[RPG] Living (P.4)
Capítulo 4 liberado! Espero que gostem! Só lembrando: → Essa é uma estória autoral criada por mim, bem como a capa e as demais edições que podem aparecer. → Me inspirei nos clichês de filmes e fics do Wattpad (aliás, me segue lá: _aloice) → POR FAVOR, NÃO COPIE! Se inspire se quiser, mas dê os créditos! → Estejam cientes de que os personagens são humanos como nós e vão errar muito. Portanto, peço que não odeiem ninguém caso este personagem faça algo errado, ou cometa algum desvio de conduta, a não ser este seja algo realmente grave. → Por último mas não menos importante: NÃO TENHO DIA NEM HORA PRA POSTAR! ❗️[Agora, algo realmente importante]❗️ Sei que vocês não ligam mas, essa estória aborda conteúdo para pessoas +14, como: insinuação de sexo, linguagem imprópria e de baixo calão, drogas lícitas, desvio de comportamento e talvez violência.
0
0
0
1
03| no capítulo anterior... Compro meu almoço, me sento novamente e começo a comer, apenas observando as pessoas que passam pelo local. Tudo na mais perfeita paz. Até que Aaron Herrera se senta na cadeira a minha frente e começa a comer também. Sem nem sequer perguntar. Eu o encaro com uma sobrancelha arqueada, indignada. Ele sorri, permitindo que seus olhos façam o mesmo. — O que está fazendo aqui?
Next cap →
Next cap →
2
04| Alyssa Carrara — O que eu estou fazendo aqui? — Aaron repete minha pergunta, divertido. — Comendo, oras. — faço uma cara feia — Nossa. Achei que seria mais... calorosa. O encaro fixamente, meu aborrecimento é palpável. Não é porque faremos um trabalho juntos e tivemos uma interação minimamente saudável que viramos amigos e tudo mais. — Calorosa como? Hein, meu caro? — digo impaciente — Com beijos e abraços? Aaron finge pensar por um tempo, segurando seus talheres em suas mãos ao mesmo tempo em que mastiga sua comida. — É... assim seria legal. Seria simpático da sua parte. — ele responde e me dá um sorriso. Um sorriso que indica que está se divertindo. Aparentemente, seu mau humor era somente matinal. — Uma pena. — digo debochada — Se isso é ser simpática, então posso ser considerada uma pessoa bem chata. Pego meus talheres e volto a comer meu almoço. Eu desisto de discutir, afinal, no momento estou comendo e não vou estragar meu almoço somente porque meu ranço resolveu comer comigo. Herrera resolveu almoçar comigo e isso não muda nada na minha vida. Não muda nada. Nadica de nada. Mas por que raios ele resolveu fazer isso?
[...]
[...]
3
Estou quase terminando meu almoço, levando a última garfada do meu prato à minha boca. Devo admitir, estou impressionada com a minha fome, eu nunca fui de comer um prato inteiro de uma vez só, mas acho que minha barriga realmente precisava de alguma coisa. Meu corpo pedia por esses alimentos, creio eu. Após dar a última garfada, fito Aaron. Ele não saiu daqui desde que chegou, está focado no seu celular há um tempo e olha que ele já terminou seu almoço. Apoio meu cotovelo na mesa e minha cabeça em minha mão. Nenhum dos dois fala nada, então quebro o silêncio: — Por que está aqui? Aaron tira os olhos do eletrônico e se volta para mim. O rapaz franze o cenho por um segundo, proporcionando a formação de um pequeno biquinho em seus lábios. Logo ele responde: — O trabalho. Agora é a minha vez de franzir o cenho. — O trabalho do festival. Discutimos isso hoje. Já esqueceu? Ah. “O trabalho do festival”. Foi assim que resolvemos chamar o trabalho enquanto discutíamos o que fazer, e eu, com a memória estranha que tenho, esqueci completamente dele. — Ah. Esse trabalho. Não, eu não esqueci. — Não? — o rapaz arqueia a sobrancelha, em desafio — Pois parece que sim e olha que só falamos dele há umas horas atrás. — ele balança a cabeça, rindo — Cara, que memória boa hein? Sim. Falamos há horas atrás. Horas as quais eu usualmente estou dormindo. Paro de me apoiar e movimento a minha cabeça em negação, incrível como minha paciência se esgota rápido na presença desse cara. — Dane-se, ok? Você veio para falar sobre o trabalho, então fale sobre ele, não sobre minha memória. — o repreendo ríspida — O que tem o trabalho? — Onde vamos fazer? — pergunta, olhando atentamente.
— Não! Tu só almoçou aqui pra me perguntar “onde vamos fazer o trabalho”? Não precisava.
— Ahn... sério? Se você queria saber, era só mandar mensagem, não precisava comer comigo.
— Pera, você só veio aqui pra me perguntar isso? Não precisava almoçar comigo só pra tirar essa dúvida.
4
Aaron bufa e passa a mão sobre seus cabelos, bagunçando-os levemente, em seguida, o garoto se pronuncia: — Não, eu não vim aqui somente pra isso. Eu vim para almoçar, — as palavras saem de sua boca lentamente, como se falasse com uma criancinha — mas não necessariamente com você. Tu é muito egocêntrica, Carrara. Ninguém te aguenta. Ah, não. Eu já sei que ninguém me aguenta. Eu já entendi isso, ok? Mas egocêntrica? Eu? Quanta hipocrisia. Certo, eu sou um pouco egoísta, admito. Mas não egocêntrica. Eu não acho que o mundo gira ao redor do meu umbigo, diferente de Herrera. Na verdade, creio que ele tem certeza absoluta de que é o centro do mundo. Inspiro fundo e expiro lentamente, me acalmando o suficiente para não esganar o ser sentado há alguns centímetros de mim em público.
— O egocêntrico aqui é você, Herrera. E você poderia ter almoçado em outro lugar, sem ser comigo. Já que ninguém me aguenta — sou curta e direta, sem nada a acrescentar. A ironia que reverberava por minhas últimas palavras foi clara. A única coisa que adiciono é um sorriso repleto de sarcasmo.
— Primeiro que, eu não sou a egocêntrica da conversa. Segundo, se você só veio para almoçar, e ninguém me aguenta — digo essas ultimas palavras com ironia reverberando por cada uma delas — poderia ter ido a outro lugar com seus amigos e me deixado em paz. — completo e dou um sorriso tão sarcástico quanto o do rapaz a minha frente.
5
Aaron repete meu gesto, cerrando minimamente os olhos. Em seguida, o garoto balança a cabeça em negação, mantendo o sorriso nos lábios e muda de assunto: — Dane-se, ok? — ele repete o que eu disse antes. Cara de pau. —Enfim. Onde vamos fazer o trabalho? Na sua casa, na minha, na biblioteca, no carro... Onde? — antes que eu diga qualquer coisa, Aaron levanta o indicador, me impedindo — pelo celular está fora de cogitação. Suspiro. Assim como antes, vou focar somente nisso. Foca no trabalho, Alyssa. O trabalho é o que importa. — Na biblioteca? — sugiro. — Não. — suspiro novamente. — Onde então? — volto a apoiar minha cabeça em minhas mãos. Haja paciência com esse cara. — Pode ser na minha casa. — congelo no lugar, somente de pensar na possibilidade de entrar na casa de Aaron... — Ou na sua, tanto faz. Lá em casa eu tenho os materiais pra anotar e tudo mais. Você também tem, né? — Tenho. — Ótimo, então vai ser em uma das nossas casas. Ou nas duas. Sim? — Sim. Herrera assente com minha confirmação e se levanta, pegando suas poucas coisas e saindo. Não dá um “tchau”, nem nada. Mal educado como sempre. Eu, tento ao máximo ignorar o quão sentida fiquei com sua grosseria e pego meu celular, verificando as mensagens do grupo e constatando que irei embora sozinha. E de novo, eu suspiro. Suspiro e resolvo que antes de ir, comprarei algo doce de sobremesa.
[…]
[…]
[…]
[…]
6
Três dias depois... — Lyssa, pega esses daqui e prova. — Joan aparece em minha frente, ao lado de uma senhora um pouco mais velha que ela e vendedora dessa loja. A mulher tem pelo menos uns três vestidos diferentes pendurados em suas mãos. Assinto e me levanto do Puff onde estava anteriormente, apenas esperando que minha cunhada aparecesse com mais opções de roupa. Sigo a mesma mulher que está com os vestidos pela loja, em direção aos provadores. Ela os coloca um em cada cabide e eu fecho a porta do provador, já começando a me trocar. Primeiro retiro minha blusa e logo minha camiseta, ficando apenas de sutiã. Logo retiro minha calça e fico apenas com minhas roupas íntimas, rapidamente pego um dos vestidos e começo a vesti-lo com cuidado. Não quero rasgar nada que tenha que pagar depois o preço de toda minha casa no Brasil. Durante o processo, resgato memórias aleatórias sobre o que aconteceu no começo da semana. Já é quinta, e eu continuo me lembrando da segunda-feira.
“Herrera deve ter feito alguma simpatia, pra isso ficar me torturando. Pelo amor...”
“Mas não foi só um almoço? Por que que isso martela na minha cabeça?”
7
Lembro-me de que logo depois de pegar a sobremesa, eu fui para casa sozinha. Fui sozinha e permaneci sozinha ate que meus irmãos chegassem por volta das 20:00 completamente famintos e cansados. Seguimos a vida normalmente até que, ontem à noite, antes de dormir, Gustavo e Joan apareceram no meu quarto para uma conversa “importante”. E a conversa era importante, pois se tratava de um baile. Um baile da mais alta classe de empresários que aconteceria no sábado. E meu irmão mais velho, incrível como sempre, achou que seria bom para mim acompanhar a ele e a Joan durante o evento, assim eu poderia ser exibida como a irmã mais nova do grande Gustavo Carrara, sua aprendiz resgatada da classe média brasileira. E apesar de não gostar disso, eu aceitei. Mesmo me perguntando onde que meus irmãos mais novos entrariam nessa historia, e não, eles não foram mencionados. E é por isso que estou aqui, numa loja da alta sociedade experimentando o provável décimo vestido enquanto me lembro de segunda-feira. O que tem de tão importante nesse acontecimento? Sério, foi só um almoço. Por que essa droga sempre volta para minha cabeça? Seriam os feijõezinhos das memórias a longo prazo* me enchendo o saco? Antes que eu possa completar meu raciocínio envolvendo personagens de Divertidamente, ouço a voz de Joan me chamando para fora:
→
→
8
— Está tudo bem aí, Lyssa? Já provou? — Ah, sim! Só preciso de ajuda para fechar! — Então vem cá. — Joan diz. Saio do provador e me viro de costas para a vendedora, que me esperava pronta para fechar o vestido. Ela o faz e eu caminho em direção a Joan, perto do espelho, e assim que a mulher me olha, ganha um novo brilho em seus olhos. — Dê uma volta — ela pede e eu faço. — Está perfeito! Você gostou, Alyssa? — Ah, não sei. — digo me olhando no espelho — não tem muita pele exposta? — Não! Assim está ótimo! — Joan diz — É a sua cara! — Mesmo? — questiono, incerta. — Mesmo. — ela confirma, orgulhosa. — Então vai esse. — digo, conformada. Eu não quero experimentar mais nada. Sério, já esgotei minha cota para experimentar roupas. Não sei como que Joan consegue, não sei nem como eu consegui. Acho que foi pelas taças de champanhe que eu tomei e eles serviram na loja. Cara, eles servem champanhe! De alta qualidade ainda por cima. Mas eu não deveria me surpreender, afinal, os vestidos aqui também são pelo menos uns dez salários mínimos, alguns até mais. Era puro luxo e sofisticação por cada canto do local. Tem noção do quão pobre eu me senti aqui?
[…]
[…]
9
Após comprarmos o vestido para o baile, eu e Joan saímos da loja e fomos comprar sapatos. E como de se esperar, eu realmente sofri para escolher somente dois pares. Dois míseros pares de sapatos os quais provavelmente vão me deixar sem pés. E olha que Ross ainda me disse que deveria comprar mais, e eu não duvido nada que ela tenha comprado mais alguns sem me consultar. Mas de qualquer forma, depois dos trituradores de pés, almoçamos em um dos restaurantes do shopping. Foi uma refeição tranquila e divertida, pois apesar da cara de metida, Joan é de fato uma pessoa adorável. E depois de comermos, caminhamos um pouco para fazer a digestão e seguimos o caminho para nossa “casa”. Era por volta das 16:00 quando chegamos, o que significava que eu tinha passado pelo menos umas seis horas do meu dia somente aprontando as coisas para o baile. Eu tive que sair mais cedo da faculdade e deixar todos os meus amigos lá, sem dar nenhuma explicação do porque estar numa loja de luxo em plena quinta-feira. Não tinha ninguém na mansão a não ser eu e os empregados, ninguém mesmo. Meus irmãos provavelmente estavam fora, no campus ou em qualquer outro lugar. Fiquei levemente preocupada, mas eu nem liguei, pois a única coisa que eu queria naquele momento era me jogar na hidro da suíte e relaxar. E foi isso o que eu fiz.
→
→
10
Até que comecei a ouvir pessoas na mansão, pelo tom alto de voz que elas usavam, interrompendo meu momento de relaxamento. Pessoas já conhecidas e que não me surpreenderam ao chegar gritando da faculdade. E sim, é dos meus irmãos que estou falando. Então, logo depois de ter tomado meu banho, coloquei uma roupa confortável, porém não desleixada, e desci para a sala. Agora, estou jogada no grande e confortável sofá da sala principal, mexendo no celular ao lado de Guilherme. Permaneço assim por mais tempo até ver que preciso colocar o aparelho para carregar. O faço e bufo, frustrada por ter que passar um tempo sem ele. Se enfiar na internet é bom demais... Sem ter o que fazer, decido que vou conversar com a pessoa que saiu da mesma barriga que eu e tentar socializar com meu irmão: — E aí, Gui? Como foi seu dia? Guilherme desvia o olhar do seu eletrônico para mim, com um ponto de interrogação pairando sobre sua cabeça, o que me força a repetir a pergunta para que ele entenda, logo ele responde: — Ah, foi de boa. — dá de ombros, entediado. — E o seu? — De boa também. — respondo, com um leve sorriso. Ele assente, e ficamos por uns segundos em silêncio, até que pergunta, curioso: — Por que você e o Aaron saíram tão cedo? Franzo o cenho, confusa. Eu e Aaron? Quando? — Oxe... Eu fui sozinha! — exclamo, confusa. — O Aaron também saiu mais cedo? — pergunto, interessada. Quer dizer que ele também foi embora mais cedo... — Ele saiu mais cedo sim... — Guilherme responde, agora quem está confuso é ele. — Vocês não foram juntos? Balanço a cabeça negativamente e Gui franze o cenho. Deve estar se perguntando para onde seu amigo foi, certamente. Ele se preocupa com suas amizades e tudo mais, e eu acho isso incrível. Como é possível? Esses dois se aproximaram tanto em tão pouco tempo... Depois de um curto período, Gui dá de ombros e voltamos a papear. Milagrosamente, conseguimos nos embalar num assunto por um bom tempo, o que me deixa satisfeita. É bom conversar com ele, meu irmão é um cara divertido e sonhador, e nossas conversas, por mais que sempre fossem curtas, eram legais e me preenchiam com uma felicidade imensa! Prolongar isso tornou tudo ainda melhor!
[…]
[…]
11
— Não... Ele não fez isso... — me nego, ao ver uma postagem do Instagram pelo celular de Guilherme. São por volta das 21h e estamos há um tempo grudados um no outro, lado a lado, antes por estarmos jogando pelo celular e agora por estarmos futricando pelas redes sociais alheias. — Ele fez... Ele fez. — Gui confirma. — Mano do céu... Ele meteu o chifre na mulher, coitada... — constato, atônita. Estou levemente triste pela traída, mas não muito. — E quem levou a culpa foi ela? Mas que- Sou interrompida quando ouço gargalhadas masculinas extremamente altas e passos firmes. Eu e Guilherme nos entreolhamos rapidamente, e logo desviamos nosso olhar para o espaço atrás de nós. Os corredores estão acesos e os sons estão cada vez mais altos, indicando que eles vêm de lá. Dentre as vozes consigo distinguir a de Gustavo, seguida por outras duas: uma que não conheço muito bem e outra estranhamente familiar. Me sento de joelhos no sofá, apoiando meus braços na parte de trás dos mesmos, analisando o corredor em minha frente enquanto meu irmão faz o mesmo, porém ainda sentado. Nossos ouvidos estão atentos e nossos cenhos apreensivos, por quê? Não sei. Talvez queiramos saber quem de diferente está em casa a essa hora da noite. Permanecemos assim conforme os ruídos vão aumentando gradativamente, até que a imagem já esperada de Gustavo aparece, seguida pela figura de um homem que eu nunca vi e somada a um rosto reconhecível até mesmo de longe. Meus olhos se arregalam e minhas sobrancelhas sobem em surpresa. Eu não esperava que ia encontrar Aaron Herrera hoje, ainda por cima na minha casa. Não mesmo.
Bye!
Bye!
12
§| Autora Gente... esse foi de longe um dos capítulos que eu mais detestei, sério, mas ainda espero que tenham gostado! Curtam e comentem o que acharam, ok? E me sigam lá no Instagram para mais informações do RPG! Meu user é @_aloices! Bye!
Bye!
Bye!