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(Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles
Entravam em conflito.
Recorriam aos clérigos.
Consultavam os anciãos.
Apelavam aos governantes.
Exerciam a solidariedade.
2
(PUC-PR) Étienne de La Boétie, ao criticar a natureza humana de acomodar-se diante das virtudes de quem pretende governá-los, aponta que esses súditos solapam os fundamentos da liberdade e da escravidão. As reflexões do filósofo colocaram em evidências ideais centrais da sua teoria. Analise as afirmativas e assinale a alternativa que demonstra a relevância desses ideais.
A racionalidade lógica possibilita aos governantes e aos governados o domínio dos atos cometidos, o que estabelece, nessa relação, a confiança não atrelada aos bens materiais, aos laços afetivos que estabelecem o poder centralizado nas mãos de um grupo que se dispõe a governar.
A liberdade é a única coisa que os seres humanos desejam e por isso obtê-la exige um sacrifício de não perdê-la de forma tão fácil para um tirano.
Encontramos nas lideranças que nos oferecem a proteção e a governabilidade defesa da prerrogativa do Estado forte que estrutura os mais dotados à liderança do comando.
Explica-se a submissão por meio de covardia. Existe uma separação clara entre liberdade e escravidão. Nesse caso, os seres humanos que se submetem à escravidão, doam-se por inteiro a um domínio tirânico de forma completamente voluntária. Julga-se que poderá vir sempre bem e nunca mal de quem um dia lhes fez bem.
A virtude naturaliza o ser humano a viver livre, a ponto de fazê-lo não perder a lembrança de sua primeira condição; o desejo de liberdade como um ato incondicional a sua existência.
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(Enem 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado). Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao:
rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.
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(Enem 2018) TEXTO I Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. Levlatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983 TEXTO II Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J.-J Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado). Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma:
submissão ao transcendente.
tradição epistemológica.
condição original.
vocação política.
predisposição ao conhecimento.
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(Unioeste 2011) No itinerário histórico-cultural ocidental de estruturação do pensamento filosófico-político sobre a origem e fundamento do Estado e da sociedade política, encontra-se o modelo de pensamento contratualista (jusnaturalista), tendo em Hobbes, Locke e Rousseau filósofos relevantes na discussão dos elementos estruturais deste modelo. Segundo Norberto Bobbio, este modelo é “construído com base na grande dicotomia ‘estado (ou sociedade) de natureza/estado (ou sociedade) civil’”, e contém “elementos caracterizadores” deste modelo. Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Na concepção política de Aristóteles, o homem é, por natureza, um ser insociável e apolítico.
Na concepção política de HOBBES, o estado de natureza é tido como um estado de guerra generalizada, de todos contra todos.
Na concepção política de HOBBES, o poder soberano que resulta do pacto de união, por ser soberano, tem como atributos fundamentais ser um poder absoluto, indivisível e irrevogável.
Contrapondo-se a Hobbes, Locke concebe o estado de natureza como um estado de “relativa paz, concórdia e harmonia”.
Na concepção política de Locke, a passagem do estado de natureza para o estado civil se realiza mediante o contrato social que é um pacto de consentimento unânime de indivíduos singulares para o ingresso no estado civil.