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Leia o texto abaixo. Você sabia que a Floresta Amazônica não é responsável por grande parte do oxigênio que respiramos? É bem provável que você tenha ouvido por aí: “A Amazônia é o pulmão do mundo.” Bobagem! Embora as florestas tenham, sim, grande importância na produção do oxigênio, como é o caso da Floresta Amazônica, o grande pulmão do mundo, para usar a mesma expressão, está nas águas – ou melhor, nos seres que habitam rios e mares. Um bom exemplo são os locais de encontro entre rios e mares, os chamados estuários, ambientes muito ricos em vida. Ali encontram-se as macrófitas aquáticas, plantas que se parecem com o capim terrestre; o fitoplâncton, que são algas microscópicas que vivem próximas às superfícies da água; as plantas herbáceas, que são rasteiras, maleáveis e se parecem com ervas. Pois bem! Essas espécies são algumas das grandes produtoras do oxigênio que respiramos e não as enormes árvores das florestas. [...] Quanto menores são os organismos, mais rápido é o seu metabolismo, as reações químicas que ocorrem dentro do corpo. No caso dessas espécies, essas reações estão diretamente ligadas à fotossíntese, processo pelo qual, utilizando se da luz do Sol, os vegetais produzem o seu próprio alimento e liberam oxigênio.
menores e seu metabolismo é mais rápido.
parecidos com o capim terrestre.
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Leia o texto abaixo. O casaco Um homem estava anoitecido. Se sentia por dentro um trapo social. Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado e sujo Tentou sair da angústia Isto ser: Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no lixo. Ele queria amanhecer. BARROS, Manoel de. Poemas rupestres. 2. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006. p. 73. No trecho “Um homem estava anoitecido”, a palavra destacada foi empregada para
enfatizar o interior do homem.
evidenciar a revolta do homem.
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Leia o texto abaixo. Bicho-da-seda O bicho-da-seda se alimenta das folhas da amoreira. É nesta fase que a larva começa a tecer seu casulo, feito com fios de muitos metros de comprimento. [...] A larva fia a seda ao redor do seu corpo fazendo movimentos geométricos em forma de número 8 [...]. Para se obter fios de seda é preciso mergulhar os casulos em água quente para amolecê-los e retirar deles uma espécie de goma que os faz ficar presos uns aos outros. [...] Este processo, em suma, consiste em desfazer todo o trabalho que a lagarta teve para formar o casulo. [...] O cultivo do bicho-da-seda traz benefícios à sociedade, não só pela fabricação e comercialização de diversos tipos de tecidos, como também pelo fato de proporcionar trabalho no campo com o cultivo da amoreira. O Brasil é, hoje, o terceiro maior produtor de seda. PACIEVITCH, Thais. Disponível em: http://www.infoescola.com/insetos/bicho-da-seda/Acesso em: 3 set. 2009. De acordo com o Texto, um dos benefícios do cultivo do bicho-da-seda é:
fabricar diversos tipos de tecidos.
desfazer o trabalho da lagarta ao fazer o casulo.
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Leia o texto abaixo. Refrigerante faz cócegas no cérebro Não é só pelo sabor que os refrigerantes seduzem crianças e adultos. Eles são divertidos principalmente pelas bolhas de gás carbônico que contêm. Ao se misturar com a saliva, elas estouram e viram ácido carbônico. Com isso causa uma pequena irritação na língua. É dolorido, só que o cérebro interpreta essa dor pequena como uma cócega. No fim, resta a sensação de prazer. Esse mecanismo foi desvendado por químicos e neurologistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que examinaram o cérebro de ratos enquanto gotejavam água com gás na língua deles. Notaram, assim, que os neurônios encarregados de captar sinais de dor entravam em ação. “Isso não quer dizer que o ácido carbônico faça mal”, explicou Earl Carstens, responsável pela pesquisa, à SUPER. SUPERinteressante. São Paulo: Abril,n.12, p.15, 1999. No trecho “Isso não quer dizer que ácido carbônico faça mal...”, o pronome destacado faz referência à
passagem do gás carbônico para ácido carbônico.
ação dos neurônios captores dos sinais de dores.
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Leia o texto abaixo e responda. Brincadeira retrô Me lembro bem de quando era pequena e do quanto minha imaginação era fértil. Eu fui daquelas crianças que davam arrepios nos pais por conta das brincadeiras mirabolantes: a cama de casal que virava navio pirata, o sofá da sala que virava palco de teatro com direito a cortina de lençol e tudo mais... Toda vez que começava a me animar minha avó dizia: “Lá vem essa menina inventando moda”. Hoje vejo que esse era o jeito de brincar das crianças de antigamente. Não havia toda essa parafernália eletrônica, que toca música, anda, fala e não deixa nenhum espaço para a imaginação. Precisávamos inventar as nossas brincadeiras. Criança moderna não sabe brincar sozinha, tem sempre a babá, o computador, o DVD... Hoje tento incentivar meu fi lho a brincar assim também. Não é que eu vá jogar todos os brinquedos dele fora, mas com certeza ele vai aprender a se divertir com muito menos. Dá mais trabalho, faz mais bagunça, mas é infinitamente mais divertido. POMÁRICO, Veri. Revista Gol. Editora Trip: s/l. s/d. A autora desse texto defende que:
as maneira de brincar atualmente devem ser aceitas.
as brincadeiras de antigamente eram mais criativas que as atuais.
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Leia o texto abaixo e responda. Corda Bamba As duas vinham andando pela calçada – a Mulher Barbuda e Maria. De mão dada. A Mulher Barbuda usava saia, barba e uma sacola estourando de cheia; Maria, de calça de brim, um embrulho debaixo do braço, ia levando a tiracolo um arco enfeitado com flor de papel, quase do tamanho dela (não era muita vantagem: ela já tinha dez anos, mas era do tipo miúdo). Pararam na frente de um edifício. Barbuda falou: – É aqui, tá vendo? 225. – Olhou pra trás: – Foguinho! Ei! Foguinho estava parado na esquina tirando um coelho da meia: andava treinando pra ser mágico. Há anos que ele comia fogo no circo, mas agora tinha dado pra ficar de estômago embrulhado cada vez que engolia uma chama; tinha dias, que só de olhar pras tochas que Barbuda trazia, o estômago já se revoltava todo. – Olha só, fiz a mágica da meia! – gritou. Agarrou o coelho pela orelha e correu pra porta do edifício. Barbuda achava uma graça danada naquela história de Foguinho treinar mágica em tudo que é canto; deu um beijo nele: – Você ainda vai ser o maior mágico que já se viu por aí. Não é, Maria? Mas Maria continuou quieta; só apertou com mais força a mão de Barbuda. NUNES, Lygia Bojunga. Corda Bamba. 20. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997,virgula p.9. Qual era a opinião de Barbuda?
achava que o foguinho seria um grande mágico.
achava que o foguinho seria um grande engolidor de fogo.
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Leia o texto abaixo. Com a cabeça nas nuvens Saiba por que as nuvens de tempestade são também sinal de... turbulência! Quando você vê nuvens escuras, pensa logo que vem chuva por aí, certo? De fato, as cúmulos-nimbos, nuvens de cor cinza, causam tempestades. Só que elas não assustam apenas quem tem medo de chuva forte. Os pilotos de avião também as temem. Sabe por quê? As cúmulos-nimbos são campeãs em turbulência, conta a meteorologista Maria Assunção Dias, da Universidade de São Paulo. Esse fenômeno é capaz de chacoalhar um avião e é causado pelo choque entre as correntes de ar que há dentro das nuvens. No interior das cúmulos-nimbos, as correntes de ar são muito intensas e têm sentidos opostos. Para você ter uma ideia, os jatos de ar voltados para cima, nesse tipo de nuvem,chegam à velocidade de 100 quilômetros por hora. As cúmulos-nimbos, no entanto, não se destacam apenas pela turbulência. A cor escura é outra de suas características. E sabe qual a origem dessa coloração? Os raios solares batem na nuvem e são refletidos de volta para o espaço, por conta das pedrinhas de gelo e gotas de água que as formam. Pronto, está revelado o mistério! Disponível em: . Acesso em 14/07/09. Leia novamente a frase abaixo. “Esse fenômeno é capaz de chacoalhar um avião e é causado pelo choque entre as correntes de ar que há dentro das nuvens.” (2° parágrafo). A expressão destacada está substituindo a palavra
turbulência.
gelo.
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Leia o texto abaixo. Sondagem O carteiro, conversador amável, não gosta de livros. Tornam pesada a carga matinal, que na sua opinião, e dado seu nome burocrático, devia constituir-se apenas de cartas. No máximo algum jornalzinho leve, mas esses pacotes e mais pacotes que o senhor recebe, ler tudo isso deve ser de morte! Explico-lhe que não é preciso ler tudo isso, e ele muito se admira: – Então o senhor guarda sem ler? E como é que sabe o que tem no miolo? – Em primeiro lugar, Teodorico, nem sempre eu guardo. Às vezes dou aos amigos, quando há alguma coisa que possa interessar a eles. – Mas como sabe que pode interessar, se não leu? Esclareço a Teodorico que não leio de ponta a ponta, mas sempre abro ao acaso, leio uma página ou umas linhas, passo os olhos no índice, e concluo. Meu crédito diminui sensivelmente a seus olhos. Não lhe passaria pela cabeça receber qualquer coisa do correio sem ler inteirinha. – Mas, Teodorico, quando você compra um jornal se sente obrigado a ler tudo que está nele? – Aí é diferente. Eu compro o jornal para ver os crimes, o resultado do seu-talão-vale-um-milhão etc. Leio aquilo que me interessa. – Eu também leio aquilo que me interessa. [...] Ficou pensativo, à procura de argumento? Enquanto isso, eu meditava a curiosidade de um carteiro que se queixa de entregar muitos livros e ao mesmo tempo reprova que outros não os leiam integralmente. – Tem razão. Não adianta mesmo escrever. – Como não adianta? Lava o espírito. – No meu fraco raciocínio, tudo é encadeado neste mundo. Ou devia ser. Uma coisa nunca acontece sozinha nem acaba sozinha. Se uma pessoa, vamos dizer, eu, só para armar um exemplo, se eu escrevo um livro, deve existir um outro – o senhor, numa hipótese – para receber e ler esse livro. Mas se o senhor não liga a mínima, foi besteira eu fazer esse esforço, e isso é o que acontece com a maioria, estou vendo. ANDRADE, Carlos Drumond. In: WERNECK, Humberto. Boa companhia: crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.31-33. No trecho “... isso é o que acontece com a maioria, estou vendo.” (último parágrafo), o pronome destacado refere-se ao fato de o narrador
dar pouca importância a um livro recebido.
ter diminuído o credito com o carteiro.
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Leia o texto abaixo. Art. 2º Declaração dos direitos da criança “A criança deve beneficiar-se de proteção especial e dispor de oportunidades e serviços assegurados por lei ou por outros meios, a fim de poder desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de modo sadio e normal, em condições de liberdade e dignidade. Na adoção de leis com este objetivo, a consideração fundamental deve ser o interesse superior da criança.” Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pela Assembléia Geral da ONU, em 20 nov.1959. Esse texto tem a finalidade de
informar sobre os direitos das crianças.
explicar um artigo de lei.
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Leia o texto abaixo. A morte da tartaruga O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino.”Cuidado, senão você acorda seu pai”. Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação. Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado, ver de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: - “Está aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi tudo mas ele continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e propôs: -- “ Olha Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou o garoto no colo e disse: - “Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha, eu também. Mas nós vamos fazer um grande funeral para ela. (Empregou de propósito a palavra difícil). O menino parou imediatamente de chorar e perguntou o que era funeral. O pai lhe explicou que era um enterro. “ Olha, nós vamos comprar uma caixa bem bonita, balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois colocamos a tartaruga na caixa e rodeamos de velinhas de aniversário. Convidamos seus colegas, cantamos o “Happy-Birth-Day-To-You” pra tartaruguinha morta e você assopra as velas. Depois a enterramos, no quintal, e numa pedra colocamos o nome dela e o dia em que ela morreu. Isso é um funeral! Vamos fazer isso? ”O garotinho estava com outra cara. “Vamos papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não vai?” Saiu correndo para apanhar o animal morto. Gritou para o pai: “ -- Papai, papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. “Que bom, heim, nem precisaremos fazer o funeral”. “Vamos sim, papai” – disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande -- “Eu mato ela”. MORAL: O IMPORTANTE NÃO É A MORTE, É O QUE ELA NOS TIRA. FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. 9. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1985. No trecho “... Mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.”, a palavra em destaque expressa a ideia
da afetividade que o menino demonstrava pela a tartaruga.
da ironia da morte repentina da tartaruga.