LITERATURA E PINTURA - QUAL A RELAÇÃO ENTRE ESTAS DUAS ARTES?
A pintura pode ser associada ao Parnasianismo pelo destaque ao erotismo e à sensualidade feminina e também pelo apego à tradição clássica, devido as referências à mitologia greco-latina. Também há a valorização dos detalhes e ornamentações.Para o simbolismo, tudo pode assumir um significado simbólico: elementos da natureza, construções do homem, formas abstratas, etc. O Simbolismo se manifestou na literatura, porém também teve grande expressão nas artes plásticas.
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A imagem é uma ilustração que dialoga com um movimento literário da literatura ocidental, o Parnasianismo. Você lembra de algumas características?
Não sofreu influência das teorias em alta naquele momento histórico , como as teorias sociais.
Visava também à perfeição a busca do belo, mas sem rigor formal, utilizando-se de um vocabulário mais elaborado e, por vezes, até incompreensível.
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Quais as características mais importantes do simbolismo?
Apreço pelo consciente, pelo material;
Valorização do não racional, ou seja, do mistério;
Destaque para o concreto, o palpável;
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Via-Láctea XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Os versos apaixonados transparecem o afeto de um recém apaixonado que dialoga com as estrelas. Quem o ouve acusa o eu-lírico de devaneio
A alegria aparece quando nasce o sol e torna-se impossível vê-las. O apaixonado então recolhe-se a sua paixão e alegria a espera que a noite caia novamente.
O encantamento provocado pela amada, o sentimento de enamoramento - o poema é construído de modo somente particular, de forma a alcançar os ouvidos da sua amada.
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ACROBATA DA DOR (Cruz e Sousa) 1 Gargalha, ri, num riso de tormenta, 2 Como um palhaço, que desengonçado, 3 Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado 4 De uma ironia e de uma dor violenta 5 Da gargalhada atroz, sanguinolenta, 6 Agita os guizos e convulsionado 7 Salta, gavroche, salta, clown, varado 8 Pelo estertor dessa agonia lenta... 9 Pedem-te bis e um bis não se despreza! 10 Vamos! retesa os músculos, retesa 11 Nessas macabras piruetas d`aço... 12 E embora caias sobre o chão, fremente 13 Afogado em teu sangue estuoso e quente 14 Ri,! Coração, tristíssimo palhaço. O poema de Cruz e Sousa apresenta
Um tem de que é preciso superar as dificuldades, os sofrimentos e as angústias mantendo as tristezas para seguir em frente, porém sem determinação.
Intensa exploração da Musicalidade: O poeta utiliza-se de efeitos sonoros como a aliteração, a assonância e a reiteração, os quais compõem a musicalidade do poema.
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(Unesp 2016) Leia o poema do português Eugênio de Castro (1869-1944) para responder à questão a seguir. MÃOS Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, o vosso gesto é como um balouçar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta! Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, rolas à volta da negra torre da minh’alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, O vosso gesto é como um balouçar de palma, Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mãos de rainha, Mãos que sois um perpétuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha avó entrevadinha. (Obras poéticas, 1968.) Verifica-se certa liberdade métrica na construção do poema. Na primeira estrofe, tal liberdade comprova-se pela
construção do hendecassílabo fora dos rígidos modelos clássicos.
desobediência aos padrões de pontuação tradicionais do decassílabo.
presença de um verso com número menor de sílabas que os alexandrinos.
variedade do verso decassílabo e do verso alexandrino.
presença de dois versos com número maior de sílabas que os alexandrinos.