1
O verbo poder é considerado um modalizador da nossa língua por contribuir para a construção de sentido do discurso, determinando o modo como se diz aquilo que é dito. Observe, portanto, os enunciados abaixo e explicite o sentido que o verbo poder assume em cada um deles. a) "Dutcher pode escrever substantivos, adjetivos ou advérbios sem qualquer dificuldade." (linha 11) b) Um derrame pode lesar uma área do cérebro onde os verbos são processados.
No enunciado (b), o verbo poder traz a idéia de ter capacidade, e no (a), de possibilidade.
No enunciado (a), o verbo poder traz a idéia de ter capacidade, e no (b), de possibilidade.
2
"Tem uma palavra que conheço mas que não consigo pegar." (linha 5) O trecho em destaque reproduz a fala de uma pessoa em que fica marcado o registro coloquial de linguagem. Como você poderia reescrever esse trecho usando o registro formal?
Há (Existe) uma palavra que conheço mas que não consigo lembrar(recordar).
Existe uma palavra que conheço mas não consigo me recordar
3
O enunciado a seguir é ambíguo por apresentar mais de uma possibilidade de leitura: Desfaça a ambiguidade, deixando clara uma dessas leituras.
A indicação trouxe benefícios para a pesquisa, feita pelo neurocientista
A indicação que o neurocientista fez trouxe benefícios para a pesquisa
4
Imagine a seguinte situação: o paciente X, que apresenta o mesmo quadro clínico da Sra. Dutcher, deve escrever, agora, a primeira estrofe do poema de Drummond (Texto 2), ditada por seu médico. Transcreva dessa estrofe todas as palavras que poderiam apresentar dificuldades para X.
chateia-se, tica, pisa, experimenta, ir, humaniza
chateia-se, faz, toca, desce, pisa, planta, experimenta, coloniza, civiliza e humaniza.
5
Comemora-se este ano o centenário de nascimento daquele que é considerado o "poeta maior" de nossa literatura, o mineiro Carlos Drummond de Andrade. Sua extensa obra em poesia e prosa retrata um brasileiro voltado para a cultura de seu país, um homem preocupado com as questões de seu tempo, um poeta devotado à sua arte. Indique, a partir da leitura de "O Homem; as Viagens", três aspectos que caracterizam a literatura modernista brasileira, exemplificando com passagens do poema.
Liberdade formal; uso de uma linguagem coloquial; inventividade expressional.
Opiniões incertas; uso de linguagem formal; Expressões regionais.
6
Texto 3 A diferença entre a vaidade e o orgulho consiste em que este é uma convicção bem firme de nossa superiorida- de em todas as coisas; a vaidade, pelo contrário, é o desejo que temos de despertar nos outros esta persuasão, com a esperança secreta de chegar por fim a convencer a nós mesmos. O orgulho tem, pois, origem numa convicção interior e, portanto, direta; a vaidade é a tendência de adquirir a auto-estima do exterior e, portanto, indiretamente. A vaidade é faladora, o orgulho silencioso. Mas o homem vaidoso deveria saber que a alta opinião dos outros, alvo de seus esforços, se obtém mais facilmente por um silêncio contínuo do que pela palavra, mesmo quando ha para dizer as coisas mais lindas. Não é orgulhoso quem quer; pode-se, no máximo, simular o orgulho, mas, como todo papel de convenção, não logrará ser sustentado até o fim. Porque é apenas a convicção profunda, firme, inabalável que se tem de possuir méritos superiores e valor excepcional que dá o verdadeiro orgulho. Esta convicção pode até ser errônea, ou fundada apenas em vantagens exteriores e de convenção, mas, se é real e sincera, em nada prejudica o orgulho. Pois o orgulho tem raízes na nossa convicção e não depende, assim como sucede com qualquer outro conhecimento, do nosso bel-prazer. O seu pior inimigo, quero dizer o seu maior obstáculo, é vaidade, que apenas leva o indivíduo a solicitar os aplausos alheios para, em seguida, formar uma opinião elevada de si mesmo; ao passo que o orgulho supõe uma opinião já firmemente arraigada em nós. Há quem censure e critique o orgulho; esses sem dúvida nada possuem de que se orgulhar. O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2ª Edição Revista e Ampliada) lista, entre os possíveis significados de orgulho, os seguintes: (i) sentimento de dignidade pessoal; (ii) amor próprio demasiado. Na sua opinião, o autor privilegia algum desses dois sentidos na descrição que faz do orgulho? Justifique sua resposta.
O autor privilegia o sentido (i), "sentimento de dignidade pessoal", na medida em que afirma, repetidas vezes, que o orgulho tem origem em uma convicção interior dos próprios méritos, do próprio valor.
O autor privilegia o sentido (ii), "sentimento de dignidade pessoal", na medida em que afirma, repetidas vezes, que o orgulho tem origem em uma convicção interior dos próprios méritos, do próprio valor.
7
Retire do texto um período que explicite cada uma das seguintes idéias: a) Há menos chance de se obter um boa imagem pública com autopromoção do que com discrição.
"Não é orgulhoso quem quer; pode-se, no máximo, simular o orgulho, mas, como todo papel de convenção, não logrará ser sustentado até o fim." (linhas 15-17)
"Mas o homem vaidoso deveria saber que a alta opinião dos outros, alvo de seus esforços, se obtém mais facilmente por um silêncio contínuo do que pela palavra, mesmo quando há para dizer as coisas mais lindas." (linhas 10-15)
8
A que se refere, no primeiro parágrafo, a expressão "esta persuasão" (l. 4)?
Com a expressão "esta persuasão", faz-se convicção que o vaidoso não deseja despertar nos outros de sua superioridade em todas as coisas.
Com a expressão "esta persuasão", faz-se referência à convicção que o vaidoso deseja despertar nos outros de sua superioridade em todas as coisas.
9
Estabeleça uma relação entre o poema e a seguinte frase, também de autoria de Manoel de Barros: "Não gosto de palavra acostumada".
A frase e o poema não tematizam a tensão entre os significados "acostumados" -- estabelecidos, estabilizados, dicionarizados.
A frase e o poema tematizam a tensão entre os significados "acostumados" -- estabelecidos, estabilizados, dicionarizados -- e significações outras, que podem advir de usos vocabulares inusitados (como "descomeço") e combinações lingüísticas incomuns (como "eu escuto a cor dos passarinhos").
10
Na coluna O que eles estão lendo (Caderno Idéias, 21/08/99), entrevistam-se profissionais de diversas áreas, pedindo-se que indiquem suas últimas leituras. Ao ser entrevistada recentemente, a coreógrafa Regina Miranda forneceu informações que podem ser resumidas nos seguintes itens: Está preparando um novo trabalho com a sua companhia Em função do novo trabalho, está lendo poemas de Jalaleddin Rumi Jalaleddin Rumi é um poeta persa que viveu no século XIII Jalaleddin Rumi é considerado o maior poeta místico de toda a tradição muçulmana Jalaleddin Rumi pode ser comparado com Shakespeare e Dante Está lendo não só poemas de Jalaleddin, mas também todo o material que conseguiu sobre ele Articule todas essas informações em um texto de, no máximo, três períodos, sendo ao menos um deles composto por subordinação.
Em função do novo trabalho que está preparando com sua companhia, Regina Miranda vem lendo poemas de Jalaleddin Rumi, poeta persa do século XIII, que é considerado o maior poeta místico de toda tradição muçulmana, comparável a Shakespeare e Dante. Regina está lendo não apenas poemas de Jalaleddin Rumi, como também todo material que conseguiu sobre ele.
Em função do novo trabalho que está preparando com sua companhia, Regina está lendo não apenas poemas de Jalaleddin Rumi, como também todo material que conseguiu sobre ele.
