AM 1 - POrtuguês - questões do ano passado

AM 1 - POrtuguês - questões do ano passado

Peguei as questões da AM do ano passado pra dar pra fzr sem ver a resposta. Não tem biologia pq esses putos se livraram das biomoléculas e nem mat eles tavam na vida fácil tendo fração!! (a foto do mario é pq o quizur me obrigou a colocar alguma coisa ai peguei isso que tava baixado) - eu separei pq fica mais fácil enquanto vocês fazem um, eu vou juntando a das outras matérias)

Imagem de perfil user: LETÍCIA BARBOSA PONTE

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[]Leia os trechos a seguir de A Carta, de Pero Vaz de Caminha. I. "Neste mesmo dia, à hora das vésperas, avistamos terra! Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; depois, outras serras mais baixas, da parte sul em relação ao monte e, mais, terra chã. Com grandes arvoredos. Ao monte alto o Capitão deu o nome de Monte Pascoal; e à terra, Terra de Vera Cruz." II. "(...) a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (...) As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem." Sobre esses trechos, pode-se afirmar:

Esses escritos têm um grande valor literário, pois guardam uma grande importância histórica de testemunho do espírito aventureiro da expansão marítima dos séculos XV e XVI.
Os escritores que produziram essa literatura de informação revelam um sentimento de apego à terra conquistada, concebida como uma extensão da metrópole.
Além da idealização do Novo Mundo, Caminha mostrava características exóticas e misteriosas que causavam certo receio ao público europeu, que temia a existência de espécies monstruosas.
A primeira característica que se observa, nos textos desse período, é a sua estrutura narrativa, que mostrava, com uso frequente de comparações, a ação dos povos aqui encontrados.
Trata-se do primeiro texto escrito no Brasil e sobre o nosso país. Por causa disso, os estudiosos a colocaram como o marco inicial da literatura brasileira no período denominado Quinhentismo.
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Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé! CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 31 out. 2021. Esse texto é um fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, cuja importância documental reside no fato de

descrever o estranhamento do autor ao chegar ao Brasil.
exemplificar procedimentos de comunicação formal em um contexto de forte hierarquia.
apresentar usos pouco comuns do português padrão da época.
fazer um inventário do expediente das rotinas de navegação e achados da tripulação.
ser um registro histórico e linguístico do período em que foi redigido.
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Carta Nela [terra], até agora, não pudemos 1saber que haja ouro, 2nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho 3vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de 4lá. As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que aí não houvesse mais que ter 5aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, bastaria. Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé. (CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta”. In: PEREIRA, Paulo Roberto Dias. (Org.) Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 1999, p. 58.) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o trecho da “Carta” de Pero Vaz de Caminha:

Os substantivos “fruto” e “semente”, no terceiro parágrafo, apresentam sentido denotativo, acompanhando o sentido do verbo “dar” na expressão: “...dar-se-á nela tudo...”
O pronome “nela” (primeira linha) e o sujeito da oração
O uso dos verbos “saber” (ref. 1) e “ver” (ref. 3) e da conjunção “nem” repetida (ref. 2) mostra a importância que o ouro, a prata e outros metais tinham para o destinatário da carta.
A presença do conectivo “porém”, no terceiro parágrafo, introduz uma ideia contrária à contida na expressão “...dar-se-á nela tudo...”, no segundo parágrafo.
O emprego da conjunção adversativa “porém”, no primeiro parágrafo, introduz uma ideia contrária à expectativa do destinatário.
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Soneto de Luís de Camões. Qual tem a borboleta por costume, que, enlevada1 na luz da acesa vela, dando vai voltas mil, até que nela se queima agora, agora se consome, tal eu correndo vou ao vivo lume desses olhos gentis, Aónia bela; e abraso-me, por mais que com cautela livrar-me a parte racional presume. Conheço o muito a que se atreve a vista, o quanto se levanta o pensamento, o como vou morrendo claramente; porém, não quer Amor que lhe resista, nem a minha alma o quer; que em tal tormento, qual em glória maior, está contente. (Luís de Camões. Sonetos, 1942.) 1enlevada: atraída, fascinada. No soneto, o eu lírico

compara-se a uma borboleta e os olhos de Aónia a uma vela acesa.
ccompara-se a um vivo lume e Aónia a uma borboleta.
compara Aónia a uma borboleta e os olhos dela à luz de uma vela acesa.
compara-se a um vivo lume e Aónia a uma vela acesa
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Encomenda Desejo uma fotografia como esta — o senhor vê? — como esta: em que para sempre me ria como um vestido de eterna festa. Como tenho a testa sombria, derrame luz na minha testa. Deixe esta ruga, que me empresta um certo ar de sabedoria. Não meta fundos de floresta nem de arbitrária fantasia... Não... Neste espaço que ainda resta, ponha uma cadeira vazia. Fonte: Cecília Meireles (In: Vaga Música, 1942). Leia a estrofe a seguir e marque a alternativa correta. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim com a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma.

integrando o Classicismo, giram em torno da temática amorosa (em que o eu lírico manifesta um amor puro, de absoluta devoção à mulher amada, dona de uma beleza perfeita (linda e pura) – gênero lírico.
se trata de uma epopeia, exaltação aos feitos heroicos dos portugueses. Os versos cantam as grandes navegações, o expansionismo marítimo português, envolto de seres mitológicos, ninfas, deuses e monstros – gênero épico.
a temática aborda o sofrimento dos poetas ultrarromânticos, por considerar a mulher amada inatingível; idealiza-a, então, como uma deusa, restando-lhe, apenas, o amor platônico – mal do século – Romantismo.
o “carpe diem” constitui a temática desta estrofe, trazendo as reflexões a respeito do impacto da passagem do tempo sobre o ser humano e a natureza – gênero lírico.
encerram a vassalagem amorosa, em que o trovador não devia revelar, em sua cantiga, o nome da dama a quem dirige elogios. Fala, entretanto, de mesura (mérito, valor) de sua dama e pede que ela reconheça sua cortesia e lhe garanta o galardam (o prêmio) – Trovadorismo.
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. Na ribeira do Eufrates assentado, Discorrendo me achei pela memória Aquele breve bem, aquela glória, Que em ti, doce Sião, tinha passado. Da causa de meus males perguntado Me foi: Como não cantas a história De teu passado bem e da vitória Que sempre de teu mal hás alcançado? Não sabes, que a quem canta se lhe esquece O mal, inda que grave e rigoroso? Canta, pois, e não chores dessa sorte. Respondi com suspiros: Quando cresce A muita saudade, o piedoso Remédio é não cantar senão a morte. (Luís de Camões, 20 sonetos. Org. Sheila Hue. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p.113). Considerando as características formais e o núcleo temático, é correto afirmar que o poema retoma o dito popular

“quem canta seus males espanta”.
“quem tudo quer, nada tem
"longe dos olhos, perto do coração"
“mais vale cantar mal que chorar bem”.
a cada canto seu Espírito Santo”.
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. A linguagem do classicismo é

objetiva e irracional
subjetiva e informal
objetiva e formal
subjetiva e clássica
rebuscada e culta
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Endechas a Bárbara escrava Luís de Camões Aquela cativa Que me tem cativo, Porque nela vivo Já não quer que viva. Eu nunca vi rosa Em suaves molhos, Que pera meus olhos Fosse mais fermosa. Nem no campo flores, Nem no céu estrelas Me parecem belas Como os meus amores. Rosto singular, Olhos sossegados, Pretos e cansados, Mas não de matar. Uma graça viva, Que neles lhe mora, Para ser senhora De quem é cativa. Pretos os cabelos, Onde o povo vão Perde opinião Que os louros são belos. Pretidão de Amor, Tão doce a figura, Que a neve lhe jura Que trocara a cor. Leda mansidão, Que o siso acompanha; Bem parece estranha, Mas bárbara não. Presença serena Que a tormenta amansa; Nela, enfim, descansa Toda a minha pena. Esta é a cativa Que me tem cativo; E. pois nela vivo, É força que viva. (CAMÕES, Luís de. Lírica: seleção, prefácio e notas de Massaud Moisés. São Paulo: Glossário Endechas: estilo de composição poética; poema geralmente melancólico. Cativo(a): refere-se a quem perdeu a liberdade. Fermosa: grafia antiga de “formosa”, quem tem bela aparência. Leda: contente, alegre. Siso: bom-senso, juízo. Somos todos iguais! – trecho Wellington Sabino [...] Somos todos iguais Biologicamente iguais Mas inexplicavelmente É o sangue do povo negro que escorre primeiro pelas calçadas Depois das batidas policiais Somos todos iguais; perante a lei Mas perante o cassetete, a pele preta sempre apanha mais Somos todos iguais, mas não foram os alemães Nem os japoneses e muito menos os italianos Que foram escravizados no Brasil por 400 anos Trabalhando na mira de um capataz Somos todos iguais Mas somente os negros africanos foram expostos em zoológicos Humanos Pela Europa como se fossem animais Enquanto você diz: Somos iguais! Até quando? Até ensinarem na igreja que anjo é loiro e branco E preta é a cor do satanás? [...] (SABINO, Wellington. Somos todos iguais! In ALCADE, Emerson (org.). Negritude (Coleção Slam). São Paulo: Autonomia Literária, p. 100-103) Soneto XLVI Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) Não vês, Lise, brincar esse menino Com aquela avezinha? Estende o braço, Deixa-a fugir, mas apertando o laço, A condena outra vez ao seu destino. Nessa mesma figura, eu imagino, Tens minha liberdade, pois ao passo Que cuido que estou livre do embaraço, Então me prende mais meu desatino. Em um contínuo giro o pensamento Tanto a precipitar-me se encaminha, Que não vejo onde pare o meu tormento. Mas fora menos mal esta ânsia minha, Se me faltasse a mim o entendimento, Como falta a razão a esta avezinha. (COSTA, Cláudio Manoel da. Poemas. São Paulo: Editora Cultrix, 1966, p. 21) Os 3 poemas foram produzidos por diferentes autores em diferentes espaços e tempos históricos. Contudo, compartilham em suas pautas temáticas a ideia de:

Liberdade
Igualdade
Justiça
Humanização
Equidade.
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[...] O Brasil linguístico que vigorou até meados do século XVIII, no qual as línguas gerais ocupavam um espaço definitivo e se difundiam rumo ao sertão a partir de dois grandes núcleos, Amazônia e entorno de São Paulo, acabou sendo substituído por um espraiamento do português vinculado diretamente ao Nordeste, à lavoura que se servia da mão de obra escrava, aos negros africanos. Nessa situação, fica nítido que eles teriam sido a linha de frente da real lusitanização do território, ao mesmo tempo que iam transformando a língua aprendida numa coisa efetivamente nova, depois levada para outros pontos do país à medida que os ciclos econômicos se sucediam, cada um com seu centro num ponto diferente do território. Se é para pensarmos no português brasileiro como algo que se encontra num caldeirão, é preciso reconhecer quanto o conteúdo desse caldeirão teve que ser mexido e remexido para produzir nossa atual paisagem linguística. E é preciso reconhecer também que os primeiros e mais importantes desses movimentos foram determinados pela grande massa de falantes africanos que iam carregando e modificando essa língua durante todo o processo. Refundado e recaracterizado por eles. Apesar das adversidades, foi a língua falada por negros e mestiços que dominou o Brasil. Somos um país que fala português como fruto direto dessa presença negra. Talvez caiba deixar de lado por um momento a bela ideia da “última flor do Lácio”. O português brasileiro foi um broto africano, flor de Luanda. GALINDO, Caetano. Latim em pó. Companhia das Letras, 2023. p. 181-182. lusitanização: diz-se das coisas referentes à colonização portuguesa. In: https://www.dicionarioinformal.com.br/ última flor do Lácio: a expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela” é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918, e refere-se à filiação da língua portuguesa ao latim. In: https://www.jussiup.com.br/2019/04/ultima-flor-do-lacioinculta-e-bela.html Luanda: capital de Angola, costa oeste da África do Sul A respeito das expressões “última flor do Lácio” e “broto africano, flor de Luanda”, é correto afirmar que:

expressam a deslegitimação, pelo autor, das raízes latinas do português brasileiro.
consistem em duas metáforas convergentes.
referem-se, respectivamente, às influências mais tardias e às influências mais recentes da língua portuguesa, no português brasileiro
enfatizam a precedência da origem africana em relação à origem portuguesa.
relativizam a ênfase da influência do latim para a influência africana na formação do português brasileiro.
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