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Arino Pertel
1

(Enem PPL 2023)  Antônio Vieira enfrentou a Inquisição portuguesa, de olho no apoio que os judeus portugueses podiam oferecer à causa da Restauração. Mas a Companhia de Jesus e a Inquisição portuguesa nunca foram muito amigas. Basta lembrar a estratégia missionária dos jesuítas, calcada na adaptação do catolicismo à cultura dos povos missionados, enquanto a Inquisição era obcecada pelo ideal de pureza da fé, sem mistura de nenhum tipo. VAINFAS, R. In: FIGUEIREDO, L. (Org.). História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. No contexto da dominação ibérica da América, um exemplo do dissenso referido no texto girou em torno da:

Fundação de núcleos de catequese nas regiões agroprodutoras
Criação de polos de fomento do comércio ultramarino
Incorporação de indivíduos nativos pelas forças militares coloniais.
Ressignificação dos panteões indígenas pela propaganda cristã.
Condenação da utilização de escravos do continente africano
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(Enem 2022) Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 tenha origem nos eventos climáticos, suas implicações são tanto políticas quanto econômicas. Nos primeiros séculos da Idade Média, o auxílio aos famintos se inscreve no domínio da gestão pública, mesmo quando a ação de seus agentes é apresentada sob o ângulo da piedade e da caridade individuais, como é o caso da Gália merovíngia. Assim, o fato de que as respostas à fome são mostradas, na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do século VI. SILVA, M.C. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da Idade Média. Varia História, n. 60, set-dez. 2016 (Adaptado). Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição:

Da realeza, decorrente do conceito de governo subjacente à monarquia cristã.
Dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas regras monásticas.
Dos bispados, consequente da participação dos clérigos nos assuntos comunitários.
Da nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao campesinato livre.
Das corporações, procedente do padrão assistencialista previsto nas normas estatutárias.
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(Enem PPL 2021) Alguns escravos morreram em consequência da violência essencial à sua captura na África, muitos outros nas jornadas entre os lugares que habitavam no interior e os portos dos oceanos Atlântico e Índico, ou enquanto aguardavam o embarque, muito mais ainda no mar, outros nos mercados de escravos brasileiros, e mais ainda durante o processo de ajustamento físico e mental ao sistema escravista no Brasil. CONRAD, R. E. Tumbeiros: o tráfico de escravos para o Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1985. As formas de violência relacionadas ao tráfico negreiro no Brasil colonial destacadas no texto derivam da:

Intensificação do expansionismo ultramarino.
Exploração das atividades indígenas.
Extinção dos contratos comerciais.
Supressão da catequese jesuítica.
Contração da economia ibérica.
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(Enem 2023)  Tahuantinsuyu — nome do Império Inca em quéchua — era dividido em quatro partes ou suyus: Chinchaysuyu (noroeste do Peru e Equador), Antisuyu (parte amazônica do império), Collasuyu (atual Bolivia) e Condesuyu (costa do Oceano Pacífico) e tinha Cuzco, no atual Peru, como sua capital imperial. Oficialmente, todas as etnias dominadas pelos incas deveriam adotar a língua quéchua, adorar o Sapa Inca e o Sol e pagar taxas em forma de horas de trabalhos periódicos. No entanto, pode-se dizer que o Império Inca era como um mosaico cultural em que vários e diferentes grupos étnicos adoravam o Sapa Inca e o Sol mas, simultaneamente, continuavam a adorar seus deuses locais e também a falar em suas línguas nativas. MARTINS, C. Os incas e os tahuantinsuyu: apresentação. Disponível em: http://antigo.anphlac.org. Acesso em 6 out. 2021 (adaptado). Ao comparar, no texto, a vertente da dominação territorial com os aspectos culturais, os incas tinham uma postura:

Aceitável no que alude aos direitos humanos.
Admissível no que remete às crenças coloniais.
Tolerável no que se refere aos regimes tributários
Compreensível no que concerne às normas laborais.
Flexível no que diz respeito aos costumes religiosos.
5

(Enem 2023)  A Cavalgada de Sant’Ana é uma expressão da devoção dos vaqueiros à padroeira de Caicó (RN). Nas décadas de 1950 a 1970, esse evento, então denominado Cavalaria, era celebrado pelas pessoas que residiam na zona rural do município de Caicó. Essas pessoas usavam os animais (jegues, mulas e cavalos) como único meio de transporte, sobretudo para se dirigirem à cidade nos dias de feiras, trazendo seus produtos para comercializarem. Estando em Caicó no período da Festa de Sant’Ana, esses agricultores se organizavam em cavalgada até o pátio da Catedral de Sant’Ana para louvar a santa e receber bênção para seus animais. Por volta da década de 1970, com a chegada do automóvel à zona rural do município, essa expressão cultural foi extinta. O meio de transporte utilizando os animais passou a ser substituído por carros, sobretudo caminhonetes e caminhões, que transportavam os camponeses para a cidade em dias de feiras e festas. Desde 2002, um grupo de caicoenses retomou essa expressão cultural e, em conjunto com a associação dos vaqueiros, realiza no primeiro domingo da Festa a Cavalgada de Sant’Ana. O evento, além de contar com a participação dos cavaleiros que residem nas zonas rurais, atrai também pessoas que residem em Caicó, cidades vizinhas e amantes das vaquejadas. FESTA DE SANT’ANA. Disponível em: http:/portal.iphan.gov.br. Acesso em: 12 out. 2021 (adaptado). As mudanças culturais mencionadas no texto caracterizam-se pela presença de:

Elementos tradicionais e modernos em torno de uma crença religiosa.
Argumentos teológicos e históricos em consequência de uma ordem papal.
Fundamentos estéticos e etnográficos em função de uma cerimônia clerical.
Práticas corporais e esportivas em decorrência de uma imposição eclesiástica.
Discursos filosóficos e antropológicos em resultado de uma determinação paroquial.
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(Enem PPL 2023)  Examinando detidamente o fator de maior predominância na evolução social, penso não errar afirmando que a causa principal de falharem todos os sistemas econômicos, experimentados para estabelecer o equilíbrio das forças produtivas, se encontra na livre atividade permitida à atuação das energias naturais, isto é, na falta de organização do capital e do trabalho. VARGAS, G. As diretrizes da nova política do Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1942. Nesse discurso de 1931, o então presidente Getúlio Vargas condenava, de forma explícita, o:

Nacionalismo econômico
Liberalismo econômico.
Intervencionismo estatal.
Corporativismo trabalhista.
Sistema oligárquico
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(Enem PPL 2023)  As greves operárias que eclodiram em São Paulo, em junho de 1917, se tornariam o símbolo não só da miséria social vivida pela classe no período, mas também de rebeldia e revolta de mulheres e homens. Naquele momento, as mulheres ocupavam quase 34% da mão de obra, e no setor têxtil o número de empregadas superava o de homens. Na Fábrica de Fósforos Pauliceia, os homens chegavam a receber diárias de 4 mil réis, mas havia lá cem mulheres empregadas que não recebiam mais que 1 800 réis por dia. A manhã de 17 de outubro de 1917 nasceu com uma paralisação numa das fábricas de Matarazzo, a Mariângela. A notícia veiculada informava que as operárias do ramo têxtil reivindicavam aumento de 20% dos salários em atitude pacífica. FRACCARO, G. C. C. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo.Revista Brasileira de História, n. 76, 2017 (adaptado). A situação dessas trabalhadoras coloca em evidência a:

diferença de condições nas negociações sindicais
desigualdade de gênero nas relações laborais
dissimetria de critérios nos processos seletivos
disparidade de remuneração nos diferentes cargos.
discrepância de escala nos horários noturnos.
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(Enem 2019)  A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado. CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado). A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava:

O arbítrio governamental.
A política clientelista
A alta de preços
As práticas eleitorais.
As reformas urbanas
9

(Upe-ssa 1 2018) “As mulheres medievais vivem a guerra, sofrem-na, protagonizam-na e a representam; além disso, como veremos, protagonizam a mediação e a construção da paz. Outrossim, aprofundar a investigação e o conhecimento da realidade histórica e social a partir de olhares diferentes dos convencionais faz aparecer mulheres em cenários inesperados‖. NAVARRETE, Yolanda Guerrero. Las mujeres y la guerra en la edad media: mitos y realidades. Journal of Feminist, Gender and Women Studies 3: 3-10, pág. 3, Marzo/March 2016. Acesso em: 10/07/2017. O trecho indica que a presença feminina na Idade Média Ocidental era:

Parte integrante daquela sociedade em seus mais variados aspectos.
Intocada pelos constantes conflitos militares.
Virtualmente inexistente.
Restrita aos afazeres domésticos
Superior à presença masculina, mais limitada em seus objetivos.
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(Pucsp 2017) “Há quinze anos (...) fiz a pergunta: o que sabemos das mulheres [medievais]? (...) tratei de descobrir, no meio de todos os vestígios deixados pelas damas do século XII. Apreciava-as. Sabia bem que não veria nada de seu rosto, de seus gestos, de sua maneira de dançar, de rir, mas esperava perceber alguns aspectos de sua conduta, o que pensavam de si próprias, do mundo e dos homens. Não entrevi mais que sombras, vacilantes, inapreensíveis. Nenhuma de suas palavras me chegou diretamente.” DUBY, Georges. Eva e os padres. São Paulo: Cia das Letras, 2001, p. 167. “(...) não há camponês nem mundo rural na literatura dos séculos V e VI [embora] a realidade mais profunda da história da Alta Idade Média Ocidental [seja a da] ruralização da economia e da sociedade. (...) Os atores desse fenômeno primordial não aparecem na literatura da época [senão] sob diversos disfarces.” LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2013, pp. 168-169. Adaptado. Uma das explicações possíveis para que os medievalistas obtenham informações indiretas sobre as mulheres e encontrem os camponeses “disfarçados” é que:

As mulheres e os camponeses eram desconsiderados numa sociedade que valorizava a guerra, e na qual apenas a nobreza laica produzia os registros do cotidiano.
Os documentos dessa época foram produzidos por clérigos, que monopolizavam a escrita, e deixaram registrada a visão que possuíam sobre a sociedade da época.
As mulheres da Igreja viviam separadas do mundo, não tinham informações sobre a vida cotidiana de outras mulheres nem dos camponeses para registrar.
Os documentos feitos pelas mulheres, embora abundantes, não tratam de muitos aspectos da vida cotidiana e os camponeses só faziam registros ligados à produção.
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