolar-se em um canto qualquer. Ivone estava ali, então Hell não sabia se o homem tentaria algo, porém o mesmo estava sempre a encarando com um olhar pesado, como se estivesse a avisando de algo. — Mas então, quando pretendem casar? — Arashi questionou, bebericando sua caneca de chá. Ivone pigarreou, rindo da pergunta de sua avó, mas se recompôs, sorrindo belamente. — Não temos certeza, mas espero que logo. Queremos nos formar antes, para enfim focarmos somente no nosso relacionamento. — Muito responsável... nem parece a antiga Ivone — Hellen disse de repente, tendo agora a atenção de Ivone para si, mas não demonstrando nada mais que uma felicidade extrema. — Bom, o que você entende de responsabilidade? — respondeu a morena, mantendo o sorriso nos lábios. Aquele semblante feliz estava assustando Hell, parecia uma falsa máscara. ⇆ O que Hell respondeu? ⇆
Hellen permaneceu calada, encarando a expressão vazia de Ivi.
— Não vai conseguir me atingir, Ivone.
— Assim como você, eu também mudei.
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— Você não mudou Hell, eu tenho certeza.
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