𝗠𝘆 𝗟𝗶𝗳𝗲 — (𝗣𝗮𝗿𝘁. 𝟬𝟴) | 𝗤𝘂𝗶𝘇𝘂𝗿

- 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐏𝐄𝐓𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍 -

Quando a Bella não respondeu, inicialmente eu fiquei nervoso. Por fora, eu tentava ao maxímo mantér a compostura, mas por dentro eu estava surtando.

Minhas mãos estavam bem mais suadas e meu coração já se podia ouvir as palpitaçōes.

Bella: Ah... É, bem...- Quando ela começou a enrolar demais eu já sabia o que iria responder. Fiquei aliviado mais passei a olhar para ela com cara de paisagem. - Sim. - Um sorriso risonho se forma em seus lábios.

Arthur: Não teve graça.

Bella: É porque não viu sua cara. - Ela ri enquanto eu reviro meus olhos.

Arthur: Termina logo sua sobremessa pra gente ir embora.

Bella: Respeite sua namorada.

Arthur: Vou respeitar no carro.

Me levantei para ir até o caixa pagar a conta e não resisti a uma casquinha de sorvete. Quando retornei para a mesa, Bella já havia acabado e não poupou nem o pedido que eu aposto deve ter dado um trabalhão para fazerem.

Bella: Vamos?

Arthur: Vamos.

Assim que ela se levantou, entrelacei sua mão na minha e a guiei até a porta.

- 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Assim que chegamos em casa, olhei a hora em meu celular e viu que ainda faltavam alguns minutos até o horário estípulado por Alec.

Me virei na direção de Arthur e o puxei pelo colarinho para um beijo. Ele tinha gosto de sorvete de hortelã.

Uma onda de calor me invadiu no momento em que nossos lábios se cruzaram e estava queimando meu corpo por inteiro.

Aprofundei minha cabeça para o lado para que pudesse explorar sua boca com a minha língua. Ele logo fez a mesma coisa.

Arthur finalizou o beijo mordiscando de leve meu lábio inferior, o que só me deixou querendo mais.

Eu o desejava. Eu sabia disso. E ele parecia saber disso. Não era mais virgem, portanto não havia nada que nos impedisse.

Arthur: É melhor você entrar. Antes que seus irmãos apareçam armados. - Não pude evitar um sorriso.

Bella: Boa noite.

Arthur: Boa noite.

Nos despedimos com um selinho e assim que eu desci do carro, o observei se afastar.

Passei pela segurança e não consegui evitar um sorriso bobo em meu rosto.

Quando entrei em casa, não havia ninguém além de minhas irmãs. Subi então direto para o meu quarto. Estava cansada e tudo o queria queria agora era dormir profundamente.

- 𝐆𝐑𝐄𝐆𝐎𝐑𝐘 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

— 𝗦𝘁𝗮𝘃𝗿𝗼𝗽𝗼𝗹 𝗥ú𝘀𝘀𝗶𝗮. 𝟬𝟳 𝗱𝗲 𝗼𝘂𝘁𝘂𝗯𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟭𝟳. 𝗦𝗮𝗯á𝗱𝗼.

| 08:00 am |

Por ser sabádo consegui dormir um pouco mais do que o habitual. Não conseguia parar de pensar na noite passada e na figura mascárada testemunhada por Daphne.

Quando desci para o café da manhã, fui direto em direção à Fred que se servia na mesa.

Greg: Bom dia.

Fred: Bom dia, irmão.

Greg: Conseguiu dormir?

Fred: Não muito. E você?

Greg: Não muito. Passei a noite pensando naquele cara mistérioso. Daphne podia ter se machucado seriamente.

Fred: Eu sei. Também pensei nisso. Mas é melhor deixarmos o que aconteceu só entre a gente. Não sabemos quem era nem com o que estamos lidando. Pode ter sido só um palhaço com fantasia querendo pregar uma peça que deu errado.

Greg: É... Pode ser.

Pensei por um momento em suas palavras, mas aquilo não me pareceu ser apenas um acidênte. Foi muita conhecidência eu ter me afastado na mesma hora em que a Daphne foi atacada. Parecia até arquitetado.

Fui tirado de meus pensamentos por minhas irmãs que adentraram na sala.

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Depois do café, resolvi ir até o celeiro novamente e procurar por algo, sem o conhecimento de meu irmão, é claro.

Havia chovido a madrugada toda e o lugar estava todo lamascento. A brisa fresca da manhã e o tempo nublado ajudaram a criar uma atmosfera de suspense ao local.

Adentrei no celeiro e não parecia haver nada fora do lugar. Havia apenas esterco e capim pra todo lado.

Subi então para o andar de cima, onde também havia palha para todo lado. Já estava sem esperanças e achando que tudo não passava de uma paranóia da minha cabeça, até encontrar um objeto preto escondido entre duas caixas de madeira.

Tratava-se de uma caixa de som que reproduzia sons de passos e galhos sendo quebrados, exatamente o mesmo som que Fred e eu ouvimos.

Eu sabia! Não foi acidênte e não foi uma pegadinha. Foi intecional. Mas quem? Quem faria isso e por quê?

Meu coração quase saiu pela boca quando escutei um maldito passáro piando pelo céu. Tomei outro susto quando ouvi uma notificação em meu celular. Suspirei alíviado ao perceber que era apenas Barry.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗡 _

Barry: Cadê você? Vamos jogar poker daqui a pouco.

Greg: Já estou indo.

Barry: Tá.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗙𝗙 _

Olhei o lugar de relance uma última vez antes de descer. Coloquei minhas mãos dentro dos bolsos de meu casaco assim que fui invadido por uma brisa fria de ventania.

Escutei outra notificação em meu celular e não pude evitar de revirar os olhos imaginando ser Barry novamente. Mas não era... Era um número desconhecido.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗡 _

D/C: Cuidado! Quem pega por último pega melhor.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗙𝗙 _

Não pude evitar de franzir o cenho da testa ao ler aquela mensagem particurlarmente curiosa.

Tive uma forte impressão de estar sendo observado, mas se estivesse, quem quer que fosse estava muito bem escondido.

Resolvi sair dalí logo antes que alguém aparecesse ou pior, se tratasse da mesma pessoa que atacou Daphne ontem.

- 𝐀𝐋𝐄𝐗𝐀𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

| 08:40 am |

Alguns minutos após o café, me reuni com meus irmãos no jardim lateral para treinarmos esgrima.

Seria bom poder focar minha raiva e desilusão em algo agora. Tenho passado do limite com aquela arrogante insubordinada, também conhecido como Kate.

Minha primeira luta seria com Harry, que apesar de jovem, vinha demonstrando grande habilidade com o florete.

Após a saudação, marchei em sua direção aue defendeu-se com exito de meus ataques.

Alec: Ela é presunçosa, arrogante e uma sabe-tudo.

Harry: Realmente, uma chata.

Travis: Ainda mais porque é você o sabe-tudo em qualquer ocasião.

Olhei de relance para meu irmão com um olhar irritadiço antes de movimentar-me com mais agilidade na direção de Harry e atingi-lo com ma estocada.

Harry: E vai vencer todos os duelos hoje.

Alec: Menos conversa, mais esgrima irmão.

Travis sai de sua posição como espectador e caminha em direção a Harry que lhe entrega o florete.

Harry: Boa sorte.

Enquanto Travis e eu nos posicionamos, Harry senta-se no banco para descansar e observar o duelo.

Travis: Pronto?

Após a saudação, Travis marcha em minha direção que desvio de seus ataques apenas com minha espada e sem muito esforço.

Alec: Sabem por que eu sempre venço?

Travis: Porque quando perde você diz que trapasseamos.

Após desviar de maneira tática com seu florete, Travis me atinge nas costas marcando um ponto. Trocamos de lado e nos posicionamos novamente.

Alec: Porque eu sei quais são os meus deveres, os meus objetivos e como alcançá-los. E é o que eu pretendo fazendo da Lydia minha noiva. - De forma um pouco mais agressiva, consegui atingir Travis com uma parada. - Lydia e eu combinamos. Ela é uma boa líder. Quer ter filhos. É uma escolha adequada.

Travis: O que ele quer dizer é que não sobrou outra garota na cidade.

Harry: Você exige muito de si. Sua vida seria bem mais fácil se escolhesse alguém com uma prima menos resistente. - Saí de minha posição para olhar de forma fulminante para meu irmão.

Alec: E por que eu devo admitir a derrota? - Fechei meus olhos e respirei fundo para me acalmar, enquanto mais uma vez posicionava-me de frente para Travis para iniciarmos novamente. - Não importa qual garota eu escolha, vai sempre existir um pai obstinado ou uma tia intrometida em cena. - Meus dois irmãos se entreolham de forma risonha enquanto eu sentia meu sangue ferver mais uma vez. - Não vai ser uma prima, ainda mais uma garota mais nova do que eu, que vai me impedir de conseguir o que eu quero.

Travis: "Quem" você quer, não?

Retribuindo da mesma hostilidade, Travis me nocauteia com uma balestra. O que, devo admitir, me deixou sem reação.

Harry: Ainda é um duelo amistoso ou é melhor eu buscar uma armadura?

Alec: É isso que você não entende, irmão. - Olhei para Harry antes de cutucar Travis na bund@ com meu florete. - Travis me hora por não se conter. Assim como agora eu vou honra-lo.

Ambos nos colocamos em posição de saudação, antes de brandirmos nossas espadas. Parti da minha posição de guarda movendo-me em sua direção e, o fazendo recuar. Fiz o movimento da flecha o atingindo com velocidade e agilidade e até mesmo o fazendo cair na grama.

Travis: Quanta honra! - Ergui minha mão para ajuda-lo a levantar.

Alec: Obrigado, cavalheiros, pelo exercício estimulante. Agora eu vou garantir minha última vitória do dia. Me desejem sorte.

Caminhei em direção a casa enquanto os dois loiros permaneceram treinando.

- 𝐀𝐋𝐄𝐗𝐀𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Logo após o treino com meus irmãos, troquei minha roupa e fui até a casa das Hofferson. Fui recebido por Ruby que me deixou entrar e subiu para chamar Lydia.

Seria um pouco estranho ver a matriarca agora que conheço o parentesco entre ela e Melissa, mas estava mais preocupado com o meu encontro inevitável com a mais velha das irmãs.

Reconheço que sou um pouco irritado demais, mas pra quem é o primogênito de uma família com doze, se não for irritado ao limite então é um doido varrido.

Apesar de meu gênio irritadiço, havia algo em Kate Hofferson que eu não conseguia explicar... Nunca me senti tão irritado com alguém como com ela. Ela desperta algo em mim que nem eu mesmo conhecia...

Fui retirado de meus pensamentos pela portadora dos mesmos. Como sempre, pelo menos na minha presença, Kate estava com o semblante irritado e desdenhoso. Alguém parece ter acordado de mau humor hoje.

Kate: Será que eu preciso ser mais clara.

Alec: Talvez. Já que não me deu uma boa elaboração. - Como esperado, ela cerra seu olhar em minha direção.

Kate: De fato, é só um joguinho.

Alec: Não vim aqui pra isso.

Kate: E o que está fazendo com a minha prima senão tirando proveito de uma garota enlutada?

Alec: A questão com a Lydia não é uma farça, como ensinua.

Kate: E ainda questiona o meu julgamento.

Alec: Apenas porque questiona o meu.

Kate: Eu nunca conheci um homem tão arrogante...

Alec: Nem me conhece!

Kate: Eu sei que é educado e cauteloso, que faz promessas sem dizer uma palavra. Não há nada mais que eu precise saber.

Alec: Isso é por causa do que ouviu na festa? Age como se eu fosse o vilão quando toda mulher na Rússia quer o tipo de casamento que eu ofereço. Deixou bem claro sobre o que quer e o que não quer, mas já parou para pensar que isso se trata do que a sua prima quer?

Nossa discussão foi interrompida por Lydia e as outras duas irmãs Hofferson que adentraram na sala.

Lydia: Alec. Oi.

Alec: Oi. Courtney. - Lancei um sorriso simpático em direção as duas irmãs mais novas.

Courtney: Bom dia, Alec.

Lydia: Você veio por causa do... - Seu olhar curva-se na direção de suas primas que desconheciam a realidade a qual viviamos. - Relatório?

Alec: Na verdade, eu vim convida-la, bem como a sua família, para se juntar a minha família no próximo fim de semana na nossa casa de campo.

Ruby: Quer dizer em Aubrey Hall? - Seus olhos iluminam-se imediatamente.

Alec: Hurrum.

Lydia: Nós adoramos o convite.

Courtney: E com certeza aceitamos.

A mais velha pigarreia e lança um olhar fulminante para as irmãs que rapidamente lembram-se que a mesma estava presente. Courtney e Ruby agarram cada uma um dos braços de Kate e lhe olham de forma infantil. O típico olhar de irmão mais novo que faz qualquer irmão mais velho se derreter...

Courtney e Ruby: Deixa. - Kate revira seus olhos e solta um grunhido irritado.

Kate: Ah! Tá bom. - As duas mais novas gritam empolgadas.

Alec: Maravilha! Agora eu tenho que ir. Meu pai e meu tio não estão e meus irmãos colocam aquela casa de cabeça pra baixo sem supervisão.

Lydia: Eu te acompanho até a porta.

Alec: Obrigado. Até mais, meninas.

Coyrtney e Ruby: Tchau.

Passei pelas três garotas e caminhei com Lydia até a porta de entrada, mas não antes de olhar uma última vez para trás e ver o olhar fulminante da mais velha em minha direção.

Por que toda vez em que eu me obrigava a olhar para trás ela também olhava? Será que a nossa hostilidade mútua nos forçava a ter esse tipo de reação?

- 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

𝗦𝘁𝗮𝘃𝗿𝗼𝗽𝗼𝗹 𝗥ú𝘀𝘀𝗶𝗮. 𝟬𝟵 𝗱𝗲 𝗼𝘂𝘁𝘂𝗯𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟭𝟳. 𝗦𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮-𝗳𝗲𝗶𝗿𝗮.

O fim de semana passou voando. Foram dias de treinos intensivos e cansativos. Estava extremamente cansada e sonolenta, querendo apenas uma coisa... Minha cama. Mas tinha de ir para a escola.

O clima estava frio e nublado o que só corroborava mais para o meu sono. Talvez ter saído com Arthur ontem para o cinema e, ele ainda ter dormido secretamente no meu quarto pois estava caindo um temporal, tenham algo haver com isso.

Tomei meu café e me arrumei de forma um pouco mais desajeitada do que o normal. Mesmo com três xícaras de café ainda estava morta de sono.

Assim que fiquei pronta, por sinal em tempo recorde, me juntei a Layla em seu carro enquanto aguardavámos nossas irmãs.

Layla: Como foi o encontro?

Bella: Ótimo. Fomos a um restaurante.

Passei alguns minutos aguardando alguma de suas provocaçōes como: "E o Arthur aproveitou pra dormir no seu quarto" ou "para de mentir sua safada". Clássicas frases sarcásticas da Layla. Mas... Nada. Ela não disse nada. Seu olhar estava distante e seu rosto sempre iluminado e sorridente estava sério.

Layla: Hum... Que bom.

Luna e Max juntaram-se a nós no carro e por incrível que parece, tanto Layla quanto Luna ficaram caladas o percurso inteiro.

Tirei proveito desses minutos para colocar meus fones de ouvido, assim como minha irmã mais nova, e encostar minha cabeça no vidro para poder cochilar um pouco.

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Uma vez na escola, separei-me de minhas irmãs que foram direto para suas salas pois teriam prova, enquanto fui em direção ao meu armário pegar alguns livros.

Ouvi passos se aproximarem e quando olhei por cima de meu ombro, observei Chris e Maria aproximarem-se de mim.

Maria: Oi.

Bella: Oi. - Respondi de forma sonolenta e preguiçosa.

Chris: Nossa. Você tá acabada. - Estreitei meus olhos antes de olha-lo enquanto Maria deu uma cotovelado em seu braço.

Maria: Para com isso, Chris. Ela não tá acabada, só tá meio cansadinha.

Bella: Obrigada, Maria. - Olhei de forma sarcástica na direção de Chris que apenas deu de ombros.

Chris: O que aconteceu?

Pensei um pouco antes de dizer qualquer coisa pois séria constrangedor demais admitir que passei a noite com Arthur e ainda dividi uma cama com ele.

Bella: Me empolguei assistindo uma série e fui dormir às 04:00 da manhã.

Chris: Isso que dá ser viciada.

Fechei meu escaninho e fui acompanhada por Chris e Maria até minha sala.

- 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Durante o intervalo, toda a nossa turma, com exceção de Arthur e Vitor, estava reunida no refeitório enquanto lanchavamos.

Greg: O Vitor não veio?

Layla: Ficou com a mãe no hospital, enquanto ela faz alguns exames.

O silêncio tomou conta da mesa após as palavras de Layla. Desviei meu olhar para a entrada do refeitório onde pude avistar Arthur caminhando em nossa direção com um semblante preocupado e receoso. Ele senta-se ao lado de Maria e me lança um meio sorriso.

Arthur: Oi.

Todos: Oi.

Maria: O que foi? - Arthur suspira.

Arthur: Jasper.

Maria: O que aquele corn* fez dessa vez?

Arthur: Ele disse pra mim te avisar - Seu olhar recaí sobre Chris. - que não tem medo de um confronto direto e, que ao invés de agirmos como um bando de covardes atacando discretamente, deviamos agir como homens e atacar de frente.

Chris: Manda ele se ferr@r! - O semblante antes calmo e sereno de Chris agora estava levemente irritado.

Chris larga seu garfo e pega o meu pulso e o de Layla, já que ambas estavámos ao lado dele e, faz um sinal com a cabeça para os outros para o seguirem.

O Carson nos arrasta até uma sala de aula vazia onde o mesmo fecha a porta assim que todos entram.

Layla: Podia simplesmente ter chamado.

Chris: Desculpa. Arthur, o que mais ele disse?

Arthur: Ele só disse que não tem problema em "passar o rodo".

Greg: Como assim?

Max: Significa matar muita gente.

Chris: O que aconteceu lá? Você sabe? - Sua atenção mais uma vez direciona-se à Arthur.

Arthur: Pelo que eu soube a polícia estava lá quando chegaram.

Ruby: Isso não faz sentido. Como a polícia sabia?

Chris: Não percebem? Alguém avisou pra eles. Isso quer dizer que temos um traidor entre nós.

Layla: Quem mais não estava lá?

Arthur: Até onde eu sei, só a gente.

Jeremy: E o que pretendem fazer?

Chris: Se é briga que ele quer, é briga que ele vai ter. Hoje a noite vamos atacar de novo. Só que dessa vez só vai gente de confiança. Alguém pode avisar ao Vitor?

Layla: Eu falo com ele.

Chris: Beleza. E até eu descobrir quem é o traidor, essa história fica entre a gente.

- 𝐋𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

| 02:35 pm |

Ao sair da escola, deixei meus irmãos em casa e fui até o hospital me encontrar com Vitor.

Estava chovendo e minha visão de dentro do carro estava meio embassada, mas logo fui capaz de avista-lo na entrada do edíficil me esperando.

Sai do carro e caminhei com passos calmos em sua direção. Meu coração estava mais acelerado e eu sentia algo estranho dentro de mim. Como se fosse um sentido me alertando de algo ia acontecer.

Uma vez de frente para ele, pude observar seu semblante distante e triste. Eu o conhecia bem para saber que tudo o que ele queria era chorar e gritar, mas tentava se manter forte.

Vitor: Oi. - Sua voz saiu baixa, quase inaudivel.

Layla: Oi.

Vitor: Sua mensagem disse que era importante. Aconteceu algo?

Layla: Já sabe o que aconteceu durante a tentativa de ataque ao Jasper, não é? - Ele concorda com a cabeça. - Chris suspeita que temos um traidor entre nós que avisou ao Jasper. A gangue vai atacar hoje a noite de novo. Você vai?

Vitor: Não sei. Vai depender do horário de descanso do meu pai. Estamos nos revesando pra ficar com a minha mãe.

Layla: Como ela está? - Vitor abaixa seu olhar e suspira profundamente.

Vitor: Eu não tô afim de falar disso, Layla. - Mordi meu lábio inferior e reuni coragem para confronta-lo.

Layla: Sabe que uma hora vai ter que falar. Se não comigo com alguém. - Ele ergueu sua cabeça novamente e pude ver um brilho diferente em seus olhos. Algo que eu nunca havia visto antes.

Vitor: Virou piscóloga agora? De todas as pessoas você era quem mais deveria entender. Quando seu irmão morreu eu não fiquei te enchendo de perguntas. - Seu tom de voz estava mais ríspido e grosso.

Layla: Ah! Então você acha que é isso que eu estou fazendo? - Meu tom de voz saiu um pouco mais alto do que o normal.

Ambos ficamos em silêncio por alguns segundos, ouvindo apenas o som da chuva caindo.

Vitor: Quando seu irmão morreu você me disse que precisava de uns dias pra entender tudo o que tava acontecendo. E... Eu respeito você, por querer tirar um tempo pra si mesma. Mas... Agora eu também preciso de um tempo. - Olhei no fundo de seus olhos e não demorei para entender onde ele queria chegar. - Desde que a minha mãe foi diagnósticada, isso afetou a minha relação com todos a minha volta. Minha família, meus amigos... Você. Eu só... Preciso de um tempo.

Layla: Quando você diz tempo... O que você... O que quer dizer? - Olhei fixamente em seus olhos castanhos e distantes. - Você quer um tempo da sua mãe? Um tempo de mim? - Seu rosto se contraiu, como se ele estivesse segurando o choro.

Vitor: Eu não tô bem agora... E eu não vou ficar bem até resolver essa questão sozinho. - Senti algo se revirando em meu estômago, meus ombros caírem e minha boca se entreabrir. - E eu só preciso de um tempo pra fazer isso. Mas... Isso não quer dizer que não podemos ser amigos.

Layla: Só não... Namorado e namorada. - Senti um nó se formar em minha garganta e segurei minhas lágrimas.

Algo em mim foi destruído. Meu coração estava despedaçado. Parecia que alguém havia chutado meu estômago com força. Ele realmente estava terminando comigo.

Vitor: Eu nem sei se isso é alguma coisa que eu quero... Eu sei que eu preciso.

Layla: É... Olha, eu entendo. Eu sempre vou querer o que é melhor pra você. Você sabe disso. - Ficamos em silêncio por um tempo absorvendo tudo o que estava acontecendo. - Então... É melhor... É melhor eu ir embora.

Vitor: Tá. - Seus olhos estavam vermelhos e pude vir suas mãos tremulas.

Me virei e caminhei até o meu carro. As lágrimas que eu tanto segurei agora jorravam por meu rosto. Senti um nó enorme em minha garganta agora sair em meio aos meus soluços discretos.

Parei no meio do caminho e senti os pingos de chuva se mesclarem as minhas lágrimas. Olhei por cima de meu ombro e pude ver que Vitor estava imóvel.

Soltei um longo suspiro e entre em meu carro. Dei partida e dirigi em direção a minha casa.

- 𝐋𝐔𝐌𝐈𝐍𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

| 03:00 pm |

Assim que cheguei em casa, me dirigi ao meu quarto para fazer algumas tarefas.

Em determinado momento, ouvi uma notificação em meu celular e o peguei para ver do que se tratava.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗡 _

Nate: Me encontra no jardim em cinco minutos. Preciso conversar com você.

Luna: Não dá. Meu pai tá em casa.

Nate: Eu prometo que vai ser rápido.

_ 𝗠𝗘𝗡𝗦𝗔𝗚𝗘𝗡𝗦 𝗢𝗙𝗙 _

Fiquei receosa quanto à isso mas também estava curiosa. Estava me metendo em uma enrascada, eu sei disso, mas talvez valesse a pena.

Guardei meu caderno e meus livros e desci discretamente para o andar de baixo. Por sorte, meu pai e meus irmãos estavam assistindo jogo.

Quando já estava chegando na porta dos fundos, senti meu sangue gelar e minha alma sair do corpo ao me deparar com Casey.

Casey: Vai a algum lugar, senhorita?

Luna: Ahh... - Pensei em uma resposta prática, já que Casey me analisa minuciosamente. - Eu vou estudar no jardim. O clima está bem mais agradável.

Casey: É mesmo? E onde está seu caderno? - Droga! Ele era bom. Casey apeoximou-se um pouco mais para sussurrar algo. - Nate está no carro do outro lado do jardim. - Não pude evitar um leve sorriso de canto.

Luna: Obrigada, Casey.

Casey: Seja rápida.

Atravessei o jardim e logo avistei o carro de Nate estacionado atrás do muro.

Abri a porta do banco do passageiro e sentei-me ao lado do Bass. Um sorriso gentil formou-se no rosto de Nate, o que de certa forma, o deixava bem atraente.

Nate: Oi.

Luna: Oi. Então, por que me chamou aqui?

Nate: Eu sei que você disse que não quer nada mais do que amizade, mas eu aindei pensando e, por que temos que acabar o que tinhamos?

Luna: O que quer dizer?

Nate: Ainda podemos ser amigos e também podemos ficar de vez em quando. Como... Uma amizade com bônus. Ou amantes, se você preferir. - Serrei meus olhos e olhei de forma relutante.

Luna: Eu não sei, Nate.

Nate: Pensa só. Seria como um romance proibido. Igual a Romeu e Julieta ou qualquer outro casal que tenha tido um final feliz.

Olhei no fundo de seus olhos e soltei um longo suspiro. Pensei por alguns instantes na possibilidade e recordei-me de tudo o que já passamos juntos. Do nosso primeiro beijo... Nossa primeira vez... Em como ele me trouxe conforto durante o momento mais díficil da minha vida...

Nate era especial para mim de várias formas distintas. Era um dos únicos amigos que eu tive, fora meus irmãos. Meu primeiro romance. O primeiro e único garoto com quem eu já trans&i. Meu primeiro amor... Aí é que estava... O amor.

Quando criança, lembro-me de pedir para minha mãe e madrasta me contarem detalhes de como era estar apaixonada e de como seria a sensação do meu primeiro amor.

Minha mãe e meu pai foram e sempre serão o primeiro amor um do outro. Isso nunca vai mudar. O que eles tiveram foi algo único e avssalador. Foi o mesmo que Melissa teve com meu falecido tio Jacob.

Eu pensava estar apaixonada quando me envolvi com Nate. Porém, agora eu vejo que não. Ele não me causava borboletas no estômago, nem me fazia perder o fôlego ou ser capaz de não fazer nada se não pensar em sua presença.

Eu não amava Nathaniel Bass. Nunca amei e nunca amarei. Então, agora não me restava outra escolha se não encarar seus olhos claros confiantes.

Luna: Eu... Não. - Seu sorriso cai por terra e seu olhar antes radiante me fita completamente atônito. - Não posso.

Nate: O-O quê? Por quê?

Luna: Nate... Acho você um cara legal mas é só isso. Não adianta querer se enganar porque eu sei que você não me ama. E eu mereço mais do que isso.

Nate: Então é isso? Vai terminar por aqui?

Luna: Nos conhecemos desde o berço. Nossos pais são melhores amigos. Se não quiser mais falar comigo eu vou entender. Mas não posso continuar mentindo pra mim mesma em tentar acreditar que isso vai dar certo, porque não vai. O quanto antes você entender isso melhor.

Lancei um último olhar em sua direção antes de abrir a porta do carro e sair do mesmo.

Soltei um longo suspiro e inalei a brisa fresca do ar. Senti como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas. O alívio tomou conta de todo o meu corpo.

Estava mais calma e relaxada. Quase como que... Em paz. Essa sensação era realmente muito boa. Eu precisa enfrentar Nate e sair desse conto de fadas que eu mesma queria que acontecesse, mas que na verdade não passava disso. De um sonho.

Talvez eu ainda encontrasse o amor que desejava. O que eu merecia. E talvez até demorasse para acontecer, afinal só tenho dezessete anos. Mas, talvez, ele estivesse por aí... Aguardando esse momento assim como eu.

- 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐋𝐄𝐁𝐋𝐀𝐍𝐂 -

| 08:30 pm |

Após o jantar, subi para o meu quarto como de costume e liguei a TV para assistir algo. Troquei algumas mensagens com Arthur por alguns minutos até escutar batidas na porta. Logo pode observar um cabelo louro pela brecha da porta que revelou-se sendo Layla.

Layla: Oi.

Bella: Oi.

Layla: Eu só vim avisar que já vou. Tem certeza de que não quer vir?

Bella: Absoluta. - Seu semblante estava distante e entristecido.

Layla: Então, você e o Arthur estão namorando agora?

Bella: Sim. Ele me pediu quando saimos na sexta.

Layla: Fico feliz por você. - Ela me lança um sorriso triste.

Bella: Layla, aconteceu alguma coisa?

Layla: Eu terminei com o Vitor.

Bella: O quê? Ele está passando por um momento díficil. Por que não ficou do lado dele?

Layla: Na verdade, ninguém terminou com ninguém. Nós só decidimos que precisavamos de um tempo.

Bella: Ele vai hoje?

Layla: Eu não sei. Provavelmente não.

Bella: Você está bem? - Layla mordeu seu lábio inferior e evitou me olhar nos olhos.

Layla: Eu vou ficar. Agora... Eu tenho que ir. Tchau, maninha.

Bella: Tchau. Se cuida.

Layla: Você também.

Layla passou pela porta mas antes de fechar, dei entrada para Jeremy.

Jeremy: E aí. Mickey, Max e eu vamos tomar sorverte. Quer vir também ou quer que tragamos pra você?

Bella: Eu vou com vocês.

Jeremy: Beleza. Te espero no carro.

Bella: Tá.

Meu irmão retira-se do quarto e me deixa à sós finalmente. Levantei-me então da cama com um pulo e fui a procura de uma roupa, afinal estava trajando apenas uma calça folgada de moletom e uma blusa de time.

Escolhi uma calça jeans, uma blusa de manga curta branca, um par de tênis preto e uma jaqueta jeans.

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Assim que meus irmãos e eu chegamos na sorveteria, sentamos em uma mesa afastada e fizemos nossos pedidos.

Jeremy: Então, você e o Peterson estão namorando agora?

Bella: Sim.

Mickey: Eu devo confessar que isso me deixa um pouco triste.

Bella: Por quê?

Mickey: Você é mais nova do que eu por doze minutos. Sempre pensei que iria namorar primeiro. Mas aí você passou a minha frente.

Bella: Se não abrir o olho até a Max vai te ultrapassar.

Max: É impossível de acontecer. Não preciso e não quero um namorado.

Jeremy e Mickey: Muito esperta!

Meus dois irmãos disparam em uníssono. O clássico comportamente de irmãos gêmeos mais velhos protetores. Jeremy era mais velho do que Mickey por oito minutos e Mickey era mais velho do que eu por doze minutos, o que fazia Jeremy ser vinte minutos mais velho do que eu. Os dois me protegiam e defendiam com unhas e dentes, além de é claro, assustarem qualquer namorado em potêncial. Com a Maxine era pior ainda, já que ela nasceu seis horas e cinquenta e oito minutos depois de mim.

Admito que me irritava as vezes quando Jeremy e Mickey eram super protetores comigo, mas aí me lembrava de que eu também era assim com a Max de vez em quando.

Jeremy: Já que estamos só nós quatro, eu queria dizer uma coisa. Alison e eu estamos namorando. - Um sorriso largo forma-se no rosto de meu irmão.

Mickey e Max: O quê?

Max: Ficou maluco? Se o papai souber ele te mata!

Bella: Gente, pra que tanto alarde. Os dois se amam e querem ficar juntos. Não tem ninguém que seja capaz de impedir isso. - Max e Mickey entreolham-se com as sombrancelhas arqueadas.

Jeremy: Obrigado, Bells.

Max: Vocês dois enlouqueceram.

Bella: Só diz isso porque nunca se apaixonou. - Max apenas revira os olhos e delicia-se com seu sorvete.

Senti meu celular tocar em meu bolso e assim que o peguei, percebi ser uma ligação de Layla.

_ 𝗖𝗛𝗔𝗠𝗔𝗗𝗔 𝗢𝗡 _

Bella: Layla? Oi.

Layla: Oi. - Rapidamente pude escultar o tumulto do outro lado da linha e sons de tiros. - Você pode vir buscar a Maria? Ela não tá muito bem.

Bella: Aconteceu alguma coisa?

Layla: Só... Vem buscar ela por favor.

Bella: Tá. Eu já vou.

Layla: Obrigada.

_ 𝗖𝗛𝗔𝗠𝗔𝗗𝗔 𝗢𝗙𝗙 _

Layla rapidamente desligou e olhei para meus irmãos que me encaram curiosos e preocupados.

Mickey: O que foi?

Bella: Temos que ir. Layla precisa de ajuda.

Max: Eu ligar pro Greg.

Max rapidamente pegou seu celular para ligar para nosso irmão mais velho enquanto eu caminhei até o balcão para pagar nossa conta.

Assim que retornei para a mesa, os três levantaram-se e nos dirigimos até a entrada do estabelicimento.

Não demorou e logo Greg apareceu com seu carro.

- 𝚀𝚄𝙴𝙱𝚁𝙰 𝙳𝙴 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙾 -

Ao chegarmos no local indicado por Layla, já foi possível identificar vários garotos escondidos atrás de alguns carros, enquanto atiravam na direção oposta do estacionamento.

Greg pediu que ficassemos dentro do carro, mas eu sai antes dele. Rapidamente reconheci o cabelo louro de Layla, que estava agachada atrás de um carro, enquanto levantava-se e abaixava-se para atirar em uma direção. Maria estava ao lado dela. Ela estava paralisada e lágrimas escorriam por seu rosto.

Corri em direção à elas onde fui recebida por um abraço apertado da Coulthy, que fungava profundamente. Ruby também vem ao nosso encontro, assim como Greg e Jeremy.

Ruby: Tá vendo ele?

Layla: Não.

Bella: O que aconteceu? - Os olhos marejados de Maria olham para mim com relutância.

Maria: O Arthur e o Chris... Foram baleados.

Nesse momento, foi como se o mundo a minha volta tivesse parado. O sangue em meu corpo parou de circular, um nó formou-se na minha garganta, minha respiração parou e meu coração apertou em meu peito fortemente. Lágrimas formaram-se em meus olhos e rapidamente sinto meus cílios umidesserem-se.

Perdi toda a orça de minhas pernas e caí sentada no chão, enquanto tentava absorver tudo o que se passava. Os sons ao meu redor eram inaudíveis, tudo o que eu conseguia pensar era no Arthur. Depois de tudo o que passamos juntos. Depois da noite que tivemos... Eu não podia perde-lo. Não podia acreditar. E não podia aceitar.

Retomei meus sentidos gradualmente ao sentir a mão de meu irmão em meu ombro.

Ruby: Os dois estavam cercados, é impossível que alguém os tenha rapitado. Provavelmente já estão no hospital.

Ruby tentou acalmar Maria, mas era quase impossível de notar sua mão trêmula. Chris e Arthur eram seus melhores amigos e mais do que isso, Chris era sua família. Seu primo. Seu sangue. Arthur e Maria podiam não ser irmãos de sangue, mas com certeza se amavam dessa forma.

Layla: Vocês precisam sair daqui agora. Greg, leva a Maria e a Ruby pra casa.

Greg: Tá.

Meu irmão ajuda as duas garotas a levantarem-se e rapidamente acolhe Maria que ainda estava aos prantos em seus braços. Jeremy e eu permanecemos imóveis ao lado de Layla.

Layla: Vocês dois também tem que ir.

Bella: E deixar você aqui?

Layla: Eles precisam de mim. Mas, por favor, vão. Eu não vou suportar perder vocês.

Jeremy: Sem chance. Eu vou ficar e ajudar você. E nem tenta me impedir. Sabe que eu sou cabeça-dura igual à você. - Layla com relutância acaba cedendo.

Layla: Bella, vai! Precisa ir pra casa e se acalmar. Se souber algo sobre os meninos me avisa.

Apenas concordei com a cabeça lentamente, pois ainda estava um pouco aêrea. Levantei-me canbaleando um pouco, mas consegui manter-me firme e caminhar até o carro.

Mickey e Max que permaneceram no carro não ousaram perguntar o que havia acontecido. Minha irmã apenas segurou firmemente minha mão, como se ela soubesse o que eu estava sentindo apenas com o seu intuito.

Observei a estrada passar do lado de fora, mas não conseguia tirar meus pensamentos de Arthur e Chris.

Só o que eu queria era chorar, mas não poderia fazer isso na frente de Maria e Ruby que já estavam bem abaladas.

Não podia ser verdade... Ele não podia estar morto.