CUIDADOS NEONATAIS ONDE FOI REALIZADA CESARIANA E A MÃE REJEITOU OS FILHOTES
INTRODUÇÃO Complicações no decorrer da gestação e do parto são pouco constantes, porém quando ocorrem, estabelecem uma condição que conduz a vida da fêmea em risco e também dos filhotes. A distocia é definida como uma dificuldade de nascer ou a incapacidade materna em fazer a expulsão do feto pelo canal do parto sem nenhum auxílio. Os recém-nascidos precisam receber cuidados específicos referente às suas particularidades fisiológicas, com a finalidade de permitir sua sobrevivência e desenvolvimento apropriado, principalmente quando estes nascem por histerotomia, e nesta situação, um cuidado particular deve ser adotado para que os fetos sobrevivam, uma vez que a mãe se depara anestesiada e não poderá cuidar dos filhotes (LOURENÇO et al., 2013). REVISÃO DE LITERATURA A maior parte das distocias é de origem materna e uma pequena parte de origem fetal. A identificação precoce dos indícios de distocia, acompanhado de terapêutica médica imediata, é fundamental na preservação da vida da cadela e também na ampliação da sobrevivência dos neonatos (PRESTES, 2006). A origem do parto distócico pode ser atribuída de tal maneira à mãe quanto ao filhote. A origem materna mais importante de distocia é a inatividade uterina, sendo a condição primária, quando não acontece a contração uterina ou secundária posto que ocorra a exaustão da fêmea durante período de trabalho de parto onde a contração uterina se descontínua depois de certo intervalo de atividade improdutiva, o que pode ocorrer devido flacidez muscular em cadelas de idade avançada ou acima do peso normal. (NELSON et al., 2015). As causas fetais que induzem à distocia podem ser referentes à como o feto mostra em relação a sua disposição no canal do parto causando o impedimento de sua saída, como por exemplo, podendo encontrar se com desvio lateral da cabeça, em posição de ventroflexão, apresentar-se de nádegas para o canal do parto, com os membros pélvicos flexionados cranialmente, dois fetos respectivamente no canal do parto, e dentre distintas posições, e fetos de tamanhos avantajados inviabilizando sua saída pelo canal do parto (JACKSON, 2015). A cesárea ou histerotomia, é um procedimento emergencial (LUZ et al., 2005) que tem como objetivo a retirada dos fetos e seus anexos do útero grávido, com técnicas cirúrgicas e anestésicas seguras, de tal maneira para a fêmea como para os filhotes (FOSSUM, 2001). O propósito da prática da cesariana para o tratamento da distocia é usado frequentemente, essa decisão é tomada de modo particular e exige que fiquem considerados os interesses da fêmea, dos neonatos e do proprietário dos animais (PRESTES, 2006). A radiografia e a ultrassonografia são utensílios de suma importância para auxiliar no diagnóstico das distocias e para analisar os filhotes. Através do exame radiográfico pode se determinar a condição da prenhez, a condição estrutural pélvica, a quantidade de filhotes, o tamanho desses filhotes, em qual posição os filhotes se encontram e se há a presença de morte de algum feto, já a ultrassonografia pode possibilitar a identificação da viabilidade fetal e a ocorrência de estresse ou sofrimento do feto como, por exemplo, a frequência cardíaca fetal inferior a 200 bpm (JARRETA, 2004). Posteriormente ao nascerem, os neonatos necessitam receber cuidados e atenção específicos, atendendo suas peculiaridades fisiológicas, com o objetivo de possibilitar sua sobrevivência e desenvolvimento apropriado. Sobretudo quando estes nascem por cesariana, e nesta circunstância, um cuidado particular deve ser adotado para que os fetos sejam reanimados, uma vez que a mãe se depara anestesiada e não poderá realizá-lo (LOURENÇO et al., 2013). Os filhotes precisam ter o umbigo ligado com fios de sutura e o coto deve ser cauterizado e realizado a assepsia com solução antisséptica, seco e tratado com tintura de iodo ou iodopovidona, deve se inspecionar o mesmo quanto ao aumento de volume, coloração e secreção (PRESTES, 2006). Todo filhote deve ser examinado, procurando por anomalias congênitas ou de desenvolvimento (FOSSUM, 2005). É preferível que a averiguação seja iniciada pela cabeça, avaliando estrutura do crânio, ouvidos, boca (gengiva, palato duro, língua, garganta e aspectos da mucosa) e focinho, à procura de alterações, obstruções e secreções (PRATS, 2005). Posteriormente deve ser feita a palpação superficial completa, em seguida membros anteriores e posteriores, analisando os eixos apendiculares, deformidades, estrutura óssea, número de dedos e unhas e reflexos neurológicos. Conseguinte realiza-se o exame na região torácica e abdominal, examinando o padrão das costelas, auscultação cardíaca e pulmonar, procurando possíveis hérnias e apalpando de forma cuidadosa e segura as estruturas internas, região ano-genital também deve ser analisada (PASSOS, 2006). Um neonato nascido de uma cesariana requer cuidados especiais já que sua mãe encontra se impossibilitada de cuidar do mesmo, os envoltórios da face devem ser removidos, em seguida realizada avaliação do neonato para confirmação da presença de respiração espontânea e batimentos cardíacos, caso seja necessário pode ser realizada massagem torácica e facial com toalha úmida para estimular a respiração, um neonato deve possuir frequência respiratória de 15 a 35 movimentos/minuto e com frequência cardíaca acima de 200 batimentos por minuto e mucosas róseas, temperatura retal de 35,5ºC e 36,1ºC aumentando gradativamente até alcançar 37,8ºC em sete dias, deve possuir competência para responder a estímulo nervoso e tônus muscular, neonatos com essas características estão dentro dos parâmetros estabelecidos (Nelson et al., 2001). Os neonatos necessitam ser aquecidos até que sua mãe possa dar lhes o devido cuidado, o aleitamento deve ser permitido o quanto antes, para garantir a ingestão do colostro (FOSSUM, 2005). Os recém-nascidos nascem com o aparelho gastrointestinal estéril e vai desenvolver sua própria microbiota intestinal ao longo dos dias, adquirido por intervenção da mãe e do ambiente em que habitam. Assim que se dá o início do aleitamento, onde ocorre à ingestão do colostro irá estimular a liberação do mecônio. O aparelho digestório do neonato é muito fragilizado e é com facilidade afetado por sua alimentação, pelo meio ambiente, ou patógeno, porque a defesa física contra infecções é diminuída no neonato. A produção do ácido clorídrico ainda não está totalmente desenvolvida e, deste modo, a acidez gástrica nos recém-nascidos é menor do que nos adultos, no entanto, a defesa que combate os agentes infecciosos são reduzidos, já que o ácido clorídrico também exerce a função de proteger, e na ausência dessa proteção permite maior sobrevivência de bactérias e maior suscetibilidade a infecções gastrointestinais (DOMINGOS et al., 2008). Periodicamente, a mãe os lambe estimulando os reflexos de micção e defecação, no entanto, em casos de morte ou rejeição a micção pode ser estimulada através da massagem suave no prepúcio ou vulva com algodão umedecido, a não estimulação causa o acúmulo e retorno de urina para os rins (Domingos et al., 2008). Para proteção imunológica do neonato o colostro é um líquido essencial, proporcionando em sua composição grande percentual de imunoglobulinas, principalmente IgA, interleucinas, lisozimas, lipídeos, entre várias outros componentes essenciais, menos de 5% dos anticorpos maternos são transmitidos aos filhotes via da placenta, o consumo do colostro nas primeiras 24 horas de vida é imprescindível para que os filhotes possam adquirir a imunidade passiva da mãe. Porém após oito horas ao nascer, a permeabilidade intestinal às imunoglobulinas começam a diminuir, os enterócitos passam pelo processo de maturação o que impossibilita a passagem das macromoléculas e das imunoglobulinas (TIZARD, 1987) e posteriormente 48 a 72 horas não se faz mais possível a absorção. Se devido algum motivo os filhotes não fazerem a ingestão do colostro, o soro ou plasma podem ser administrados por via oral para fornecimento de anticorpos à ninhada. O soro ou plasma sanguíneo de preferência fresco podem ser colhidos de qualquer outro animal adulto e saudável coletado com todas os conceitos de antissepsia e submetidos a avaliações de compatibilidade são eficazes para promover a correção da falha de transferência de imunidade passiva em cães recém-nascidos (DOMINGOS et al., 2008). Neonatos órfãos ou rejeitados necessitam receber alimentação de modo a garantir a sobrevivência e o crescimento dos filhotes. Filhotes rejeitados podem ser colocados em outra fêmea recém-parida que esteja amamentando, se houver necessidade de fornecimento de alimento de forma manual o alimento oferecido deve fornecer energia, proteínas de alto valor biológico, minerais para o crescimento, é importante evitar a super suplementação e iniciar o desmame e alimentação sólida na terceira semana de vida, ou tão breve quanto for possível. Faz-se necessário a suplementação alimentar por meio de substituto do leite, os quais podem ser comerciais ou formulações caseiras, respeitando as características próprias para cada espécie. (DOMINGOS et al., 2008) O leite substituto pode ser administrado por mamadeiras infantis, ou sondas gástricas. Receita para leite substituto: 1 xícara de leite integral de vaca 1 colher de chá de óleo de milho ou soja 1 gota de polivitamínico infantil 2 gemas de ovo. Este leite substituto fornece 1 kcal de energia metabolizável/ml, deve ser dado 1ml para cada 7,5, 6,5 e 4,5g de peso corporal/dia durante a primeira, segunda e terceira semana de vida respectivamente.(PRATS, 2005). CONCLUSÃO O diagnóstico precoce da distocia, com monitoramento intensivo do trabalho de parto e dos neonatos, bem como a instituição do tratamento correto e mais adequado é de suma importância, assim como, o acompanhamento neonatal e o conhecimento de suas características particulares merecem destaque, pois assim pode ser identificado de forma precoce as afecções neonatais, por meio do acompanhamento intensivo da ninhada se garantir a sobrevida e desenvolvimento dos neonatos.
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Se o filhote for órfão ou separado da mãe, a temperatura ambiente deve ser mantida mais alta que a necessária para animais adultos (Johnston et al., 2001). Sua frequência cardíaca e temperatura deverão ser respectivamente:
Superior a 200 batimentos/minuto durante as primeiras duas semanas de vida e temperatura retal normal ao nascimento é 37º C a 38,1º C, aumentando gradativamente para 37,8º C por volta dos sete dias de idade.
Inferior a 150 batimentos/minuto durante as primeiras duas semanas de vida e temperatura retal normal ao nascimento é 37º C a 38,1º C.
Superior a 200 batimentos/minuto durante as primeiras duas semanas de vida e temperatura retal normal ao nascimento é 35,5º C a 36,1º C, aumentando gradativamente para 37,8º C por volta dos sete dias de idade.
150 batimentos/minuto durante as primeiras duas semanas de vida e temperatura retal normal ao nascimento é 37º C a 38,1º C.
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2. Os neonatos nascem com o sistema gastrointestinal estéril e vão desenvolver sua própria flora intestinal ao longo dos dias, recebendo influência da mãe e do ambiente em que vivem. Quando iniciam sua amamentação, ingerem o __________ que estimulará a liberação da(o) ________. Complete:
Leite/ urina
Colostro/ urina
Leite/ mecônio
Colostro/ mecônio
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Se por algum motivo os filhotes não fizerem a ingestão do colostro, o soro ou plasma podem ser administrados por via oral ou subcutânea para fornecimento de anticorpos à ninhada. Como esse soro é colhido?
Pode ser colhido de qualquer outro animal adulto e saudável, desde que seja fêmea.
Pode ser colhido somente da mãe, pois é necessário que haja seu DNA na composição.
Pode ser colhidas somente de cadelas adultas e saudáveis, somente cadelas geram esse soro.
Pode ser colhido de qualquer outro animal adulto e saudável, que podem oferecer a eles o soro materno por via oral.
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4. O sistema digestivo do recém-nascido é muito frágil e é facilmente afetado por sua dieta, pelo meio ambiente, ou patógeno, pois a defesa física contra infecções é reduzida no recém-nascido. A produção do ácido clorídrico ainda não está completamente desenvolvida e, portanto, a acidez estomacal nos neonatos é menor do que nos adultos. (DOMINGOS, T. C. S et al., 2008). Como resultado:
A defesa contra agentes infecciosos é pequena, pois o ácido clorídrico também tem função de proteção.
A defesa contra agentes infecciosos é ótima, porque o ácido clorídrico gera total proteção.
A defesa contra agentes infecciosos é eficaz.
A defesa contra agentes infecciosos é inexistente, pois o ácido clorídrico não tem função protetora.
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A cesárea ou histerotomia é um procedimento emergencial e ao nascerem, os neonatos necessitam receber cuidados e atenção específicos, atendendo suas peculiaridades fisiológicas,e nesta circunstância, um cuidado particular deve ser adotado para que os fetos sejam reanimados, uma vez que a mãe se depara anestesiada e não poderá realizá-lo, quanto aos cuidados com o umbigo, deve-se:
A avaliação do umbigo, quanto a volume, coloração e secreção é a principal conduta a ser realizado, suturar o coto não se faz necessário, pois este se fecha logo que separado da placenta.
Os filhotes precisam ter o umbigo ligado com fios de sutura e o coto deve ser cauterizado e realizado a assepsia com solução antisséptica, seco e tratado com tintura de iodo ou iodopovidona, deve se inspecionar o mesmo quanto ao aumento de volume, coloração e secreção.
Necessária a ligadura com fio de sutura adequada, e assepsia com solução antisséptica, não se faz necessária a avaliação física umbigo.
É necessária ligadura do umbigo, apenas higienização com solução antisséptica.
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Neonatos órfãos ou rejeitados necessitam que o alimento oferecido forneça energia, proteínas de alto valor biológico, minerais para o crescimento, para isto podem ser elaboradas receitas de leite substituto, como:
1 xícara de leite integral de vaca, 1 colher de chá de óleo de milho ou soja, 1 gota de polivitamínico infantil, 2 gemas de ovo. Deve ser oferecida 1 ml para cada 4,5g de peso animal durante as 3 primeiras semanas de vida.
1 xícara de leite desnatado de vaca, 1 gota de polivitamínico infantil. Deve ser oferecida 1 ml para cada 7,5, 6,5 e 4,5g de peso corporal/dia durante a primeira, segunda e terceira semana de vida respectivamente.
1 xícara de leite integral de vaca, 1 colher de chá de óleo de milho ou soja, 1 gota de polivitamínico infantil, 2 gemas de ovo. Deve ser oferecida 1 ml para cada 7,5g de peso animal durante as 2 primeiras semanas de vida, e 1 ml para cada 6,5g nas 2 semanas seguintes.
1 xícara de leite integral de vaca, 1 colher de chá de óleo de milho ou soja, 1 gota de polivitamínico infantil, 2 gemas de ovo. Deve ser oferecida 1 ml para cada 7,5, 6,5 e 4,5g de peso corporal/dia durante a primeira, segunda e terceira semana de vida respectivamente.
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Para proteção imunológica do neonato o colostro é um líquido essencial, proporcionando em sua composição grande percentual de imunoglobulinas, o consumo do colostro nas primeiras horas de vida é imprescindível para que os filhotes possam adquirir a imunidade passiva da mãe. (TIZARD, 1987). É correto o que se afirma em:
O consumo do colostro nas primeiras 72 horas de vida é imprescindível para que os filhotes possam adquirir a imunidade passiva da mãe.
Após 6 a 8 horas ao nascer, a permeabilidade intestinal às imunoglobulinas começam a diminuir, os enterócitos passam pelo processo de maturação o que impossibilita a passagem das macromoléculas e das imunoglobulinas.
Não há comprovação de que seja importante o fornecimento do colostro nas primeiras horas de vida, podendo ser oferecido em qualquer idade.
Não se faz necessário o fornecimento do colostro, uma vez que os anticorpos já são passados para o filhote via placentária.
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Filhotes não conseguem evacuar ou urinar sozinhos e para isso, precisa da ajuda da mãe, que estimula o filhote lambendo a região anogenital, esse ato faz com que os receptores sensitivos da região enviem mensagens para o cérebro que está na hora de evacuar. Na ausência da mãe, o que deve ser feito?
Para a higienização e estimulação do filhote a mãe os lambe estimulando os reflexos de micção e defecação, no entanto, em casos de morte ou rejeição a micção pode ser estimulada através da massagem suave no prepúcio ou vulva com algodão umedecido.
Na ausência da mãe é necessário fazer a estimulação com objeto específico que caracterize a língua da mãe.
Essa estimulação deve ser feita apenas nos filhotes que não conseguem por si só realizar a micção e defecação.
N ão deve ser feito nada, pois os filhotes nascem sabendo urinar e defecar sozinhos e não há nada comprovando nenhum malefício à saúde do filhote.
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Todos os filhotes devem ser examinados no início de sua vida, procurando por anomalias congênitas ou de mal desenvolvimento. I. É preferível que se inicie pela cabeça, avaliando estruturas do crânio, ouvido, boca,gengiva, palato duro,língua, garganta , mucosas e focinho. II. Deve ser feita palpação superficial completa ,em seguida membros anteriores e posteriores analisando os eixos apendiculares, estruturas ósseas, número de dedos, unhas e reflexos neurológicos. III. Os exames devem ser feitos na região torácica e abdominal, examinando o padrão das costelas, auscultação cardíaca e pulmonar, é apalpando de forma cuidadosa estruturas internas da região genital.
Apenas a alternativa II é verdadeira.
As alternativas I e II são verdadeiras.
As alternativas I,II,III são verdadeiras.
Apenas a alternativa I é verdadeira
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A radiografia e a ultra-sonografia são ferramentas importantes no auxílio ao diagnóstico das distocias e o estado fetal. I. Pelo exame Radiográfico se determina o estado de prenhes, a estrutura pélvica, o número, o tamanho, o posicionamento dos filhotes e a presença de morte fetal. Porque. II. Com ultra-sonografia é possível identificar a viabilidade fetal e a ocorrência de estresse ou sofrimento fetal (frequência cardíaca fetal inferior a 200bpm).
As duas asserções são proposição verdadeira, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
As duas asserções são proposição verdadeira, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.