MEMÓRIA DO CÁRCERE : GRACILIANO RAMOS

MEMÓRIA DO CÁRCERE : GRACILIANO RAMOS

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Lucia Vasconcelos
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1. MEMÓRIAS D CÁRCERE, DO ROMANCISTA GRACILIANO RAMOS, CONTAM AS DESVENTURAS DO AUTOR ENQUANTO FOI PRESO POLÍTICO, NO PRESÍDIO DE ILHA GRANDE, EM 1936. APESAR DE SER UM LIVRO AUTOBIOGRÁFICO, O AUTOR EXPÕE, LOGO NA ABERTURA, AS DIFICULDADES DE RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA. A CONSCIÊNCIA DE GRACILIANO RAMOS EM RELAÇÃO AO CARÁTER FICCIONAL DAS SUAS MEMÓRIAS ESTÁ EVIDENCIADO NO SEGUINTE TRECHO:

OUTROS DEVEM POSSUIR LEMBRANÇAS DIVERSAS.
TAMBÉM ME AFLIGIU A IDEIA DE JOGAR NO PAPEL CRIATURA VIVAS.
RESOLVO-ME CONTAR DEPOIS DE MUITA HESITAÇÃO.
CONJUGAM-SE, COMPLETAM-SE E ME DÃO HOJE IMPRESSÃO DE REALIDADE.
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2. Leia atentamente esta passagem de Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. “Esforço-me por alinhavar está prosa lenta, sairá daí algum lucro, embora escasso – e este lucro fortalecerá pessoas que tentam oprimir-me. É o que me atormenta. Não é o fato de ser oprimido: é saber que a opressão se erigiu em sistema.” Todas as alternativas apresentam inferências possíveis a partir da leitura desse trecho e da obra como um todo, EXCETO:

A. O escritor se sente oprimido indiretamente porque vê a opressão sobre os outros.
B. O autor crítica, com seu texto, o sistema que o oprime.
C. O lucro derivado do trabalho do escritor contribui para a manutenção da opressão.
D. O sistema editorial brasileiro participa do mecanismo da opressão.
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3. primeira parte de Memórias de Cárcere, de Graciliano Ramos, intitula-se “Viagens” porque, neste trecho de suas memórias, o escritor:

E.Viaja por vários lugares, obtendo subsídios para a produção de sua narrativa de memórias.
D . Relata sua fuga, durante a qual passa por diversos lugares.
C.Narra as viagens que fez para revisar, em solidão, o romance que escrevia na época.
B. Expõe aproveitamento que fazia, em seus romances, das experiências adquiridas em viagens.
A.Registra os vários deslocamentos a que foi submetido após sua prisão.
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4.A minha educação estúpida não admitia que o ser humano fosse batido e pudesse conservar qualquer vestígio de dignidade (...) era a degradação irremediável. Lembrava o Feitor, a senzala, o tronco, o feitor, o capitão-do-mato. O relho, a palmatória, sibilando, estalando no silêncio da meia-noite, chumaço de pano sujo na boca de um infeliz, cortando-lhe a respiração. E nenhuma defesa: um infortúnio sucumbido, de músculos relaxados, a vontade suspensa, miserável trapo. Em seguida o aviltamento.” Fonte: RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. 31. ed. São Paulo: Record, 1994. v. 1, v. 2 O trecho do livro de Graciliano Ramos retrata dois períodos da história brasileira marcados pela violência, são eles a escravatura e

D.o coronelismo de Nilo Peçanha.
C.o tenentismo de Epitácio Pessoa.
B. a ditadura militar de Costa e Silva.
E.o estado novo de Getúlio Vargas.
A. a ditadura militar de Castelo Branco.
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5.Em Memórias do Cárcere, lê-se a seguinte passagem, em que Graciliano Ramos, preso em 1936, recorda a prisão que sofrera seis anos antes: Chegamos ao quartel do 20o Batalhão. Estivera ali em 1930, envolvera-me estupidamente numa conspiração besta com um coronel, um major e um comandante da polícia e, vinte e quatro horas depois, achava-me preso e só. Pensando nessas coisas, desci do automóvel, atravessei o pátio que, em 1930, via cheio de entusiastas enfeitados com braçadeiras vermelhas. (...) Se todos os sujeitos perseguidos fizessem como eu, não teria havido uma só revolução no mundo. Revolucionário chinfrim. As minhas armas, fracas e de papel, só podiam ser manejadas no isolamento. (Graciliano Ramos. Memórias do Cárcere. São Paulo: Martins, 6. ed, 1969. p. 19 e 20) A prisão, em 1936, do autor de Memórias do Cárcere relaciona- se ao contexto histórico em que se insere o movimento conhecido como:

E. Revolução Paulista de 1924, movimento de caráter nacional, mas que ficou limitado na cidade de São Paulo, onde elementos da poderosa Força Pública, sublevaram- se, tomando pontos estratégicos da cidade.
D.Campanha Civilista, que visava a derrubada do governo representante da oligarquia e a aprovação imediata de medidas para que o país retomasse a normalidade política e a ampliação da participação popular.
C. Cívico MMDC, que iniciou os preparativos para a luta armada em favor da redemocratização do país e a convocação de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição mais liberal e cidadã.
B. Revolta Armada, que apoiada em vários setores sociais liderados por frações das oligarquias descontentes com o exclusivismo paulista sobre o poder republicano federal, foi responsável pela Revolução de 1930.
A. Intentona Comunista, que serviu de pretexto para o governo desencadear violenta repressão a todos os participantes e simpatizantes do comunismo, ou apenas suspeitos de simpatizar, e aos inimigos do regime.
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