𝗠𝘆 𝗟𝗶𝗳𝗲 — (𝗣𝗮𝗿𝘁. 𝟭𝟬) | 𝗤𝘂𝗶𝘇𝘂𝗿

𝗠𝘆 𝗟𝗶𝗳𝗲 — (𝗣𝗮𝗿𝘁. 𝟭𝟬) | 𝗤𝘂𝗶𝘇𝘂𝗿

→ 01 - Esta não é uma reescrita do "My Life" original criado por Esther, é apenas inspirado e baseado. → 02 - Essa estória não possui apenas um único protagonista. → 03 - Todas as imagens foram retiradas da plataforma Pinterest e algumas editadas por mim. → 04 - Caso queira se inspirar para escrever a sua própria estória, tudo bem, mas dê os devidos créditos. → 05 - Minhas inspiraçōes (créditos): — Arrow. - (2012) — As Tartarugas Ninja. - (2012) — Bridgerton. - (2020) — Cobra Kai. - (2018) — Gossip Girl. - (2007) — My Life. - Esther. — Pretty Little Liars. - (2010) — Riverdale. - (2017) — Scooby-Doo! Mistério S.A. - (2010)

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Hey_Max

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| 𝗢 𝗮𝗻𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀á𝗿𝗶𝗼 |

1. | 𝗢 𝗮𝗻𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀á𝗿𝗶𝗼 |
— 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

– 𝗥𝗼𝘀𝘁𝗼𝘃, 𝗥ú𝘀𝘀𝗶𝗮. 𝟮𝟳 𝗱𝗲 𝗼𝘂𝘁𝘂𝗯𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟭𝟳. 𝗦𝗲𝘅𝘁𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮.

| 𝟎𝟕:𝟎𝟎 𝐚𝐦 |

Acordei um pouco mais tarde do que o costume e rapidamente estranhei meu despertador não ter tocado ou Casey não ter me acordado. Só então me lembrei de que dia era hoje. Era o meu aniversário. Mas do que isso, era o meu decímo sexto aniversário, o que significava que em alguns meses estaria habilitado.

Tomei um banho relaxante e pude ter tempo para analisar minha agenda de hoje. Sem ir para a escola teria um bom tempo livre só para mim. Após me arrumar desci para o café.

Reunido na mesa já se encontrava meu irmão Jeremy enquanto esperava por mim e pelas meninas. Tinhamos costume de tomar café juntos em nosso aniversário. Em seguida abriamos os nossos presentes.

Robin: Bom dia, irmão. - Deixei escapar um largo sorriso enquanto me sentava ao seu lado.

Jeremy: Bom dia, irmãozinho. Feliz aniversário. - Meu irmão retribuiu meu sorriso com outro ainda mais largo.

Robin: Obrigado. Feliz aniversário, Jerry.

Jeremy: Valeu, Robie.

Ouvi passos se aproximarem seguidos por risadas e logo pude perceber que se tratavam de minhas irmãs.

Bella e Max: Bom dia. Feliz aniversário.

Jeremy e Robin: Bom dia. Feliz aniversário.

Ambas sentaram lado a lado de frente para mim e Jeremy e logo começamos a nos servir. O café tinha sido preparado com o prato preferido de cada um, a pedido de Alec.

Jeremy: Max, já que mas uma vez não vamos comemorar seu aniversário na data certa, nós três conversamos e pedimos que a festa durasse até amanhã. Papai concordou e já falou com Sr. Bass. Feliz 16 anos, irmãnzinha.

A surpresa no rosto da minha irmã foi impagavél. Ser a única dos quatro a fazer aniversário em um dia diferente nunca foi fácil para ela porque nunca pode comemorar o aniversário na data certa. Sabíamos muito bem disso e tentamos fazer o possível para que esse aniversário fosse especial.

Max: Eu não acredito que fizeram isso. Obrigada.

Bella: Agradeça ao Jeremy, foi ideia dele.

Robin: Eu tava pensando em ver a mamãe na hora do almoço. Algum de vocês quer vir comigo?

Bella: Eu vou.

Max: Eu também.

Jeremy: Vou ter que deixar essa passar. Preciso resolver uma coisa.

Bella: Quer dizer ir namorar com a Alison? - Inevitavelmente eu e minhas irmãs soltamos risadas zombateiras enquanto Jeremy nos fuzilava com o olhar.

Jeremy: Vão rindo vocês dois. - Seu olhar recaiu sobre mim e sobre a Max. -Ainda vão se apaixonar perdidamente. É calro, Maxie, você vai ter que ter uns trinta e oito anos pra isso, mas até lá eu acho que aparece alguém.

Dessa vez foi a vez de Max nos fuzilar com o olhar enquanto riamos dela.

Nosso café não poderia ter sido mehor. Apesar de estarmos apenas os quatro reunidos na mesa eu não escolheria irmãos melhores para partilhar o dia do meu nascimento. Éramos um quarteto desde o dia em que vinhemos ao mundo e seria assim até o dia em que um de nós morresse.
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| "𝗡ã𝗼 é 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗲𝗺𝗮𝗶𝘀..." |

2. | "𝗡ã𝗼 é 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗲𝗺𝗮𝗶𝘀..." |
— 𝐉𝐄𝐑𝐄𝐌𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟖:𝟎𝟎 𝐚𝐦 |

Após o café, fui até o antigo celeiro onde costumava brincar com meus irmãos para me encontrar com a Alison. Para a minha surpresa, ela já estava lá. Usava uma calça jeans com uma blusa rosa e um casaco grande que cobria quase seu corpo inteiro. Seu cabelo louro estava solto e escorria por seu pescoço. Seu semblante estava diferente. Ele não esboçava o mesmo brilho radiante de sempre. A conhecendo bem, ela estava preocupada com alguma coisa.

Aproximei-me lentamente e a surpreendi com um abraço por trás e um beijo em sua bochecha. Ela retribuiu com um rápido selinho em meus lábios.

Alison: Eu já pensei que não fosse vir.

Jeremy: Minhas irmãs me atrasaram um pouco.

Alison: Eu tenho um presente pra você. - Alison retirou do bolso do casaco uma pequena caixa branca e me entregou. Assim que a abri vi que era um colar com o pingente de uma rosa dos ventos. - Assim você sempre vai achar o caminho até mim.

Um sorriso imenso havia coberto seu rosto de orelha a orelha, não pude evitar de sorrir da mesma forma. Envolvi meu braço ao redor de seu quadril e a puxei para um beijo.

Minha língua tocou a sua e foi como se ondas pulsantes de eletricidade tomassem conta do meu corpo. Seus lábios tinham gosto de framboesa e o aroma doce de seu perfume invadia minhas narinas.

Senhor! Como eu amava essa garota.

Beijei suavemente seu lábio inferior antes de separar-me de seu corpo. Olhei fixamente em seus lindos olhos azuis e eu acho que poderia me deleitar em sua beleza pelo resto da vida.

Jeremy: Obrigado. Eu amei o presente. Então, hoje eu vou passar o dia com os meus irmãos, mas, eu espero vê-la a noite.

Alison: Pode ter certeza de que vai. - Ela envolveu suas mãos ao redor do meu pescoço enquanto eu abrecei sua cintura. - Eu estarei de verde.

Jeremy: Mal posso esperar.

Trocamos carícias e nos beijamos novamente. Foi um beijo suave e rápido mas que não deixava de ter mágia.

Observei que Alison estava pensativa e meio apreensiva de novo, então, desta vez decidi perguntar o que a estava preocupando.

Jeremy: Ei, tá tudo bem?

Alison: Tá. - Sua concordância não me convenceu nem um pouco.

Jeremy: Tem certeza? Você parece preocupada com alguma coisa.

Alison: Não é nada demais. Eu só... - Alison baixou seus olhos por um momento e então me encarou novamente mas dessa vez estava mais séria. - eu tenho que te contar uma coisa. Mas não hoje. Amanhã.

Jeremy: Por que amanhã?

Alison: Hoje é o dia do seu aniversário e eu não quero que nada estrague isso.

Jeremy: Nada que venha de você poderia estragar o meu dia.

Alison: Amanhã, Jeremy. Pode ser?

Admito que fiquei curioso para saber do que se tratava mas decidi não chatea-la.

Jeremy: Tudo bem.

Alison: Agora eu tenho que ir pra escola. Te vejo a noite. Tchau.

Então ela me puxou pelo colarinho de minha jaqueta para um outro beijo e saiu apressada.

Jeremy: Tchau.

Fiquei alguns minutos me perguntando o porquê dela estar tão apressada e tão preocupada. O que será que ela estava escondendo?

Ouvi uma notificação em meu celular e o retirei do bolso para ver quem era. Pensei que seria um de meus irmãos pedindo que eu levasse comida ao algo assim, mas na verdade era um número desconhecido.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗡 _

D/C: Tic Tac, Jeremy! Quer saber o que o futuro lhe reserva? Pergunte a sua namorada.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗙𝗙 _

Olhei ao redor mas não vi ninguém, apesar de ter uma forte impressão de estar sendo observado.

Tentei descobrir quem havia mandado a mensagem mas não obtive sucesso. Era um número bloqueado e sem registro. Se eu realmente quisesse saber quem havia enviado aquilo, iria precisar de um gênio da computação.

Deixei minhas dúvidas de lado e caminhei até em casa, mas não pude deixar de pensar no que aquela pessoa havia falado. O que Alison estava escondendo?
3

| 𝗔 𝗳𝗼𝘁𝗼 |

3. | 𝗔 𝗳𝗼𝘁𝗼 |
| 𝟏𝟏:𝟎𝟎 𝐚𝐦 |

Já se aproximava da hora do almoço e enquanto Jeremy havia saído para se encontrar com a Alison, Bella, Max e eu estávamos reunidos na sala assistindo Scooby-Doo.

A nossa maioridade estava cada vez mais próxima, e apesar de ainda sermos adolescentes, esse aniversário deixava nossa infância para trás.

Não tivemos uma infância "normal", em vista que, passamos a metade dela nos especializando em artes marciais e aprendendo a usar armas brancas e a outra metade passamos a aprender como a vida pode ser cruel. Os únicos momentos de normalidade que tinhamos era quando assistíamos a algum desenho ou brincavamos com brinquedos.

Estava na metade do espisódio quando Casey veio até mim e me informou que havia uma visita.

Olhei para trás e vi a Sam na entrada da sala. Bella e Max permaneceram sentadas assistindo e mal notaram quando sai.

Robin: Oi. - Senti um largo sorriso forma-se nos cantos de minha boca.

Sam: Oi. Feliz aniversário.

Robin: Obrigado.

Sam: A gente pode conversar?

Seu semblante estava sério como eu nunca tinha visto. Olhei de relance para trás e vi que minhas irmãs ainda mantinham a atenção na TV. Peguei então em sua mão e subi com ela para o meu quarto. O que quer que fosse, pela sua cara ela não queria que mais ninguém soubesse.

Uma vez na tranquilidade de meu quarto, sentei-me na borda da cama e Samantha logo fez o mesmo. Minhas narinas foram invadidas pelo doce aroma de seu permufe e levei alguns segundos para recobrar o perfeito juízo novamente.

Samantha dobrou as pernas uma na outra e passou a me olhar fixamente nos olhos. Seus lindos olhos azuis me hipinotizavam cada vez mais e eu já não sabia mais qual dos sentimentos que eu nutria pela ruiva estava me dominando.

Sam: Olha, isso pode soar um pouco estranho. O que sabe sobre a adolescência dos seus pais? - Não pude deixar de franzir o cenho com sua pergunta inusitada.

Robin: Uh... Acho que quase nada. Por quê? - A observei colocar a mão no bolso e retirar o que parecia ser uma foto.

Sam: Olha isso.

Ela me entregou a foto e rapidamente pude reconhecer meu pai, tio, mãe e a Melissa. Ambos eram adolescentes e estavam reunidos em volta de uma mesa com mais sete pessoas. Não demorou e logo fui capaz de reconhecer seis dos sete jovens, aqueles eram Richard e Madson Carson, Lily Hofferson, Jack Peterson, Eleanor Coulthy e Tom Ackles. Todos os jovens na foto usavam o mesmo medalhão no pescoço com um pingente de uma lupa. A setíma garota em questão eu não fui capaz de decifrar quem era, mas ela tinha traços asiáticos e provavelmente tinha descendência chinesa.

Robin: Onde conseguiu isso?

Sam: Jason encontrou em uma caixa antiga. Ele me perguntou se algum de vocês sabia de alguma coisa e eu disse que não. Não quis envolver seus outros irmãos nisso, então resolvi contar só pra você.

Robin: Mas alguém além de você e o Jason sabem sobre essa foto?

Sam: Além dos meus pais, já que estava nas coisas deles, não. Jason prometeu não contar nada. Ele anda bem misterioso últimamente. - Sua mente vagou longe e sua testa estava levemente franzida.

Robin: Como assim?

Sam: É como se ele estivesse procurando por algo o tempo todo. Mas eu não posso perguntar pra ele já que ele saiu da cidade noite passada.

Robin: Ele disse pra onde foi?

Sam: Não. Só disse que ia visitar velhos amigos. Devem ser do grupo de reabilitação. Ele vai muito lá. Robin, olha, eu não quero acender uma luz conspiratória na sua cabeça nem nada, mas eu dei uma leve pesquisada e descobri que essa garota - Seu dedo indicador aponta para a garota chinesa até então desconhecida. - morreu na mesma época em que nossos pais estavam na escola. Eu só consegui o nome e a causa da morte. Selena Trigon. Tinha acabado de completar dezoito anos quando cometeu suícidi* na virada do ano.

Robin: E você acha que os nossos pais tem algo haver com isso?

Sam: Pensa bem. Por que será que eles nunca falam nada sobre a adolescência? O que de tão ruim aconteceu pra que eles mantenham isso guardado a sete chaves?

Robin: Eu não sei. E sinceramente, não sei se quero descobrir.

Sam: Eu sei...

Um silêncio pertubador toma conta do quarto e me peguei analisando seu rosto pensativo. Reuni coragem para então falar sobre o que eu venho querendo falar desde que voltei... O nosso beijo. Erámos duas crianças quando aconteceu mas não é preciso ser um gênio para perceber que isso nos afetou de uma forma que não era para ter afetado.

Robin: Sam? - Seus olhos azuis estonteantes encontram os meus e por um momento o ar esvaiu-se de meus pulmōes. - Tem outra coisa que precisamos conversar.

Sam: O que é?

Robin: Você lembra de quando jogamos aquele jogo da garrafa?

Seu rosto recontraiu-se em uma expressão de surpresa e choque. Um grande "ah" formou-se em sua boca que gaguejava sem parar, apesar de não pronunciar uma única palavra.

Três batidas fortes e estrondosas nos tiraram desse momento constrangedor, seguido pela voz impaciênte de Bella.

Bella: Robin? Vamos logo! Max e eu estamos com fome.

Eu pude ouvir alguns sussurros e percebi que se tratava de Max, provavelmente repreendendo Bella por me "incomodar".

Robin: Já tô indo. - Olhei rapidamente para Sam que já estava de pé.

Sam: Eu preciso ir. Tchau, Robin.

Samantha rapidamente pegou sua bolsa e se apressou em caminhar até a porta.

Robin: Tchau. Você vai na festa de noite?

Sam: Provavelmente sim.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, a ruiva passou pela porta como um furacão. Droga! Não era minha intenção deixa-la sem graça e provocar um clima ainda mais estranho entre nós.
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| "𝗦𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝘃𝗼𝘂 𝗺𝗲 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗼𝗰ê..." |

4. | "𝗦𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝘃𝗼𝘂 𝗺𝗲 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝘃𝗼𝗰ê..." |
— 𝐌𝐀𝐑𝐘𝐒𝐄 𝐇𝐀𝐃𝐃𝐎𝐂𝐊 —

| 𝟏𝟐:𝟎𝟐 𝐩𝐦 |

Já estava na hora do almoço e como de costume, Maryse e Logan já se encontravam no mesmo restaurante que costumavam almoçar quase todos os dias, porém, sempre acompanhados de Robert e Melissa, mas desta vez sozinhos.

A entrada já havia sido servida e enquanto Logan devorava seu prato com vontade, Maryse mal encostava em sua comida e não esboçava uma expressão muito animadora.

Logan: Que cara é essa?

Maryse: Que cara? - Não pude evitar de franzir levemente o cenho de minha testa.

Logan: Essa cara.

Maryse: Não tem cara nemhuma. É a minha cara e pronto.

Logan: Que isso. Eu acho que eu te conheço um pouco, Maryse. O que aconteceu?

Soltei um suspiro frustado e olhei em seus olhos. Estavam decididos a não parar de me perguntar o que estava acontecendo enquanto eu não contasse.

Maryse: É a minha mãe. Ela quer que Max e eu nos encontremos com ela para "resolver" alguns assuntos pendentes.

Logan: Desde quando sua mãe não entra em contato?

Maryse: Desde o dia em que Robert e eu assinamos a anulação.

Logan: E você vai ir vê-la?

Maryse: Você não conhece minha mãe? Se eu não for ela vem até mim.

Logan: Não pode ser tão ruim assim. - O olhei com uma sobrancelha arqueada. - Tudo bem que a Marissa não era uma das pessoas mais agradavéis de se conviver, mas quem sabe ela não tenha mudado.

Maryse: Acredite, ela piorou. Eu tenho certeza. Ela sempre fez questão de dizer para mim e meus irmãos que fomos ingratos. Michael fugiu e abandonou todas as responsabilidades. Max se casou com uma mulher que ela desaprovava. Já eu, me casei com o homem que ela escolheu pra mim e no final me separei dele. Eu pensei que quando assinasse aquele papel estaria livre. Livre de todos os infortunios que passei pelos meus pais. Que poderia tomar minhas próprias decisōes. Mas não foi bem assim.

Fui invadida por uma forte onde de melancólia e rapidamente peguei minha taça de vinho na mão e dei um gole particularmente grande. O gosto amargo do alcóol descia cortante pela minha garganta mas não dei importância.

Logan: Você se arrepende de ter se separado do Robert? - Neguei com a cabeça.

Maryse: Não. Também nunca vou me arrepender do que tivemos. Eu não trocaria um único dia que tivemos juntos por nada nesse mundo. Mas você sabe o que aconteceu. Não poderiamos mais ficar juntos. Como poderiamos fazer isso se ambos estávamos perdidos?

Logan: Eu sei bem como é. Se eu pudesse voltar e viver pelo menos mais um dia com a Rebecca e os meninos, eu faria sem esitar.

Maryse: Sabe o que eu pensei quando meus pais me prometeram em casamento ao seu irmão? - Logan negou com a cabeça. - Eu pensei em fugir, porque achava que seria infeliz se não me casasse por amor. Robert era apenas um amigo e nada mais. Mason tinha acabado de morrer e Michael tinha ido embora, então eu me vi sozinha. Ai nos fomos até a mansão para o jantar de noivado e, eu vi você e o Robert e de alguma forma eu sabia que tudo iria ficar bem. Agora aqui estou sozinha mais uma vez. Meus filhos morreram e os outros que ainda me restam correm perigo a cada dia que passa.

Logan: Você não está sozinha, Maryse. Pode não ser mais a minha cunhada mas eu sempre vou me importar com você. É uma das minhas melhores amigas e isso nunca vai mudar.

Não pude evitar de sorrir com o seu comentário e provoquei a mesma reação nele.

Logan e eu rapidamente nos entreolhamos após nossos celulares apitarem com a notificação de novas mensagens.

Era Robert marcando uma reunião de emergência na velha boate em que nos encontravamos quando adolescentes.

Logan pediu a nossa conta e rapidamente saímos do restaurante para ver o que era tão urgente.
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| "𝗢 𝗙𝗲𝗶𝗼 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗼𝘂..." |

5. | "𝗢 𝗙𝗲𝗶𝗼 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗼𝘂..." |
| 𝟏𝟐:𝟑𝟒 𝐩𝐦 |

Ao chegarmos na boate que agora estava abandonada, Logan e eu rapidamente nos deparamos com Melissa, Madson, Lily, Eleanor Richard, Tom e Jack. Todos estavam sentados nas banquetas daquele que costumava ser o bar onde nos renuíamos todos os dias.

Logan: Cadê o Robert?

Robert: Bem aqui. - Robert junta-se a nós com uma expressão apreensiva e até mesmo tenebrosa. - É melhor vocês se sentarem. O que eu tenho para contar não é nada bom.

Logan e eu nos entreolhamos desconfiados e nossos amigos fizeram o mesmo. Sentei-me por fim ao lado de Melissa enquanto todos voltamos nossa atenção para o anfitrião.

Tom: Está tudo bem, Robby?

Robert: Na verdade não, Tommy. O Feio voltou. - Inevitavelmente todos nos entreolhamos ao mesmo tempo sem poder acreditar naquilo.

Eleanor: Tem mesmo certeza disso?

Robert: Absoluta. Mas alguém aqui recebeu uma carta perfumada de rosas hoje?

Lembrei-me de ter recebido uma de Nikolai assim que acordei. Ele disse que ela estava na porta e na hora pareceu inocênte. Cheguei até a pensar que era pelo aniversário dos gêmeos.

Lily: E como sabe que as cartas são dele?

Melissa: Porque recebemos uma segunda a poucas horas. Era uma mensagem de voz adulterada. A mesma voz de quando éramos adolescentes.

Madson: E como podemos ter certeza de que era ele? Quer dizer, nós todos o vimos cair daquele penhasco.

Jack: Aquele cara sempre esteve um passo a nossa frente.

Robert: Olhem, eu sei que escolheram sair para poderem manter seus filhos seguros e para que eles tivessem uma vida normal, mas se ele realmente voltou nenhuma das nossas crianças está em segurança. Então, eu digo isso como pai e como amigo, é melhor revelarem para eles toda a verdade de quem são e no mundo em que vivem. Mas a decisão é de vocês.

O silêncio pairou sobre o ambiente e vi meus amigos ficarem pensativos. Robert também estava mas de uma maneira diferente. Logan o fitou por alguns segundos enquanto o analisava antes de dizer.

Logan: Eu sei o que tá pensando. Acha que foi ele, não é?

Os dois irmãos ligeiramente olharam para mim de forma aflita. Admito que fiquei confusa a príncipio por não saber do que se tratava.

Maryse: O quê?

Robert caminhou pela primeira vez e puxou uma banqueta para que pudesse se sentar de frente para mim. Seus olhos azuis me olharam sérios, tão sérios que eu acho que nunca o vi dessa forma.

Robert: Em alguns dias vão fazer dez anos que ele desapareceu. - Fechei meus olhos brevemente e respirei fundo enquanto começava a sentir meu coração começar a apertar na simples menção ao Oliver. - E em dois dias será o primeiro aniversário da morte do Delphin. Os dois aconteceram de forma semelhante e os dois eram nossos filhos. - Olhei profundamente em seus olhos e foi como se eu pudesse ler a sua mente.

Maryse: Acha que ele os matou?

Robert: Eu não tenho certeza. É apenas um palpite.

Richard: Eu tô confuso. Quem matou quem?

Olhei para meu amigo a minha frente e reconhecendo sua dor, tomei partido em dar explicaçōes a nossos amigos.

Maryse: Robert e eu não temos apenas os filhos que conheceram. Tivemos outros dois além destes. Oliver era o trigêmeo de Alec e Fred. Ele desapareceu em 13 de julho de 2007. A polícia encontrou um colar ensanguentado no golpão atrás do cemitério. O mesmo colar com a medalha de três ursos que é passado de geração em geração na família Leblanc. Já fazem dez anos e nunca o encontramos. Fui para Londres porque pensei que lá seria seguro e, realmente foi. Isso até outubro do ano passado. Delphin tinha apenas dezoito anos e fui brutalmente assassinado dentro de casa. As gêmeas o encontram. Não havia sinal algum do assassino mais uma vez. Voltar pra cá foi a única solução víavel que encontramos.

O silêncio predominou no local. Ninguém sabia ao certo o que dizer. O meu relato foi o suficiênte para meus amigos se questionarem se estavam fazendo a escolha certa em manter seus filhos no escuro.
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| " 𝗩𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗷𝘂𝗻𝘁𝗼𝘀..." |

6. | " 𝗩𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗷𝘂𝗻𝘁𝗼𝘀..." |
— 𝐉𝐄𝐑𝐄𝐌𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟐:𝟐𝟖 𝐩𝐦 |

Assim que as aulas acabaram e eu tive certeza de Alison estava sozinha em casa, caminhei até a mansão Bass para poder conversar com Alison e descobrir de uma vez por todas o que ela estava escondendo.

Olhei para a janela de seu quarto e vi que estava aberta. Escalei uma árvore e em seguida consegui passar pelo grande tronco até o parapeito da janela. Com um salto já estava dentro do quarto e logo pude ouvir um grito de susto.

Alison: Jeremy! Ficou maluco? Se meu pai te pegar aqui ele te mata. - Alison estava com fogo nos olhos e lutava para não gritar e acabar sendo ouvida por alguém.

Jeremy: Todos eles saíram. Eu me certifiquei disso.

Sua expressão brava deu uma amenizada e eu a vi soltar um suspiro para se acalmar.

Alison: O que veio fazer aqui?

Jeremy: Eu quero respostas. - Cruzei meus braços e a olhei com seriedade. - Eu quero saber o que tá escondendo e não adianta dizer que não é nada porque eu sei que é.

Alison: Ah, Jerry...

Alison fechou seus olhos quase que como um pedido de súplica, mas me mantive firme.

Jeremy: Alison, eu não saio desse quarto enquanto não me disser a verdade.

Seus olhos azuis suaves encotraram os meus e eu a vi morder o lábio inferior. Ouvi um grunhido sair de sua boca e isso significava que ela havia cedido. A loura então foi até o banheiro e admito que fiquei confuso e sem saber ao certo o que aquilo significava. Alison voltou com algo nas mãos e ao me entregar vi que era um teste de gravídez. Meu coração bateu mais rápido e minhas mãos começaram a suar quando peguei o teste nas mãos e vi que tinha dado positivo.

Alison: Eu tô grávida. Essa é a verdade.

Olhei Alison nos olhos, ainda em choque com a nóticia que acabo de receber. Tentei falar alguma coisa mas nemhum som saiu de minha boca. Meu coração poderia sair do peito a qualquer momento e senti que minha pressão estava abaixando. Olhei de relance para a cama e rapidamente me sentei antes que eu desmaiasse ali a qualquer momento.

Alison: Eu não queria te contar hoje porque sabia que ia reagir assim.

Inspirei e expirei profundamente antes de olhar fixamente em seus olhos que agora eu podia ver que estavam tão assustados quanto os meus.

Jeremy: A quanto tempo você sabe?

Alison: Apenas três dias. Queria ter certeza absoluta antes de te contar.

Soltei um longo suspiro enquanto tentava fazer meu cerébro voltar a funcionar normalmente. A Bass sentou-se ao meu lado e sua presença foi capaz de me acalmar um pouco.

Jeremy: O que nós vamos fazer?

Alison: Eu não sei.

Sua expressão apreesiva demonstrava todo o seu medo com o que poderia acontecer daqui pra frente. Peguei em sua mão e a beijei suavemente. Olhei no fundo de seus olhos e tentei acalma-la.

Jeremy: Seja o que for, vamos fazer isso juntos. Combinado?

Alison: Combinado.

Alison deitou sua cabeça em meu ombro e eu a abracei para reconforta-la.

Eu poderia imaginar de tudo menos isso. Alison grávida de um filho meu no meu aniversário de dezesseis anos. Eu nunca estive tão ferrado em toda a minha vida. Podia ter muitas dúvidas sobre o que fazer nesse momento, mas eu tinha certeza de uma coisa, Alec iria me matar instantaneamente. Seguido por minha mãe e depois pelo meu pai. Jessica e Bart Bass fariam o mesmo com a filha.

Sabia que tinha que contar a eles e talvez assim conseguir alguma luz do que fazer, mas não agora. Eu não podia fazer isso com meus irmãos. Esse era o primeiro aniversário sem o Delphin e para completar, Max fazia aniversário na véspera do dia de sua morte.

Eu iria contar, mas não hoje.
7

| 𝗔 𝗳𝗲𝘀𝘁𝗮 |

7. | 𝗔 𝗳𝗲𝘀𝘁𝗮 |
— 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟖:𝟎𝟎 𝐩𝐦 |

Os convidados começaram a chegar rapidamente para a festa. A música já tocava e não demorou até que começasse a se formar gente na pista de dança. O salão estava perfeitamente decorado com algumas mesas e luzes em neon que davam uma atmosfera mais norturna ao ambiênte.

Meus pais estavam recebendo os convidados enquanto meus irmãos estavam dispersos. Max estava comigo no bar enquanto observavamos a multidão dançando.

Levei um tempo para peceber que o Sr. Bass havia se aproximado com uma bebida em suas mãos e duas caixas pequenas na outra.

Bart: Meninas.

Bella e Max: Oi, Sr. Bass.

Bart: Meus parabéns. Tomem. - O homem nos entregou cada uma das caixas. - Um pequeno presente meu e da Sra. Bass. Dezesseis é uma idade importante. Significa que agora já não são mais crianças.

Max: Muito obrigada, Sr. Bass.

Bella: Agradeça a Sra. Bass por nós.

Bart: Pode deixar.

Com um leve sorriso em seu rosto, o homem desapareceu em um instante da mesma forma como chegou. Observei a distância uma conversa meio acalorada entre meu pai e a Sra. Bass e admito que estranhei o ocorrido.

Não tive muito tempo para analisar a situação pois Arthur havia chegado.

Arthur: Caraca! Você arrasou. - Senti um sorriso bobo se formar no canto de minha boca.

Bella: Obrigada.

Arthur retribuiu meu sorriso e voltou sua atenção para minha irmã que ainda estava ao meu lado.

Arthur: Você também está muito bonita, Max.

Max: Obrigada, Peterson.

Apesar de não dizer nada, Max apenas me olhou nos olhos e eu entendi que ela iria sair e nos dar privacidade. Assim ela o fez.

Arthur: Eu tenho um presente pra você.

Bella: É mesmo?

Arthur me entrega uma pequena caixa de joias e assim que a abri me encantei instantaneamente pelo presente. Era uma pulseira de prata com o pingente de uma rosa.

Arthur: Achei que seria condinzente ao seu nome. - Deferi um leve tapa em seu braço pela piada o que o fez rir.

Bella: Obrigada. Eu amei. Agora, tem outra coisa que você pode fazer por mim.

Arthur: E o que seria, Leblanc?

Bella: Nós vamos dançar.

O puxei pelo punho antes que o mesmo pudesse sequer se recusar e o arrastei até a pista de dança.

Logo iniciamos uma dança ao rítimo da música e rapidamente fui invadida pela atmosfera da festa.

As decoraçōes eletrizantes faziam meu corpo inteiro soltar faíscas também. A música envolvente, as pessoas dançando e me parabenizando. Mas, principalmente, pelo namorado que eu tenho. Esse sim foi uma dos melhores presentes que a Rússia poderia me dar.

Admito que levei um certo tempo para poder confiar no Arthur e, ninguém poderia me culpar por isso, em vista dos meus antecedentes. Mas hoje eu sei que sou uma das garotas mais sortudas por ter escolhido confiar nele.

Poderiam haver outros namorados no futuro? Com certeza. Afinal, eu só tenho dezesseis anos e tenho consciência de que nem tudo vai sair como eu planejo. Mas eu também estou certa de uma coisa. Nenhum outro cara vai me fazer sentir o que eu sinto por ele.
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| "𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗼𝘂 𝗲𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼..." |

8. | "𝗗𝗶𝗴𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗼𝘂 𝗲𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼..." |
— 𝐋𝐔𝐌𝐈𝐍𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟖:𝟒𝟓 𝐩𝐦 |

O salão que antes se encontrava vázio agora estava lotado de pessoas que dançavam, bebiam, comiam e conversavam. Meus pais estavam sentados à mesa conversando com seus amigos e récem descobertos parentes. Todos eram muito simpáticos e eu já havia perdido as contas de quantos elogios havia recebido.

Além de mim, apenas meu irmão Gregory encontrava-se à mesa, enquanto conversava com Chris e Vitor. Estava sentada ao lado de Dylan Coulthy que assim como eu também apenas observava os outros presentes e não participava diretamente da conversa.

Olhei de relance para o garoto ao meu lado ao sentir seu olhar em mim. Ele tinha um detestável olhar galante e os lábios estavam ligeiramente curvados no canto do boca, o que lhe dava um certo charme.

Dylan: Parece incomodada. - Ele sussurrou próximo ao meu ouvido e fui capaz de ouvir o som de sua respiração.

Luna: Pareço? - Arqueie uma de minhas sobrancelhas e o olhei de forma sarcástica.

Dylan: Estamos sentados um ao lado do outro. Imaginei que ficaria feliz com isso.

Luna: Talvez seja melhor que não pense em mim de maneira alguma.

Dylan: Isso é um pouco surpreendente.

Luna: Como é possível uma mulher não estar sorrindo ao se sentar ao lado de um jogador de hoquéi? Mesmo com a sua reputação.

Dylan: Está ciente da minha reputação?

Luna: Estou ciente da sua amizade com a minha irmã mais velha. Como se não bastasse também estou ciente das coisas que uma universidade inteira comenta a seu respeito. Arrgante? Claro. Prepotente? Sem dúvidas. É um farrista. Só isso. Diga que estou errada. - Lancei-lhe um olhar sarcástico e não pude evitar de curvar meus lábios em um sorriso sínico.

Dylan: Não é melhor a senhorita não pensar mais em mim? - Soltei uma leve risada sarcástica com o seu comentário.

Luna: Eu garanto que estou tudo menos interessada em você.

Dylan: Ótimo.

Luna: É.

Dylan: Eu também não estou nada interessado em você. A irmã de uma das minhas amigas mais antigas sobre quem os tabloids também comentam. Casta, perfeita, desesperada. - Senti o sangue ferver em meu corpo e o olhei com os olhos cerrados.

Luna: Fique o senhor sabendo...

Dylan: Pra casar. Diga que estou errado?

Fomos interrompidos pelo Sr. Peterson que chamou a atenção do enteado para comentar algo a respeito do filho. Não me atentei muito a isso pois voltei minha atenção para a inusitada conversa entre Nigel Berbrooke e meu avô.
9

| "𝗘𝘂 𝘀𝗲𝗶 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗲𝘂 𝘀𝗼𝘂..." |

9. | "𝗘𝘂 𝘀𝗲𝗶 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗲𝘂 𝘀𝗼𝘂..." |
— 𝐓𝐑𝐀𝐕𝐈𝐒 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟖:𝟓𝟓 𝐩𝐦 |

Festas de aniversário eram com toda certeza as minhas favoritas, especial quando se tratava do aniversário de algum dos meus irmãos.

Admito que passei o dia nóstalgico enquanto me recordava de momentos da infância. Não sei ao certo se isso se deve ao fato de meus irmãos caçulas estarem completando dezesseis anos, ou, ao fato de que em praticamente um dia será o aniversário de um ano da morte do meu irmão.

Resolvi sair do salão e ir até o salgão do hotel para espairecer um pouco enquanto bebia meu uísque tranquilamente.

Para a minha surpresa, ou talvez nem tanto assim, Courtney parece ter tido a mesma ideia que a minha. Ela estava sentada em um sofá enquanto segurava um copo de vinho na mão. Sua expressão estava pensativa e ela mal notou quando me aproximei.

Sentei-me ao seu lado e esboçei um sorriso simpático e caloroso. A loura apenas deu um gole em sua bebida e logo voltou o olhar para mim.

Courtney: Não imaginei que você fazia o tipo de que corre das festas.

Travis: E não faço. Eu só... Preciso de uns minutos sozinho.

Courtney: Crise de irmão mais velho? Eu sei como é. Passei pela mesma experiência alguns meses atrás quando a Ruby fez dezesseis.

Travis: Não é só isso. - Repousei meu olhar no copo em minha mão e pude sentir que Courtney me analisava descaradamente.

Courtney: E o que é então? - Soltei um suspiro abafado e voltei minha atenção para a Hofferson novamente.

Travis: Eu não quero falar disso.

Courtney: Por que é sempre tão misterioso?

Travis: Você também não é exatamente um livro aberto sabia?

Courtney: Eu sei quem eu sou. Você não quer que as pessoas saibam quem você é. É diferente.

Travis: Acho que eu só estou tentando descobrir ainda.

Courtney: Bem, talvez possamos descobrir juntos. - Um sorriso gentil e estonteante iluminou o canto de sua boca.

Travis: Acho que eu posso lidar com isso. - Courtney soltou uma risada nasalada e eu não pude evitar de sorrir ao ver seu rosto tão iluminado. - E... Sobre aquele beijo... Eu entendo perfeitamente se eu fui precipitado.

Courteney: É o que acha? - Seu rosto estava neutro e eu me encontrei confuso sem saber o que aquilo significava.

Travis: Ah... Eu não sei bem o que pensar já que você não falou nada depois daquilo.

Os olhos da Hofferson desceram ligeiramente até minha boca e quando me dei conta suas mãos já estavam em minha nuca e me puxavam para perto de si.

Courtney encontrou minha boca e foi como se ondas pulsantes de eletricidade invadissem todo o meu corpo.

Céus! Esse beijo estava sendo ainda melhor do que o outro.

Sua língua desliza pelo meu lábio inferior e ela explora minha boca com uma intensidade que eu nunca havia visto antes.

Meu corpo inteiro estava clamando por seu nome e senti até mesmo uma vibração vindo na região entre as pernas.

Como era possível sentir tantas emoçōes fortes com apenas um beijo?

Sua boca tinha gosto do vinho que estava bebendo e um sabor afrodísiaco de framboesa invadiu minhas papílas gustativas.

Ela era incrível!

A loura mordisca levemente meu lábio inferior e então distância-se um pouco de meu rosto. Seus olhos estavam fixos nos meus e eu acho que poderia me perder neles e nunca mais admirar outra coisa além de sua beleza.

Courtney: Isso responde a sua pergunta?

Travis: Responde sim.
10

| "𝗔𝗹𝗴𝘂𝗻𝘀 𝘀𝗲𝗴𝗿𝗲𝗱𝗼𝘀 𝘀ã𝗼 𝗮𝗽𝗲𝗻𝗮𝘀 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿𝗲𝘀 𝘀𝗲𝗿𝗲𝗺 𝗴𝘂𝗮𝗿𝗱𝗮𝗱𝗼𝘀..." |

10. | "𝗔𝗹𝗴𝘂𝗻𝘀 𝘀𝗲𝗴𝗿𝗲𝗱𝗼𝘀 𝘀ã𝗼 𝗮𝗽𝗲𝗻𝗮𝘀 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿𝗲𝘀 𝘀𝗲𝗿𝗲𝗺 𝗴𝘂𝗮𝗿𝗱𝗮𝗱𝗼𝘀..." |
— 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘𝐒𝐎𝐍 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟗:𝟎𝟓 𝐩𝐦 |

A música alta e o som de gargalhadas altas eram tudo o que eu podia ouvir. Estava sentado no bar enquanto observava meus pais sentados em uma mesa não muito distante enquanto riam com os amigos.

Não era preciso ser um gênio para perceber a tensão entre as três irmãs Thorston, apesar de ambas desfarçarem bem.

Pensei que conhecia Melissa bem, até descobrir a verdade sobre sua família. Foi então que eu percebi que meus pais nunca foram totalmente honestos comigo e meus irmãos. Eu apenas me perguntava o motivo. O que de tão ruim aconteceu para que eles guardem segredo?

Meus pensamentos foram interrompidos pela presença de Maria que sentou-se ao meu lado e me ofereceu um copo de tequila.

Maria: Pela sua cara, acho que precisa de uma bebida.

Peguei o copo que a mesma havia me oferecido e dei um gole. Rapidamente senti o gosto amargo e ardente do alcóol descendo pela minha garganta. No final senti o gosto doce e ácido de maracujá.

Harry: O que tem nisso?

Maria: Tequila misturado com suco de maracujá. - Não pude evitar uma risada.

Harry: Quem faz uma proeza dessas?

Maria: Eí! Não julgue antes de experimentar. - A Coulthy ria da mesma forma que eu.

Harry: Tá bom. Eu admito. Não é tão ruim assim. É estranho, mas não é ruim. - Um sorriso satisfatório formou-se nos cantos de sua boca.

Maria: Posso te perguntar uma coisa?

Harry: Desde que não seja sobre o preparo dessa... coisa. - Ela riu mais uma vez.

Maria: Você acha ou alguma vez já achou que seus pais não foram totalmente sinceros com você? - Seu olhar antes descontraído e risonhou tornou-se sério.

Harry: Várias vezes. Mas eu sei que eles tem os próprios motivos.

Maria: Quando meu pai foi embora, minha mãe prometeu que nunca haveria segredos entre nós. Mas... acho que tem algo que ela não quer contar.

Harry: Talvez sim. Mas talvez ela esteja apenas te protegendo.

Maria: É talvez. Sabe, pra um cara tão misterioso você até que é um bom ouvinte.

Harry: Acha que eu sou misterioso? - Arquei minhas sombrancelhas.

Maria: Eu não acho, você é.

Harry: Tá bom. Mas você também tem segredos.

Maria: É claro que sim. Todos temos segredos.

Harry: Alguns segredos são apenas melhores serem guardados apenas para nós do que compartilhados.

Maria: Se refere ao seu irmão? - Concordei levemente com a cabeça.

Harry: Acho que eu preciso de algo bem mais forte do que uma bebida agora.

Senti um aperto em minha garganta e era como se alguém tivesse dado um soco em meu estômago. A imagem de Delphin morto ainda estava fresca em minha memória. Acho que nunca mais iria me recuperar daquilo.

Maria: O que você precisa mesmo é dançar. Vem.

Sem um aviso prévio, a Coulthy pegou suavemente em minha mão e me guiou até a pista de dança.

Fui invadido por sua espontaniedade e pelas pessoas rindo e dançando a minha volta que quando dei por mim, estava fazendo o mesmo. Arthur e Bella se aproximaram e começaram a dançar junto à mim e Maria.

Era bom ver minha irmã sorrindo e eu podia ver nos olhos de Peterson que ele realmente estava apaixonado, assim como Maria havia dito.

Passei então a me perguntar se um dia seria capaz de sentir esse tipo de sentimento. Talvez... Quem sabe...
11

| "𝗩𝗼𝗰ê𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗺 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗼 𝗴𝗿𝘂𝗽𝗼 𝗮𝗴𝗼𝗿𝗮..." |

11. | "𝗩𝗼𝗰ê𝘀 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗺 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗼 𝗴𝗿𝘂𝗽𝗼 𝗮𝗴𝗼𝗿𝗮..." |
— 𝐆𝐑𝐄𝐆𝐎𝐑𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

Estar na companhia de Chris, Vitor, Dylan e Arthur era quase como estar na companhia de meus irmãos, só que sem todas as provocaçōes e petelecos.

Os quatro eram realmente bons amigos e isso você não testemunhava com frequência.

Enquanto nossos pais bebiam e conversavam, meus irmãos estavam todos dispersos, com a exceção de Robin, que havia se juntado ao nosso pequeno grupo a pouco.

Chris: Agora é a vez de vocês, Leblancs.

Robin: Vez de quê?

Robin estava tão confuso quanto eu e nossos companheiros apenas trocavam olhares e sorrisos maliciosos. Isso me fez ficar com uma pulga atrás da orelha com relação ao que estava por vir.

Vitor: Bom, vocês fazem parte do grupo agora.

Arthur: E assim como na gangue também temos uma regra de iniciação. - Robin e eu nos entreolhamos com sobrancelhas arqueadas.

Greg: E o que seria?

O mais velho do grupo pega uma garrafa de vodka e serve dois copos de shot.

Dylan: Podem virar.

Não pude evitar de arquear uma de minhas sobrancelhas um pouco decepicionado pela perfeita falta de criatividade deles em criar desafios.

Greg: Só isso?

Chris: É. E depois vão ter que nos contar um segredo.

Arthur: Algo que nunca contaram para ninguém. - Meu irmão e eu nos entreolhamos de forma instântanea.

Robin: Molesa.

Robin pegou um dos copos na mão e rapidamente o virou. Pela sua expressão, estava bem forte. Não podia deixar meu irmão caçula me passar então rapidamente fiz o mesmo.

Minha garganta rapidamnete começou a queimar enquanto o gosto ácido do alcóol descia por ela.

Balançei minha cabeça de forma frenética por uns cinco segundos antes de abrir minha boca e permetir que um pouco de ar entrasse por ela para assim refrescar um pouco minha garganta.

Greg: Acho que eu vou primeiro. Vamos ver. - Pensei por alguns segundos antes de revelar algo que não podia. - Eu admito que senti raiva do meu pai por um tempo quando ele e Melissa se casaram.

Vitor: Eu tenho certeza de que ele não te culparia por isso. - Vitor esboçou um sorriso genuíno e compreensivo.

Chris: Robin, sua vez.

Robin: Ahh... Eu me apaixonei por uma garota quando criança e, o segredo é que eu sou apaixonado por ela até hoje.

Olhei rapidamente para Robin que evitava qualquer tipo de contato visual. Isso só podia significar que ele estava com vergonha e que não queria mais tocar no assunto.

Passei um tempo pensando em quem poderia ser a garota, já que meu irmão nunca namorou ou se relacionou com alguém seriamente. Então só podia ser... Samantha.

Mas é claro. Fazia total sentido. Eu me recordo de Robin dizer anos atrás que fez uma bobagem e que havia beijado a Samantha. Eu disse a ele que aquilo não tinha nada demais e que é isso que se faz no jogo da garrafa.

Com certeza toda a questão entre Jeremy e Alison o fez recuar quanto a decisão de revelar seus sentimentos. Mesmo assim, eu não fazia ideia de que ele sentia uma paixão tão forte por ela.

Voltei minha atenção novamente para meus companheiros que também haviam bebido cada um um copo de shot.

Arthur: Eu tenho uma confissão a fazer. - Todos olhamos para o Peterson que olhava fixamente para mim e Robin. - Eu me apaixonei pela irmã de vocês. E eu digo de verdade. - Robin e eu nos entreolhamos sem saber exatamente o que dizer ou fazer.

Robin: Quem bom. É realmente muito bom saber disso.

Greg: É. Mas fica esperto. Se magoar ela ou fazer qualquer coisa pode ter certeza de que vamos te arrebentar com nossas próprias mãos. - Olhei para os olhos agora assustados do Peterson de forma fria e ameaçadora.

Chris: Tá vendo? É isso que dá namorar com um garota que tem um batalhão de irmãos.

Dylan: Vai falando, Chris. Ainda vai chegar a sua hora.

Inevitavelmente todos rimos. Esses caras eram realmente divertidos e eu gostava de estar na companhia deles. Quando estava com eles, eu podia ser apenas um adolescente normal e não o filho do rei da máfia russa.
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| "𝗘𝘂 𝗮𝗰𝗵𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗴𝗼𝘀𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝘁𝗲𝗿 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗽𝗿𝗮 𝗺𝗶𝗺..." |

12. | "𝗘𝘂 𝗮𝗰𝗵𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗴𝗼𝘀𝘁𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝘁𝗲𝗿 𝗶𝘀𝘀𝗼 𝗽𝗿𝗮 𝗺𝗶𝗺..." |
— 𝐅𝐑𝐄𝐃𝐄𝐑𝐈𝐂𝐊 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟏𝟎:𝟎𝟎 𝐩𝐦 |

Estar no mesmo ambiênte que um Bass é ter a certeza de que estará cercado de duas coisas: bebida e jogos de cartas.

Daphne, Sam e eu apenas observavamos enquanto Carter dava uma surra em seus irmãos mais novos no pocker. O mais velho gostava de se vangloriar e o mais novo detestava perder.

Sam: Não deveria ter um prêmio pra quem perde mais vezes?

Chuck: Sammy, se não for me apoiar então cala a boca!

Samantha apenas riu divertida e deu de ombros ao comentário irritadiço de seu irmão gêmeo.

Sam e Chuck eram os filhos caçulas da família Bass. Gêmeos com a diferença de apenas nove minutos, algo que Chuck odiava, já que a irmã poderia usar a desculpa de ser mais velha para ter uma certa influência sobre ele.

Os dois se amavam mas as brigas e o pé de guerra em que viviam faziam qualquer um duvidar disso. Carter e Daphne não eram diferentes. Todos os sete irmãos eram "unidos" em uma única coisa: irritar os pais.

Sempre fui mais próximo de Daphne e Jason, em parte porque ambos são os que tem idades mais próximas a minha. Mas sempre gostei da compania dos demais Bass.

Desde aquela noite no celeiro tenho me sentindo ainda mais próximo de Daphne. Quase como se o fato de ter salvo sua vida tenha feito com que partilhassemos uma ligação.

Entreguei um copo de uísque para a ruiva mais velha e fiz um sinal com a sombrancelha para que ela me seguisse.

Nos distanciamos dos irmãos que ainda jogavam entretidos e nos sentamos no parapeito de uma janela.

Fred: Eu vi seus pais discutindo hoje. Tá tudo bem?

Daphne: Aparentemente, não. Minha mãe descobriu algo do meu pai e meu pai descobriu algo da minha mãe e os dois estão nessa desde então. Eu sei que eles não se amam, mas ainda sim é estranho vê-los tão distantes um do outro.

Fred: Acha que vão se separar?

Daphne: Eu não sei. Só sei que nunca vi a minha família tão destruturada assim antes. Mas e você? Soube que vai ser um dos grandes partidos da temporada.

Fred: Sinceramente, essa é a última coisa na qual eu penso agora.

Daphne: Eu acho que gostaria de ter isso pra mim, sabe? Algo além dos flertes e beijos. Eu queria sentir pelo menos uma vez aquele frio na barriga que todos falam. Alguém que vai estar sempre do meu lado quando eu precisar. Mas eu sei que isso é besteira.

Fred: De forma alguma. Na verdade, acho que uma parte de mim gostaria de sentir algo assim por alguém também. - Ela esboçou um sorriso e ergueu seu copo para que brindassemos. - Que bela dupla nos somos, Leblanc.

Fred: Nem me fale, Bass.

Fizemos um brinde e ambos demos um gole grande em nossas bebidas. Daphne olhou encantada pela janela para os fogos que começavam a soltar indicando que o horário exato em que Jeremy nasceu se aproximava.

Tudo o que eu fui capaz de prestar atenção era em como Daphne estava linda naquele vestido azul-marinho justo. E em como seus sei*s estavam perfeitamente desenhados de baixo do decote em seu busto. Sua maquiagem realçava bem seus olhos brilhantes e sua boca era magnífica.

Me perguntei como seria beija-la... Só então me dei conta do que estava fazendo. Daphne era minha melhor amiga. Eu não poderia sentir atração por ela. Não mesmo!
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| "𝗘𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗮𝗶𝗯𝗮 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗲𝘂 𝘀𝗼𝘂..." |

13. | "𝗘𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗮𝗶𝗯𝗮 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗲𝘂 𝘀𝗼𝘂..." |
— 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟏𝟎:𝟏𝟕 𝐩𝐦 |

Arthur e eu já haviamos dançando todas as músicas possíveis. Meus pés estavam queimando e eu podia ter certeza de que amanhã iria precisar de uma boa massagem.

Fomos até o bar e o bartender nos serviu dois coqueteis sem alcóol. Observava atentamente para a multidão dançando e lá podia ver meu irmão Harry dançando com a Maria. Os dois pareciam estar se entendendo bem e era bom saber que haviam se tornado amigos.

Voltei minha atenção para Arthur que começou a falar e pude perceber em como ele estava bonito com o cabelo caindo nos olhos.

Arthur: A noite já tá quase acabando, então, se quiser mais alguma coisa é melhor ser rápida.

Bella: Que tal um carro? - Arthur me olhou com os olhos arregalados e eu não pude evitar uma risada. - Tô brincando. Uh... - Pensei por alguns instantes e havia sim algo que eu queria saber mas não sabia como ele reagiria. - Se eu te perguntasse algo, me responderia com sinceridade?

Arthur: Eu acho que é isso que os namorados fazem.

Bella: Você nunca fala da sua mãe. - Seu olhar antes risonho agora havia adquirido um tom mais melancólico. - Se não quiser falar tudo bem.

Arthur: Não. Não é isso. É que... Me acostumei a não falar dela. Mas, já que você quer saber. Meus pais se casaram ainda na faculdade. Quando ela engravidou, ficou depressiva. Depois que eu nasci ela simplesmente foi embora e nunca mais deu nóticias. Meu pai pensou que ela fosse voltar. Até que mais ou menos uns sete anos depois ele recebeu uma carta dela dizendo que estava melhor e que estava na França. Ela não ia voltar e tudo o que pedia era que ele assinasse os papeis da anulação do casamento deles para que os dois pudessem se casar de novo. Meu pai descobriu que ela havia conhecido um cara e que estava morando com ele. Ela disse também que havia feito uma laqueadura para não ter mais filhos, porque ela não servia para ser mãe. Meu pai não ligou muito pro fato dela estar casada com outro cara e sim pelo fato dela ter me abandonado. Então, quando eu conheci a Maria e os outros no fundamental, passavamos muito tempo na casa uns dos outros. Com isso meu pai e a Eleanor se aproximaram e se casaram. Ela nunca me tratou diferente dos filhos dela e sempre tive certeza de que ela o ama de verdade. Então, essa é a minha história, Bella. Não é tão glamurosa como a sua. - Soltei uma risada nasalada.

Bella: Acredite, minha história é tudo menos glamurosa.

Arthur: E o que aconteceu?

Seu olhar estava curioso e atento sob mim e mesmo assim tudo o que eu conseguia pensar era na visão de Delphin naquela banheira.

Engoli em seco ao me lembrar daquilo e respirei fundo.

Bella: Eu não quero falar disso. Não hoje. - Olhei séria para ele que me olhou com compreensão.

Arthur: Quando quiser falar, eu estou aqui. - Um pequeno sorriso formou-se nos cantos de minha boca.

Como é possível ele ser tão perfeito? Se ele soubesse tudo o que tenho escondido desde que cheguei aqui.

Desde que descobri que o seu pai bem como os dos meus outros amigos também fazem parte da máfia, não consigo parar de pensar em como eles se sentiriam traídos caso soubessem.

Arthur provavelmente jamais me olharia nos olhos. Mas eu não podia contar. O pai escolheu esconder isso dele por um motivo. Não cabia a mim desfazer isso.
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| "𝗔𝗶𝗻𝗱𝗮 𝘀𝗼𝗺𝗼𝘀 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼𝘀..." |

14. | "𝗔𝗶𝗻𝗱𝗮 𝘀𝗼𝗺𝗼𝘀 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼𝘀..." |
— 𝐋𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟏𝟎:𝟑𝟎 𝐩𝐦 |

Já havia se passado um tempo significativo em que estava sentada na mesa em que meus pais se encontravam.

Era bom poder conhecer um pouco mais de minhas tias e dos amigos de longa data dos meus pais. Apesar de notar nítidamente que as três irmãs não interagiam muito entre si. Me perguntava o que havia acontecido. A curiosidade era grande mas eu sei que se perguntasse a uma delas ou mentiriam ou não falariam nada.

Senti minha boca ficar um pouco seca então resolvi levantar-me e ir até o bar. Pedi ao bartender que preparasse um drink de morango sem alcóol.

Para a minha surpresa, Vitor estava sentado na banqueta ao lado da que eu agora também estava sentada. Nossos olhos se encontraram por um momento mas rapidamente se desviaram.

Senti algo pesado no ambiênte e um misto de tristeza e confusão tomaram conta de meus pensamentos. Tristeza pois ainda não havia superado completamente nosso termino. E confusão porque não sabia exatamente como me comportar peto dele a partir de agora. Namoramos durante quatro anos e nos conhecíamos a seis e, agora de repente tudo mudou.

Quando pensei que o silêncio constrangedor fosse realmente a única coisa entre nós, o Ackles finalmente abriu a boca para falar algo.

Vitor: O Chris te falou que encontrou o nosso traidor?

Layla: Não. Quem era?

Vitor: O Lionel. Tá com o Jasper agora. Ao que parece, Caitlyn pediu que ele nos vigiasse e passasse informaçōes.

Layla: Aquela vac@. - Revirei meus olhos e senti o meu sangue ferver de raiva.

Vitor: Seus irmãos parecem estar se adaptando bem. Eles são legais. Apesar do Alec ainda me dar um pouco de medo.

Layla: Ele tem esse efeito nas pessoas. - Mas uma vez um silêncio cortante tomou conta do ambiênte até eu corta-lo. - O seu pai parece bem.

Vitor: Eu acho que sim. - Seu tom distante e ríspido indicavam que ele não queria prosseguir com o assunto então resolvi deixar por isso mesmo. - Olha, ainda somos amigos, não é?

Layla: É. Eu acho que sim.

Vitor: Que bom. - Vitor esboçou um meio sorriso. - Eu tenho que ir agora.

Layla: Tá.

O observei se distanciar gradualmente e se juntar a Chris e Greg que conversavam em um canto um pouco afastado da multidão que dançava.

Soltei um suspiro alíviada por finalmente ter resolvido essa questão com Vitor.

Já fomos amigos uma vez, podemos ser de novo. Esse era um bom começo.
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| "𝗔𝗰𝗵𝗼 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿 𝘀𝗲 𝗮𝗳𝗮𝘀𝘁𝗮𝗿..." |

15. | "𝗔𝗰𝗵𝗼 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿 𝘀𝗲 𝗮𝗳𝗮𝘀𝘁𝗮𝗿..." |
— 𝐋𝐔𝐌𝐈𝐍𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟏𝟏:𝟓𝟎 𝐩𝐦 |

Em determinado momento acabei me cansando das conversas paralelas entre meus pais e seus amigos. Me cansei ainda mais em imaginar que os filhos deles não fazem ideia do mundo em que os pais vivem. Resolvi então ir até o jardim para tentar me acalmar um pouco e poder deixar meus pensamentos em ordem.

Pensei que estava sozinha, até escutar passos seguidos por uma voz irritante.

Nigel: O que está fazendo aqui?

Luna: Nigel. Agora não.

Nigel: Nigel? Já vamos deixar as cortesias de lado? Imagino que como seu futuro marido...

Desviei rapidamente meu olhar das belas flores para o tolo enfadonho a alguns metros de distância. Eu tinha sim consciência de que um casamento seria a solução ideia para a situação tênue da minha família em vista das outras máfias espalhadas pelo mundo. Mas se alguém realmente espera que eu me case com um pateta detestavel como Nigel Berbrooke está muito enganado.

Luna: Você nunca será meu marido! - Declarei com os dentes serrados. - Nunca me casarei com você.

Seu olhar escureceu de uma forma que eu nunca vi antes e o homem diminuiu gradualmente a distância entre nós. Berbrooke sempre pareceu inofensivo, afinal, não era capaz nem de derrubar o mais baixo dos homens. Mas admito que fiquei um pouco assustada com o tom escuro de seus olhos.

Nigel: Se acha melhor do que eu?

Luna: Acho melhor se afastar.

Apesar de minha declaração, Nigel continuou se aproximando e rapidamente senti um arrepio frio percorrer a minha espinha.

Nigel: Sou sua única esperança. - Nigel agarrou meus braços com força. - Ninguém a quer Srta. Leblanc.

Luna: O que está fazendo?

Nigel: Já vai descobrir.

Luna não tinha conhecimento de que Dylan estava por perto e escutava seus gritos. O Coulthy rapidamente correu na direção onde a Leblanc se encontrava para salva-la. Dylan tinha uma irmã, por isso jamais deixaria que uma mulher fosse abusada.

Luna: Pare! - Começei a me desvencilhiar de seus braços e o empurrei com força. Nigel esboçava um sorriso perverso no rosto e tentava se aproximar novamente - Tire as mãos de mim! - Fechei meu punho rapidamente e o nocaltei no rosto o fazendo cair no chão. Olhei para o lado e vi Dylan que havia entrado no jardim correndo parar seus passos ligeiros e olhar incrédulo a situação. - Coulthy. Eu não tinha a intenção de...

Dylan: Apagar o homem com um belo soco? Eu estou bem impressionado.

Apertei um pouco minha mão que ardia ligeiramente e sabia que amanhã ela estaria roxa. Observei o Coulthy se agachar ao lado do corpo desacordado de Nigel e checar sua pulsação.

Luna: O que faz por aqui?

Dylan: Estou evitando certas pessoas.

Luna: Pessoas?

Dylan: Garotas. São pessoas imagino.

Luna: Você veio do caminho escuro. Está apenas à alguns passos daqui.

Dylan: Como é que...

Luna: O caminho escuro está apenas alguns passos daqui... - Sussurei minhas palavras novamente e só então tive conhecimento da situação em que me encontrava. - E eu estou sozinha com dois homens.

Dylan: Eu diria que com um homem só. O outro está...

Luna: Isso me comprometeria mesmo assim. Você faz ideia do que aconteceria se alguém sugerisse... - Respirei fundo e tentei me acalmar. - Eu preciso ir.

Nigek: Case comigo, Srta. Leblanc.

Não pude evitar de recontorcer meu rosto ao pensar nessa hipótese. A voz de Nigel saiu embargada e silenciosa. Ele rapidamente apagou novamente e me encontrei olhando para o Coulthy novamente.

Dylan: Acho que essa foi a proposta de casamento menos romântica que eu já vi. - Seu tom sarcástico chegava até a ser um pouco cômico.

Luna: Bom, pelo menos se alguém me visse aqui não teria que casar com ele. - O rosto de Dylan recontorceu em uma careta com o meu comentário.

Dylan: Não acredito que está pensando em se casar com ele.

Luna: Bom, se um dos meus irmãos não fizer logo isso, talvez eu não tenha escolha. Eu não tenho todo o seu privilégio.

Não pude evitar de revirar meus olhos mas o que eu sentia mesmo era inveja. Inveja porque ela cresceu longe de tudo isso. Porque ele podia tomar as próprias escolhas sem pensar nas consequências.

Dylan: É. Fiquei surpreso em saber que não tem mais uma fila de pretendentes batendo na sua porta.

Luna: Eu não preciso do seu deboche.

Dylan: Não estou debochando. Eu fui sincero. Sei o que os tabloids falam da sua família. Acredite, tenho tanto apresso por jornalistas quanto você. Uma das reportéres da Hollis simplesmente desafiou todas as garotas do campus a me ganhar. Elas querem apenas...

Luna: Conquista-lo como um prêmio? Não se preocupe, logo perceberão que essa vitória na verdade não passaria de uma derrota. Eu vou por aqui. Volte pelas árvores. - Virei-me para sair mas logo escutei a voz suave do Coulthy novamente.

Dylan: Talvez haja solução... Para o nosso problema. - Havia um brilho em seus olhos e eu admito que estava confusa e curiosa em saber o que ele pensava em fazer. - Podemos fingir que estamos namorando.

Luna: Como é que é? - Olhei para ele incrédula.

Dylan: Veja, se me acompanhar todas pensarão que eu finalmente achei minha alma gêmea. Todas as garotas presunçosas da cidade me deixarão em paz e todos os caras da cidade olharam pra você. Podemos procurar o seu par perfeito dessa forma e vai poder se livrar dos que a atormentam com a simples palavra "namorado".

Luna: Acha mesmo que as pessoas vão...

Dylan: Acho que vão dizer o que realmente somos. Eu: indisponível. Você: desejavél.

Luna: Esse é um plano absurdo.

Dylanv Eu achei perfeito. Já que você não tem interesse em mim, e eu não tenho por você, o que nós dois temos a perder?
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| "𝗠𝗮𝘀 𝗵𝗼𝗷𝗲 𝗮 𝗶𝗻𝗳â𝗻𝗰𝗶𝗮 𝘀𝗲 𝗳𝗼𝗶..." |

16. | "𝗠𝗮𝘀 𝗵𝗼𝗷𝗲 𝗮 𝗶𝗻𝗳â𝗻𝗰𝗶𝗮 𝘀𝗲 𝗳𝗼𝗶..." |
— 𝐌𝐀𝐗𝐈𝐍𝐄 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟎:𝟎𝟎 𝐚𝐦 |

Bella e Arthur dividiam um drink e se olhavam como se fossem as últimas pessoas do planeta. Todo esse romance fazia meu estômago revirar mas ficava feliz que minha irmã havia encontrado alguém.

Meus irmãos estavam todos dispersos e eu era a única a segurar vela para os pombinhos.

Já havia bebido vários e vários coqueteis e até mesmo tomei um gole do champanhe do meu pai discretamente.

Os fogos de artíficio foram disparados mais uma vez indicando que agora eram meia-noite.

Logan que agora estava atrás do balcão do bar, chama a minha atenção com um assovio.

Logan: Meninas, como tradição da família aqui estão os seus drinks especiais.

Logan nos serviu dois copos com líquidos coloridos que fumaçavam. Bella e eu nos entreolhamos relutantes mas por fim decidimos ceder. Bella foi a primeira a beber e sua expressão azeda e enojada já não me incentivavam muito.

Bella: O que tem nisso? Que coisa horrível! - Arthur segurava o riso enquanto Bella retorcia o rosto em uma careta.

Logan: Gatinha, sua vez.

Olhei para Logan ainda relutante antes de abaixar meu olhar para a bebida não tão agradevél aos olhos e ao olfato. O cheiro era forte e já podia identificar o cheiro de uísque.

Reuni coragem e levei o copo a boca virando o conteúdo de uma vez. O gosto acído do alcóol desceu cortando pela minha garganta mas o gosto adocicado de frutas vermelhas casavam pefeitamente bem com o gosto do uísque e algo que eu acreditava ser tequila.

Max: É muito bom. - Bella me olhava com os olhos arregalados e Logan estava incrédulo. - Ainda vai beber?

Perguntei para minha irmã que me olhava ainda sem acreditar que eu havia mesmo gostado da bebida esquisita inventada por nosso tio. Bella entregou-me seu copo e eu rapidamente bebi todo o líquido com vigor.

Ouvi a música que estava tocando parar e de repente escutei um som de guitarra que conheço bem começar a tocar. Virei-me em direção ao palco e lá pude ver meus irmãos reunidos enquanto começavam a tocar.

Alec: Maxine. De onde quer que esteja, essa é pra você. Feliz dezesseis anos, irmãnzinha.

Travis: 🎶 𝗚𝗶𝗿𝗹
(Garota)

𝗜 𝗰𝗮𝗻𝘁' 𝗯𝗲𝗹𝗶𝗲𝘃𝗲 𝗶𝘁'𝘀 𝘆𝗼𝘂 𝗯𝗶𝗴 𝗻𝗶𝗴𝗵𝘁
(Eu não consigo acreditar que é a sua grande noite)

𝗬𝗼𝘂 𝗮𝘁𝗲 𝘆𝗼𝘂𝗿 𝗯𝗮𝗯𝘆 𝗰𝗲𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗮𝗻𝗱 𝗻𝗼𝘄 𝘁𝗵𝗲 𝗽𝗮𝗿𝘁𝘆 𝗶𝘁'𝘀 𝘀𝗼 𝗿𝗶𝗴𝗵𝘁
(Você comeu o seu cereal de bebê e agora a festa ê tão certa)

𝗪𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗱𝗶𝗱 𝘁𝗵𝗲 𝘁𝗶𝗺𝗲 𝗴𝗼, 𝗴𝗶𝗿𝗹? 🎶
(Onde o tempo foi parar, garota)

Alec: 🎶𝗔𝗻𝗱 𝗴𝗶𝗿𝗹
(E garota)

🎶 𝗪𝗲 𝗵𝗼𝗹𝗱 𝘆𝗼𝘂 𝗶𝗻 𝗼𝘂𝗿 𝗮𝗿𝗺𝘀 𝗮𝘀 𝗶𝗳 𝘆𝗼𝘂 𝘄𝗲𝗿𝗲 𝗼𝘂𝗿 𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗱𝗼𝗹𝗹, 𝗯𝘂𝘁 𝘁𝗼𝗱𝗮𝘆 𝗰𝗵𝗶𝗹𝗱𝗵𝗼𝗼𝗱 𝗶𝘀 𝗴𝗼𝗻𝗲 🎶
(Te seguramos em nossos braços como se você fosse nossa bonequinha, mas hoje a infância se foi)

𝗪𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗱𝗶𝗱 𝘁𝗵𝗲 𝘁𝗶𝗺𝗲 𝗴𝗼, 𝗴𝗶𝗿𝗹? 🎶
(Onde o tempo foi parar, garota)

Greg: 🎶𝗔𝗻𝗱 𝗴𝗶𝗿𝗹
(E garota)

𝗬𝗼𝘂 𝘂𝘀𝗲𝗱 𝘁𝗼 𝘀𝘂𝗰𝗸 𝗮 𝗯𝗶𝗻𝗸𝘆, 𝗹𝗼𝗼𝗸 𝗮𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝗻𝗼𝘄
(Você chupava chupeta e olhe para você agora)

𝗬𝗼𝘂'𝗿𝗲 𝗱𝗿𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻𝗴 𝘄𝗵𝗶𝘀𝗸𝘆 𝘀𝘁𝗿𝗮𝗶𝗴𝗵𝘁 𝗳𝗿𝗼𝗺 𝗱𝗮𝗱𝗱𝘆'𝘀 𝘀𝘁𝗮𝗰𝗵🎶
(Está bebendo whisky direto do estoque do papai)

𝗪𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗱𝗶𝗱 𝘁𝗵𝗲 𝘁𝗶𝗺𝗲 𝗴𝗼, 𝗴𝗶𝗿𝗹? 🎶
(Onde o tempo foi parar, garota)

Não pude evitar de sorrir com a bela homenagem feita por meus irmãos. Mas minha comoção momentânea não durou muito pois Jeremy e Robin se aproximavam com uma expressão nada agradável.

Podia sentir que algo estava errado e não precisava nem olha-lo nos olhos para isso. O fato de sermos gêmeos nos tornavam mais sensíveis e sucetíveis a saber e sentir quando algo estava errado. Fosse desde uma senção ruim até um aperto no peito.

Max: O que foi? - Perguntei gentilmente e ele evitava me olhar nos olhos.

Jeremy: Eu preciso de ajuda, Max.

Seus olhos contiam um misto de temor e culpa. Ele havia feito uma besteira terrível, disso eu tinha certeza. Bella e eu nos entreolhamos confusas e receosas sobre o que viria a seguir.
17

| "𝗘𝘂 𝘃𝗼𝘂 𝗺𝗮𝘁𝗮𝗿 𝘃𝗼𝗰ê..." |

17. | "𝗘𝘂 𝘃𝗼𝘂 𝗺𝗮𝘁𝗮𝗿 𝘃𝗼𝗰ê..." |
— 𝐉𝐄𝐑𝐄𝐌𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟎:𝟑𝟑 𝐚𝐦 |

Dizer a meu irmão que engravidei minha namorada secreta já foi algo díficil, mas não tão díficil quanto seria ter que dizer isso ao meu irmão mais velho.

Alec havia me criado quase como um filho depois que nos mudamos para Londres. Pela pouca convivência que tive com meu pai na infância, ele foi sim a minha figura paterna. Por isso eu tinha mais medo dele do que meu pai biólogico.

Reunir todos os irmãos em uma sala privativa do hotel não foi algo fácil. Pior ainda foi tentar conseguir privacidade. Por sorte, Alison era filha do dono e conseguiu organizar tudo.

Robin era o único que sabia até agora sobre a gravídez e apesar de concordar que eu fui irresponsável e imprudente, ele estava pronto para me denfender de uma agressão física quando Alec ficasse possesso.

Alec: O que aconteceu, Jeremy?

Jeremy: Eu tenho que contar uma coisa.

Layla: Isso você já disse.

Respirei fundo e tentei relaxar o maxímo que consegui. Minhas mãos já estavam úmidas e meu coração parecia que ia saltar pela boca. Reuni coragem e soltei um longo suspiro.

Meus irmãos estavam todos confusos e curiosos. Todos queriam saber do que se tratava aquilo.

Jeremy: Alison tá grávida.

Um silêncio cortante tomou conta da sala. As expressōes atônitas e boquiabertas de meus irmãos foram as únicas coisas que eu era capaz de observar. Todos olhamos para Alec que enrigeceu seu rosto e serrou os dentes. Senti um arrepio percorrer minha espinha e engoli em seco.

Alec: Eu vou matar você.

Então, com um olhar mortal, Alec saltou de seu assento e correu em minha direção. Robin pôs-se a minha frente e meus outros irmãos tentavam segurar o mais velho.

Fred: Alec! Ei!

Fred, Travis e Harry o seguraram enquanto Layla, Bella, Max e Robin serviam como intermédio entre nós dois. Greg e Luna estavam um pouco próximos da porta caso fosse necessário uma fuga.

Layla: Alec! Para! Ele é só uma criança.

Alec: Vai se casar com ela! Imediatamente.

Os olhos de meu irmãos estavam fulminando de raiva e seu rosto estava um pouco vermelho. Senti o sangue se esvair de meu corpo ao vê-lo tão zangado.

Travis: Calma. Respira.

Harry: Layla tá certa. Ele é um idiota irresponsável mas é só uma criança.

Max se aproximou de Alec e segurou em seu braço para tentar acalma-lo.

Max: Agora, vamos todos nos acalmar e conversar civilizadamente.

Travis: Isso mesmo.

Os três que seguravam meu irmão o soltaram e eu o observei respirar profundamente enquanto tentava se acalmar.

Luna: Tá melhor, irmão? - Alec concordou com a cabeça. - Ótimo. - Luna deferiu um tapa em minha nuca que logo começou a arder. - Como pode ser tão estúpido?

Jeremy: Olha, eu sei que estão pensando, que eu fui burro e imprudente.

Bella: Tirou as palavras de nossas bocas.

Jeremy: Vocês acham que eu queria isso? - Todos ficaram em silêncio e Alec voltou a dericionar seu olhar sério e zangado em minha direção.

Alec: Aconteceu e nemhum dos dois pode mais voltar atrás. Precisa agir agora como um homem, Jeremy. Vai se casar com ela e vai fazer isso logo. Está me entendendo? - Concordei com a cabeça.

Alec pegou uma garrafa de uísque e encheu um dos copos até a borda. O silêncio tomou conta mais uma vez da sala enquanto meus irmãos acalmavam os nervos e tentavam degerir tudo aquilo.

Alec estava certo em uma coisa, precisava me casar com Alison. Era o certo a se fazer. Eu a amava e ela me amava. Nossos pais agora também não poderiam mais impedir o inevitável.
18

| "𝗤𝘂𝗲𝗿 𝘀𝗲 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺𝗶𝗴𝗼..." |

18. | "𝗤𝘂𝗲𝗿 𝘀𝗲 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗺𝗶𝗴𝗼..." |
— 𝐉𝐄𝐑𝐄𝐌𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 —

| 𝟎𝟔:𝟎𝟎 𝐚𝐦 |

Contar aos meus pais e aos pais da Alison que estamos esperando um bebê foi ainda mais díficil do que encarar o Alec. Minha mãe teria me esganado ali mesmo se não fosse por meu pai. Isso sem falar que Jessica Bass poderia facilmente jogar uma cadeira pela janela e Bart poderia ter um ataque cardíaco assim como o meu pai.

Os quatro adultos levaram um tempo para se acalmarem e por fim pediram para que nós dois nos retirassemos enquanto eles conversavam.

Apesar de todo o caos, estava decidido em minha decisão de me casar com Alison. Conversei então com Carter e pedi a ele que falasse com Bart e Jessica por mim. Conversei seriamente com meus pais e os dois também viram essa como a melhor solução depois de um certo apoio de Alec.

Não havia dormido nesta noite e ainda sim me sentia energisado pela adrenalina. De manhã bem cedinho apenas passei no quarto de Max e deixei o meu presente bem como uma mensagem de feliz aniversário. Depois, segui caminho até a residência Bass.

Fiz o mesmo percursso que já estava acostumado de escalar a árvore e subir no parapeito da janela de Alison. Ela também estava acordada e pensativa em sua cama. Suas pernas estavam coladas ao peito e envoltas por seus braços. Ela só ficava nesta posição quando estava realmente receosa e preocupada com algo.

Alison: Jeremy? O que faz aqui?

Jeremy: Apenas exercitando as pernas. - Um meio sorriso formou-se em seu rosto e foi o suficiênte para aquecer meu coração. - Olha, eu sei que as coisas estão parecendo tensas no momento, mas eu disse que encararíamos isso juntos. Então, agora eu me encontro forçado a te perguntar algo.

Alison: E o que seria?

Coloquei o som da música (Running Home Back To You) escolhida para a ocasião e não pude evitar de sorrir ao ver a expressão de surpresa e curiosidade no rosto de Alison.

Jeremy: 🎶 𝗖𝗮𝗻'𝘁 𝘀𝗮𝘆 𝗵𝗼𝘄 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗮𝘆𝘀 𝘄𝗶𝗹𝗹 𝘂𝗻𝗳𝗼𝗹𝗱 🎶
(Não posso dizer como os dias serão)

🎶 𝗖𝗮𝗻'𝘁 𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 𝘄𝗵𝗮𝘁 𝘁𝗵𝗲 𝗳𝘂𝘁𝘂𝗿𝗲 𝗺𝗮𝘆 𝗵𝗼𝗹𝗱 🎶
(Não posso mudar o que o futuro nos reserva)

🎶 𝗕𝘂𝘁 𝗜 𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝗶𝗻 𝗶𝘁 🎶
(Mas eu quero você nele)

🎶 𝗘𝘃𝗲𝗿𝘆 𝗵𝗼𝘂𝗿, 𝗲𝘃𝗲𝗿𝘆 𝗺𝗶𝗻𝘂𝘁𝗲 🎶
(Cada hora, cada minuto)

🎶 𝗧𝗵𝗶𝘀 𝘄𝗼𝗿𝗹𝗱 𝗰𝗮𝗻 𝗿𝗮𝗰𝗲 𝗯𝘆 𝗳𝗮𝗿 𝘁𝗼𝗼 𝗳𝗮𝘀𝘁 🎶
(Este mundo pode correr muito rápido)

🎶 𝗛𝗮𝗿𝗱 𝘁𝗼 𝘀𝗲𝗲 𝘄𝗵𝗶𝗹𝗲 𝗶𝘁𝘀 𝗮𝗹𝗹 𝗳𝗹𝘆𝗶𝗻𝗴 𝗽𝗮𝘀𝘁 🎶
(É difícil de ver quando está tudo voando)

🎶 𝗕𝘂𝘁 𝗶𝘁𝘀 𝗰𝗹𝗲𝗮𝗿 𝗻𝗼𝘄, 𝘄𝗵𝗲𝗻 𝘆𝗼𝘂'𝗿𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗻𝗱𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗻𝗼𝘄 🎶
(Mas está claro agora, quando você está aqui)

🎶 𝗜 𝗮𝗺 𝗺𝗲𝗮𝗻𝘁 𝘁𝗼 𝗯𝗲 𝘄𝗵𝗲𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝘆𝗼𝘂 𝗮𝗿𝗲 𝗻𝗲𝘅𝘁 𝘁𝗼 𝗺𝗲 🎶
(Eu sou destinado a estar onde você estiver)

🎶 𝗔𝗹𝗹 𝗜 𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘁𝗼 𝗱𝗼 🎶
(Tudo que eu quero fazer)

🎶 𝗜𝘀 𝗰𝗼𝗺𝗲 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(É voltar correndo para você)

🎶 𝗖𝗼𝗺𝗲 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
Voltar para você

🎶 𝗔𝗻𝗱 𝗮𝗹𝗹 𝗺𝘆 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗜 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗶𝘀𝗲 𝘁𝗼 🎶
(Por toda a minha vida, eu prometo)

🎶 𝗞𝗲𝗲𝗽 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(Continuar correndo para você)

🎶 𝗞𝗲𝗲𝗽 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(Continuar correndo para você)

🎶 𝗔𝗻𝗱 𝗜 𝗰𝗼𝘂𝗹𝗱 𝘀𝗲𝗲 𝗶𝘁 𝗿𝗶𝗴𝗵𝘁 𝗳𝗿𝗼𝗺 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘁 🎶
(Eu podia ver desde do início)

🎶 𝗥𝗶𝗴𝗵𝘁 𝗳𝗿𝗼𝗺 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘁 🎶
(Desde do início)

🎶 𝗧𝗵𝗮𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝘄𝗼𝘂𝗹𝗱 𝗯𝗲, 𝗯𝗲 𝗺𝘆 𝗹𝗶𝗴𝗵𝘁 𝗶𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗮𝗿𝗸 🎶
(Que você seria minha luz na escuridão)

🎶 𝗟𝗶𝗴𝗵𝘁 𝗶𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗮𝗿𝗸 🎶
(Luz na escuridão)

🎶 𝗬𝗼𝘂 𝗴𝗮𝘃𝗲 𝗺𝗲 𝗻𝗼 𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲 𝗯𝘂𝘁 𝘁𝗼 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝘆𝗼𝘂 🎶
(Você não me deu outra escolha a não ser amar você)

🎶 𝗔𝗹𝗹 𝗜 𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘁𝗼 𝗱𝗼 🎶
(Tudo que eu quero fazer)

🎶 𝗜𝘀 𝗰𝗼𝗺𝗲 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(É voltar correndo para você)

🎶 𝗖𝗼𝗺𝗲 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
Voltar para você

🎶 𝗔𝗻𝗱 𝗮𝗹𝗹 𝗺𝘆 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗜 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗶𝘀𝗲 𝘁𝗼 🎶
(Por toda a minha vida, eu prometo)

🎶 𝗞𝗲𝗲𝗽 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(Continuar correndo para você)

🎶 𝗞𝗲𝗲𝗽 𝗿𝘂𝗻𝗻𝗶𝗻𝗴 𝗵𝗼𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 🎶
(Continuar correndo para você)

🎶 𝗖𝗮𝗻'𝘁 𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 𝘄𝗵𝗮𝘁 𝘁𝗵𝗲 𝗳𝘂𝘁𝘂𝗿𝗲 𝗺𝗮𝘆 𝗵𝗼𝗹𝗱 🎶
(Não posso mudar o que o futuro nos reserva)

🎶 𝗕𝘂𝘁 𝗜 𝘄𝗮𝗻𝘁 𝘆𝗼𝘂 𝗶𝗻 𝗶𝘁 🎶
(Mas eu quero você nele)

🎶 𝗘𝘃𝗲𝗿𝘆 𝗵𝗼𝘂𝗿, 𝗲𝘃𝗲𝗿𝘆 𝗺𝗶𝗻𝘂𝘁𝗲 🎶
(Cada hora, cada minuto)

Retirei o anel que guardava em meu bolso e me ajoelhei de frente para ela. Sua expressão de surpresa e emoção faziam o meu coração se agitar e senti as palmas das mãos ficarem úmidas.

Alison: Jeremy...

Jeremy: Alison Clotilde Bass, quer se casar comigo? - Seus olhos marejados brilhavam de forma estonteante e um sorriso amarelo iluminou seu rosto.

Alison: É claro que quero.

Não pude evitar de sorrir emocionado ao colocar o anel em seu dedo. Alison me puxou para um beijo cheio de paixão e romance.

Não importava o que o futuro reservasse, enfrentaríamos juntos. Agora era oficial, Alison era minha noiva e em breve se tornaria minha esposa.
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