Segunda fase do modernismo

Segunda fase do modernismo

A geração de 1930, segunda fase do modernismo brasileiro, compreende o período de 1930 a 1945. Foi influenciada, portanto, por um contexto histórico marcado por conflitos sociais e políticos, como a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932 (durante a Era Vargas), além da Segunda Guerra Mundial.

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Tamires Moura

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A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada... Que talento ela possuía para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de todos os personagens, sem nenhum dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons ás palavras!
 Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. E muito da vida, com suas maldades e as suas grandezas, a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes, que eram sempre castigados com mortes horríveis!
 O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino era como se estivesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com a Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.

 Na construção da personagem velha Totonha, é possível identificar traços que revelam marcas do processo de colonização e de civilização do país. Considerando o texto lido, infere-se que a velha Totonha

A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada... Que talento ela possuía para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de todos os personagens, sem nenhum dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons ás palavras! Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. E muito da vida, com suas maldades e as suas grandezas, a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes, que eram sempre castigados com mortes horríveis! O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino era como se estivesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com a Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco. Na construção da personagem velha Totonha, é possível identificar traços que revelam marcas do processo de colonização e de civilização do país. Considerando o texto lido, infere-se que a velha Totonha

imprime marcas da realidade local a suas narrativas, que têm como modelo e origem as fontes da literatura e da cultura europeia universalizada.
retrata, na constituição do espaço dos contos, a civilização urbana europeia em concomitância com a representação literária de engenhos, rios e florestas do Brasil.
tira o seu sustento da produção da literatura, apesar de suas condições de vida e de trabalho, que denotam que ela enfrenta situação econômica muito adversa.
aproxima-se, ao incluir elementos fabulosos nos contos, do próprio romancista, o qual pretende retratar a realidade brasileira de forma tão grandiosa quanto a europeia.
compõe, em suas histórias, narrativas épicas e realistas da história do país colonizado, livres da influência de temas e modelos não representativos da realidade nacional.
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Sobre as características da prosa da segunda fase do modernismo no Brasil é incorreto afirmar:

Sobre as características da prosa da segunda fase do modernismo no Brasil é incorreto afirmar:

a produção literária dessa fase buscou apresentar um retrato mais objetivo da realidade.
a literatura destrutiva dessa fase foi essencial para criar uma abordagem menos politizada.
o uso da linguagem coloquial e dos regionalismos marcaram os romances publicados nessa fase.
o regionalismo nordestino representou uma das principais expressões do romance de 30.
a denúncia social e o engajamento político são duas fortes características da produção desse período.
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A seca é metáfora recorrente na literatura, especialmente no segundo período modernista. Assinale a alternativa correta em relação às obras que apresentam cenas que caracterizam a brutal realidade dos retirantes nordestinos.

A seca é metáfora recorrente na literatura, especialmente no segundo período modernista. Assinale a alternativa correta em relação às obras que apresentam cenas que caracterizam a brutal realidade dos retirantes nordestinos.

O Quinze, de Raquel de Queiroz; Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Menino de Engenho, de José Lins do Rego; Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa
A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade; Os Sertões, de Euclides da Cunha
Um Lugar ao Sol, de Érico Veríssimo; A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector
Capitães da Areia, de Jorge Amado; Urupês, de Monteiro Lobato
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Em A Bagaceira, de José Américo de Almeida, notam-se uma atitude reivindicatória, em face do meio hostil e decadente que descreve, e a adequação da linguagem ao assunto tratado. Essas serão, posteriormente, características marcantes:

Em A Bagaceira, de José Américo de Almeida, notam-se uma atitude reivindicatória, em face do meio hostil e decadente que descreve, e a adequação da linguagem ao assunto tratado. Essas serão, posteriormente, características marcantes:

Do moderno teatro brasileiro, realizado por Oswald de Andrade e Nélson Rodrigues.
Da poesia concreta, que busca descobrir a linguagem literária, mais adequada à descrição da realidade brasileira.
Da prosa coloquial e regional dos contos de Antônio de Alcântara Machado.
do romance regionalista da década de 30.
do romance psicológico, desenvolvido por Lygia Fagundes Telles e Ciro dos Anjos.
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Refere-se a José Lins do Rego a seguinte afirmação:

Refere-se a José Lins do Rego a seguinte afirmação:

Tão próximo do estilo oral, ele nos narra o que viu e o que sabe da vida do Nordeste, sobretudo da agonia dos engenhos e das personagens que não se livram do peso do passado.
Seu regionalismo é saboroso e arrebatador, transportando-nos para o tempo heroico das sagas gaúchas e fazendo-nos viver as histórias violentas das famílias em conflito.
Em seus contos de estreia já se podia prever o grande romancista, podia-se pressentir o fôlego maior de uma linguagem revolucionária, aberta à invenção e ao falar sertanejo das suas Gerais.
Suas personagens podem parecer secas como a natureza da caatinga, mas isso não lhes elimina a complexidade psicológica, que este autor faz ver com seu estilo duro, preciso, objetivo.
Ninguém o superou em sua forma de ironizar, em sua capacidade de tratar dos assuntos mais graves com um humor impiedoso, fruto da inteligência e da melancolia.
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