Cavalos - parte 5
(SOFIA) Quantas peças faltam para completar esse quebra cabeça? O que o destino reserva para Sofia...
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Acordei com uma agonia no peito, sai do quarto depois de tirar as coisas da frente da porta e vi Bismark dormindo num sofá na sala, ao me aproximar vi ele abrindo os olhos se deparando comigo. _Sua memória voltou? Lembrou de outro nome, um que eu possa conhecer? _Mais ou menos, preciso encontrar uma pessoa... Talvez você conheça. _Talvez – ele disse levantando – qual o nome? _É... – refleti sobre que nome dar, não tenho certeza de que Sônia por mais que seja quem mais eu quero encontrar vá fazer diferença – Caleb, conhece? _Eu... – o rosto dele ficou meio diferente – Conheço, Kelebh. Para sua sorte, só existe uma pessoa com esse nome em todo o reino. _Pode me levar até ele? _Eu não... Posso perguntar o que ele é para você? _Ah, eu não sei exatamente... Esse nome veio na minha mente, talvez eu trabalhe para ele ou amigo, ou colega – menti depois de ver a expressão em seu rosto, eu precisava mesmo a ir, ele fala de um jeito diferente Caleb. _Hum, então trabalha no palácio... É não faz sentido, você é uma peça branca. _Vai me levar lá? _Vou leva-la até seu reino... Dou a direção até ele, mas uma peça branca encontrando o grande general não é uma boa ideia. _Posso perguntar qual problema? Por que você parece não gostar muito dele? _Eu não gosto do pessoal do palácio. Vou conseguir cavalos, espere aqui. Óbvio, que eu não esperei dentro de casa, saí para observar o local e as pessoas, mas protegida, as árvores e flores haviam se reerguidos, as casinhas eram muito feias e destruídas por mais que também fossem árvores, havia um bar, cavalos, ovelhas, pássaros, andava olhando tudo completamente distraída, acabei caindo e esbarrando em alguma coisa. _Aí! – disse levantando para me deparar com um animal enorme – Uau! Você é um grifo! Que fofo! – eu levantei para fazer carinho nele, no início ele se assustou, depois reagiu gentilmente ao meu carinho – Onw, você é tão fofinho faz eu me sentir nos livros de Harry Potter. Você tem nome? Vou te dar um... Vamos ver... Aragorn como o rei de Senhor dos Anéis, que tal? COMO É O GRIFO QUE SOFIA ENCONTROU?
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Aragorn era grande e majestoso com seu corpo de leão, a cabeça e as asas de uma águia, penas e com o bico grande, patas com garras afiadas. _O que está fazendo? Achei que tinha te mandado ficar em casa. _Eu não resistir... Então, Aragorn você gostou do seu nome? – o grifo fez um barulho de ave, depois se sacudiu e se aproximou para mais carinhos. _A senhorita é estranha, não paro de me surpreender. _O que disse? _Esse bicho devia ter devorado sua cabeça, como faz com todos menos seu adestrador. _Por que se ele é uma gracinha e muito fofo? Quem é o adestrador dele? _No caso sou eu – disse um velho de cabelos cinza, bengala, barba cinza rala, tinha mal hálito, era feio, estranho. _Prazer... _Eu estava justamente querendo achar outro dono para ele. _Sério? Eu ia adorar cuidar de um bebê desse, ah que indiscrição... Qual nome você deu a ele? _Nome? Por que daria um nome a ele? _Por que é um lindo bichinho de estimação? _Bichinho de estimação?! Ele é uma arma de guerra! Que garota curiosa você está se envolvendo B. acho que o... _Não estou me envolvendo com ela, velho, bico fechado. _Prazer, eu sou a Sofi... Como faço para ser a nova dona do grifo? _Muito bom conhece-la, você possui alguma peça de valor estimativo para troca? _Eu possuo... Hum, ah eu tenho meus brincos – disse tirando os brincos de minha orelha. _Isso não é ouro. _É banhado. _Não equivale... Algo mais?
ele vai deixa-la levar o grifo?
será que esse velho é confiável?
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_Soldados brancos! – gritou um deles, rapidamente muitos correram, soldados com uma roupa branca reluzente, muito brilhante entraram montados em animais brancos... Cavalos, ursos, leões e tigres. _Rápido, Sofi... – Bismark me puxou para se esconder atrás de uma pilha de feno onde o velho também havia se escondido, os bandidos saíram correndo rapidamente. _Quem são? _Soldados brancos... Vivemos em guerra. _Droga, isso vai estragar meus planos – murmurou baixinho Bismark. _Relaxa jovem, o grande general Kelebh irá aparecer a qualquer momento e nos salvar e no fim notar que estamos aqui ilegalmente e vai nos prender, então eu sugiro que corra. _Patzer maldito... – ele falou baixinho, antes de a pilha de feno pegar fogo, corremos, uns soldados encurralaram a gente quando Aragorn se enfiou na frente atacando-os. _Aaaa... – gritei quando um tigre pulou perto demais da minha cabeça, teria sido na minha cabeça se Bismark não tivesse me puxado para trás, perdemos o equilíbrio com o baque e caímos no chão. As pessoas gritavam, corriam, eram presas pelos soldados. No horizonte apareceu muitos soldados de armadura negra montados em cavalos negros, entraram atacando o outro exército, foi sangue, mortes, muita briga, gritos, quando eu vi Bismark havia sumido, meu grifo ameaçava alguma pessoas, dois soldados vinham pretendendo atacar o outro e eu deixaria eles se matarem à vontade se eu não estivesse caída no chão no meio desse embate. _Parem! – ouvi um grito desesperado, de uma voz que conheço muito bem. _Baixar armas soldados, a encontramos! – disse outra voz que eu também conheço. Os guardas pararam imediatamente, tudo ficou estável, todos voltados para mim, a garota encolhida no centro de tudo.
ue quem é?
Iii vão capturar ela?
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_Sofi! – ouvi Caleb chamar, levantei abrindo os olhos. _Caleb!!! Caleb! – disse correndo em sua direção e pulando em seus braços para um abraço de urso. _Ah, eu fiquei tão preocupada. Está machucada? Com fome? Está tudo bem? Foi atacada? Onde está Sônia? Ei, Saadi faças as apreensões! _Sônia está aqui?! O que é aqui? Caleb o que está acontecendo? Que lugar é esse? _Sofi! – senti um braço me girando e me puxando para um abraço. _Charles! _Sofi, fiquei preocupado... Fomos atacados no portal e acabei perdendo vocês... Cadê Sônia? _Você não sabe? Por que ficam me perguntando isso? – fiquei entre os dois, quando parei para olhar para eles. Caleb está lindo demais, aí Meu Deus que homem! Seu cabelo preto sedoso está um pouco suado caindo lindamente sobre sua testa, perto de seus olhos azuis hipnotizantes, com roupas de cavaleiro medieval. Charles, está com seu cabelo levemente comprido que caia sobre seus olhos, e roupa antigas também – Por que iam se matar? COMO CALEB ESTÁ?
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_Seu desgraçado, burro! Não se cansa de nunca fazer nada direito? – gritou com Charles; Caleb. _Cuidado com o jeito que fala! _Por quê? O que você vai fazer? Apanhar? _Eu ganhei de você da última vez. _Você perdeu sua honra da última vez! Seus homens sabem que seu general trapaceia para vencer suas batalhas? – gritou Caleb fazendo os soldados brancos cochicharem entre si. _É melhor calar essa boca! _Juro que um dia minha espada fincará na sua garganta, seu desgraçado. _Ah, está chateado, pois perdi seu ponto fraco pelo reino. _Não me preocupo tanto com ela nesse sentido, ela sabe se cuidar... Agora, Sofi quase foi morta! Pode ser egoísta e pensar só em uma, mas se algo acontecesse com qualquer uma delas seria um homem morto. Charles pulou tentando atacar Caleb, Caleb desviou naturalmente e no fim deu com o punho de sua espada no rosto de Charles. _Isso foi por ter trapaceado... Isso por não ter prestado atenção antes de pular no portal – Caleb deu um soco com a sua luva de metal – isso por ter perdido as duas – deu com o cotovelo na barriga de Charles que caiu no chão – isso foi pela Sofi está ferida na perna – o chutou no chão – e isso é por Sônia não estar aqui – deu por fim outro chute dessa vez em sua cara – espere ansioso outro presente se Sônia voltar com um arranhão sequer e o da pedra que jogou nela está guardado com muito carinho. _Meu Deus, Caleb! Violência nunca é a opção, o que deu em você? – disse me abaixando para acudir Charles – Char, você está bem? COMO CHARLES ESTÁ?
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_Ah, Sofi eu gosto quando se preocupa comigo. _Bobo. Caleb, agora que está aqui... Faria um favor para mim? _Favor? Sofi não há nada que eu não faço por você. _Pode comprar o Aragorn para mim? _Aragorn? Quem é ele? _Aragorn, venha aqui garoto – chamei, o grifo veio feliz até mim. _Ah, você domesticou um grifo! Claro... _Ó moço, moço venha cá... Ele vai comprar o grifo – disse empurrando o Caleb para ele, e indo ajudar Charles a levantar. _Mas que garota patzer! – o velho se curvando de medo. _Ora, ora... Seus tempos de caçador acabaram pelo que parece, seu traficante de animais! E veja como fala com ela, está me ouvindo? – disse Cal ao velho de um jeito muito assustador – Prendam todos, soltem os animais, queime as drogas e tudo mais. _Sim, general – gritaram uns soldados em uníssono se dividindo envolta da aldeia. _O grifo é dela, não sou louco de mexer com sua namorada, vai me trazer mais problemas. _Ela não é namorada dele! – gritou Charles já de pé. _De fato, não é minha namorada, mas é alguém muito importante para mim, é melhor não se meter com pessoas importantes para mim – Caleb disse. O moço assentiu engolindo seco. _Aqui, moça... – ele me chamou, tirou o colar no pescoço e colocou em minha mão, então algo aconteceu o colar se transformou em uma pulseira com uma flor roxa enfeitando. _Obrigada, senhor. _É só chamar o bicho idiota..., mas precisa estar com essa pulseira ou ele não virá. _Vamos Sofia – disse Caleb me chamando, eu o segui quando pegaram e me puxaram pelo braço. _Ela não irá com você! _Por que não a deixa escolher? _Não... Sabe que ela o escolherá. _Charles... Eu... _Eu tenho a missão de leva-la e vou leva-la – em minutos entraram em posição e começaram um atacar o outro, os soldados. _Parem! Parem com isso! Ei, vocês! De repente, no horizonte surgiu duas pessoas montadas em unicórnios, adentraram na briga como se nada tivesse acontecido.
Mais pessoas?
E agora o que será?
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_Ahn?! Vô? Vó? – falei olhando para meus avós maternos. Minha avó, Helianthus, tinha um lindo cabelo loiro platinado; como o de minha mãe e o meu, curto atualmente, mas lembro de uma época em que era enorme. A tradição da família de minha avó, a família: Lakamalla diz que todas as mulheres da família de cabelo loiro platinado só podem cortar o cabelo ao se transformar – seja lá o que isso quer dizer. Vovó tem um sorriso simples e radiante... Alguns dias minha avó acordava com aspecto de doente, só que logo depois estava restaurada, toda vez que eu perguntava o que ela tinha vinha um silêncio eternamente chato. Ela só usava roupas claras como branco, cinza, lilás e creme. Já meu avô, Zebadiah ainda era muito alto, seu cabelo era bem branco desde sempre, ele era mais novo que a vovó, tem 77 anos. Meu vô possuía uma tatuagem de Om bem pequena no ombro, ele fez por causa da mãe dele que era indiana e possuía diversas tatuagens da flor de lótus e Pinturas de Mehndi, ele nasceu na índia, mas cresceu aqui: em Caissa, um lugar isolado cercado por águas azuis e montanhas. _Como ousa mero soldadinha a agredir um general meu por tentar pegar o que é nosso! – gritou vovô. _Com a mesma ousadia com a qual o senhor ordena ataques ao meu reino, ao meu povo e exala poder numa área onde o senhor não passa de um velho. _Eu vou ensina-lo a responder a um rei!
Helianthus - flor do sol, girassol
Zebadiah - filho da luz
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_Cuidado, não me proponho a pagar seu fisioterapeuta depois. _Kelebh, você ainda é um garoto muito corajoso. _A senhora ainda é um poço de gentileza, apesar de ser casada com uma mula empacada – Caleb disse fazendo minha avó rir e meu avô se irritar mais. _Creio que estamos num empasse aqui, mas gostaria que deixasse levar nossa neta. – disse descendo do unicórnio andando em direção a Caleb. _E eu gostaria que seu reino parasse de mandar soldados ao meu, e que seus subalternos tivessem ficado de fora de nossos assuntos – disse olhando para Charles. _Ora, seu garoto estupi... – antes de Zeb terminar a frase, minha avó levantou a mão para que se calasse, ele obedeceu e baixou a cabeça. _O que houve? _Sônia, graças a Castiel está perdida pelo nosso mundo... Ela nunca esteve aqui, ainda foi ferida por uma pedra jogada por seu subalterno e desmaiou. _Entendo, não foi minha intenção eu garanto... Vamos ajudar a procura-la e se achada por um dos nossos será levada até o castelo de vocês tem minha palavra. Quanto a Castiel tomarei providencias quando voltarmos, sobre os ataques não há o que eu possa fazer o conselho decidiu que até devolverem o que nos pertence assim será. _Não roubamos. _Mentirosos! Sabemos que está com vocês! _Já dissemos, deve ter sido o Brunswichk e o Baltazar. _Hahaha, todos sabem que ele foi destruído na Guerra do Estilingue. _E nós já dissemos que ele está vivo, de que outro jeito minha família teria perecido. _Morreram por serem guerreiros idiotas como você. _Chega, Zeb... Não viemos desrespeitar os mortos – minha avó disse antes que Caleb pulasse no pescoço de seu marido. Notei que quando a raiva dele passou, o sentimento que veio foi tristeza, Caleb está em agonia. _Sofia, vá com eles... – disse Caleb com uma voz triste.
aa mas ela quer ficar perto do Caleb
melhor né são os avós dela
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_Mas, Caleb eu quero ir com você, achar Sônia. _Querida, venha... – disse minha avó. _Sofi, eu ia amar que viesse comigo... Queria explicar essa confusão para você – ele disse segurando meus braços, depois sussurrou – não acredite em nada de ruim que ouvir de mim, sou fiel à sua família de todo o meu coração, vou sempre proteger você e Sônia... Escreva, mande pelo Aragorn. Vai escrever, promete? _Prometo, claro que prometo... Eu confio em você Caleb, vai se cuidar, né? _Sofia, venha! – gritou meu avô. _Ahh que saco... Não vai demorar para eu te ver? _Talvez, se cuida Sofi – ele me abraçou fortemente num abraço de urso, eu o apertei bastante inalando o máximo de seu cheiro perfeito de lavanda com margarida, talvez não o sentisse durante muito tempo. _Vamos – Charles disse, me puxou e fez eu montar em um cavalo, Aragorn fez um som estridente em seguida partiu batendo as asas. _Espera! Tenho que agradecer ao Bismark! _Quem? – disse Charles. _O moço que me ajudou... Velhinho, o senhor viu para onde ele foi? _Seria muita burrice se ele ficasse para ser preso. _Mas ele... – no cavalo, quando fiquei bem longe, virei para trás para ver Caleb mais uma vez, ele consegue ser bonito demais, então meus olhos viram sair tropeçando de uma pilha de feno Bismark, acenei, mas não sei se ele viu. _Ah, B! Aí está você! A moça bonita é a princesa Sofia, quem diria não, é? Você está oficialmente ferrado, olhe estão vindo nos prender. _Hum, boa sorte velho.
lavanda com margarida
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A viagem a cavalo demorou demais, eu estou com muita fome, acabei dormindo, como era num cavalo em movimento acho que Charles me segurou, acordei algumas vezes com dor no pescoço, mas ainda não tínhamos chegado, o frio foi aumentando muito. QUAL A PAISAGEM QUE SOFIA ESTÁ VENDO?
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Eu dormir de novo e acordei quando nos aproximávamos de uma muralha imensa, muito maior, tanto em largura quanto altura, de que qualquer coisa que eu tenha visto. Quando passamos pelo enorme portão consegui perceber: COMO É A MURALHA:
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Quando passamos pelo enorme portão consegui perceber: Como é o vilarejo:
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Como é o castelo?
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A carruagem parou na beira da montanha, meus avós e Charles desceram, Char me ajudou a descer, tinha uma comitiva me esperando, cada um de meus avós ficaram em um lado meu. Havia um elevador para subirmos a montanha, quanto mais perto desse castelo menor me sentia. Dentro ele era ainda mais lindo, meus avós me levaram para um tour pela minha nova casa. Corredores grandes, dourados, cortinas vermelhas, chão todo branco, muitas portas... COMO SÃO OS CORREDORES DO PALÁCIO:
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O SALÃO DE BAILE:
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SALA DE JANTAR:
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SALA DO TRONO:
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JARDIM:
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VISTA DA VARANDA:
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QUARTO DE SOFIA:
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Quando chegou o meu quarto, eu achei que nada mais me surpreenderia, mas estava errada... _Nossa que perfeito! _Você gostou? Foi Castiel que decorou, quisemos dar uma modernizada, sabemos que viver no frio é difícil até se acostumar – falou vovó. _Amei, como esse cara me conhece tão bem? – disse fazendo eles rirem. _Você ainda não se acostumou, não é meu copo de leite? Castiel é o Charles. _Ah... Quê? _Sente-se Sofia... Tem algo que a muito tempo queremos contar a você e a Sônia... Não somos terráqueos, nem eu, nem seu avô, nem sua mãe, nem seu pai e nem você e sua irmã. _O quê? Não! Isso, isso é impossível! _É verdade, minha margarida – disse vovô Zeb se aproximando. _Eu nasci na Terra, planeta Terra, sou uma humana. _Você nasceu aqui... No Planeta Jogos... Nasceu numa cabana de camponeses perto da divisa. Havia dois irmãos... Eles fundaram e criaram o xadrez, mas depois começaram a entrar em guerra eram milênios de guerra quando o oráculo decidiu quem séria o marido de nossa filha – explicou vovó. _Ele era um rapaz incrível, teria sido um grande Rei e tudo ficaria em ordem – disse meu avô – Só que seu pai seduziu nossa filha Basilissa, que desrespeitou o oráculo para ficar com Reagan. _Isso mudou a ordem da natureza... Entenda, somos peças brancas e eles peças pretas nunca poderíamos nos misturar, afinal se isso acontecesse não conseguiríamos entrar no tabuleiro e sem o poder do tabuleiro o nosso reino acabaria. _Precisa de uma rainha e um rei branco e um rei e uma rainha branca para jogar. O que o seu pai fez com a nossa filha foi extremamente contra a natureza, um rei preto e uma rainha branca... Assim, nasceu vocês duas... Nossas netas. _E é claro que amamos vocês desde o momento que as vimos. _Não é culpa de vocês o que eles fizeram, contudo isso trouxe de volta umas pendencias. _É um acordo a muito esquecido... _Que acordo? _Contamos depois... O importante é que esse problema fez seus pais deixarem vocês nas mãos Fahir e Lilith. _O que foi um erro! Deixar com eles, como se nós não pudéssemos protege-las melhor! _Enfim, no fim todos fugiram para a Terra, para protege-las. _Então, não estavam viajando? _Claro que não! É que diferente de Fahir, não podíamos abandonar nosso povo sem mais nem menos, eles precisam de nós. Além disso, falamos que era uma péssima ideia desde o começo, estavam apenas adiando. E agora tudo isso aconteceu..., mas é claro que não confiamos neles, sua mãe estava sendo influenciada, não raciocinava direito, por isso mandamos Castiel, Laureen, Naneki e Layla para cuidar de você – falou vovô. _Castiel na verdade é Charles, ele usou seu nome terrestre. _Ah... Espera, mandaram eles para proteger Sônia e eu, certo? _Não, era só você – disse vovó meio triste. _Por quê? _Você é nossa herdeira, a única esperança do nosso reino se reerguer. _Herdeira? _A futura rainha Branca. _Assim que aquelas peças mentirosas devolverem seu noivo, você será coroada... Teremos assim a glória do nosso reino de volta, a magia, a força e a nossa pendência resolvida. _Espera! Noivo? Acha que Caleb roubou o meu noivo que não é meu noivo? _Exato! – disse vovô. _Caleb jamais faria isso. _Faria para proteger Sônia, se tem algo claro nessa história toda é que tem que ser ou você ou Sônia. _O que querem dizer? – meus avós se olharam antes de dizer. _Ah, só uma das duas pode receber a glória do reino de volta... Se Sônia se casar e for coroada primeiro, nosso reino estará perdido. _Mas o mesmo vale para eles. _Sim, mas eles trapacearam... Roubaram o seu noivo para que nunca se case e seja coroada. _Meu copo de leite, olhe nosso reino já ruiu antes ele não suportará cair de novo... Agora o reino de Sônia é forte, ficará bem com o tempo. _Eu não sei, preciso pensar. _Se ajeite querida, vamos chama-la para o jantar... – disse vovô, eles saíram do meu quarto. Fiquei um tempo processando tudo. Tinha a minha espera um banho de sais com água quente, depois me deparei com uns vestidos:
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Quando vesti me senti uma princesa dos tempos medievais, o caimento era perfeito, penteei me cabelo para os cachos caírem pelos meus ombros...
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Me senti muito linda, ia calçar o sapato que escolheram para mim, mas desisti quando vi que era um salto alto, fiquei com as botas que Bismark havia me dado. Desci pelas escadas até adentrar a sala de jantar onde me esperam, todos olharam para mim enquanto descia, essa atenção toda me deixou meio desconfortável, desviei o olhar, me atrapalhei no que fiz, pisei na saia do meu vestido e rolei escada abaixo. “Ótimo, Sofia nem para fazer uma entrada triunfal você serve”. Charles correu para me levantar, colocando meu ponto de equilíbrio no lugar, ajeitei meu vestido e cabelo, sorri para aquelas pessoas. Meus avós vieram em minha direção, vovô rindo e vovó meio que brigando por eu ser tão desajeitada. Sentei na cabeceira da gigante mesa quadrada, vovó sentou na outra cabeceira e vô Zeb ao seu lado. Tinha um banquete sendo servido, todas as comidas veganas, como estou morta de fome comecei a comer. No meio do jantar vovó levantou e disse: _Copo de leite, agora que veio para casa de verdade... Esperamos, bom... Você quer assumir seu lugar como rainha desde reino futuramente? _Ah... – disse tratando de engolir a grande quantidade de comida em minha boca – Eu, acho que sim né? Afinal já estou aqui, preciso achar Sônia... Quero achar meus avós, meus pais e provavelmente deve ter gente aqui sofrendo... Parece ser importante e eu acho difícil as pessoas que eu amo voltarem para a Terra. _Perfeito! Viu, amor, eu disse que ela aceitaria. – disse meu avô. _Eu sei, mas Reagan e nossa filha... _Resolvemos quando os acharmos. Margarida, temos umas pessoas a apresentar a você: Esse é Emir, o primeiro bispo. Ele é o bispo da sua ala de terno todo vermelho com colarinho e gravata branca se levantou fazendo uma reverência. Wladis, o segundo bispo – se levantou fazendo um cumprimento também, parecia ser muito sério, vestia uma roupa meio medieval toda bege com partes marrons, um cinto, parecia de couro sintético, era musculoso, era alto, mas não tanto quando o primeiro bispo. Laureen, o primeiro cavalo – ele apontou para minha melhor amiga (ou pelo menos pensava ser) Laureen... Ela está com um vestido branco longo com a saia colada ao corpo, tomara que caia com uma alça, detalhado na cintura com pregas prateadas no formato de flor, a saia tinha partes traçadas uma sobre a outra, calça um salto alto prateado. Seu cabelo caramelo está preso num coque feito com seu famoso laço branco com alguns fios caindo no rosto, seus olhos castanhos claros destacam-se com a maquiagem. Layla, nosso segundo cavalo, da sua ala também – ele apontou para a Layla que está com um vestido curto azul claro, luvas azuis com detalhes beges, com seu jeito tímido, com seu cabelo loiro bem curto, sua franjinha com uma tiara, seus óculos de armação redonda rosa bebê. Castiel, nosso oficial; a primeira torre. Sua torre, ou seja, da sua ala – quando ele falou que eu notei a roupa de Charles, uma calça social preta, uma blusa social branca, meio desabotoada, seu cabelo comprido está controlado que o deixa com um ar mais maduro e autoritário, seu sorriso cínico tinha sumido.
Emir - líder nato
Wladis - soberano
Laureen - a que sempre vence
Layla - escura como a noite
Castiel
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Naneki, nossa segunda torre, também a segunda no comando quando se trata dos oficiais – Naneki levantou, seu cabelo ruivo está numa trança boho, seus olhos azuis estão com uma sombra bem clarinha, usa um salto alto de neon muito alto, um vestido colorido curto tomara que caia, usa uma meia calça brilhante. Esse é o peão um; Umbelino, da ala da rainha – não parecia musculoso, pois suas roupas escondiam, porém nota-se uns bíceps em seus braços; seu jeito meio jogado, vestia um terno róseo e dourado, mas o casaco está na cadeira, sua blusa social branca está para fora, sua calça rósea tem alguns amassados e calça um salto alto dourado. Yaren, peão dois também da sua ala – orelhas cheias de brincos e piercings, tem um jeito carismático, ela é forte e vestia um terno roxo completo com gravata e um salto alto rósea purpurinado. Akira, peão três, sua ala – diferente da maioria não é musculoso, mas também não é magricela; sua feição é simpática e amigável, vestia uma calça social cinza e uma blusa branca de manga comprida com os dois primeiros botões abertos. Aka, peão quatro, sua ala – parecia com o anterior só que mais velho e mais forte, mais alto que o outro, sua feição é alegre, divertida, também tem covinhas, nariz fino, havia umas queimaduras em seu pescoço e em seu pulso; ele tenta esconder com sua roupa: um suéter branco de gola alta e manga comprida, calça social cinza com uns detalhes dourados.
Naneki - graciosa
Umbelino - pequena sombra
Yaren - entende e ouve
Akira - brilhante
Aka - sorridente
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Querem, nossa peão cinco – com um brinco verde em cada orelha, fiquei surpresa porque ela possui um braço robótico (o da direita), parecia ser um pouco mais velha, com experiência de guerra, como uma “mãezona” de todos. Vestia uma blusa de manga comprida branca, com uma calça jeans verde com uma saia verde meio transparente por cima. Gilmara, nossa peão seis – não tem adereços, veste um vestido branco com pedaços beges, curto, de manga comprida, calça uma bota preta. Nise, nossa peão sete –com uma coroa de flores em cima do cabelo, orelhas cada uma com dois brincos: um azul, um vermelho, um róseo e um amarelo. Tem muitas tatuagens de flores pelos braços, ombros e pescoço, vestia um vestido tomara que caia róseo claro cheio de flores e borboletas, longo com saia volumosa. Ela é linda, elegante, poderosa que ama flores e róseo. E por último Yoko, peão oito – elegante, de postura impecável; sentado ao lado do ruivo de olhos azuis; sem nenhum piercing ou brinco, mas há uma tatoo, que se percebia pelos traços no seu pulso. Vestia um terno azul e cinza completo, sem gravata.
Querem - brilho
braço da Querem
Gilmara - combatente ilustre
Nise - casta, pura
Yoko - radiante
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Meu avô ainda apresentou alguns bispos que formam um conselho, todo mundo centenário à beira do caixão já... Ao final das apresentações, pessoas se levantando, fazendo reverência, eu levantei e disse: _Oie! Eu sou a Sofia. – quando me sentei todos levantaram, ergueram as espadas (que eu não sei de onde tiraram) e gritaram: Gens una sumus (seja lá o que signifique). No fim, eu já estou sentindo a dor da queda da escada, queria ir dormir, me espirrar um frasco para dor muscular – tem isso aqui? – então sem terminar o jantar, levantei. _Eu... – todos se içaram comigo – Eu vou me retirar agora, pois estou demasiadamente cansada. Eu fui me direcionando para escada quando notei que todos pararam de comer e se retiram também mesmo com comida no prato. _Esperem! Vocês podem continuar comendo. – todos me olharam com se eu tivesse dito um absurdo. _Meu copo de leite, vamos ter que lhe dar aulas sobre os códigos de conduta pelo visto. – disse vovó. _Eu não sou fã de códigos de conduta, tendo respeito uns pelos outros, todos devem se comportar como acharem confortável. _Mas aqui as coisas não funcionam assim! Sinto muito, margarida. Todavia aqui todos comem até alguém da realeza; eu, você e Helianthus; terminarmos de comer, sendo assim todos devem se retirar da sala de jantar juntos. _Mas é um insulto! E se eles ainda estiverem com fome ou quiserem comer mais? E essa comida toda vai ser estragada? Quem quiser continuar conversando na sala de jantar não pode? _Você não pode criticar o código, mocinha! Muito menos com plateia! Eles se alimentam bem ao longo do dia, quanto a comida ela é reaproveitada para os animais e adubos para as plantações. Eles entendem perfeitamente a importância das regras para uma boa conveniência, estão aqui como profissionais, para ganhar uma guerra... Não fazerem amizades! – ralhou vovô. _E as pessoas que passam fome? Eles entendem mesmo ou vocês não deram outras opções? _Aqui não é a Terra! Vamos ensina-la a diferenciar. _Talvez eu não queira aprender! – disse rasgando a saia do meu vestido para poder correr rapidamente para meu quarto. Meus avós me seguiram pelo corredor com uma velocidade apropriada para a idade deles, mas eu fui mais rápida – óbvio – e fechei a porta na cara deles. _Você vai mesmo nos desrespeitar assim, mocinha? – disse vovô. _Por que não? Vocês desrespeitam... Como vocês chamam mesmo as pessoas que morreriam na guerra por vocês? Ah é funcionários, acho que profissionais foi o termo usado! _Sei que pode ser difícil para você, mas é o jeito que fazemos as coisas por aqui! _Sei que deve ser difícil para vocês entenderem..., mas o jeito de vocês é um jeito errado! _Como é? _É um jeito egoísta, precisa dar liberdade para as pessoas serem elas mesmas... Eu sei que não tenho exatamente o perfil de uma líder, não como a minha irmã. Mas me recuso a ser alguém que eu não sou! _Você tem que pelo menos tentar ser a princesa e a rainha que seu povo precisa! _Eu posso me maquiar, seguir os códigos, vestir esses vestidos, calçar salto alto e usar uma coroa, mas adivinha... Não vou fazer isso! Eu não vou me tornar essa pessoa porque na minha concepção ela seria submissa, injusta e muito chata! Se não podem aceitar isso, eu também não aceito essa coroa, me mandem de volta para junto de minha irmã ou de volta para Terra... Eu não preciso ser rainha, posso dominar o mundo com ou sem esse título. _Copo de leite... Podemos conversar? – perguntou gentilmente vovó. _Boa noite! – falei, eu não quero conversar mais. _Mas querida... Podemos pelo menos... _Eu disse boa noite!!! – falei sentada de costas para minha porta. Hoje foi um desastre, eu posso ter exagerado um pouco – o vestido era muito bonito não devia ter rasgado – só que não quero ser essa garota, ser princesa já não é algo desejado. Eu senti saudades dos meus pais, de Sônia, de Caleb, tudo seria tão fácil com eles aqui, mesmo tendo Charles, Laureen, Layla e Naneki me sentia sozinha. “Alone” nesse enorme castelo, me sentindo menor, deixa para lá, eu não vou ficar me lamentando, vou dormir... É melhor. Eu acordei imagino bem cedo, andei pelo castelo e devo ter me perdido, pois não estou achando a sala de jantar. Andei vestindo um pijama de frio, com um cabelo muito bagunçado e pantufas quando esbarrei em alguém, caindo no chão de novo. COMO É O PIJAMA DE SOFIA:
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_Aí... Acho que a gravidade realmente tem algo contra mim. _A gravidade eu não sei, mas o seu guarda roupa e sua penteadeira com certeza devem ter. – levantei o rosto deparando com o garoto ruivo – o que usa o terno róseo e o salto alto na noite passada – de pé me olhando após ter xingado meu estilo de roupa e cabelo. E o garoto asiático de cabelo azul também caído no chão. _Ah, eu sinto muito. _Sem estorvo. – ele disse levantando. O ruivo usa uma calça jeans verde e uma camiseta roxa de um gato preto segurando uma placa de prisioneiro dizendo: me revoltei e arranhei a cara dessa f* porque sim. O garoto de cabelo azul usava uma calça jeans padrão e uma camiseta branca lisa. _Desculpe, eu não consegui gravar o nome de ninguém. _Claro, alteza... É compreensivo, eu sou Yoko e esse é Umbelino. _Pode me chamar de lindo. – falou o ruivo, o Yoko olhou para ele com um leve sorrisinho. _Você parece perdida, alteza. _Ah que isso, podem me chamar de Sofi. – disse passando a mão em meu cabelo. – Sim, estou meio perdida, onde é a sala das refeições? Estou morrendo de fome. _Seus avós nos matariam se ouvissem a gente chamando você de Sofi. – disse Umbelino. _Podemos acompanha-la até lá. _Seria ótimo, obrigada. _Não mesmo, você não pode tomar café desse jeito... Vai sobrar para a gente – Umbelino pegou meu braço, me levando de volta para meu quarto, Yoko ficou esperando do lado de fora enquanto Umbelino me arruma:
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ele me deixou usar as botas, penteou meu cabelo platinado e cacheado com os dedos, depois amarrou num coque banana com topete deixando uns fios caindo pelo meu rosto, delicadamente ele modelou esses cachos soltos, não me maquiou, nem nada, mas eu me sentia muitooo linda. _Uau! Nossa você é bom. Mas se terei de me arrumar tanto para um café, acho que nunca mais vou toma-lo. _Eu sei..., mas o mérito não é todo meu. Você é linda. – saímos do quarto, Yoko me analisou de cima a baixo com um olhar simples e direto, olhou para Umbelino com outro leve sorriso – acho que ele não é muito de dar um sorrisão, parece ser também um cara de poucas palavras. _Bom trabalho. – disse por fim, então nos dirigimos para a sala de jantar, onde se faz todas as outras refeições. Minha chegada fez meus avós se dirigiram a mim imediatamente, queriam conversar antes do café. _Querida, acho que ontem à noite tivemos um mal-entendido. – disse vovô. _Acha? _O que seu avô quer dizer, copo de leite... É... O reino das peças pretas é um tanto diferente do nosso, o pai de Fahir era um homem muito bom, justo, governou muito bem ao longo dos anos, mas o meu pai era um homem terrível, ele enlouqueceu tentando me proteger. _Proteger do quê? _Não importa agora, enfim... Ele mandou muita gente para uma guerra contra as peças pretas; jovens, idosos, crianças. Gastou muito o tesouro do nosso reino, dizimou aldeias porque as considerou traidoras, no fim de seu reinado foi só destruição. Não nos mantivemos como o povo de Sônia, por isso o povo com apoio de Caissa se reuniu para limitar nossos poderes. Sabe como na Terra, os três poderes e tals... Aqui no nosso reino vivemos numa monarquia parlamentarista. Foram eles que criaram esses códigos para limitar tanto o nosso poder, quanto os das peças dos tabuleiros para evitar mais traições. _Está me dizendo que foi aqueles centenários e o povo são os criadores dessas regras ridículas? – perguntei e eles assentiram – E não a nada que se possa fazer para muda-las? Pelo menos as injustas com a da comida? _Infelizmente não, sentimos muito por não termos explicado melhor ontem, mas na frente do parlamente é melhor agirmos assim. Eles não gostaram muito de você por causa do comportamento de ontem, não podíamos arriscar rixas com eles... Governamos em parceria, se quiser salvar seus pais, ajudar sua irmã e ajudar esse povo vai ter que aprender a jogar o jogo deles. – disse vovô. Vovó pegou minha mão e disse: _Você promete tentar, meu copo de leite? Pode parecer chato, injusto, mas você, eu, não somos nossos antepassados, não vamos repetir os mesmos erros. Você pode não achar ainda, mas é uma líder... Uma rainha. Eu pensei nessas palavras, pensei em meus pais, meus avós, Sônia, Caleb afinal acho que todos somos participantes dessa guerra gostemos ou não, eu fico com tanta preguiça e indignada com essas normas, parte de mim quer ir para casa. No fim, a parte de mim com uma maldita consciência e amor aceitou essa tortura de me tornar uma governante presa numa teia de aranha.
Coque banana
Coque banana