RPG - Bispos - parte 4
(Sônia) Ela perdeu o avô e agora seu reino está em Xeque Mate... ATENÇÃO: SE VOCÊ ESCOLHEU O MARK O CHEFE AINDA ESTÁ VIVO. SE VOCÊ ESCOLHEU O CHEFE ELE NÃO ESTÁ AJUDANDO NA GUERRA.
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Minha cabeça está doendo demais, tem uma mão segurando a minha, tem alguém acariciando meu cabelo e sinto olhares em mim. Estou acordada mais não quero abrir os olhos, só de pensar em encarar a realidade doí demais. BASILISSA: E Sofia? – falou uma voz doce que eu conheço muito bem. É essa voz que me colocava para dormir, contava histórias, dava broncas; é a minha mãe. SET: Mandamos uma carta urgente para o Castelo Branco, alteza – falou alguém. Não reconheço direito, mas se precisasse chutar diria que é o Set. REAGAN: Meu pai, nossa eu o decepcionei tanto e agora olha isso... Minhas filhas estão sofrendo por minha causa – essa voz sempre foi minha voz favorita. É do meu parceiro, quem fazia panquecas para mim e ria de minhas confusões; ah, pai, por favor não se culpe. BASILISSA: Querido, não, não... Isso é culpa daqueles Bispos, você nunca mesmo decepcionou Fahir – disse mamãe. REAGAN: Que isso, Lissa, Kelebh foi mais filho para ele do que eu! KELEBH: Reagan, me permite comentar algo? – aí está Caleb. Acho que meu pai deve ter assentido – Otto era meu pai, Fahir é seu pai... Claro que ele se tornou a única figura paterna em minha vida, mas eu nunca fui o único filho dele, quando eu cheguei você já estava... Ele o amou do momento em que o viu no dia do seu nascimento até o segundo em que partiu. Você não pode tê-lo decepcionado se só trouxe alegria, Sônia, Sofia, Lissa. NAGIBE: É pode ter decepcionado seu povo, mas definitivamente não Fahir – convenientemente Nagibe abriu a boca. PAKILE: Sério, Nagibe, as vezes penso que meu maior sonho é dar na sua cara – pera essa voz é! É Pakile. SET: Não me expressaria melhor, alteza – acho que Set falou. NAGIBE: Por quê? Por que digo a verdade, querido talvez futuro rei? – retrucou Nagibe – Posso lembrar a vocês que não há tempo para discursos motivacionais do nosso cavalinho, ou que não há mais magia em nosso reino, ou que estamos em Xeque mate? REAGAN: Sabemos a situação em que nos encontramos – disse papai com raiva na voz. NAGIBE: Sabem mesmo? Porquê da última vez que o reino entrou em colapso vocês fugiram para um planeta insignificante e agora nesse exato momento a única pessoa capaz de tomar decisões pelo reino está fingindo dormir para não falar com vocês – droga! Nagibe, eu te odeio! Meu sonho também é dar na sua cara. Agora sinto o olhar de todos sobre mim, abri meus olhos e sentei na cama rapidamente.
Gente, Nagibe afrontoso
Nossa, Nagibe desnecessário
Amo o Nagibe
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REAGAN E BASILISSA: Filha? – mamãe e papai me abraçaram. Há mais gente na sala do que eu pensava, meus pais, Caleb, Pakile, Mark, Nagibe, Set, Owena, Ibotira e Grace. Os olhos azuis de Caleb me analisaram, os olhos escuros de Pakile parecem aliviados, e por mais que eu esteja comovida com o abraço e odeie admitir isso; Nagibe tem razão. SÔNIA: Que horas são? – perguntei. OWENA: Vai dar meia noite, ainda bem que acordou antes... Vai ser dia de Lua Nova – Owena disse. SÔNIA: Entendi, nada de dormir... Alguém me passa meu robe – Caleb correu para me dar a peça. Vesti, tentei levantar da cama, mas minhas pernas cederam um pouco; Caleb me segurou. QUAL O PIJAMA QUE SÔNIA ESTÁ VESTIDA AO ACORDAR?
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QUAL SEU ROBE?
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BASILISSA: Você está bem? Deve estar confusa... – disse mamãe docemente. SÔNIA: Talvez, como voltamos para o castelo? REAGAN: Com o meu dragão, o Leviatã. Você se lembra de algo a mais... – meu pai sugeriu delicadamente. SÔNIA: Querem saber se eu lembro de ver meu avô morrer? Sim, eu lembro... Set, deixei você no comando, então imagino que já arrumou tudo para o enterro apropriado de meu avô. SET: Ah – Set fez um som inadiável – Bom, como hoje é lua nova, será amanhã e eu ainda não organizei tudo. SÔNIA: Que bom que tem um dia inteiro, meu avô amava magnólias e o som do violino veja algo para fazer com essas informações pode ir – disse Set saiu apressado da sala. SÔNIA: Pakile, veja só... Ainda é do seu interesse ser rei? – perguntei o fazendo se aproximar de mim assustado. PAKILE: Bem, sim, quer dizer... SÔNIA: O reino está se afundando e eu dei ordem para a população ficar atrás das muralhas... Que tal ir vê se está tudo certo, faça um discurso algo que motive o povo eles te conhecem mais do que a mim. Ah, e espalhe por aí que estamos noivos. PAKILE: O quê? Mas você disse que não queria casar comigo... E sobre o acordo, e Sofia... SÔNIA: Não disse que vou casar com você, disse que estamos noivos..., mas se não quiser... PAKILE: Eu quero, quer dizer é claro que eu, bem... – ele se atrapalhou com as palavras e olha para mim de forma estranha. Segurei o braço esquerdo dele. SÔNIA: Você é bom para o povo, levamos xeque mate... Se pensarem que não teremos um novo rei pareceremos fracos. Eu não sou fraca, você não é e tão pouco nosso reino. Agora, vai e consiga um anel, ninguém acreditara que o casamento vai acontecer sem um. Pakile assentiu, tem um leve sorriso no rosto dele que é o oposto do rosto de Caleb e de meus pais. ANTES DE PAKILE SAIR DA SALA COMO SE DESPEDIRAM?
SÔNIA BEIJOU A MÃO DE PAKILE
PAKILE BEIJOU A MÃO DE SÔNIA
PAKILE DEU UM BEIJO NA TESTA DE SÔNIA
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COMO PAKILE ESTAVA VESTIDO?
PAKILE
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COMO BASILISSA (MÃE DE SÔNIA) ESTÁ VESTIDA?
BASILISSA
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COMO REAGAN ESTÁ VESTIDO?
REAGAN
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SÔNIA; Sem sermões, preciso acalmar as coisas. BASILISSA: Filha, você está a mil por hora, talvez devesse deixar... SÔNIA: Não, mãe, não. Eu sei que deve ser difícil para vocês entenderem, mas não sou a mesma Sônia, aconteceu coisas demais e tudo o que eu quero é que me deixem ser a Rainha que meu povo precisa. NAGIBE: Aí está, nossa majestade, seu professor está de parabéns – falou Nagibe cinicamente. SÔNIA: Nagibe, eu vou matar você. Você prometeu me contar a verdade, por que não me contou do acordo de casamento? – falei para ele o que o fez sorrir. NAGIBE: Muito simples, você não perguntou – Nagibe disse dando de ombros. SÔNIA: Como é que é? NAGIBE: Prometi falar a verdade sobre qualquer pergunta que fizesse, você nunca perguntou. Já disse, Sônia, saiba usar o poder que tem. COMO NAGIBE ESTÁ VESTIDO?
NAGIBE
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SÔNIA: Caleb, tem algo que queria me contar de quando estive apagada? – perguntei olhando em seus olhos. Eu estou com raiva no momento, dele, de Pakile, Owena, Ibotira por mentirem para mim. KELEBH: Tem uns homens sobre vigilância que dizem conhecer você – ele falou seriamente. SÔNIA: Homens? Como são posso conhece-los... KELEBH: Damas, o líder não quis dizer o nome, falou para dizer a você: “Selvagem, por favor, tire essas peças de xadrez de perto de mim, vim ajuda-la em sua jornada neta de Fahir.” SÔNIA: Chefe! – meus olhos brilharam. MARK: O Chefe está aqui? – Mark disse – Sabia que atenderia meu chamado. SÔNIA: Como vou olhar para ele depois de tudo? De Hector? – falei lembrando dos meninos da Captura que morreram por mim. MARK: Você ele não irá se importar, mas tendo em vista as peças brancas que estão vindo para cá nesse exato momento pode ter uma briga – Mark comentou com raiva – Afinal, foram eles que mataram Hector, Ethan, Ryder e meu irmão; Eric. SÔNIA: Por favor, Mark, quero matar aquele desgraçado da tatuagem de peão branco tanto quanto você, mas não com minha irmã na linha de fogo e não no enterro de meu avô – disse segurando seus ombros e olhando em seus olhos. MARK: Vou tentar, Selvagem, mas não prometo não pular no pescoço dele se o vir. Vou ver o Chefe e os outros – Mark saiu. SÔNIA: Minha avó, preciso vê-la – disse saindo porta a fora. Andando pelo corredor extenso até chegar em uma porta preta, nesse caminho lembrei das palavras dos bispos, de meu avô, de minha avó, e a morte dele. Bati na porta e não obtive resposta, bati de novo, nada, bati três vezes seguidas, nada... Tentei abrir a porta, está trancada, continuei batendo na porta. LILITH: Vai embora, Sônia – minha avó gritou para mim no meio de lágrimas e raiva.
Iiiihhhh a Lilith não quer abrir a porta pra própria neta
Ue pq ela mandou a Sônia embora?
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SÔNIA: Vó, abra a porta... – gritei de volta. Comecei a bater forte na porta... REAGAN: Filha, o que está fazendo? Respeite sua avó – papai disse. SÔNIA: Eu não tenho tempo para ter respeito, preciso de respostas – disse de volta o fazendo franzir a testa – Vó abra essa maldita porta e vamos conversar... Ou eu mesmo vou abrir essa porta. REAGAN: Filha, pare, ela não quer falar com você! – meu pai ordenou. Eu fui para trás e comecei a chutar a porta com força. E com mais força – Eu mandei parar – papai me puxou para trás. SÔNIA: O senhor não entende, algo aconteceu no passado, antes de vocês dois... E durante Sofia e eu, algo aconteceu e é por esse algo que meu avô morreu e eu quero saber o que é! Não posso cometer o mesmo erro, vidas estão em jogo aqui! Estamos na guerra, eu queria poder esperar o período de luto dela passar mais não dá, temos que agir, tem que ser agora! BASILISSA: Como assim? Você pretende ir a algum lugar? – mamãe questionou. SÔNIA: É claro, ou acha que vou ficar aqui atrás da muralha esperando eles virem matar todo mundo? – disse. REAGAN: É muito perigoso, filha – papai falou. SÔNIA: Não me faça rir, pai, perigo? Sabe tudo o que eu já passei? Eu quase morri inúmeras vezes, vi pessoas morrendo diante dos meus olhos, ou você não se atentou para isso aqui? – comecei a mostrar minhas cicatrizes uma por uma – Já perguntou para o Caleb do fundo do poço em que ele me tirou? Não, né? Eu amo vocês, eu respeitei vocês dois minha vida toda..., mas agora eu sou a rainha e vocês dois não são os governantes aqui, eu sou. Eu vou fazer o que achar certo pelo povo, vou quebrar quantas portas quiser desse castelo para saber a verdade e se me puxar pelo braço de novo eu vou mandar deixa-los em seu quarto até a guerra terminar – disse virando para chutar a porta. Até que meus olhos mudaram de cor de novo e eu senti uma energia passar por mim e quebrei a porta. COMO É O QUARTO DE LILITH? QUE ERA O QUARTO DE CASAL DE FAHIR E LILITH?
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LILITH: Não! Vá embora, vá embora – minha avó gritou levantando da cama. SÔNIA: Vó, eu sinto muito, mas precisamos conversar – disse tentando ficar calma. LILITH: Não, não eu não tenho nada a falar com você... – ela disse chorando. SÔNIA: Vó eu preciso saber... Você sabe sobre um acordo entre reinos sobre qual gêmea vai casar primeiro? Sabe o que acontece com a que não casar? LILITH: Eu não quero falar sobre isso – ela correu para tentar se trancar no banheiro só que eu fiquei na frente da porta primeiro. SÔNIA: O que os Bispos tem a ver com a quebra de contrato mágico? E com a Caissa? O que Brunswichk quis dizer com podia ter sido seu Rei e vocês serem imortais juntos? E sobre ter perdido a chance de derrota-lo? O que houve no passado? – disse olhando bem em seus olhos. LILITH: Eu... – ela olhou para baixo. SÔNIA: Você trabalhava para ele? Era namorada dele? – perguntei chocando meus pais na porta. REAGAN: Você tinha um caso com aquele cretino? E o papai? – Reagan gritou. LILITH: Fora daqui... Saiam. SÔNIA: Eu não vou sair daqui e a senhora também não até eu saber tudo o que tenho para saber! LILITH: Então, mande-os embora – vovó apontou para papai e mamãe – Eu lhe conto tudo. SÔNIA: Ouviram, fora! Vão – disse empurrando-os para fora e fechando a porta – Agora sou eu e você. COMO LILITH ESTÁ VESTIDA?
LILITH
COM UM VESTIDO DE RAINHA PARA LIDAR COM AS CAUSAS DO REINO
UM TERNINHO PRETO PARA APARENTAR ESTÁ LIDANDO COM TUDO
UM VESTIDO SIMPLES PARA MANTER AS APARÊNCIAS
ELA TÁ ACABADA E DE PIJAMA
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LILITH: Já te contaram sobre as Luas? – vovó disse se afastando de mim e cruzando os braços. SÔNIA: Um pouco, não se pode dormir, nascer ou fazer coisas importantes na Lua nova. LILITH: Existe cinco luas; a cheia, a nova, a crescente, a minguante e a Elefante... As luas são como o céu, quando morre sua alma espera em uma delas para retorna em outra vida sem memórias passadas. SÔNIA:E o que isso tem a ver com o que eu perguntei? LILITH: Existem seres espirituais que comandam essas luas, quem mantem o equilíbrio mágico de nosso reino. Agora me diga, Sônia, o que elefante quer dizer? – vovó me olhou como se me desafiasse. A pergunta ecoou sobre minhas memórias e em um estalo entendi tudo. SÔNIA: Elefantes é como eram chamados os bispos no início do xadrez... Então, os dois... LILITH: Brunswichk e Baltazar são responsáveis por isso, foi Brunswichk que entregou o tabuleiro aos dois irmãos Adler e Aliyah... Caissa é a deusa que mais cuida do seu reino por isso o Reino do Xadrez é superior em magia a todos os outros, mas isso trouxe fúria e inveja e os dois irmãos resolveram que só aquela magia não era suficiente. SÔNIA: O que devo fazer para salvar, Sofia? Eu não entendo o porquê, eu e Sofia já muda tudo. LILITH: Você não entende, eles querem o poder do tabuleiro para eles... Ele quer ser o novo Rei, se você se casar Sofia terá que casar com ele e vice-versa. O tabuleiro era um presente grego! Eles são seres espirituais que cansaram de viver sendo menores que eu e você.
LUA MINGUANTE
LUA NOVA
LUA CRESCENTE
LUA CHEIA
LUA ELEFANTE
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SÔNIA: O que devo fazer? LILITH: Precisa ir até o Lugar no meio do mundo e deve ir com Sofia... É o destino de vocês. SÔNIA: O que é isso? LILITH: É uma lenda, já que a lua é o nosso céu e nossas almas vão para lá dizem que há um portal que permite a passagem de mortais, milhares de peças buscaram em vão – vovó disse triste – se quer uma localização exata eu não posso te dizer, no entanto, a muito tempo... Um garotinho parece ter entrado lá e por isso desenvolveu uma espiritualidade como nenhuma outra peça nesse mundo, dizem que ele pode vagar nos sonhos das pessoas e vai gostar de saber que é seu possível e recém achado cunhado; príncipe Airen. SÔNIA: Airen? O que disseram que nós raptamos? LILITH: Os bispos sempre preferiram a sua irmã, parecia lógico se livrar dele. SÔNIA: Mas e você e ele? Por que o deixou viver? – disse com ódio na voz. LILITH: Acha que sempre fui rainha, neta? – ela respondeu ríspida – Que nasci com rainha escrita na testa? Não, não... Sei que tem seus traumas, Sônia, mas eu também tenho os meus! Não preciso que diga o quanto fui estúpida, não preciso do seu perdão, eu tive o de Fahir e é tudo o que me importa. SÔNIA: Você amava meu avô? Ou amava aquele Bispo? LILITH: Eu amei os dois, em momentos distintos e de forma diferente... Eu era jovem, tola, ingênua, uma pobretona que roubava para não morrer de fome e o conheci. Acredite ou não, mas com magia forte ele é muito lindo e salvou minha vida, ele era meu amigo e depois algo a mais e então o Oráculo apareceu e foi confuso demais. SÔNIA: dizer que você amou esse monstro? – gritei. LILITH: Eu amo Fahir! Com ele foi o amor mais puro e lindo que eu nunca pensei que aconteceria com uma garota como eu! Mas aquele homem salvou minha vida e algo bem ruim acontece com os seres que não quitam suas dívidas, experimente não pagar a quebra de contrato para ver se esse reino não vai ruir em pedaços! SÔNIA: Quando se casou com meu avô parou com ele? – perguntei. Vovó baixou os olhos. SÔNIA: Brunswichk era seu amante? – gritei horrorizada. LILITH: Eu sei que errei, Sônia, mas no momento em que entendi o que esse reino significava e o que era ser uma rainha eu assumi o papel que tomei para mim. E não é como se pudesse me julgar, netinha! SÔNIA: Do que está falando eu nunca faria algo assim! LILITH: Ah, é, e Kelebh é o quê? – aquela fala me paralisou da cabeça aos pés – Se é tão fácil deixar os sentimentos de lado, por favor, ser evoluído faça! Mostre para mim o quanto você é melhor! SÔNIA: Não sei do que está falando! – ok. Estou na fase de negação. LILITH: Não minta para mim, eu sempre vi o sentimento que nutrem um pelo outro, Sofia pode nunca ter tirado a venda dos olhos, mas eu nunca a tive. SÔNIA: Uma coisa não tem nada a ver com a outra, não me caso com Pakile por que se não vou condenar minha irmã ao casamento com o homem que você dormia! – gritei de volta tentando me defender. Senti a mão quente quase encostando na minha bochecha, mas a vovó segurou sua própria mão, agora estamos chorando – Vovó, eu não quis... LILITH: Eu não quero perder você também, meu anjo, eu sinto muito... Eu juro que se pudesse voltar no tempo ou se arrependimento matasse – vovó baixou os olhos – Mas sabe que tenho razão, você e Kelebh é tão perigoso quanto eu e Brunswichk ou Reagan e Basilissa. SÔNIA: Acha que Kelebh me trairia? – parei com medo. Ele mentiu para mim e o Oráculo disse que o Cavalo é o ponto fraco da Rainha. LILITH: Eu não sei, mas naquela época Fahir tinha Brunswichk como melhor amigo e eu acreditava nele com todo meu coração. Sei que há traidores nos muros desse castelo, mas seu avô amava muito esse menino. SÔNIA: O que não muda o fato de toda a sua família ter morrido por culpa de meus pais – disse quase que perdendo a voz no final. LILITH: Sônia, eu não quis dizer que... – eu levantei a mão para minha avó como se disse: esquece. Saí do quarto segurando as lágrimas, corri até a área da piscina do palácio porque ninguém estará lá, desabei em lágrimas caindo de joelho.
EU PERDOAVA A LILITH
EU NÃO PERDOARIA A LILITH
SERÁ QUE KELEBH TRAIRIA ELAS?
ABSURDO KELEBH NUNCA FARIA ISSO
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KELEBH: Minha rainha – eu ouvi e senti Caleb. Ele envolveu suas mãos ao meu redor o que me faz sentir segura. SÔNIA: Não, NÃO! – berrei chorando afastando-me dele. KELEBH: Sônia, o que... – ele olha para mim com aqueles olhos confusos. _Fique longe de mim! Está me ouvindo, fique longe! – disse chorando. Acabei tropeçando e caindo na piscina – Se mantenha aí! KELEBH: Eu sinto muito – Caleb se afastou e olhou para baixo. SÔNIA: Isso está me destruindo, essa coisa entre a gente precisa acabar, eu preciso que acabe agora – disse séria e seus olhos estão tristes agora. KELEBH: Eu nunca quis magoar você, eu juro, me desculpa por não contar... – ele sentou na beira da piscina. SÔNIA: Não importa, eu vou me casar com Pakile! Quando resolver tudo, é com ele que vou ficar, nós temos uma conexão algo que não sei explicar. KELEBH: É o certo a se fazer no final – Caleb concorda sem olhar nos meus olhos. SÔNIA: Caleb? – perguntei quando o silêncio ficou grande demais. KELEBH: Devia começar a me chamar de General – ele respondeu ainda sem me olhar – e eu devo te chamar de majestade. SÔNIA: Não precisa. KELEBH: Eu vou – falou rápido. SÔNIA: Meu Deus, homem, olhe para mim quando falo com você! – disse irritada. KELEBH: Não posso – respondeu baixinho. SÔNIA: O quê? KELEBH: Eu disse que não posso! – ele gritou pulando na água e olhando para mim – Eu sei que é errado, Sônia, eu sei disso... Como acha que me sinto Pakile será meu rei, ele... Ele terá você – Caleb disse mergulhando para a outra borda da piscina. Seus cabelos levantaram molhados e caindo sobre seus olhos azuis. SÔNIA: O que isso quer dizer? Não vai mais olhar na minha cara é isso? – gritei me aproximando do meio da piscina. Então ele nadou de volta até perto de mim. KELEBH: Eu amo olhar para você, eu amo tudo em você, quando estou perto de você tenho outro ritmo cardíaco, você me deixa louco. Como posso ser seu soldado e estar ao seu lado se do seu lado tudo que eu quero... Bom, é impróprio dizer tudo o que eu quero – ele falou sem tirar seus olhos de mim. Minha respiração está descontrolada e tem um sentimento no meu peito que parece que vai explodir. SÔNIA: E eu? A vida toda negando isso por causa da Sofia, e agora por causa do reino, não funcionamos, que droga! Tudo diz que não somos o destino um para o outro. KELEBH: Eu sei – ele falou se aproximando. SÔNIA: Somos perigosos, a história está aí para ensinar... Para não cometer os mesmos erros, veja meu pai e minha mãe, minha avó... KELEBH: Eu sei, então é isso não funcionamos – ele disse concordando. SÔNIA: É, é isso – cheguei muito perto dele – Você vai me esquecer e eu vou esquecer você... Vamos seguir em frente e sermos amigos. KELEBH: Amigos, claro – ele inclinou a cabeça para trás rindo e passou a mão no cabelo molhado que caí sobre seus olhos de forma muito linda. SÔNIA: Eu estou falando sério! Tira esse sorriso idiota do rosto! KELEBH: Quer que eu pare de sorrir? – ele perguntou levantando a sobrancelha esquerda. SÔNIA: É! Eu quero! – falei rispidamente para ele. Só que senti a mão dele puxando minha cintura e quando vi seus lábios já estão colados nos meus. E eu quero não corresponder mais isso é muito difícil, então correspondo puxando-o para mais perto de mim. E é perfeito, eu quero esse homem..., mas sou bombardeada de pensamentos sobre minha avó meus pais e toda a guerra e destruição, preciso de toda a força do mundo para fazer isso; o empurro com toda a força possível o que faz ele bater a costa na beira da piscina. COMO FOI O BEIJO?
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KELEBH: Sônia – ele falou tocando a costa batida. SÔNIA: Chega! Vai embora... – comecei gritando. Só que estou quase sufocando por ter que continuar a frase – Caí fora daqui! Quero você bem longe de mim, general. KELEBH: General... – ele sussurrou essa palavra com olhos tristes. SÔNIA: Você assim como os outros está sobre vigilância até segunda ordem. KELEBH: Vigilância? Sobre o quê? SÔNIA: Bom, você e os outros são suspeitos de traição a coroa – falei saindo da piscina. Só tem algo que eu possa dizer ao Caleb para faze-lo se afastar de mim e vai doer, porque sei que é mentira. KELEBH: Como? Traição? Não pode estar falando sério... Está desconfiando de mim? – a tristeza em seus olhos virou indignação. SÔNIA: Eu tenho meus motivos. KELEBH: Que motivos? Quais são eles? Por que está me acusando de trair você? – a raiva está em toda a sua voz. SÔNIA: Bom, já que quer saber o Oráculo disse que o cavalo é o ponto fraco da rainha, o que já diz muito sobre você. Você mentiu e ocultou informações de mim! Fora que é muito estranho tamanha devoção para a família que tecnicamente causou a morte da sua... E para ser a cereja do bolo você está constantemente atrapalhando os interesses do reino com esse papo de amor! Eu tenho que casar com o Pakile, e você está sendo a pedra no meu sapato! Talvez mentindo, querendo me manipular para fazer... KELEBH: PARE! – ele gritou e eu fiquei paralisada – É o que pensa de mim, Sônia... Não melhor, majestade? Pensa que eu sou um duas caras mentiroso que quis que Fahir morresse, apenas o homem que me criou... Ou metesse Dirce, lembra dele? Meu irmão caçula? Numa aventura que pudesse mata-lo. Ah claro um manipulador que querendo usar você e Sofia. Claro, por vingança, e assim ajudando os Bispos... – a raiva se misturou com decepção e um pouco de lágrimas – Quer uma confissão, majestade? O que quer que eu diga? Que eu ajudei Baltazar e Brunswichk, os dois homens que com apenas quatro anos vi enfiarem uma espada no meu pai e na minha mãe... Ou melhor despedaçar minha irmã mais velha e cortar o pescoço de meu irmão? Ah e tirar a vida de minha irmã Ully que era uma criança tanto quanto eu? Pode não lembrar, majestade, mas eles me ameaçaram de morte! E eu tinha QUATRO ANOS! Quatro anos e com dois bebês recém nascidos nos braços! E claro você e Sofia, e com quatro anos eu já teria morrido por vocês! SÔNIA: Caleb... – sussurrei arrependida do que disse. KELEBH: Cala a boca! Nunca em toda a minha vida eu pensei em ouvir tais palavras de você... Eu sinto muito, majestade que os erros do passado te tragam tanta dor e todos os traumas que passou. Mas você passou dezoitos anos de uma vida normal com uma família feliz, e eu passei a minha vida toda lutando por esse reino e mantendo sua família viva. Não é a única que tem traumas, Sônia, não é a única que perdeu algo com o erro de Lilith ou dos seus pais, ou do meu tio já que minha dinastia foi massacrada sobrando um legado para se carregar e com quatro anos eu já o carregava. SÔNIA: Eu sinto muito... KELEBH: Sente? Ah, não, majestade, eu sinto... Retiro todas as palavras de declaração que lhe fiz, não se preocupe que só me verá quando estritamente necessário... E talvez fosse bom procurar outra pessoa para ser seu general, porque como posso ser o braço direito da coroa se sou um traidor descarado! – ele saiu a passos largos da piscina com lágrimas, ódio e decepções. E eu estou aqui chorando. SÔNIA: Uma imbecil, Sônia, é o que você é! – falei para mim mesma. Só que não tenho tempo para isso, limpo o rosto, ando até meu quarto onde troco de roupa e parto em direção ao reino. Passeio pelo meu reino falando com o povo e procurando o meio da confusão. Está escuro demais por ser Lua Nova, o que não me contaram é que fica escuro o dia todo e nada de muito importante deve ser feito, a população tem que ficar acordada o que diz respeito as crianças o que é difícil. Os lampiões tem uma luz branca bem forte. COMO É O VILAREJO?
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SÓ SE ESCOLHEU O MARK ESSE MOMENTO EXISTE: CHEFE: Ora, majestade – o Chefe disse. No centro da cidade muitos funcionários meus estão realocando a população, cuidando do racionamento de comida. Vejo as tropas de Chefe conduzindo o povo e mantendo a ordem, Mark está também, Set não está aqui por causa do enterro de vovô. Pakile está anotando algo e passando para Owena que olha atentamente. Vejo Caleb que está com Dayane num círculo de lampiões com muitas crianças, eles estão dançando ou encenando algo para entretê-los... Seus olhos cruzam rapidamente com os meus e ele desvia olhando para o outro lado. Todo o Tabuleiro está atuando no meio do povo, a não ser Nagibe que não vi em lugar nenhum. SÔNIA: Chefe, pelos garotos eu... CHEFE: Guerras tiram vida, majestade. Vamos cuidar para que não tire dessas pobres peças. SÔNIA: E o que a coroa da Dama acha do grupo Captura envolvida em guerra de xadrez? – perguntei. MARK: Quando eles tiverem um rei responderemos a ele – Mark respondeu sorrindo – Até lá, terá que nos aguentar.
amo o Chefe
amo o Mark
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SÔNIA: A luz dessas lâmpadas é linda – falei tocando em um. NAGIBE: Capturamos da Lua Cheia – Nagibe disse aparecendo atrás de mim. SÔNIA: O que você é uma assombração? Não fica aparecendo assim... Não devia estar trabalhando? NAGIBE: Não deveria estar casando? – ele retrucou – Estou trabalhando, eu acendo lampiões das suas mãos saiu luz branca que acendeu mais lamparinas. SÔNIA: Como fez isso? É incrível – disse sorrindo. NAGIBE: Em noites de Lua Cheia nosso reino fica iluminado com uma luz perfeita que combate a escuridão da Lua Nova. A muitos anos, nossos ancestrais criaram um colar capaz de absorver essa luz em grandes quantidades o que permite ao portador no caso eu acender lâmpadas – explicou mostrando o lindo colar azul brilhante que estava por debaixo dos seus trajes. SÔNIA: E por que fica com você? – falei pegando o colar de seu pescoço para iluminar a cidade. NAGIBE: Era por rodízio no Tabuleiro, só que chegou a minha vez e eu não devolvi... É o trabalho mais fácil e não exige ficar brincando com parasitas. SÔNIA: Parasitas? NAGIBE: É sabe, eles nascem nas barrigas e algumas pessoas cuidam deles até dão nome e aguentam o choro, as necessidades fisiológicas, a chatice, vestem roupinhas e o fato de que quando chegarem na adolescência vão odiar os progenitores. SÔNIA: São crianças! Filhos, bebês! – questionei adorando usar a luz da Lua Cheia. NAGIBE: Alguns chamam assim, mas como é o nome para seres que sugam o sustento de outro ser numa relação desarmônica e conflituosa? – ele falou cínico. SÔNIA: Você é cruel. NAGIBE: Eu sou o pior de todos – ele tomou o colar de mim e seguiu pela cidade. COMO SÃO OS LAMPIÕES?
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COMO É O COLAR?
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PAKILE: Sônia? – Pakile apareceu e segurou minha mão – Vem comigo rapidinho. SÔNIA: Claro, para onde... – ele me guiou de volta para o palácio. Passei pelo hall, subi as escadas e parei na varanda – Pakile o que você está fazendo? PAKILE: Fica aqui – ele correu e voltou com muitas lâmpadas e colocou em volta da varanda. E parou olhando para frente, seus olhos estão brilhando, passando a mão no cabelo e suspirando. SÔNIA: Pakile, você está bem? Tá passando mal? – perguntei tocando o peito dele. PAKILE: Não, eu... Hum, princesa Sônia, quer casar comigo? – Pakile está ajoelhado na minha frente com um anel muito lindo. Então, fiz a única coisa que me ocorreu no momento: gargalhei. Minha risada é eufórica e não consigo para-la, Pakile levanta franzindo a sobrancelha e olha para mim. PAKILE: Qual a graça? SÔNIA: Nenhuma, desculpa, desculpa – segurei o ombro dele e respirei tentando voltar a racionalidade – É só que, Pakile, não precisa de nada disso... Vai descobrir que sou a pessoa menos romântica que existe. PAKILE: Esqueça – ele disse virando de costa. Segurei seu braço o puxando de volta. SÔNIA: Sinto muito, peça de novo, não vou rir dessa vez prometo – disse segurando meu sorriso. PAKILE: Quer casar? – ele perguntou sério. SÔNIA: Eu quero, quero sim – disse sorrindo. Ele pós o anel em meu dedo e colocou o seu anel. COMO FOI O MOMENTO?
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