AVG II SOCIOLOGIA

AVG II SOCIOLOGIA

revisão com questões do geekie #quebratudooo

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TEXTO I Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança. Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi — Revista de Estudos Literários, Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998. TEXTO II As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas. MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor [1878]. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado) A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a):

valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança.
proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte.
ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.
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A participação da mulher no processo de decisão política ainda é extremamente limitada em praticamente todos os países, independentemente do regime econômico e social e da estrutura institucional vigente em cada um deles. É fato público e notório, além de empiricamente comprovado, que as mulheres estão em geral sub-representadas nos órgãos do poder, pois a proporção não corresponde jamais ao peso relativo dessa parte da população. TABAK, F. Mulheres públicas: participação política e poder. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2002. No âmbito do Poder Legislativo brasileiro, a tentativa de reverter esse quadro de sub-representação tem envolvido a implementação, pelo Estado, de:

apoio financeiro às lideranças femininas.
propagandas de incentivo ao voto consciente.
programas de mobilização política nas escolas.
leis de combate à violência doméstica.
cotas de gênero nas candidaturas partidárias.
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Nos cargos políticos, as mulheres ainda são minoria, entretanto, alguns países latino-americanos já tiveram mulheres nos cargos de Presidente da República. Assinale a alternativa que não possua o nome de um país latino-americano e sua referida presidente:

Uruguai - Tabaré Vázquez
Brasil – Dilma Rousseff
Chile – Michelle Bachelet
Jamaica – Portia Simpson-Miller
Argentina – Cristina Kirchner
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Para Karl Marx, na relação capitalista, "O trabalho produz maravilhas para os ricos, mas produz a desnudez para o trabalhador [...] quanto mais poderoso o trabalho, mais impotente fica o trabalhador". MARX, Karl; ENGELS, Frederic. História (Coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ática, 2003, p. 152. De acordo com a informação no texto, é correto afirmar que ele diz respeito:

ao fato de que, na produção capitalista, a relação do produto do trabalho, diante do trabalhador, o representa, porque tem sua marca pessoal.
à autorrealização do trabalhador por meio do trabalho, por ele realizado, pelo qual se dá a plenitude do seu ser.
à relação do trabalhador com os objetos de sua produção, na qual ele se coisifica, se autossacrifica e, no fim, não vê o produto como seu.
ao trabalho e ao produto, fruto da capacidade do trabalhador de criar, de planejar-se e de autorrealizar-se na sua criação.
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Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto. SENNETT R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado). Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no texto pressupõe que:

os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
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A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de Émile Durkheim, tanto por exprimir o desenvolvimento das formas de integração quanto por intensificar a divisão do trabalho social a ela ligada.

Ao criar seres indiferenciados socialmente, o "homem massa", as cidades recriam a solidariedade mecânica em detrimento da solidariedade orgânica.
A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de funções no espaço urbano torna obsoleta a presença de instituições.
O equilíbrio e a coesão social produzidos pela crescente divisão do trabalho decorrem das vontades e das consciências individuais.
A solidariedade orgânica é compatível com a sociedade de classes, pois a vida social necessita de trabalhos diferenciados.
O efeito principal da divisão do trabalho é o aumento da desintegração social em razão de trabalhos parcelares e independentes.
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A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes, analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços separados dos seus operários, obtém um produto marcante. MARGLIN, Stephen. In: André Gorz (Org.). Crítica da divisão do trabalho. 1980. (adaptado) Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca o(a):

importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo produtivo.
ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na organização do trabalho.
melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva.
maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
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"Não sendo o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania." ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os conceitos de Estado e soberania em Rousseau, é correto afirmar:

A soberania surge como resultado da imposição da vontade de alguns grupos sobre outros, visando a conservar o poder do Estado.
A conservação do Estado independe de uma força política coletiva que seja capaz de garanti-lo.
O estabelecimento da soberania está desvinculado do pacto social que funda o Estado.
O Estado é uma instituição social dependente da vontade impositiva da maioria, o que configura a democracia.
A soberania é estabelecida como poder absoluto orientado pela vontade geral e legitimado pelo pacto social para garantir a conservação do Estado.
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Adam Smith, teórico do liberalismo econômico cuja obra Riqueza das nações constitui o baluarte, a cartilha do capitalismo liberal, considerava:

o trabalho como fonte de toda a riqueza, dizendo que, com a concorrência, a divisão do trabalho e o livre-comércio, a harmonia e a justiça social seriam alcançadas.
a política protecionista e manufatureira como elemento básico para desenvolver a riqueza da nação.
a terra como fonte de toda a riqueza, enquanto a indústria e o comércio apenas transformavam ou faziam circular a riqueza natural.
a propriedade privada como a raiz das infelicidades humanas, daí toda a economia ter de ser controlada pelo Estado.
necessária a abolição das aduanas internas, das regulamentações e das corporações então existentes nos países.
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O Estado soviético, formado após a Revolução Russa, cuidou de expurgar da cultura desse país toda e qualquer manifestação artística que estivesse, no entendimento das autoridades, associada ao chamado "espírito burguês". Foi criada, então, uma política cultural que decretava como arte oficial apenas as expressões que servissem de estímulo para a ideologia do proletariado. Dessa forma, foi consagrado um estilo conhecido por:

romantismo comunista – que, por meio de um figurativismo apenas sugestivo, procurava realizar a "idealização do mujique", o camponês russo típico, como representante das raízes culturais russas.
expressionismo soviético – que, por meio de uma orientação estética intimista, procurava expor a "alma inquieta dos povos eslavos", que passaram a integrar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
concretismo operário – que, por meio de uma concepção criadora autônoma – não resultante de modelos –, utilizava elementos visuais e táteis, com o objetivo de mostrar a "prevalência do concreto sobre o abstrato" – ideia básica no materialismo dialético.
realismo socialista – que, por meio de composições didáticas, esteticamente simplificadas, procurava enaltecer a "combatividade, a capacidade de trabalho e a consciência social" do povo soviético.
abstracionismo proletário – que, por meio da decomposição geométrica do real, exprimia a "ordenação sincrônica da sociedade comunista".
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Para legitimar o Estado totalitário na Alemanha, os nazistas utilizaram uma série de recursos audiovisuais, entre os quais cartazes, jornais, revistas, livros, exposições, cartões-postais, filmes, fotografias, álbuns de figurinhas etc. Os nazistas utilizaram:

as imagens e os demais recursos de propaganda somente com a intenção de evidenciar as obras, as benfeitorias e os projetos sociais do governo nazista.
os recursos audiovisuais amplamente para estimular a vocação artística na população alemã e difundir o gosto estético de Adolf Hitler.
os recursos das imagens para propagar o ideal de beleza renascentista, escolhida pelos nazistas para representar a perfeição e a superioridade da raça ariana.
as imagens com a intenção de expor os procedimentos de extermínio aplicados aos judeus, considerados inferiores e nocivos.
os recursos audiovisuais e a estética nazista para difundir as ideias políticas do nazismo, influenciar a opinião política e obter o apoio da população alemã.
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A Constituição de 1824, que, conforme a promessa do imperador Dom Pedro, teria um caráter fortemente liberal, desde sua gênese era contraditória com o liberalismo tradicional. Em primeiro lugar, ela não se tratou de uma carta de direitos debatida e elaborada por uma Assembleia Constituinte. Foi outorgada pelo imperador, que pretendia garantir para si todos os poderes possíveis, resultando na criação de um quarto poder, o poder moderador, que concedia ao monarca poderes extensos e retirava qualquer possibilidade de responsabilizá-lo por seus atos na administração, excluindo, assim, outro ponto essencial do liberalismo: a separação e autonomia dos poderes, com base em especial nos pensamentos de Benjamin Constant, representante do liberalismo doutrinário francês. SANTIN, J. R.; ABAL, F. C. O LIBERALISMO CABOCLO NA CONSTITUIÇÃO DE 1824. Revista História & Perspectivas, [S. l.], v. 27, n. 50, 2014. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/27506. Acesso em: 11 nov. 2022. O texto aponta para uma contradição presente na Constituição de 1824. Essa contradição se deve:

ao fato da carta se propor liberal e, ao mesmo tempo, prever um poder político mais forte que os outros (Poder Moderador).
ao fato da carta se propor absolutista e, ao mesmo tempo, prever um poder político mais fraco que os outros (Poder Moderador).
ao fato da carta se propor absolutista e, ao mesmo tempo, prever um poder político mais forte que os outros (Poder Legislativo).
ao fato da carta se propor liberal e, ao mesmo tempo, prever um poder político mais fraco que os outros (Poder Moderador).
ao fato da carta se propor liberal e, ao mesmo tempo, prever um poder político mais forte que os outros (Poder Legislativo).
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Inspirado no liberalismo clássico e em clara oposição ao Keynesianismo, o neoliberalismo propõe, entre outras medidas: I. a atuação do Estado como empresário, como mediador das relações capital-trabalho e como regulador de taxas e tarifas. II. o desenvolvimento de uma política de privatização das empresas estatais para reduzir o papel do Estado na economia. III. a minimização do poder dos sindicatos e a redução dos direitos trabalhistas. IV. a redução das barreiras para a circulação de mercadorias e capitais entre países, promovendo, assim, uma maior abertura econômica. Estão corretas:

II, III e IV
I, II e III
I, II e IV
I, III e IV
I, II, III e IV
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A frase de Luiz XIV, "L'Etat c'est moi" (O Estado sou eu), como definição da natureza do absolutismo monárquico, significava:

a centralização do poder real e absoluto do monarca na sua pessoa, sem quaisquer limites institucionais reconhecidos.
a unidade do poder estatal, civil e religioso, com a criação de uma Igreja Francesa (nacional).
a superioridade do príncipe em relação a todas as classes sociais, reduzindo a um lugar humilde a burguesia enriquecida.
a submissão da nobreza feudal pela eliminação de todos os seus privilégios fiscais.
o desejo régio de garantir ao Estado um papel de juiz imparcial no conflito entre a aristocracia e o campesinato.
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"O fascismo, como o nacionalismo, perseguia a conexão do passado com o presente oferecendo aos indivíduos a oportunidade de se empenharem num projeto comum para o futuro de sua nação, uma entidade a que eles pertenciam e que os transcendia. Integrando o proletariado à comunidade nacional, o fascismo consegue apagar a identificação, efetuada pela democracia, da nação com a burguesia. (...) A nação, como entidade complexa, baseada na ligação com um território determinado, passado histórico, valores e culturas comuns, mostrava uma vez mais a força da consciência comum de seus habitantes e sua vontade de decidir o destino político comum. A nação revela-se o foco primordial da lealdade." (GUIBERNAU, Montserrat. Nacionalismos: o estado nacional e o nacionalismo do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997) Tomando como ponto de referência o texto, uma das características do nacionalismo de tipo fascista pode ser identificada na seguinte alternativa:

Constituição de uma consciência antinacional oposta à ideia de uma cultura comum.
Organização do proletariado em uma comunidade única vinculada à nação.
Propaganda de símbolos da nação identificados com os valores de classe.
Proposição de uma ideia de nação acima dos interesses de classe.
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